sábado, 15 de outubro de 2011

Pink Floyd - The Dark Side Of The Moon

Esse álbum é a obra prima do Pink Floyd. Até hoje impressiona pela criatividade, inovação e som atemporal. Fruto de um trabalho verdadeiramente coletivo, onde todos os membros da banda colaboraram de igual para igual, o Dark Side representa finalmente o caminho que o Floyd vinha procurando desde a saída de seu fundador e mentor Syb Barrett. Enlouquecido pelo abuso de drogas o primeiro líder do Pink Floyd saiu muito cedo de cena deixando os demais membros perdidos, sem saber qual rumo tomar. Nos primeiros anos sem Barrett o Floyd tentou trilhar vários caminhos, gravou trilhas sonoras, flertou com a música puramente instrumental e tentou unir música erudita com Rock. Todas essas experimentações levaram o grupo a ter um som único, inigualável, diferente de tudo o que havia na época. Experimentalismo como dogma musical. 

Foi quando o Rock Progressivo cruzou o caminho dos rapazes do Floyd que eles finalmente entenderam por onde deveriam seguir. E foi justamente lá, no ladro escuro da Lua, que eles finalmente se encontraram musicalmente. O disco nasceu do trabalho árduo de todos os músicos. Antes de Roger Waters enlouquecer com acessos de egomania, a banda conseguiu trabalhar como nunca antes (ou depois). Durante seis meses eles tentaram tudo, experimentaram de tudo, até chegarem a um material que consideravam o ideal para a composição de seu novo disco. O resultado dessa ajuda mútua e solidariedade é um dos discos mais importantes da história do rock. Se há algum trabalho que mereça o adjetivo de “perfeito” esse é certamente “Dark Side of The Moon” do Pink Floyd.

Depois de vários meses de ensaio e gravação o disco finalmente chegou nas lojas em março de 1973. Sua sonoridade ímpar caiu como uma bomba nuclear no mercado fonográfico. Os críticos levaram meses para entender a proposta do disco (alguns não entenderam até hoje) e o Dark finalmente ganhou status de grande arte. Não é para menos, temos aqui um álbum para ser digerido aos poucos, em camadas, sem pressa nenhuma. É como degustar aquele vinho raro de sua adega. Não cabem interpretações superficiais e rasteiras em um trabalho dessa envergadura. Até hoje o disco levanta debates acalorados. Até questões básicas, como por exemplo, qual seria seu tema principal, levanta debates sem fim. Afinal qual é o conceito por trás de “The Dark Side Of The Moon”? É um disco sobre o enlouquecimento de Syd Barrett? É uma sonorização do filme “O Mágico de Oz”? É uma apologia ao uso de drogas lisérgicas? É uma busca de autoconhecimento através da música? Do que diabos o álbum trata? Bom, não responderei a essas perguntas pois cabe a cada ouvinte formular sua própria tese baseado na experiência de ouvir o disco. Tirando as questões metafísicas e filosóficas de lado e focando apenas na questão puramente comercial (Money?), é importante dizer que esse é um dos trabalhos musicais mais bem sucedidos da história com mais de 50 milhões de cópias vendidas após todos esses anos. Sinceramente falando? Esqueça tudo isso e o coloque para tocar – “The Dark Side Of The Moon” é aquele tipo de obra que deve ser mais sentida do que explicada. O sentimento supera a razão nesse caso. Palavras são tão insuficientes. Ouça e embarque em sua própria jornada pessoal. Boa viagem! 

Pink Floyd - The Dark Side Of The Moon (1973)
Speak to Me
Breathe
On the Run
Time
The Great Gig in the Sky
Money
Us and Them
Any Colour You Like
Brain Damage
Eclipse

Pablo Aluísio.

Pink Floyd - The Piper at the Gates of Dawn

A genialidade e a loucura são as duas faces de uma mesma moeda e o fundador e líder do Pink Floyd, Syd Barrett, comprovou isso com sua própria vida. Antes de enlouquecer completamente pelo uso abusivo das drogas lisérgicas tão em moda na época, ele teve tempo de registrar seu talento para a posteridade gravando o primeiro álbum de seu grupo chamado The Piper at the Gates of Dawn. O grupo formado em 1965 já tinha longa tradição no underground britânico, explorando um som inovador e de vanguarda, estando à frente de seu tempo com um som extremamente experimental e ousado. Syd Barrett, à frente do Floyd, não teve medo de arriscar, testando sonoridades, acrescentando sons eletrônicos, fazendo com que o Pink Floyd se tornasse uma experiência única, sem paralelos com nenhum outro grupo de rock da época. Tanto experimentalismo fez com o conjunto só tivesse a oportunidade de gravar seu primeiro disco no final de 1967. Nos estúdios, com todas as possibilidades da tecnologia de gravação à disposição, Barrett levou até as últimas consequências suas idéias.

Na maioria das músicas foi extremamente feliz, embora o excesso de psicodelismo e experimentalismo tenha prejudicado algumas das faixas, como por exemplo "Pow R. Toc H.", maluca demais até mesmo para um sujeito com um parafuso a menos como Barrett. Entre os destaques do disco temos "Astronomy Domine" que iria definir para sempre o som do grupo britânico, trazendo influência a todos os seus álbuns posteriores, com destaque para a obra prima Dark Side Of The Moon; "Interstellar Overdrive" que mostraria o virtuosismo instrumental dos membros da banda, "Chapter 24", uma das faixas mais acessíveis aos ouvintes e a ultra psicodélica "Bike", lembrando muito faixas do disco Sgt Peppers dos Beatles como "Being For The Benefit Of Mr Kite". Infelizmente a fase Syd Barrett iria durar pouco. O líder do Pink Floyd logo iria perder o sentido de realidade, sendo afastado do grupo meses depois. Sem a mente pensante de Barrett os membros restantes do Floyd iriam passar por uma fase de transição, sem saber direito que rumo tomar. Com Roger Waters e David Gilmour à frente do grupo, o Pink Floyd só iria reencontrar seu rumo definitivo anos depois, em plenos anos 70, onde se consagraria com alguns dos discos mais essenciais da história da música, gerando o nascimento do Rock Progressivo. Mas essa é uma outra história, que começou bem antes, aqui nesse álbum, fruto dos delírios geniais de Syd Barrett.

Pink Floyd - The Piper at the Gates of Dawn
Astronomy Domine
Lucifer Sam
Matilda Mother
Flaming
Pow R. Toc H.
Take Up Thy Stethoscope and Walk
Interstellar Overdrive
The Gnome
Chapter 24
Scarecrow
Bike

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Norah Jones - Come Away With Me

Quando Norah Jones surgiu em 2002 o mundo da música necessitava desesperadamente de uma cantora como ela. Com as paradas americanas dominadas completamente pelo Rap e Hip Hop, Norah conseguiu um feito extraordinário: ressuscitar um gênero musical que para muitos estava morto e enterrado, o jazz. Obviamente a sonoridade de Norah não se assemelha ao jazz clássico, dos grandes ídolos do passado, mas sim uma nova roupagem, que não se envergonha de fundir ritmos diversos, como Folk e Soul em uma só mistura, resultando em um produto final belíssimo. O sucesso foi imediato. Norah foi consagrada pela crítica mundial, ganhando cinco prêmios Grammy (Entre eles o de melhor álbum do ano e melhor canção para Don't Know Why) e coroou sua estreia com chave de ouro ao vender mais de 22 milhões de cópias ao redor do mundo, um número realmente assustador para os dias de hoje, onde a pirataria corre solta e os artistas sofrem para vender material oficial. Nada mal para um gênero musical que era dito como coisa do passado, ultrapassado e sem perspectivas futuras.

Muito se teorizou para se procurar a razão de tanto sucesso e impacto. Talvez a resposta seja tão simples que não precise de tese alguma. Norah Jones fez sucesso com Come Away With Me simplesmente porque gravou excelentes canções, embaladas por arranjos de maravilhoso bom gosto, tudo aliado a uma sonoridade ímpar e cativante, que bateu fundo aos ouvintes que àquela altura já estavam fartos de tantos grupos sem consistência, divas fabricadas pelas gravadoras e cantores descartáveis. Norah trouxe qualidade musical em uma época em que isso estava simplesmente em extinção. O resultado dessa equação não poderia ter sido diferente e seu grande sucesso comprovou apenas que as pessoas queriam simplesmente ouvir boa música novamente. Norah também rompeu com velhas fórmulas. No ano em que surgiu a moda era venerar as grandes divas, com explosões de ego, estrelismo e excessos de todos os tipos. As cantoras que estavam em evidência na mídia ou eram estrelas deslumbradas com seu próprio sucesso (como Mariah Carey, que recentemente mostrou toda a sua falta de talento desafinando no funeral de Michael Jackson) ou ídolos teen que, para sobreviverem no meio musical, tiveram que adotar uma postura de vulgaridade explicita (como Britney Spears e similares). Norah, com sua timidez quase patológica rompeu com tudo isso.

Sua carreira evoluiu bastante após o lançamento de Come Away With Me. Norah lançou mais dois CDs, o segundo denominado Feels Like Home flertou apaixonadamente com a Country Music e seu último trabalho, Not Too Late, trouxe o lado compositora da cantora, com faixas compostas pela própria ao lado do produtor Lee Alexander. Mas sem a menor sombra de dúvida foi com Come Away With Me e sua parceria vitoriosa com o chamado Jazz contemporâneo que Norah alcançou suas melhores notas. Uma obra irretocável certamente.

Norah Jones - Come Away With Me
01. "Don't Know Why" (Harris)
02. "Seven Years" (Alexander)
03. "Cold, Cold Heart" (Williams)
04. "Feelin' the Same Way" (Alexander)
05. "Come Away with Me" (Jones)
06. "Shoot the Moon" (Harris)
07. "Turn Me On" (Loudermilk)
08. "Lonestar" (Alexander)
09. "I've Got to See You Again" (Harris)
10. "Painter Song" (Alexander, Hopkins)
11. "One Flight Down" (Harris)
12. "Nightingale" (Jones)
13. "The Long Day Is Over" (Harris, Jones)
14. "The Nearness of You" (Carmichael, Washington)

Pablo Aluísio.

Norah Jones - Feels Like Home

Segundo álbum de Norah Jones. Muito se disse na época de seu lançamento que esse trabalho trocava o jazz do primeiro trabalho solo por uma sonoridade nitidamente com sabor country. Não concordo plenamente com essa visão. Certamente há canções de raiz entre as faixas que compõem "Feels Like Home" mas o jazz tradicional que tanto impressionou o mundo no disco de estreia de Norah também está presente. Talvez pelo fato da seleção abrir com "Sunrise" tenha criado essa impressão, não sei, o que sei é que é um trabalho coeso e muito bem arranjado. Muitos críticos se limitam a ouvir apenas as primeiras faixas dos discos e ignoram todo o resto. Muito provavelmente foi o que aconteceu aqui. Embora haja canções country esse definitivamente não é o “Norah Jones Country & Western Album” como muitos querem fazer crer.  Eu gosto de insistir em dizer que os melhores trabalhos de Jones são aqueles baseados em piano e quarteto de cordas. Essa é a musicalidade definitiva de Norah Jones, não adianta mudar. De fato quando ela resolveu mudar perdeu consistência. Ela não deve sair de seu caminho melódico mais tradicional. Felizmente "Feels Like Home" deixa o experimentalismo de lado e se decide pelo estilo mais conservador da carreira da cantora. Também convenhamos, esse é apenas seu segundo trabalho - e o sucesso arrasador do primeiro disco não abria margem para mudanças significativas.

A produção é da própria Norah Jones que aqui divide a responsabilidade com Arif Mardin, veterano arranjador e maestro da era de ouro do Jazz americano. A parceria já havia dado muito certo em "Come Away with Me" então não havia razão mesmo para mudar. Já deu para perceber que "Feels Like Home" é de certa forma uma extensão de "Come Away With Me". No conjunto não consegue porém ser melhor que seu antecessor. A seleção musical é inferior. Mesmo assim a gravadora de Norah Jones resolveu investir alto. Para capitalizar em cima de seu nome foram lançados quatro singles do CD! Nos tempos atuais isso é bem incomum. As canções que saíram em single foram "Sunrise", "What Am I to You?" (uma das melhores composições de "Feels Like Home"), "Those Sweet Words" e "Sleepless Nights" (single lançado exclusivamente no mercado do Japão pois a canção virou um tremendo hit por lá). No mais após ouvir todas as faixas tiramos algumas conclusões. A primeira é que Norah Jones ainda canta lindamente, provando mais uma vez que há sim espaço para a boa música atualmente nas paradas. Segundo que country ou não, menos inspirado ou não, o fato é que o álbum foi um grande sucesso de público e crítica. Vendeu mais de 10 milhões de cópias e chegou ao primeiro lugar em praticamente todos os países ocidentais. Não foi tão bem premiado como "Come Away With me" porque afinal aquele levou todos os Grammys importantes de seu ano. Como eu já afirmei "Feels Like Home" é item obrigatório para quem gostou do primeiro CD da cantora. Não é tão brilhante mas mantém um nível de qualidade bem acima do que se produz atualmente. No fundo o que vale a pena mesmo é ouvir a voz de Norah Jones e aqui não há como negar que ela está em momento inspirado. Talento musical certamente não lhe falta.

Norah Jones - Feels Like Home (2004)
Sunrise
What Am I to You?
Those Sweet Words
Carnival Town
In the Morning
Be Here to Love Me
Creepin' In
Toes
Humble Me
Above Ground
The Long Way Home
The Prettiest Thing

Pablo Aluísio.

Norah Jones – Little Broken Hearts

Não é novidade para ninguém que adoro Norah Jones mas esse último CD que foi lançado há pouco é bem decepcionante, sinto dizer. No começo pensei tratar-se do fato de não conhecer muito bem o material (a tal síndrome da primeira audição, sempre muito complicada). O problema é que mesmo após algum tempo continuei a não gostar do resultado do disco. Nenhuma grande melodia me prendeu, não achei os arranjos particularmente bem produzidos e marcantes, até mesmo a voz da minha cantora preferida soa sem vida, sem emoção. Essa situação toda me deixou surpreso pois jamais pensaria que escreveria algo assim logo da Norah Jones. Outro ponto complicado é o fato de terem relegado o piano para segundo plano nos arranjos. Como é possível tomarem uma decisão tão infeliz como essa? Logo com a Norah que é pianista de mão cheia? E a troco de quê? De arranjos tão sem graça como o que ouvimos em músicas como “Good Morning” que sinceramente falando é bem maçante e redundante Realmente é decepcionante, não há muito o que comentar. Norah perdeu muita musicalidade nessa infeliz produção de Brian Burton, também conhecido como Danger Mouse (seja lá o que isso signifique).

A maioria das letras é depressiva e melancólica. Não a bela melancolia do primeiro álbum de Norah Jones, “Come Away With Me” mas sim uma melancolia chata, tediosa que não chega a lugar nenhum. Tudo tenta parecer moderninho demais na minha visão. Curiosamente de modo em geral o álbum recebeu críticas positivas lá fora. Além disso teve bom resultado comercial. Atribuo isso ao fato das pessoas terem esperado bastante pelo CD novo da Norah. Além disso essa sonoridade digamos. mais experimental. sempre ganha a simpatia daqueles que escrevem sobre música, principalmente nos EUA. De minha parte não gostei de praticamente nada – nem da capa que homenageia o filme. Mudhoney. Prefiro as capas mais bonitas, elegantes e bem trabalhadas dos CDs anteriores de Norah. Aqui foi caso de antipatia imediata só de olhar para aquele visual retrô trash. Enfim, o disco pode ser considerado até mesmo o mais ousado e experimental da cantora até agora mas a despeito disso não me fisgou em nada. Prefiro a Norah Jones mais tradicional, tocando piano e cantando suavemente seu lindo repertório jazzístico dos trabalhos anteriores. Esse som techno cult não me atraiu em absolutamente nada mesmo. Espero que ela volte ao velho estilo em seu próximo trabalho. Dias melhores virão!

Norah Jones – Little Broken Hearts (2012)
01. Good Morning
02. Say Goodbye
03. Little Broken Hearts
04. She’s 22
05. Take It Back
06. After The Fall
07. 4 Broken Hearts
08. Travelin’ On
09. Out On The Road
10. Happy Pills
11. Miriam
12. All A Dream

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Paul McCartney - Wings 1976

Recentemente foi divulgado uma entrevista de Linda McCartney em que ela revelava que seu marido Paul McCartney passou por situações bem ruins depois do fim dos Beatles. Embora tenha sido o primeiro a anunciar publicamente o fim do conjunto o fato é que Paul não queria que os Beatles chegassem ao fim. Ele só se antecipou aos outros porque sabia que John Lennon iria dizer nos jornais na semana seguinte que estava deixando o conjunto.

Depois do fim dos Beatles, Paul montou um novo conjunto chamado Wings. Embora tenha colecionado sucessos nessa fase, Linda revelou que Paul afundou nas bebidas e nas drogas. E isso piorava muito quando John publicamente criticava algum de seus álbuns. Esse tipo de atitude revelava um certo sentimento de inferioridade de Paul em relação a John, embora fosse fato de que ele era tão ou mais talentoso que seu colega de grupo. De qualquer forma o próprio John Lennon acabou se tornando o maior algoz de seus trabalhos solos. Mal Paul lançava um disco novo e lá estava John na imprensa o criticando. Ora dizia que os discos de Paul eram literalmente uma porcaria, ora dizendo que ele havia se tornado um velho baladeiro, sem qualquer ligação com o rock que o havia tornado famoso.

Recebendo esses ataques em sua fazenda na Escócia, Paul bebia cada vez mais. Pior do que isso, ele passou a usar algumas drogas bem pesadas ao invés da habitual maconha. Linda percebeu esse estado de coisas e resolveu dar uma dura no marido, dizendo que ele deveria mandar John Lennon se danar pela imprensa também. Muito provavelmente Paul se ressentia pelo fim da amizade com John. Afinal eles eram amigos desde a adolescência e Paul de certa forma não conseguia se imaginar sem John Lennon ao lado.

Para a tristeza de Paul eles realmente nunca mais se tornaram próximos. Paul ainda visitou John em seu apartamento de Nova Iorque em 1974, mas nada mais seria como antes. O próprio John confessou em entrevista que havia deixado subentendido que não queria mais ver tanto Paul como na época dos Beatles. Ele afirmou: "Depois do fim dos Beatles Paul começou a querer frequentar minha casa. Uma noite eu lhe disse: Da próxima vez que você aparecer, por favor avise antes. Não estamos mais em 1956 e eu não sou mais um amigo da escola. Abrir a porta agora já não é mais a mesma coisa. Com o passar do tempo você deixa os velhos amigos da escola para trás. Se aos 40 anos você ainda sentir a necessidade de ter um bando de caras ao redor, como nos tempos da escola, então isso significa que você ainda não saiu dos 16 anos em termos de mentalidade". Depois desse verdadeiro sermão de John, Paul entendeu que era melhor se afastar. Nunca mais voltaram a se ver pessoalmente. Foi o último encontro da velha dupla Lennon e McCartney.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

The Beatles - O Verão do Amor

Em 1967 ocorreu a primeira transmissão ao vivo por satélite da história. O evento contou com a presença dos Beatles que naquela ocasião cantaram uma música inteiramente composta apenas para a apresentação: All You Need is Love. A canção pacifista e lírica trazia uma mensagem positiva por parte do grupo britânico ao mundo. A transmissão foi gerada diretamente pela BBC de Londres para 26 países ao redor do mundo. Anos depois Elvis Presley utilizaria da mesma tecnologia para cantar ao vivo ao mundo em seu show Aloha From Hawaii. A mensagem dos Beatles certamente repercutiu, pois foi justamente em 1967 que aconteceu o famoso verão do amor (The Summer of Love). Em poucos meses de intervalo um grande grupo de artistas surgiu e outros, já consagrados, lançaram discos fenomenais, gerando na música mundial uma verdadeira transformação cultural.

O Rock deixou seu lado mais juvenil de lado e investiu pesado no psicodelismo. O álbum primordial nessa transformação foi justamente o antológico LP dos Beatles, Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band. Esse disco certamente mudou o mundo da música para sempre, pois da noite para o dia o Rock, antes um gênero visto com reservas pela crítica musical, passou a servir de referência e paradigma do bom gosto e qualidade sonora. Porém a revolução não parou no quarteto britânico. Outros grupos essenciais ao psicodelismo surgiram com seus primeiros álbuns comerciais nas lojas: Pink Floyd e The Doors. O Pink Floyd, liderado pelo enigmático (e alucinado) líder Syd Barrett, chegava aos ouvidos do grande público com um disco diferente de tudo o que havia no mercado: The Piper At The Gates of Dawn. Embora o grupo se tornasse nos anos que viriam o maior símbolo do Rock Progressivo, em 1967 ele ainda era na essência um grupo psicodélico por excelência. Outro grupo também rompeu barreiras sonoras: Os Doors. Investindo fundo em poesia, o grupo de Jim Morrison trazia em suas letras temas que jamais antes havia sido explorado pelo mundo do Rock.

Para muitos críticos 1967 significou antes do que qualquer coisa uma verdadeira virada artistica do mundo da música. A lista de grandes astros que surgiu nesse ano fala por si: Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Velvet Underground, David Bowie, Jimi Hendrix, Bee Gees, Creedence Clearwater Revival e Genesis. Em poucos períodos da história tivemos a oportunidade de ver tanta gente talentosa surgindo ao mesmo tempo. Realmente 67 foi um ano que jamais será esquecido do ponto de vista cultural.

Pablo Aluísio.

The Beatles - 10 Opiniões de Paul McCartney

10 Opiniões de Paul McCartney

1. John Lennon: "Era um gênio mas não um santo"

2. Inglaterra: "É o país que eu amo, nasci aqui e morrerei aqui. Muitos artistas foram embora da Inglaterra por causa dos impostos. Eu preferi ficar"

3. O Fim dos Beatles: "Na época não tinha essa consciência mas hoje, como homem de negócios que também sou, posso dizer que perdemos muito dinheiro com a separação. Foi muito prematuro"
 
4. Wings: "Nunca havia tocado sozinho. Sempre fiz parte de uma banda, fiz o Wings basicamente por isso. O John também com sua Plastic Ono Band"

5. Magical Mystery Tour: "Dias melhores virão. Acho que daqui alguns anos vai finalmente virar um cult"

6. Suas habilidades musicais: "Faço o que posso. Quando os Beatles precisaram de um baixista fui lá aprender a tocar aquele instrumento. Modestamente eu sou bom!"

7. Ter sido convidado a posar na Playboy: "Não sei de onde tiraram essa ideia. Eu não tenho as habilidades necessárias. Provavelmente estivessem atrás de meus dotes intelectuais. rs"

8. Liverpool: "Vou sempre a Liverpool. Meu irmão ainda mora lá e meus filhos adoram a cidade. Nunca deixarei de ir em minha cidade querida"

9. Yoko Ono: "Nunca tivemos um bom relacionamento mas hoje posso dizer que nossa relação é civilizada, não próxima, nem constante, mas civilizada, acima de tudo".

10. George Harrison: "Meu irmão. Eu coloquei ele em minha banda quando George tinha apenas 14 anos! Era meu amigo de escola, íamos juntos às aulas de ônibus, ida e volta. Meu irmão, assim eu me sinto em relação a ele".

Pablo Aluísio.