sexta-feira, 13 de maio de 2011
The Beatles - Beatles VI (1965)
"Beatles VI" vai por esse caminho. Na verdade se trata, muito a grosso modo, de uma fusão dos discos britânicos "Beatles For Sale" e "Help!". O curioso é que esses álbuns venderam imensamente mais cópias do que os originais britânicos, uma vez que o mercado inglês não poderia ser comparado com a complexidade e a imensidão do mercado consumidor americano. Para nós, brasileiros, esse disco soava completamente estranho pois felizmente a Emi Odeon no Brasil resolveu seguir, sabiamente, o catálogo original que foi lançado na Inglaterra e no resto da Europa (com obviamente pequenas exceções como os discos brasileiros ao estilo "Beatlemania" e "Beatles Again").
É curioso perceber também o fato de que o disco é basicamente uma seleção de covers, principalmente de cantores e compositores americanos (como Buddy Holly e a dupla Leiber e Stoller). Um tipo de homenagem fabricada Made in USA dos Beatles em relação ao rock feito na América. Uma espécie de "Yankees Go Home" ao avesso! Lançado nos Estados Unidos em meados dos anos 60 o LP original vendeu muito e alcançou os primeiros lugares da parada naquele país. Depois disso o álbum foi poucas vezes relançado no mercado americano, talvez pelo fato de que a partir dos anos 70 o interesse dos fãs americanos cresceu em relação aos discos do Reino Unido. No Brasil o LP nunca foi lançado, nem antes e nem depois, sendo cópias americanas um item raro entre colecionadores. Pois é, banda de alcance internacional, os Beatles também apresentavam diferenças nas diversas discografias das mais diferentes nações.
The Beatles - Beatles VI (1965)
Kansas City / Eight Days A Week / You Like Me Too Much / Bad Boy / I Don't Want To Spoil The Party / Words Of Love / What You're Doing / Yes It Is / Dizzy Miss Lizzie / Tell Me What You See / Every Little Thing / País de origem: Estados Unidos / Estúdio / Selo: Capitol Records / Produção das gravações originais: George Martin / Formato Original: Vinil / Músicos: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr.
Pablo Aluísio.
The Beatles - Eleanor Rigby
Um grupo de músicos foi contratado e Paul e Martin começaram a lapidar a canção em Abbey Road. Para se ter uma ideia Ringo Starr nem sequer participou da gravação da música. John e George só colaboraram fazendo os vocais de apoio. Embora John tenha creditada a canção como uma de suas criações, o fato é que sua participação foi quase nula. Paul esclareceria anos depois que John havia escrito apenas uma linha da letra e feito o backing vocal, nada muito além disso. Aliás nenhum dos Beatles tocou na faixa, sendo tudo providenciado mesmo pelo gênio George Martin.
A letra, composta quase que exclusivamente por Paul falava sobre solidão. Essa é certamente uma das letras mais cinematográficas dos Beatles pois em essência narra o enterro de Eleanor Rigby, uma pessoa solitária, em cujo funeral ninguém compareceu a não ser o Padre McKenzie para fazer as orações finais. Durante anos Paul disse que a personagem Eleanor Rigby era ficcional, tanto que antes de escolher esse nome outros foram usados na composição como Miss Daisy Hawkins.
A sonoridade porém não agradava Paul que depois finalmente encontrou o que procurava em "Eleanor Rigby". A explicação soava bem plausível, isso até historiadores dos Beatles encontrarem uma lápide real no cemitério de Liverpool com o nome de Eleanor Rigby, cuja data de falecimento constava como o de 1939. Informado sobre a descoberta Paul se disse completamente surpreso. Quem sabe seu nome ficou em seu subconsciente, pois Paul costumava frequentar o local quando era mais jovem. Mais um mistério na história desse verdadeiro clássico da carreira dos Beatles.
Eleanor Rigby (Paul McCartney / John Lennon) Álbum: Revolver / Data de Gravação: 28 e 29 de abril, 6 de junho de 1966 / Local de Gravação: Abbey Road Studios, Londres / Produtor: George Martin / Músicos: Paul McCartney (vocal), John Lennon (vocal), George Harrison (vocal), Tony Gilbert (violino), Sidney Sax (violino), John Sharpe (violino), Juergen Hess (violino), Stephen Shingles (violão), John Underwood (violão), Derek Simpson (violoncelo), Norman Jones (violoncelo).
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 12 de maio de 2011
John Lennon - Live Peace in Toronto
Depois ele mais uma vez deixou o arranjo mais pesado e visceral nessa nova versão de "Money", uma canção marcante dos primeiros discos dos Beatles. É impossível não lembrar dos Beatles aqui. A melodia foi, digamos, modificada bastante por John. Ficou com menos velocidade, mas também mais pesada. Uma solução por parte de Lennon que me agradou completamente devo dizer. A única ausência mais sentida vem da ausência justamente dos vocais de apoio de Paul e George. A voz isolada de John deixa uma sensação de vácuo, de que algo está faltando. E está mesmo, pois os Beatles eram mesmo insubstituíveis.
Depois de dois covers - excelentes, é bom frisar - John se sai com uma versão envenenada de "Dizzy, Miss Lizzy". Essa canção fechava o álbum "Help!" dos Beatles. Não era uma composição de Lennon e McCartney, mas sim uma faixa composta por Larry Williams. Na época de sua gravação original ao lado dos Beatles, John justificou sua gravação como um lembrete aos demais membros do grupo de que os Beatles era uma banda de rock ´n´ roll e isso jamais deveria ser esquecido. Por isso ele optou por essa pauleira, com guitarras estridentes e fortes. Talvez John estivesse incomodado com gravações como "Yesterday" e todos aqueles violinos. Para John Lennon isso agredia um pouco a imagem que ele gostava de ter de si mesmo, a de um jovem roqueiro rebelde com casaco de couro.
Uma pena que John Lennon nunca tocou "Yer Blues" ao vivo com os Beatles. Essa canção que foi lançada no Álbum Branco era de excelente qualidade, um blues ao velho estilo. Tinha um ótimo arranjo, contando com excelentes solos de Harrison. Infelizmente quando ela foi gravada os Beatles já tinham desistido dos concertos e das turnês internacionais. Assim acabou se tornando uma canção apenas de estúdio. Os Beatles jamais a tocariam ao vivo.
Tinha grande potencial de palco, algo que certamente Lennon sabia, tanto que a levou para seu show em Toronto. A execução de John ao lado da Plastic Ono Band até que é muito boa, mas certamente jamais poderia ser comparada à versão oficial dos Beatles. Embora bem fiel ao disco, deixa em certos aspectos muito a desejar, principalmente no duelo de guitarras no solo, em sua parte final.
"Cold Turkey" também apresenta problemas. Aceleram demais a velocidade da música, tão absurdamente que ficou parecendo até mesmo outra canção! Absurdo! Essa canção ganhou uma bela versão de estúdio, que inclusive foi lançada como single na época. Ao vivo ela ficou estranha, principalmente por Lennon não demonstrar muita fidelidade ao disco original.
Para falar a verdade percebe-se até mesmo um certo desleixo por parte dele, o que não deixa de ser uma surpresa, já que a música era já naquela época considerada uma de suas melhores faixas na carreira solo. Os gritinhos de Yoko também não ajudam em nada. O público fica até mesmo assustado com eles. Isso fica claro quando se percebe as tímidas palmas depois que o grupo termina de tocar a canção. Pelo visto não gostaram muito.
Depois de "Cold Turkey" Lennon resolve cantar um dos seus hinos de paz, a super conhecida "Give Peace a Chance". Essa música pacifista foi escrita por Lennon para participar de sua campanha pela paz "War is Over". Curiosamente a música trazia como coautor Paul McCartney, embora ele não tivesse na verdade nada a ver com a canção. Era a velha cláusula, ainda dos primeiros anos dos Beatles, que afirmava que eles sempre assinariam Lennon / McCartney, mesmo quando as canções fossem feitas por apenas um deles. Como os Beatles ainda estavam na ativa em 1969 - eles só se separariam definitivamente em 1970 - Lennon cumpriu sua parte do acordo, colocando seu companheiro de banda na coautoria da canção.
Pablo Aluísio.
Frank Sinatra - Swing Easy!
Esses álbuns da Capitol não foram pensados e nem criados para um público mais erudito. O próprio Sinatra dizia que os realizou para o trabalhador comum que precisava relaxar na sala de sua casa após um dia duro de trabalho. Por essa razão notamos em praticamente todos os discos dessa fase essa suavidade agradável que tanta caracteriza esses trabalhos musicais. A intenção de agradar era tamanha que Sinatra resolveu abrir algumas sessões de gravação para o público e jornalistas. Alguns fãs eram escolhidos pela produção de Sinatra, além de críticos musicais de renome. Todos acompanhavam o método de trabalho do cantor atrás dos microfones.
O mais curioso é que Sinatra acabava criando uma relação com essas pessoas, quase como se estivesse perante um grande público. Entre um gole e outro de café ele ia cantando, contando piadas ou histórias engraçadas, enquanto interagia com seus músicos (apenas os melhores, escolhidos a dedo por Sinatra e o produtor Nelson Riddle entre as principais big bands americanas da época). Frank geralmente escolhia um horário especial para trabalhar (entre oito da noite à meia-noite). Nesse meio tempo ele dava o melhor de si, entretinha os convidados, tudo em um clima muito íntimo e aconchegante. O resultado? Um dos discos mais simpáticos e de fácil digestão do velho Sinatra. Uma verdadeira preciosidade que não pode faltar em sua coleção de (boa) música.
Frank Sinatra - Swing Easy! (1954)
Just One of Those Things
I'm Gonna Sit Right Down (And Write Myself a Letter)
Sunday
Wrap Your Troubles in Dreams
Taking a Chance on Love
Jeepers Creepers
Get Happy
All of Me
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Paul McCartney - Egypt Station
Esse é o novo álbum de Paul McCartney. "Egypt Station" é o seu título. Como se pode perceber ele não está nem um pouco disposto a se aposentar. John Lennon sempre disse que Paul era viciado em trabalho. A mais pura verdade. Esse álbum me deixou bem satisfeito, mais do que os anteriores. Paul abraçou novamente as boas melodias, as sonoridades agradáveis ao ouvido, voltando para aquele tipo de música que sempre foi sua marca registrada. É um repertório que me fez lembrar dos melhores discos de Paul nos anos 80. Ele definitivamente não perdeu a mão em compor e produzir músicas nesse estilo. Isso você perceberá logo no começo do CD. "I Don't Know" tem um belo arranjo em piano e violão. Seus primeiros acordes me fizeram lembrar imediatamente de "Only Love Remains". A letra é simples, passando uma mensagem que não vai mudar o mundo, mas que agrada bastante. Aqui Paul acerta justamente por escolher o simples e eficiente. Nada de sons exagerados, tentando evocar uma modernidade que não agrega em nada no final das contas.
Como não poderia deixar de ser a faixa mais comentada entre os fãs brasileiros é justamente a música que Paul fez em homenagem ao nosso país. Os primeiros acordes já entregam que Paul foi em busca de inspiração na boa e velha Bossa Nova. Depois ele acrescenta uma sonoridade mais moderninha, mas sem nunca deixar o acompanhamento inicial. Essa canção que Paul batizou de "Back in Brazil" foi composta quando ele estava em turnê pela terra brasilis. Segundo o produtor Greg Kurstin essa foi uma das primeiras canções gravadas e uma das que mais deram trabalho a Paul em estúdio. Sim, o Brasil não é para iniciantes! Outro destaque desse disco é "Hand in Hand". Seu estilo me fez lembrar muito das canções do disco "London Town" de 1978. É a mesma simplicidade romântica, com poucos instrumentos ao fundo, quase como se Paul estivesse cantando uma canção de ninar. O arranjo de quarteto de cordas que vai surgindo aos poucos também acrescenta muito ao resultado final. Achei acima de tudo uma faixa cativante, principalmente para quem é fã de longa data do ex-Beatle.
Gostei de "Who Cares" desde a primeira vez que ouvi. Certo, a canção tem um começo meio esquisito, mas depois que Paul coloca para fora seu lado, digamos, experimental, a canção embala. É uma daquelas faixas que me lembram dos discos de Paul lá por volta de meados dos anos 80. Com um arranjo de guitarras bem à vontade, é um dos bons momentos do disco. Uma faixa crua que cumpre o que promete. Já "Fuh You" parece simplória em seus primeiros acordes. Porém é preciso reconhecer que ela tem uma das melhores melodias do álbum e um refrão que vai grudar na sua cabeça de forma definitiva. Com duas audições você já pegou a linha da canção, não a esquecendo mesmo. É aquele tipo de som descompromissado que fez a carreira solo de Paul. Não me admira que esse CD tenha vendido tanto. Sua sonoridade que nos remete ao bom e velho Paul dos anos 80 aqui prova que a antiga fórmula ainda funciona muito bem. Típico som para tocar na FM naquela viagem de carro que você vai ter que fazer no fim de semana.
Gosta de uma boa balada ao violão? Então a dica do álbum é a singela "Confidante". Paul disse que sempre compôs ao longo da vida com basicamente apenas dois instrumentos: violão ou piano. Suas músicas mais clássicas sempre foram feitas ao piano. As mais bucólicas sempre surgiram nas cordas do violão que ele sempre gosta de carregar para onde vai, até porque a inspiração pode pintar a qualquer momento, em qualquer lugar. Essa faixa foi composta ao violão, enquanto Paul tirava férias numa estação de verão nos Estados Unidos. Composta à beira do lago mantém bem esse clima. Mais um momento agradável do álbum. Gostei bastante. Devo dizer que não curti muito "People Want Peace". Não se trata de implicância com a letra pacifista onde Paul tenta apertar um botão para virar o ativista John Lennon dos anos 70. Nada disso. Certo que a música tem muitos clichês - alguns já mais do que saturados - porém o que derrapa aqui em minha opinião é a própria melodia, que considero fraca e sem direção. O finalzinho com todo mundo batendo palma, como se estivessem em um acampamento hippie, também não convence em nada. Esse tipo de música era com John Lennon, não tem jeito. Com Paul parece forçada e falsa.
Enfim, essas são algumas músicas que mais me chamaram a atenção, mas há outros bons momentos certamente. Em termos de música todos acabam desenvolvendo seus próprios gostos pessoais, como é de praxe. Minha conclusão sobre esse álbum de Paul McCartney é que ele obviamente perde em comparação com outras obras musicais do passado desse grande artista, mas em relação a outros CDs mais recentes até que se sai muito bem. Talvez haja excesso de faixas (18 são um pouco demais em minha opinião) teriam deixado o disco mais enxuto, com mais qualidade. Entretanto esse é uma escolha pessoal do artista. Assim o que temos é um álbum acima de tudo agradável de se ouvir.
Paul McCartney - Egypt Station (2018)
Opening Station
I Don't Know
Come On to Me
Happy with You
Who Cares
Fuh You
Confidante
People Want Peace
Hand in Hand
Dominoes
Back in Brazil
Do It Now
Caesar Rock
Despite Repeated Warnings
Station II
Hunt You Down/Naked/C-Link
Pablo Aluísio.
terça-feira, 10 de maio de 2011
George Michael - Faith
Após assinar com uma grande gravadora ele mudou o visual (saiu o estilo namoradinho de colegial e entrou o jeito motoqueiro de ser). George Michael encarnava naquele momento o cara durão de rua, que arranjava briga em bares de motoqueiro onde só havia caras durões para bater. Com uma jukebox dos anos 50 ao lado e casaco de couro negro, o cantor praticamente se reinventou. O novo design caiu imediatamente no gosto de seu extenso fã clube. "Faith" vendeu quase 30 milhões de cópias ao redor do mundo! George Michael com seu visual de borracharia, barba por fazer e óculos espelhados virou um ícone de sensualidade e perigo para todas as adolescentes do mundo! Depois de conquistar o primeiro lugar nas paradas George Michael partiu para conquistar o mundo através de turnês megalomaníacas! Lotou estádios dos EUA à Europa e até no Brasil o ídolo das massas aterrissou.
Foi um dos primeiros álbuns gravados digitalmente no mundo - uma revolução e tanto para aquela época. George Michael mostrando uma maturidade incomum foi praticamente o único produtor de todas as faixas. Usando a nova tecnologia ao limite ele conseguiu produzir um disco único que até hoje causa admiração em quem ouve. Além disso ele sempre mostrou ser um intérprete muito talentoso, com voz muito agradável. Infelizmente assim como aconteceu com Michael Jackson, sua vida pessoal cheia de problemas e escândalos nublaram a isenção dos que escreviam sobre suas obras. O fato porém é que George Michael nunca mais voltou ao nível comercial e artístico que apresentou nesse "Faith", um álbum que até hoje é um dos maiores representantes da musicalidade da década de 80. Um apogeu que jamais voltaria a acontecer em sua carreira.
1. Faith (George Michael) - Inegavelmente é um pop descartável dos anos 80, música para tocar nas estações de rádio FM. Tudo feito para consumo rápido. A música título "Faith" vai justamente por esse lado. Agora pare para pensar um pouco. Compare essa pop music dos anos 80 com o que se ouve hoje em dia no Dial de sua programação. É algo muito superior a qualquer coisa que se ouça hoje em dia. Os arranjos dessa música são caprichados, lembrando inclusive as guitarras dos anos Rockabilly. Isso fica ainda mais evidente pelo próprio visual de George Michael nesse álbum. Ele surge como um roqueiro dos anos 50, com direito a casaco preto de couro e tudo. Uma antiga guitarra vintage completa o quadro. Ficou muito legal!
2. Father Figure (George Michael) - "Father Figure" foi outro grande sucesso desse álbum. É uma balada, mas que se diferencia justamente pelo estilo vocal de George Michael. Ele a canta em sussurros, causando um efeito de confissão em quem ouve a faixa. O coro feminino só valoriza ainda mais a canção. É aquela sonoridade anos 80 que se você ouviu na época nunca mais esqueceu. Extremamente fixada em sua mente. Coisas de produtor. A letra é também extremamente sensual. Em primeira pessoa George Michael conta para sua garota que quer ser sua figura paterna. Não na linha de se tornar um Sugar Daddy da jovem, mas sim ali lado a lado, desfrutando de momentos mais íntimos possíveis. Um violão espanhol solando ao fundo completam o quadro de sensualidade latente.
3. I Want Your Sex (I & II) (George Michael) - A música que mais fez sucesso desse álbum foi "I Want Your Sex (I & II)", Realmente um belo trabalho de arranjos providenciado pelo próprio George Michael que foi o produtor do disco. É interessante perceber também que essa faixa acabou sendo renegada pelo próprio George Michael alguns anos depois, principalmente depois que ele enveredou por uma linha mais séria em sua discografia. Não é mesmo incomum astros da música renegarem seus maiores sucessos depois de alguns anos. Até parece que sentem uma certa vergonha por terem feito sucesso com determinadas canções. Deixando isso de lado a canção tem um arranjo que mais parece um antigo R&B, com ênfase na parte mais acústica, isso sem deixar de lado o som mais sofisticado que acabou estourando nas rádios durante os anos 80. Já a letra, bem, essa era mais do que direta. Na época não se sabia que George Michael era gay, por isso o apelo de sua sexualidade pegou também as fãs em cheio. Com um visual bem másculo, com jeitão de roqueiro dos anos 50, George Michael logo se reafirmou como símbolo sexual para as garotas, algo aliás que vinha desde os tempos do Wham, só que naqueles tempos numa pegada mais juvenil.
4. One More Try (George Michael) - "One More Try" começa quase como uma música sacra. Essa balada foi outra que não saiu das paradas na época. De forma em geral esse foi mesmo o auge comercial da carreira do cantor. Praticamente todas as faixas do disco se tornaram hits. Impressionante. George Michael estava ali lado a lado com Michael Jackson e Madonna no domínio das paradas de sucesso. Aliás sempre cito os três artistas como a verdadeira "trindade" da música pop internacional dos anos 80. Seus discos eram formados de um sucesso atrás do outro. Em uma época onde a sonoridade da música comercial era infinitamente superior ao que se ouve hoje em dia eles se destacavam muito nesse aspecto. Sim, música comercial mesmo, feita para vender, mas com inegável qualidade.
5. Hard Day (George Michael) - "Hard Day" também é muito bem arranjada, porém é tal coisa, esse uso excessivo de sintetizadores (tão comum nos anos 80) deixou a gravação também bastante datada. A linha de baixo, instrumento mais tradicional e convencional, acabou salvando a canção de sua sonoridade 80s em excesso. Essa faixa fez relativo sucesso na época. Não é uma música de George Michael que você vai lembrar de imediato, mas bastará mais alguns segundo para que você se lembre bem dela. Tem um ritmo mais cadenciado. A letra não diz muita coisa, porém no conjunto se torna bastante razoável.
6. Hand to Mouth (George Michael) - A música começa com uma bateria digital (que era febre nos anos 80). A voz do George Michael também está modificada, muito remixada. Essa faixa fez um sucesso apenas razóavel em seu lançamento. Seu estrofe principalmente vai soar familiar para quem viveu a época. O refrão então, você lembrará com certeza. Mesmo assim penso que é uma faixa menor dentro do disco. Não chega a se destacar. Apenas seu ritmo mais relaxante vai chamar a atenção hoje em dia.
7. Look at Your Hands (David Austin / George Michael) - "Look at Your Hands" tem um arranjo tão anos 80! Esses saxofones, nesse tipo de linha melódica, me lembra imediatamente de Rob Lowe fingindo ser um músico naquele clássico "O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas". Poderia ter feito parte dessa trilha sonora pois tem tudo a ver. Voltando para o "Faith" podemos perceber que a música tem seu embalo - com destaque também para as vocalistas femininas - mas nunca fez muito sucesso. Um Lado B de Michael. Bom embalo, dançante, bem produzida, mas sem maior brilho. Detalhe importante: foi composta em dupla com David Austin.
8. Monkey (George Michael) - A música "Monkey"ganhou clip, a gravadora se esforçou para fazer sucesso, mas a música nunca virou um hit! Por qual razão? Complicado dizer. O público tem seus próprios mistérios e nenhum analista consegue com certeza dizer se uma faixa vai ou não fazer sucesso. No videoclip temos uma parte em que George Michael, vestido de fazendeiro chic, com direito a suspensórios, dança em boa fotografia preto e branco. Na outra linha uma bem bolada edição mostra o cantor em diversos shows de sua turnê. É como eu escrevi, George Michael se esforçou muito para promover a canção - até fez coreografia própria, mas nunca pegou, nunca tocou bem nas rádios.
9. Kissing a Fool (George Michael) - E que tal beijar um tolo? Essa é a proposta de "Kissing a Fool". Ao contrário das anteriores esse bom swing fez sucesso e se tornou um hit internacional. O que não deixa de ser curioso pois é uma música bem simples, mas que caiu no gosto popular. Esse tipo de sonoridade me lembra muito os antigos cantores dos anos 40, com toda aquela ginga que se perdeu no tempo. Outro fato digno de nota: o arranjo não envelheceu nada e segue sendo tão saboroso e moderno como no dia em que chegou nas lojas pela primeira vez. Quem diria que essa faixa seria uma das mais impermeáveis ao tempo? Pois é... George Michael soando como algo novo, a última novidade.
10. Hard Day (Shep Pettibone Remix) (George Michael) - Numa época em que era raro termos remixes em álbuns de cantores e bandas, o George Michael inovou ao colocar essa faixa "Hard Day (Shep Pettibone Remix)". Era basicamente a mesma Hard Day, só que obviamente turbinada com todos os efeitos sonoros que eram possíveis nos anos 80. Ficou bem dançante, bem moderna, ideal para as pistas de dança. Importante chamar a atenção para o fato de que embora ainda não tivesse assumido publicamente que era gay o cantor era figurinha fácil em bailes e festas LGBTs. E ele bem sabia disso, tanto que contratou um grupo de DJs de Los Angeles especialmente para a elaboração desse remix. Um presente de George Michael para seu público mais fiel, obviamente.
11. A Last Request (I Want Your Sex Part III) (George Michael) - A mesma lógica fonográfica vem com "A Last Request (I Want Your Sex Part III)", só que aqui saiu o lado mais dance, frenético, para a entrada de uma balada bem calma, relax, bem diferente da "I Want Your Sex" original. Era fácil para George Michael brincar de produtor com esse tipo de faixa, afinal ele tinha à disposição o melhor dos mais modernos estúdios de gravação de Los Angeles e Nova Iorque ao seu dispor. Assim ele poderia dar diversas vertentes sonoras às músicas que havia gravado para o álbum "Faith". O resultado iria inspirar outros artistas a fazerem o mesmo, trilharem o mesmo caminho. Não deixou de ser uma inspiração bem interessante para quem gostava de música e sonoridade em geral. Foi até uma pequena revolução no mundo do disco que ele deu o pontapé inicial, quase sem querer.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Michael Jackson
Michael Jackson e Thriller
Os anos 80 foram de Michael Jackson. Elvis Presley estava morto, os Beatles tinham se separado e o trono de maior astro musical do mundo estava vago. Michael Jackson tomou esse trono justamente com esse álbum. "Thriller"foi durante anos o disco mais vendido da história, com mais de 50 milhões de cópias vendidas! Um número que hoje em dia é praticamente impossível de se alcançar. Aliás foi impossível até mesmo para o próprio Michael Jackson que nunca mais conseguiu alcançar esse marco comercial.
Estamos falando de outra era no mundo da música. Um tempo em que você necessariamente tinha que ter um vinil em mãos para ouvir o seu artista preferido. Hoje em dia nada mais parecido acontece. Alguns cantores não estão lançando nem mesmo mais CDs, tudo fica no virtual mesmo, em arquivos digitais. A indústria fonográfica se pulverizou! O curioso é que foi um álbum com poucas faixas, apenas nove no total. Na época os LPs vinham em média com dez a doze músicas. Isso decorreu do fato das músicas de Michael também terem duração maior do que o normal. O produtor Quincy Jones trabalhou de forma minuciosa em cada gravação, em cada detalhe O disco trouxe uma produção primorosa, isso era algo inegável. Tanto capricho e trabalho foram recompensados.
Michael Jackson - Thriller - Box Special
Durante muitos anos Thriller foi o álbum mais vendido de todos os tempos. Um marco absoluto da música internacional. O cantor e compositor Michael Jackson chegou ao seu auge com esse trabalho realmente fantástico. Praticamente todas as faixas se tornaram hits, fazendo com que o álbum realmente fosse um fenômeno de vendas. Agora o trabalho ganhou uma recente modernização, através de um box com muito material de estúdio que seguia inédito. O produtor Quincy Jones (o verdadeiro gênio por trás do disco, ao lado de Michael Jackson, óbvio), foi até seus arquivos e encontrou muita coisa interessante.
O álbum foi produzido pela gravadora CBS, um braço do gigante da comunicação Columbia. Durante muitos anos os fãs só tiveram acesso ao disco original, tal como lançado na primeira metade dos anos 80, com encartes simples (contando com desenhos feitos pelo próprio Michael) e as letras das músicas. Nada de muito especial, nem mesmo nas inúmeras reedições do disco. O novo box promete trazer muito material que os fãs do cantor sequer imaginavam existir. Ainda há aspectos de direitos autorais a serem discutidos entre os herdeiros do astro, mas vamos torcer para que tudo caminhe bem e esse lançamento chegue mesmo nas mãos de seu público fiel.
Michael Jackson e Prince: Bad
Michael Jackson ainda segue sendo tema de interesse, mesmo após tanto tempo depois de sua morte. Um recente livro lançado nos Estados Unidos traz aspectos reveladores da intimidade do cantor, inclusive a descrição de seu quarto, que foi investigado pela polícia após sua morte. Fotos de crianças (até bebês!), frascos de remédios, roupas com sangue (não se sabe a origem delas) e dizem até pornografia infantil. Michael segue sendo um enigma complicado de desvendar.
Pois bem, um dos aspectos mais curiosos revelados nem vem dessa intimidade obscura do artista, mas sim de um encontro que foi durante muito tempo escondido do público. Algumas semanas antes de começar a gravação de seu novo disco "Bad" Michael se encontrou com Prince na sala da gravadora CBS em Los Angeles. Jackson queria que Prince participasse do seu novo álbum. Não apenas cantando em dueto na faixa principal "Bad" como também dançando no clipe.
O vídeo promocional traria Michael e Prince como líderes de gangues rivais que se encontrariam em um estacionamento de L.A. No começo tudo levaria o espectador a pensar que uma luta de punhais estaria prestes a começar, mas então ambos começariam a dançar, numa disputa para ver quem faria a melhor e mais bem elaborada performance. Seria genial se... Prince não gostasse da música. Realmente, com muito jeito, ele disse a Michael que não havia gostado de "Bad". Havia um trecho da canção que dizia: "A sua bunda é minha!" e Prince deixou claro para Michael que jamais cantaria um verso assim!
O encontro acabou terminando mal. Michael ficou ressentido pela recusa e nunca mais quis saber de Prince novamente. O grande encontro entre os dois ídolos pop dos anos 80 jamais aconteceria. O clipe foi gravado seguindo a ideia inicial, mas apenas como Michael atuando como astro. E ele também gravou a faixa sozinho. "Bad" não vendeu tanto quanto "Thriller" (isso jamais aconteceria de novo na carreira de Jackson) e por vários motivos foi considerado um disco decepcionante. Mesmo assim, entre polêmicas, recusas e batidas, o importante é que todos saíram são e salvos de mais essa tormenta na vida de Michael Jackson.
Michael Jackson Untouchable
Certas celebridades não conseguem morrer de fato. Suas vidas são fuçadas, estudadas, esmiuçadas ao extremo. Já havia acontecido antes em grande escala com Elvis Presley e agora começa a acontecer com outros ídolos mortos mais recentemente. A bola da vez é o superstar Michael Jackson. No livro "Michael Jackson Untouchable" o autor foca seu texto na vida íntima e sexual do cantor americano. Falar na vida sexual de Michael é algo que soa cansativo hoje para a maioria das pessoas pois durante anos esse tema foi exaustivamente explorado pela mídia. Como se sabe Michael Jackson foi acusado de ser pedófilo e teve que ir ao tribunal para se defender e provar que tudo o que diziam contra ele não era verdade. Agora surge uma nova visão sobre a vida do star. Para o autor Randall Sullivan a questão é simples de entender: Michael Jackson não era pedófilo, nem gay, nem hetero. Na verdade ele era assexuado e teria morrido virgem aos 50 anos de idade. Quem explica é o próprio Sullivan: "De todas as respostas que alguém pode dar sobre a pergunta central envolvendo a memória de Michael Jackson, a que tem mais apoio das evidências é a de que ele morreu como um virgem de 50 anos, tendo nunca feito sexo com nenhum homem, mulher ou criança, em um estado especial de solidão que é responsável em grande parte por ele ter se tornasse único enquanto artista e tão infeliz enquanto ser humano".
A declaração causou controvérsia essa semana nos Estados Unidos uma vez que Michael Jackson foi casado com a filha de Elvis Presley, Lisa Marie Presley. Será que o casamento tantas vezes acusado de ser uma farsa jamais se consumou? Lisa Marie não quis dar declarações sobre o novo livro. O assunto para ela parece ter sido encerrado de forma definitiva. Para os fãs de Michael Jackson porém o tema ter voltado à tona agora é mais uma fonte de dor de cabeça pois terão que novamente responder às mesmas perguntas cansativas de antes como: Michael Jackson era pedófilo? Michael Jackson era gay? Michael Jackson era assexuado? O que significa isso afinal? As pessoas continuam extremamente preocupadas com a vida sexual alheia. O assunto como se vê parece longe de chegar ao fim. Para finalizar porém fica a grande pergunta nesse momento: E no que a afirmação de que Michael Jackson não era interessado por sexo se baseia? Segundo o autor ele teria ouvido pessoas próximas a Jackson como seu advogado Tom Mesereau, que defendeu Jackson das acusações de pedofilia em 2005. Mas afinal qual é a verdade no meio de tudo isso? Ninguém ao certo jamais saberá.
Michael Jackson, 60 anos
Se Michael Jackson estivesse vivo hoje estaria completando 60 anos de idade. Faz nove anos que morreu. Escrever sobre Michael é algo bem familiar em meu caso. Quando Thriller se tornou aquele fenômeno de vendas eu já me interessava muito por música, discos, etc. Ele foi o ícone máximo do mundo musical dos anos 80. Isso foi muito bom porque afinal ele era um artista extremamente talentoso, excelente cantor e dançarino e performance de palco realmente impressionante. O problema é que Michael gostava muito de ser uma celebridade. Assim ele herdou uma cera tara pelas manchetes nos jornais. Não importava que fossem escandalosas ou baseadas em atos bizarros de sua parte. Ele só tinha fixação em aparecer o tempo todo nos tabloides, isso apesar de publicamente dizer que odiava essa exposição.
Acabou sendo a armadilha mortal que o engoliu. Quando as acusações de abuso infantil surgiram ele ficou numa posição muito ruim porque perante a imprensa ele já vinha se promovendo como um sujeito diferente, fora dos padrões, completamente bizarro para muitos. Por isso as acusações de pedofilia o atingiram em cheio, algo que não aconteceria com outra pessoa que cultivasse um comportamento mais normal. Claro que gostei muito de suas músicas e de seus discos através dos anos. Inclusive deveria escrever mais sobre ele nesse blog. Como milhões de pessoas ao redor do mundo a arte de Michael Jackson fez parte da trilha sonora da minha vida. Pena que ele não soube, ao meu ver, capitalizar esse imenso talento apenas para o mundo musical, onde ele definitivamente foi um astro imortal.
Finalmente conseguiram vender o rancho Neverland de Michael Jackson. O lugar estava à venda por anos. Inicialmente os herdeiros do cantor pediram 100 milhões de dólares. Ninguém mostrou interesse em comprar. E as coisas pioraram muito nos últimos anos. O rancho ficou praticamente abandonado, com os imóveis que fazem parte do rancho precisando de reformas urgentes. E depois que acusações voltaram para a mídia o interesse decaiu muito mais.
Como se sabe dois homens denunciaram Michael em um documentário chamado "Deixando Neverland", onde acusaram o cantor de ter transformado aquela propriedade isolada em uma verdadeira armadilha para crianças. O lugar tinha como tema Peter Pan, por isso se chamava Terra do Nunca. Havia lojas de doces, brinquedos, rodas gigantes, animais, tudo o que uma criança gostaria. Ao que tudo parece e foi denunciado também era um paraíso de pedofilia, onde Michael levava as crianças para ter relações sexuais nos lugares mais escondidos de Neverland.
Com um histórico pavoroso desses, nenhuma família mais tradicional quis comprar aquele rancho. Ron Burkle, um bilionário, ofereceu 20 milhões. Os herdeiros acharam muito pocuo, mas como ficaram sem opções fizeram uma contraoferta de 22 milhões. Assim o negócio foi fechado. Não se sabe quais são os planos do novo comprador. Neverland, que na verdade se chama Sycamore Valley Ranch, pode tanto ser utilizado comercialmente, para quem sabe transformar tudo em uma espécie de Graceland para fãs de Michael Jackson, como também pode ser usada para uso particular. Só o tempo dirá o que vai acontecer com esse lugar.
Pablo Aluísio.
domingo, 8 de maio de 2011
Bohemian Rhapsody: The Original Soundtrack
Já a trilha sonora, como não poderia deixar de ser, é bem mais interessante. Aliás é uma ótima pedida para quem não tem nenhum CD do Queen, já que traz um balanço geral de todos os seus grandes sucessos, funcionando assim como uma coletânea abrangente. E para os fãs que já possuem todos os álbuns da banda, lançamentos especiais, etc, a gravadora resolveu anexar algumas gravações raras que não tinham saído ainda em nenhum lançamento anterior, inclusive com a primeira oficialização de músicas gravadas justamente no Rock in Rio. Elas até agora só tinham chegado nas mãos dos admiradores da música do Queen em bootlegs, CDs piratas em sua maioria. Enfim, um boa novidade nesse fim de ano, principalmente para dar de presente para aquele jovem que está começando a gostar de rock atualmente. Sem novidades relevantes no mercado roqueiro o jeito mesmo é lançar mão de coisas primorosas do passado. O Queen nesse aspecto cai muito bem.
Bohemian Rhapsody: The Original Soundtrack (2018)
1. 20th Century Fox Fanfare
2. Somebody to Love
3. Doing All Right... Revisited
4. Keep Yourself Alive" (Ao vivo no Teatro Rainbow, Londres, 31 de março de 1974)
5. Killer Queen
6. Fat Bottomed Girls (Ao Vivo em Paris, França, 27 de fevereiro de 1979)
7. Bohemian Rhapsody
8. Now I'm Here (Ao vivo no Hammersmith Odeon, Londres, 24 de dezembro de 1975)
9. Crazy Little Thing Called Love
10. Love of My Life (Ao Vivo no Rock in Rio, 18 de janeiro de 1985)
11. We Will Rock You (movie mix)
12. Another One Bites the Dust
13. I Want to Break Free
14. Under Pressure (com David Bowie)
15. Who Wants to Live Forever
16. Bohemian Rhapsody (Live Aid, Estádio Wembley, Londres, 13 de julho de 1985)
17. Radio Ga Ga (Live Aid, Estádio Wembley, Londres, 13 de julho de 1985)
18. Ay-Oh (Live Aid, Estádio Wembley, Londres, 13 de julho de 1985)
19. Hammer to Fall (Live Aid, Estádio Wembley, Londres, 13 de julho de 1985)
20. We Are the Champions (Live Aid, Estádio Wembley, Londres, 13 de julho de 1985)
21. Don't Stop Me Now... Revisited
22. The Show Must Go On"
Pablo Aluísio.