sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

O Feiticeiro

Título no Brasil: O Feiticeiro
Título Original: Necromancy
Ano de Produção: 1972
País: Estados Unidos
Estúdio: Zenith International
Direção: Bert I. Gordon
Roteiro: Bert I. Gordon, Gail March
Elenco: Orson Welles, Pamela Franklin, Lee Purcell

Sinopse:
Homem envolvido com uma estranha seita de cultos satânicos resolve convencer a própria mulher a mudar para uma comunidade no interior, dominada por mãos de ferro pelo líder da estranha religião. Lá ela acabará descobrindo que Mr. Cato (Orson Welles) não se considera apenas dono da cidade, mas das pessoas que por lá moram também.

Comentários:
Nos anos 70, com os convites rareando, o grande gênio e monstro do cinema Orson Welles precisou encarar o que havia disponível no mercado. Assim ele acabou estrelando essa fitinha B, sem nenhum atrativo, sobre um bruxo ou mago da magia negra em uma cidadezinha perdida no meio oeste americano. Obviamente que para os amantes da sétima arte haverá um toque de melancolia em ver o mestre Welles envolvido em tamanho abacaxi, por outro lado para os apreciadores de filmes trash certamente será muito divertido ver o criador do grande clássico "Cidadão Kane" dando uma de bruxão malvado, deitando e rolando em suas vilanices. No geral a fita é bem medíocre e estaria completamente descartada nos dias de hoje se não fosse a presença de Orson Welles, aqui lutando para pagar seu aluguel. Pois é, a vida nunca foi fácil para ninguém.

Pablo Aluísio.

A Torre de Londres

Título no Brasil: A Torre de Londres
Título Original: Tower of London
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Roger Corman
Roteiro: Leo Gordon
Elenco: Vincent Price, Michael Pate, Joan Freeman
  
Sinopse:
Com o rei Edward IV (Justice Watson) em seu leito de morte, seus dois irmãos são chamados às pressas para o castelo real. Edward quer uma transição pacífica no trono e para isso resolve deixar a sua coroa para seu irmão mais jovem, Clarence (Charles Macaulay), pois ele é considerado um homem sábio que poderá levar em frente a Inglaterra rumo ao seu destino. A escolha deixa estarrecido seu outro irmão, o invejoso e vil Richard de Gloucester (Vincent Price), que quase que imediatamente decide apunhalar Clarence pelas costas para ser coroado o futuro rei. Ao assumir a coroa como Richard III, ele começa a dar sinais de insanidade, vendo velhos fantasmas de pessoas assassinadas por ele, inclusive de seu irmão Clarence. 

Comentários:
Em 1939 o ator Vincent Price atuou na primeira versão de "A Torre de Londres". Ele ainda estava no começo da carreira (esse foi seu quarto filme) e ele interpretava o jovem Duque de Clarence. Nessa primeira versão o insano Richard era interpretado por Basil Rathbone. Outro grande ídolo do terror também estava no elenco, Boris Karloff. Os anos se passaram e Price virou um ídolo do gênero. Nesse remake de 1962 ele foi escalado pelo diretor Roger Corman para atuar como o insano Richard III. A nova versão é bem curiosa, embora você tenha que ter em mente que não encontrará nada aqui remotamente parecido com as outras versões da obra de William Shakespeare que foram realizadas ao longo de todos esses anos. Corman não está interessado em ser fiel ao histórico dramaturgo e nem sua famosa peça. Ao contrário disso tenta aproveitar todos os elementos fantasmagóricos dessa estória para criar um filme bem aterrorizante. A sua opção por filmar em preto e branco foi muito acertada. Filmes de época, com baixo orçamento, sempre acabavam ficando melhor na fotografia preto e branco. Se Corman tivesse escolhido o sistema de cores tudo soaria mais falso. Price adorou sua caracterização do insano Rei Richard III, um homem não apenas fisicamente defeituoso, mas moralmente também. Mentiroso, cruel e assassino ele não mede qualquer esforço para se coroar rei da Inglaterra. Para isso vale tudo, até mesmo matar seu próprio irmão Clarence. Extremamente falso em suas atitudes o rei não encontra qualquer limite ou barreira ética para impor sua vontade, satisfazendo sua ganância pessoal por poder e riquezas. Assim gostei bastante desse remake de "Tower of London". Não é tão criativo e original como o primeiro filme, mas tem seus méritos cinematográficos. Vale a pena assistir.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Tarzan e o Vale do Ouro

Estreia do ator Mike Henry na pele do famoso personagem criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs. Aqui já temos uma tentativa de modernizar Tarzan, o Rei das Selvas. Ele se comporta menos como um selvagem e mais como um galã bem polido, com cabelo cheio de brilhantina e modos gentis e educados, principalmente com as mulheres que cruzam seu caminho. Algo que fugia de certo modo da forma como foi concebido originalmente por seu criador. Nessa aventura filmada no México (mas que no roteiro seria a África) Tarzan precisa lidar com um grupo de criminosos, terroristas acostumados a enviar relógios explosivos a seus inimigos. Eles agora tencionam encontrar uma mitológica cidade de ouro escondida nos confins da floresta.

O velho mito do Eldorado que tantas vezes povoou a imaginação dos conquistadores. Para isso acabam raptando um garoto que parece saber onde o vale de ouro se localiza. O roteiro foi parcialmente inspirado em uma história em quadrinhos que fez muito sucesso durante os anos 1960. Uma boa aventura acima de tudo, só prejudicada um pouco talvez pela falta de experiência de Mike Henry, que era forte, jogador de futebol americano, mas que não sabia atuar muito bem. De qualquer maneira vale a matinê.
 
Tarzan e o Vale do Ouro (Tarzan and the Valley of Gold, Estados Unidos, Suíça, 1966) Direção: Robert Day / Roteiro: Clair Huffaker, baseada na obra do escritor Edgar Rice Burroughs / Elenco: Mike Henry, David Opatoshu, Manuel Padilla Jr.

Pablo Aluísio.

Os Filmes de James Stewart

James Stewart foi um dos melhores atores da era de ouro do cinema americano. Atuou em mais de 100 filmes e muitos deles são considerados grandes clássicos da história do cinema dos Estados Unidos. Com seu jeito interiorano, um pouco caipira e tímido, o ator acabou se tornando um dos preferidos de grandes cineastas da época. Além de talentoso era um profissional confiável, que não causava problemas, que atuava com dedicação e compromisso pessoal. Colecionar os filmes de James Stewart também é colecionar obras-primas da fase mais dourada de Hollywood. Nessa série de textos vou deixar dicas de seus principais filmes, alguns deles essenciais para qualquer cinéfilo que se preze.

Sua carreira começa em 1934 com um curta-metragem chamado "Art Trouble". É uma pequena participação do ator. Seu primeiro filme de verdade em Hollywood pode ser considerado "Entre a Honra e a Lei" (The Murder Man, 1935). É um filme policial com trama envolvendo assassinato no mundo dos negócios. Um empresário rico e influente é morto. Para tentar desvendar o caso um jornalista investigativo começa a reconstruir os últimos passos da vítima. Esse bom filme, com toques de cinema noir, não era estrelado por James Stewart, mas sim pelo excelente Spencer Tracy.

O próximo filme de Stewart foi um musical romântico chamado "Rose Marie" (Rose-Marie, 1936). Esse filme é interessante porque ao longo de sua carreira Stewart iria passear bem por todos os gêneros cinematográficos, mas musicais realmente não eram os seus favoritos. Tanto que esse filme, feito no comecinho de sua carreira, foi basicamente o único em que participou. Piegas e com excesso de romantismo exagerado, essa produção realmente não era das melhores.

Musicais realmente não eram indicados para atores que não sabiam cantar, mas filmes românticos poderiam ser uma boa opção para James Stewart em seu começo de carreira. Assim ele se deu muito bem em "Amemos Outra Vez" (Next Time We Love, 1936). Se atuar ao lado de grandes atores era um objetivo, aqui ele contracenou com um dos mais bem conceituados de Hollywood, Ray Milland. O filme contava a história de um jovem casal que tinha que se separar logo no começo do casamento. O marido era enviado para trabalhar como correspondente de guerra na Europa e a esposa ficava nos Estados Unidos onde começava a trilhar uma carreira de sucesso como estrela de teatro.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Aconteceu Naquela Noite

Clássico do cinema dirigido pelo mestre Frank Capra. Ellie (Claudette Colbert) é uma jovem rica e mimada que vive em atrito com seu pai dominador. Herdeira de uma das maiores fortunas familiares dos Estados Unidos, seu pai deseja que ela se case com um jovem fino e elegante da alta sociedade. Ela não aceita. Para irritá-lo mais ainda, Ellie decide se casar às escondidas com um playboy fútil e frívolo. A ofensa faz com que seu pai consiga através de seu poder e dinheiro anular o casamento, mas Ellie não se dá por vencida e decide fugir, ganhar o mundo para conhecer como vivem as pessoas comuns. Assim acaba conhecendo Peter (Clark Gable), um jovem repórter desempregado, que deseja usar sua história para ganhar as manchetes dos grandes jornais. A aproximação entre eles logo se revela mais interessante do que Ellie inicialmente pensava. Frank Capra foi um dos grandes cineastas da história de Hollywood. Ele foi figura de destaque dentro do cinema americano durante a grande depressão. O diretor entendeu a complicada situação em que o país vivia, com muita miséria e desemprego, e decidiu filmar produções com temáticas positivas, para levantar o moral do povo americano. Assim seus filmes ficaram bem queridos pela nação, pois injetavam otimismo e confiança no futuro para todos aqueles que sofriam os terríveis efeitos da depressão econômica.

"Aconteceu Naquela Noite" é até hoje muito lembrado. Na verdade é um filme leve, uma comédia romântica muito bem escrita que apresenta ótimos diálogos (alguns bem ousados para os anos 30) e um delicioso "duelo" em cena entre os mitos Clark Gable e Claudette Colbert. Ela está perfeita em sua caracterização de garota moderna, que era muito popular entre as feministas daqueles tempos. Curiosamente o filme também mostrou o poder que Hollywood poderia exercer no mundo da moda e dos costumes. Nos anos 30 era padrão entre os homens americanos o uso de duas camisas - uma interna e outra por fora. Pois bem, em determinada cena de "It Happened One Night" Gable retira sua camisa e revela o peito nu para Claudette Colbert, mostrando que ele não usava duas camisas.

O momento considerado quase pornográfico pelos padrões morais dos anos 30 acabou virando sensação e moda pois da noite para o dia o americano médio aboliu também sua camisa interna - numa clara demonstração de que o cinema também poderia ditar as regras da moda. Clark Gable, que já era um grande galã, virou símbolo máximo da sensualidade e ousadia. Esse filme aliás foi seu segundo maior sucesso de bilheteria, ficando atrás apenas de "E o Vento Levou" que se tornaria por décadas o maior sucesso de bilheteria de todos os tempos. Quem diria que uma simples camisa iria fazer tanta diferença...

Aconteceu Naquela Noite (It Happened One Night, Estados Unidos, 1934) Estúdio: Columbia Pictures / Direção: Frank Capra / Roteiro: Robert Riskin, Samuel Hopkins Adams / Elenco: Clark Gable, Claudette Colbert, Walter Connolly, Roscoe Karns, Jameson Thomas, Alan Hale / Sinopse: Jovem rica e mimada se envolve com um homem comum, da classe trabalhadora, deixando seu pai muito iritado. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor filme, melhor ator (Clark Gable), melhor atriz (Claudette Colbert), melhor direção (Frank Capra) e melhor roteiro adaptado (Robert Riskin).

Pablo Aluísio.

Ladrões de Bicicleta

Título no Brasil: Ladrões de Bicicleta
Título Original: Ladri di biciclette
Ano de Produção: 1948
País: Itália
Estúdio: Produzioni De Sica
Direção: Vittorio De Sica
Roteiro: Cesare Zavattini,
Elenco: Lamberto Maggiorani, Enzo Staiola, Lianella Carell, Gino Saltamerenda, Elena Altieri, Vittorio Antonucci

Sinopse:
Roteiro baseado no romance de Luigi Bartolini. O enredo se desenvolve no pós-guerra quando a Itália, completamente em ruínas, procura se levantar de alguma forma da destruição causada pelos bombardeios americanos e aliados. Para sobreviver Ricci (Lamberto Maggiorani) acaba arranjando um emprego após passar um longo período sem trabalho. Ele passa a ser colador de cartazes pelas ruas mas para isso precisa de uma bicicleta. Após juntar algum dinheiro com a ajuda da mulher  Maria (Lianella Carell), ele finalmente consegue adquirir a bicicleta. No primeiro dia porém ela é roubada e para recuperá-la pai e filho partem em busca dos ladrões.

Comentários:
Um dos maiores clássicos do neo-realismo italiano, "Ladrões de Bicicleta" se tornou uma obra imortal por mostrar uma situação e um enredo aparentemente simples mas que no fundo possuíam uma grande mensagem, mostrando a luta de um pai de família em uma verdadeira busca pela sua dignidade perdida. O diretor não poupa o espectador e mostra sem relativismos a verdade nua e crua da sociedade italiana após um dos mais sangrentos conflitos da história. O curioso é que mesmo apostando no realismo sem véus, o cineasta consegue ao mesmo tempo dar um clima de magia e fascinação sem paralelos com o cinema europeu da época. O roteiro extremamente bem escrito procura desvendar as vísceras de uma sociedade em um dos momentos mais cruciais de sua história mas ao invés de mostrar a coletividade como um todo ele resolveu centrar sua atenção na vida de apenas um único homem comum. O resultado é não menos do que brilhante. Um clássico europeu que não pode faltar na coleção de nenhum amante da sétima arte.

Pablo Aluísio.

 

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Duas Vidas

Michel Marnet (Charles Boyer) é um playboy francês que decide, após longos anos, finalmente se casar. Obviamente que isso logo se torna uma notícia e ele decide viajar até os Estados Unidos para lá se casar com sua futura esposa americana. Na viagem acaba conhecendo casualmente Terry McKay (Irene Dunne) que embora esteja comprometida acaba jogando seu charme para seduzi-lo. O que começa como um flerte casual acaba se tornando algo mais profundo a ponto de ambos combinarem de se encontrarem em seis meses no topo do Empire State em Nova Iorque, caso seus relacionamento amorosos não criem bons frutos nesse tempo."Duas Vidas" é o filme original que deu origem a dois remakes que se tornaram bem conhecidos do público cinéfilo. O primeiro foi o clássico absoluto "Tarde Demais para Esquecer" de 1957 com Cary Grant e Deborah Kerr protagonizando essa bonita história de amor. Depois nos anos 1990 tivemos uma nova refilmagem chamada "Segredos do Coração" com Warren Beatty e Annette Bening como o casal apaixonado. Esse segundo remake contou com a preciosa participação da diva do cinema Katharine Hepburn que curiosamente quase estrelou o filme original.

Cada um desses filmes tem seus pontos fortes. "Tarde Demais para Esquecer" contava com uma maravilhosa trilha sonora e uma fotografia inspirada. "Segredos do Coração" trouxe um trabalho melhor em termos de roteiro, onde os dois personagens principais eram bem mais trabalhados do ponto de vista psicológico. Já o original "Duas Vidas" se destaca pelo elenco. Charles Boyer tinha uma finesse e elegância pessoal que casou muito bem com seu personagem. De fala suave e gestos diplomaticamente ensaiados, ele convence plenamente como um conquistador irresistível para as mulheres. Já Irene Dunne passa a impressão de ser uma mulher decidida, dona de si, que sabe muito bem que seu casamento não terá muito futuro pois está apaixonada por Michel Marnet (Boyer). Esse tipo de atitude pode até ser vista como algo comum nos dias de hoje, mas lembre-se que esse filme foi rodado na década de 1930 e naquela época uma mulher prestes a se casar com outro tinha que manter uma certa postura pessoal, caso contrário causaria um verdadeiro escândalo, criando um estigma social ruim para si.

Ouvindo seu coração, ela prefere partir para os braços de Marnet, ao invés de continuar em um relacionamento sem amor, vazio por dentro. E justamente por ter essa coragem o filme se tornou logo um sucesso de público e crítica, sendo indicado a seis Oscars, entre eles Melhor Filme, Melhor Atriz (Irene Dunne), Melhor Atriz Coadjuvante (Maria Ouspenskaya), Melhor Roteiro Original e Melhor Trilha Sonora Original. Sem dúvida um marco do cinema romântico de Hollywood e um grande avanço em termos de emancipação da mulher dentro daquele contexto histórico e social.

Duas Vidas (Love Affair, Estados Unidos, 1939) Estúdio: RKO Radio Pictures / Direção: Leo McCarey / Roteiro: Delmer Daves, Donald Ogden Stewart / Elenco: Irene Dunne, Charles Boyer, Maria Ouspenskaya / Sinopse: Um casal se apaixona e decide fazer uma espécie de pacto. Caso não sejam felizes em seus relacionamentos atuais devem se encontrar no alto do Empire State em Nova Iorque.

Pablo Aluísio.

Ao Pé do Cadafalso

Título no Brasil: Ao Pé do Cadafalso
Título Original: The Beggar's Opera
Ano de Produção: 1953
País: Inglaterra
Estúdio: Herbert Wilcox Productions
Direção: Peter Brook
Roteiro: Denis Cannan, Laurence Olivier
Elenco: Laurence Olivier, Hugh Griffith, George Rose, Dorothy Tutin, Stanley Holloway, Daphne Anderson

Sinopse:
Adaptação da famosa ópera escrita no século XVIII pelo renomado autor John Gay. Na trama conhecemos o capitão MacHeath (Laurence Olivier), um galante aventureiro e salteador, que coleciona mulheres e problemas na mesma proporção. Traído por um grupo de falsos amigos, ele acaba sendo preso e é condenado à morte. Enquanto espera para ser enforcado, o capitão acaba encontrando um improvável amigo, um mendigo com muito talento musical que resolve contar a história do salteador de uma forma diferente, onde ao invés de um condenado ao cadafalso, ele é um herói.

Comentários:
Como levar o mundo da ópera ao grande público que frequentava o cinema? O grande ator, diretor e produtor Laurence Olivier resolveu tentar arriscar e colocar em prática esse tipo de ousadia! Para tornar popular algo tão elevado do ponto de vista cultural, Olivier resolveu escrever um roteiro bem interessante, com uma linha narrativa convencional, intercalada com números musicais da famosa ópera. Ele próprio assumiu o personagem principal - o capitão MacHeath - e soltou o vozeirão em cena! Para surpresa de muitos, não se saiu nada mal. Na verdade o ator tinha uma voz muito polida, pois era um barítono muito elegante e disciplinado, que não desafinava em nenhum momento. O filme também tem uma produção muito bonita e bem realizada. O figurino é luxuoso e bem colorido, que acaba explodindo em um Technicolor muito impactante na tela. Um belo momento na carreira de um artista que tinha tanto amor pelo mundo do teatro, que queria fundir as duas linguagens em apenas um produto cultural. O resultado faz jus à esse seu amor incondicional pela arte.

Pablo Aluísio.