No inicio os Beatles só queriam ser aceitos. Quando chegaram na EMI para suas primeiras gravações eles apenas queriam ser aprovados. O grupo vinha de uma experiência infeliz na Decca onde um executivo mal humorado lhes tinha dito que “Ninguém mais está interessado em grupos de rock como o de vocês!”. Desanimados mas não derrotados os Beatles continuaram sua saga atrás de alguma gravadora que lhes aceitassem. Eles já tinham gravado profissionalmente na Alemanha como o grupo de apoio de Tony Sheridan mas não era a mesma coisa. Eles queriam ser reconhecidos por seus próprios talentos, cantando suas próprias músicas.
Na EMI conheceram o educado e simpático George Martin que resolveu dar uma chance ao grupo. Ele comandava o selo Parlophone, especializado em discos de comédias e gravações sem muita importância comercial. Querendo diversificar Martin acabou vendo naqueles rapazes uma promessa. Após as primeiras audições ele percebeu que havia muito trabalho a fazer. Os rapazes eram muito crus ainda. Suas composições eram bem interessantes mas tinham que ser melhoradas dentro do estúdio. Martin também não gostou muito de seu baterista, o tímido Pete Best. Sugeriu que o usassem apenas nos shows e que dentro do estúdio fosse utilizado o baterista da própria EMI, um músico contratado. John e Paul acreditavam que seria melhor trazer outro músico melhor. Foi assim que Ringo Starr entrou na história dos Beatles.
Please Please Me foi o primeiro álbum da banda. Fruto de muito empenho pessoal de Brian Epstein, o disco de estréia daqueles quatro rapazes de Liverpool finalmente se materializava. A seleção musical misturava covers de outros grupos e cantores com composições próprias de John Lennon e Paul McCartney, os líderes da banda. A música título era uma variação da musicalidade de Roy Orbison pois Lennon era fã do cantor americano. Na primeira vez que ouviu a música George Martin acho seu ritmo muito fora de tom. Depois de conversar com Paul e John finalmente chegou numa boa versão, com ótimo ritmo. No total foram registradas 14 canções, sendo sete delas composições de Lennon / McCarney, uma dupla que criaria nos anos seguintes algumas das canções mais populares do século XX. O disco foi gravado praticamente ao vivo dentro de estúdio. Tudo se resumia em ligar os instrumentos diretamente nos equipamentos de gravação e mandar ver. Por isso não prospera a velha tese de que os Beatles não eram bons ao vivo, que erravam e tocavam mal. Não é verdade.
Para entender basta ouvir essas gravações e os registros que os Beatles fariam depois na rádio BBC. Material gravado ao vivo, de ótima qualidade. Na última gravação do dia, “Twist and Shout” a voz de John Lennon estava em frangalhos, o que trouxe uma vocalização única na faixa. Essa aliás acabou sendo uma das mais famosas canções do disco, um símbolo da primeira fase dos Beatles. O disco chegou nas lojas em março de 1963 e logo se destacou nas paradas. O próprio empresário Brian Epstein deu uma forcinha adquirindo um lote completo de cópias para suas lojas de discos, assim os Beatles começariam a aparecer entre os mais vendidos logo nos primeiros dias de lançamento. O resto é história. “Please Please Me” marcaria o começo de uma nova fase na história da música mundial. Uma revolução de proporções épicas. E pensar que tudo isso começou naquela tarde em que os Beatles só desejavam ouvir um “sim” da poderosa EMI.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2023
terça-feira, 10 de janeiro de 2023
Clint Eastwood e o Western - Parte 3
Existem filmes que mudam não apenas a carreira de um ator, mas o próprio cinema. No caso do ator Clint Eastwood, foi justamente isso o que aconteceu. Sua carreira de ator vinha em um momento ruim, não estava sendo muito bem sucedida. Ele havia feito alguns filmes menores e havia participado também de duas séries de faroeste na televisão. Estou me referindo a "Maverick" e a "Rawhide". Depois disso, nada de muito interessante aconteceu, até que surgiu um convite que mudaria tudo. Ele foi convidado para atuar em um filme europeu chamado "Por um Punhado de Dólares". Este faroeste seria dirigido pelo excelente diretor Sergio Leone. Era o ano de 1964 e o mundo vivia revoluções culturais, como a Beatlemania e a Nouvelle Vague. Clint então embarcou rumo a Itália para novos desafios em sua carreira de ator.
A verdade é que o cinema italiano havia se transformado em uma verdadeira indústria cultural. Diretores italianos descobriram que conseguiam fazer filmes de faroeste tão bem sucedidos comercialmente como os originais americanos. Sua grande sacada foi apostar em um tipo de filme mais realista. Nos Estados Unidos havia uma tradição de filmes de faroeste onde os cowboys apareciam em roupas coloridas. Muitas vezes esses filmes eram destinados a um público juvenil, para serem exibidos em matinês de fim de semana. Os cineastas e roteiristas italianos olharam para aquilo e viram que não era uma verdade histórica. Os verdadeiros cowboys que viveram no velho Oeste não eram figuras pop. Eram tipos brutos, sujos e mortais. Então eles obviamente apostaram nesse tipo de personagem.
Assim nasceu o western spaghetti. Foi um grande sucesso de bilheteria no mundo inteiro. Muitos fãs de faroeste da época preferiam as produções italianas até mesmo em relação às produções americanas. A violência estilizada, as trilhas sonoras marcantes e os roteiros realistas atraíam muito mais um público de gosto bem popular. E as filmagens eram realizadas geralmente no deserto da Espanha, uma região que parecia muito com os desertos americanos. Nos cinemas os filmes rendiam milhões de dólares ao redor do mundo. E com o sucesso, veio também a fartura das produções, que poderiam até mesmo de se dar ao luxo de contratar atores americanos para estrelar esses filmes. Não eram astros de primeira grandeza do cinema americano, mas atores secundários que tinham o tipo ideal para os filmes que eram feitos agora no velho continente.
Clint Eastwood foi um dos muitos atores americanos que aceitaram trabalhar na Itália. Os cachês eram muito bons e eles tinham a chance de serem os astros principais desses faroestes. A aposta foi certeira porque, curiosamente, Clint iria se tornar um astro de cinema não em Hollywood, mas sim em Roma, em produções feitas e dirigidas por cineastas italianos. Ele havia sido escolhido pessoalmente por Sergio Leone para estrelar o seu próximo filme. "Por um Punhado de Dólares" fez muito sucesso e foi muito debatido em revistas de cinema. O próprio público americano ficou extremamente surpreso com o que assistiu. Era um novo paradigma no gênero faroeste. Clint Eastwood com cara de mau e cigarro no canto da boca, não fazia pose de mocinho. Era simplesmente um sujeito durão vivendo no velho Oeste. E o público da época queria ver justamente isso nas telas de cinema.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2023
A História de Rock Hudson - Parte 15
O filme que mudou a vida e a carreira do ator Rock Hudson foi "Sublime Obsessão". Um drama ao velho estilo, dirigido pelo ótimo Douglas Sirk. Foi um lance de sorte. Quando o filme foi produzido, Hudson ainda era um ator bem secundário da Universal Pictures. Não tinha porte de grande astro e nem era sinônimo de qualquer tipo de relevância nas bilheterias. O diretor queria Clark Gable no papel, mas a Universal vinha enfrentando problemas financeiros. Então o jeito foi apostar na prata da casa. Rock era um dos inúmeros atores do elenco fixo do estúdio. Era usado geralmente em papéis coadjuvantes em filmes menores. Só que nessa produção ele foi alçado ao primeiro posto, ao astro principal da película.
Como era muito novato ainda, sentiu a pressão. Sua sorte foi que havia uma atriz experiente, veterana no elenco, que resolveu lhe dar a mão, lhe ajudando em cada cena, em cada diálogo. Jane Wyman naquela época era casada com o ator Ronald Reagan, que no futuro iria se tornar presidente dos Estados Unidos. Jane foi muito paciente com Rock Hudson, sempre lhe ajudando, lhe dando a mão. Foi tão gentil e prestativa que o próprio Rock Hudson certa vez parou e perguntou a ela por que ela estava fazendo aquilo. Ela então explicou a ele que no começo de sua carreira ela também havia sido ajudada por um ator mais velho e agora estava retribuindo o favor ao tentar ajudá lo. É claro que se tornaram grandes amigos depois disso.
O filme foi lançado e se tornou sucesso de bilheteria. A crítica também gostou do filme e afirmou que Rock Hudson era um promissor astro do amanhã. A Universal elevou seu salário em mais de 50% da noite para o dia e assinou um novo contrato com seu jovem ator. Pelo visto, Rock estava vendo a sua estrela brilhar pela primeira vez em Hollywood. Seria o primeiro sucesso de uma longa lista de filmes muito bem sucedidos de bilheteria. Ele chegou até mesmo a ser cotado para concorrer ao Oscar de melhor ator. Imagine a situação, até bem pouco tempo atrás, ele era um ator desconhecido em busca de alguma chance nos filmes em que aparecia. De repente se tornou um astro campeão de bilheteria e até mesmo um nome a ser considerado para o prêmio mais importante do cinema mundial!
Seu agente era Henry Willson, um sujeito muito conhecido em Hollywood daqueles tempos. Ele era conhecido por transformar atores jovens e desconhecidos em promissores astros campeões de bilheteria. Só que no caso de Rock, havia um problema com que lidar. O agente sabia muito bem que Rock Hudson era gay e isso deveria ser escondido da imprensa de todas as formas. Com o sucesso do filme, a imprensa começou a prestar mais atenção no ator e começou a pipocar manchetes em jornais dizendo que Rock Hudson havia se tornado o solteiro mais cobiçado de Hollywood. O agente ficou preocupado porque a informação de que Hudson era homossexual poderia destruir sua carreira naqueles tempos tão preconceituosos. Então, arranjar para ele uma namorada oficial havia se tornado a prioridade número 1 de sua nascente e brilhante carreira de astro em Hollywood.
Pablo Aluísio.
domingo, 8 de janeiro de 2023
Diário de um Adolescente
Título Original: The Basketball Diaries
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Scott Kalvert
Roteiro: Bryan Goluboff
Elenco: Leonardo DiCaprio, Mark Wahlberg, Lorraine Bracco, Marilyn Sokol, James Madio, Patrick McGaw
Sinopse:
Adaptação cinematográfica do livro escrito por Jim Carroll. Durante a década de 1960, esse escritor, ainda adolescente, afundou no mundo das drogas. Para manter o vício em heroína, passou a cometer crimes como furtos e roubos. E acabou entrando no submundo de Nova Iorque.
Comentários:
Muitos anos antes de Titanic, o ator Leonardo DiCaprio já estrelava filmes excelentes. Quer um exemplo dessa fase de sua carreira? Temos aqui um exemplo perfeito. O filme não foi um sucesso de bilheteria na época em que foi lançado. Na realidade, era praticamente um filme independente, feito com pouco mais de 2 milhões de dólares. Mesmo assim, se destacava porque a história que contava era extremamente importante. Era uma mensagem para os adolescentes que poderiam cair no mundo das drogas pesadas. Tudo o que se vê no filme é autobiográfico e realmente aconteceu de fato com o escritor que escreveu o livro original que deu origem ao roteiro desse filme. A cidade de Nova Iorque surge aqui como um lugar sujo e cheio de criminalidade. E o protagonista transita entre o mundo do basquete colegial, onde ele se dava muito bem e o mundo das drogas, onde ele afundava cada vez mais. É seguramente um dos melhores filmes da carreira de Leonardo DiCaprio. E isso em uma época em que ele era apenas uma adolescente promissor no mundo do cinema!
Pablo Aluísio.
A Última Chance
Título Original: Last Dance
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Bruce Beresford
Roteiro: Steven Haft, Ron Koslow
Elenco: Sharon Stone, Rob Morrow, Randy Quaid, Peter Gallagher, Jack Thompson, Don Harvey
Sinopse:
Um advogado designado para o caso de clemência de uma mulher no corredor da morte começa a formar uma profunda amizade com ela enquanto tenta impedir sua execução iminente.
Comentários:
Parecia uma boa ideia colocar a atriz Sharon Stone em um papel como esse. Afinal, ela estava buscando mesmo o reconhecimento por seu trabalho como atriz dramática. A verdade, porém, é que havia muito preconceito contra ela na época e a crítica caiu em cima. Malharam sem razão e sem Piedade. Tudo bem, ela não estava excepcional no filme, mas também não fez um trabalho medíocre ou embaraçoso. Eu até gosto do filme para falar a verdade. Ela sabia que enfrentaria chumbo grosso e até pintou os cabelos com a tonalidade mais escura. Tudo para fugir da imagem de loira sexy. Apesar dos esforços, a imprensa na época tinha um claro antagonismo em relação a ela. Chegaram a dar para Sharon o "prêmio" do framboesa de ouro de pior atriz do ano. Esse fato, de certo modo, mostra como Hollywood às vezes funciona. Como ela vinha de uma imagem de símbolo sexual, não havia espaço para ele tentar outros tipos de personagem. Uma pena. O filme resiste até mesmo hoje em dia, sendo revisto. É um bom drama de prisão, tribunal e discussão sobre a pena de morte.
Pablo Aluísio.
sábado, 7 de janeiro de 2023
Enquanto a Guerra Durar
Esse filme é praticamente uma aula de como o fascismo se impõe em uma sociedade democrática. Mostra a ascensão do generalíssimo Franco ao posto de ditador vitalício da Espanha durante a década de 1930. Para se ter uma ideia do tipo de regime que foi implantado na Espanha, basta dizer que Adolf Hitler admirava o general. E como ele conseguiu o poder absoluto? Os ingredientes do fascismo são bem conhecidos pela ciência política. São fatores certos que ajudam no surgimento desse tipo de ditador. Uma mistura de fanatismo religioso com idolatra política, falso patriotismo e culto ao militarismo e a violência. Existe sempre um certo fator de messianismo, onde o ditador é visto praticamente como um Messias salvador da pátria. E se os ingredientes são conhecidos, os resultados são igualmente bem claros. Após a implantação do fascismo, começa um regime de terror e violência com perseguição política. Pessoas são presas e mortas sem qualquer tipo de julgamento. As violações aos direitos humanos se tornam banais, entram na ordem do dia.
Estima-se que o regime de Franco tenha matado mais de 150 mil pessoas inocentes por motivação política. As pessoas eram eliminadas e executadas simplesmente por causa de suas posições políticas. O adversário político era considerado inimigo. E deveria ser eliminado fisicamente segundo esse tipo de regime. O filme tem um personagem interessante, um professor, um veterano reitor de uma universidade de prestígio. No começo, ele até vê com bons olhos a subida dos militares ao poder. Só percebe o estrago quando seus amigos professores começam a desaparecer e seus alunos são presos de forma sumária. E o pior de tudo, é saber que o fascismo está aí. Qualquer perigo deve ser combatido com rigor legal, exatidão e firmeza antes que seja tarde demais.
Enquanto a Guerra Durar (Mientras dure la guerra, Espanha, 2019) Direção: Alejandro Amenábar / Roteiro: Alejandro Amenábar / Elenco: Karra Elejalde, Eduard Fernández, Santi Prego / Sinopse: Esse filme é uma crônica sobre a subida histórica do fascismo ao poder na Espanha durante a década de 1930. Sob o comando do generalíssimo Franco, esse novo regime cometeu todos os tipos de violações aos direitos humanos na Europa daqueles tempos sombrios.
Pablo Aluísio.
O Monastério
Um policial se disfarça de monge e entra em um monastério isolado em uma região da Polônia. Suspeita-se do envolvimento dos religiosos na morte de diversas mulheres, crimes ocorridos naquela região. As mulheres desapareceram e seus corpos sumiram na Floresta. Haveria realmente algum tipo de ligação daqueles monges com os crimes? De uma forma em geral, o filme lembra até mesmo tramas que já conhecemos, com a referência mais óbvia de "O Nome da Rosa". Só que aqui o roteiro ganha contornos diferenciados. Naquele clássico escrito por Umberto Eco, não havia muito espaço para mitologia, fantasia religiosa. Tudo acontecia sob uma perspectiva mais realista, com o pé no chão. Não temos a mesma escolha temática nessa produção que está disponível na Netflix. A cena final deixa isso bem claro, pois o que temos aqui é realmente um filme de terror. O diabo se materializa numa igreja na última cena, então o que podemos falar depois disso? A cena é legal, mas...
O roteiro tenta decifrar seu mistério de forma longa e cautelosamente, algo cada vez mais raro no cinema atual. Só me incomodou um pouco a fotografia extremamente escura do filme. Algumas cenas são iluminadas apenas por velas medievais. E como o mosteiro já é um ambiente escuro, frio e úmido, tudo fica praticamente na sombra. O espectador mal consegue ver o que está acontecendo em cena. Entendo que isso seria uma decisão artística da direção, mas temos que ter em conta também que há um limite para esse tipo de coisa. Afinal, queremos ver o que está acontecendo no filme. No meio de tanta escuridão, algumas cenas se tornam impossíveis de acompanhar.
O Monastério (Ostatnia wieczerza, Polônia, 2022) Direção: Bartosz M. Kowalski / Roteiro: Bartosz M. Kowalski / Elenco: Piotr Zurawski, Olaf Lubaszenko, Sebastian Stankiewicz / Sinopse: Um investigador da polícia se infiltra em um monastério isolado e remoto. Ele quer descobrir se há o envolvimento de monges nos crimes envolvendo mulheres na região. Conforme as investigações avançam, ele descobre que há uma seita satanista atuando dentro daqueles muros isolados do mundo.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2023
The Crown - Quinta Temporada
Vamos em frente com mais uma temporada de sucesso da série The Crown. Assisti aos três primeiros episódios. Em "Queen Victoria Syndrome" vemos a rainha Elizabeth II sofrendo com baixa popularidade. A imprensa chama essa situação de "Síndrome da Rainha Vitória". Um momento que envolve uma monarca já bem envelhecida e sem muito respaldo popular. De fato, por essa época, a rainha Elizabeth não gozava de grande popularidade entre o povo inglês. E seu filho, Charles, viu nisso uma oportunidade de, quem sabe, assumir o trono. Poderia a rainha Elizabeth abdicar da coroa? Bom, a história provou que não! Ela teria mais pelo menos 30 anos de reinado pela frente.
No segundo episódio da temporada "The System" vemos como o casamento entre Diana e Charles estava em frangalhos. Ele praticamente já vivia ao lado de Camilla Parker Bowles. Realmente se relacionava em uma verdadeira união estável. Era a mulher que realmente gostava. O casamento com Diana era apenas uma fachada grotesca. Eles ainda tentam um tipo de reconciliação em uma viagem por ilhas gregas, mas tudo vai logo por água abaixo. Charles já não aguentava ficar muito tempo ao lado dela. Esse era o nível de destruição em que seu casamento se encontrava.
No terceiro episódio "Mou Mou", vemos como o magnata Mohamed Al Fayed finalmente encontrou a família real da Inglaterra. Ele era do Egito e decidiu comprar o grande hotel Ritz de Londres. Não satisfeito, comprou também a maior loja de departamentos da capital inglesa. O seu filho Dodi Fayed estaria no carro ao lado de Diana na noite em que ela sofreu aquele acidente fatal. Ele tinha se tornado amante da Princesa. E como tudo começou nesse relacionamento? Vamos descobrir os detalhes justamente nesse episódio. Um aspecto curioso nesta quinta temporada é que praticamente todo o elenco foi substituído. Algo natural, já que os personagens envelheceram algumas décadas. Mas não se preocupe com isso. A série continua realmente muito boa.
The Crown - Quinta Temporada (Reino Unido, 2022) Episódios: Queen Victoria Syndrome, The System e Mou Mou / Direção: Jessica Hobbs, Alex Gabassi / Elenco: Imelda Staunton, Jonathan Pryce, Elizabeth Debicki, Dominic West, Salim Daw, Khalid Abdalla / Sinopse: A série conta a história da família real britânica durante o reinado da rainha Elizabeth II.
Pablo Aluísio.
Hollywood
Série muito boa da Netflix. A história se passa na Hollywood dos anos 1940 e 1950. Um jovem rapaz vai para Hollywood em busca do sonho de se tornar um ator de sucesso. Ele já é casado e sua esposa está grávida de gêmeos. É preciso ganhar a vida de algum jeito. Enquanto uma oportunidade nos grandes estúdios de cinema não surge, ele arranja emprego num posto de gasolina. Só que a função de frentista é apenas uma fachada. Na realidade, ele começa a trabalhar como um garoto de programa. E sua clientela é variada, que vai desde senhoras, esposas de produtores de cinema, até mesmo compositores homossexuais que se encontram com ele. No primeiro episódio, vemos Cole Porter, o famoso compositor, marcando um programa com esse mesmo personagem. E também encontramos Rock Hudson, uma lenda do cinema, que em seus primeiros passos em Hollywood também usava dos serviços de tal posto de gasolina. Essa história desse posto é real. Está em um interessante livro sobre a velha Hollywood.
E Rock Hudson é um dos personagens centrais dessa nova série. No segundo episódio, ele conhece aquele que viria a se tornar seu principal agente, Henry Willson. Curiosamente interpretado pelo ator Jim Parsons, que todos conhecem como o Sheldon da série cômica "The Big Bang Theory". Esse agente foi uma figura central na vida de Rock Hudson. Sendo bem sincero, foi quem o transformou em astro. Era muito bem relacionado na cidade e tinha os contatos certos para os filmes de grande projeção. Há uma cena bem polêmica mostrando o assedio sexual que acontecia com frequência em Hollywood na época. A coisa toda, bem descarada, pode chocar alguns, mas fazia parte do jogo em Hollywood naqueles tempos. Assim, deixo a dica dessa preciosa série, para quem gosta da história do cinema americano. Tudo ultracolorido e visualmente plástico. Gostei! Vou acompanhar os próximos episódios com certeza absoluta.
Hollywood (Hollywood, Estados Unidos, 2020) Episódios: Hooray for Hollywood e Hooray for Hollywood Part 2 / Direção: Ryan Murphy, Daniel Minahan / Elenco: David Corenswet,
Jim Parsons, Jake Picking / Sinopse: A série conta a história da velha Hollywood das décadas de 1940 e 1950 em 7 episódios. História baseada em fatos reais.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2023
A Imperatriz
Essa nova série da Netflix conta a história da Imperatriz austríaca Elisabeth von Wittelsbach, a Sissi. Lançada em 2022, conta com o total de 7 episódios. Em cada um deles é mostrado aspectos e momentos importantes da vida dessa nobre européia que foi uma das mais populares e conhecidas da história. Uma vida realmente impressionante, luxuosa, cheio de lances interessantes. Abaixo deixo meus comentários sobre cada um dos episódios assistidos.
A Imperatriz 1.01 - One's Place in the World
Nesse primeiro episódio, vemos um ainda adolescente Sissi andando a cavalo nos campos da grande propriedade de seu pai. Ele era um nobre menor, de uma família tradicional de um daqueles reinos alemães. Quando sua irmã mais velha é convidada para visitar o Palácio real na Áustria, todos ficam realmente ansiosos. Acreditam que ela será escolhida para se casar com o jovem imperador. Afinal, ele já está na idade de contrair núpcias e trazer um herdeiro para o Império. Só que, ao contrário de todas as expectativas, o imperador acaba se apaixonando, não pela irmã mais velha, mas sim por Sissi. O jeito espontâneo da jovem, a maneira natural que ela se comportava e sua personalidade, atraíram o imperador na mesma hora que a conheceu. Sissi fica muito surpresa com seu afeto e sua irmã, obviamente, fica chocada. Como era de praxe naqueles tempos, assim que as coisas são definidas, o noivado é anunciado. Uma data de casamento é marcada para todos os súditos. A diferença é que foi realmente um casamento baseado em amor e não em jogos políticos, como era comum. / A Imperatriz 1.01 - One's Place in the World (Alemanha, 2022) Direção: Florian Cossen, Katrin Gebbe / Elenco: Devrim Lingnau, Melika Foroutan, Jördis Triebel.
A Imperatriz 1.02 - The Arrival
Esse segundo episódio se concentra nos preparativos do casamento. Elizabeth chega no grande Palácio real e começa a se preparar para subir ao altar com o imperador. Ela não está muito feliz, e isso fica claro desde o começo. Há uma série de protocolos sociais sem muito sentido, que a deixam completamente desnorteada. Precisa lidar com 10 damas de companhia em seu próprio quarto. Não consegue fazer mais nada sozinha. Nesse processo, perde completamente sua privacidade pessoal. E isso não caia muito bem com sua própria personalidade, pois ela tinha essa forma de ver a vida de outra maneira. Ela era uma pessoa vibrante, que gostava de andar descalça no grande Jardim. E como Imperatriz não podia fazer mais nada disso. Além de tudo, tinha que conviver com nobres que não gostavam dela. Fica claro nesse episódio que ela nunca se sentiu à vontade com a corte. E isso ficamos sabendo, vai se estender até o fim de sua vida. Ela realmente não gostava daquele ambiente muito luxuoso e muito falso. Tinha que ter muito estômago para aguentar todas aquelas intrigas palacianas. / A Imperatriz 1.02 - The Arrival Direção: Florian Cossen, Katrin Gebbe / Elenco: Devrim Lingnau, Melika Foroutan, Jördis Triebel.
A Imperatriz 1.03 - The Wedding
Esse é o episódio do casamento da Imperatriz Sissi. Enquanto a cerimônia é realizada dentro da grande catedral, o povo fica eufórico pelas ruas de Viena. Tudo parece um conto de fadas, mas há alguns problemas. A amante do passado do imperador surge durante o baile de casamento. Ela fica encarando Sissi durante toda a festa e isso causa constrangimento dos mais variados tipos. A própria Imperatriz fica curiosa e vai em busca de informações sobre quem seria aquela mulher. E descobre que era amante de seu marido! Só que os problemas não param por aí. A Rússia invade a fronteira do Império austríaco. Isso por si só, já é um sinal de que uma grande guerra está por vir. Além disso o embaixador da França fica decepcionada ao saber que o imperador não vai apoiar Napoleão Bonaparte. Os canhões começam a rugir por toda a Europa. / A Imperatriz 1.03 - The Wedding (Estados Unidos, 2022) Direção: Florian Cossen, Katrin Gebbe / Elenco: Devrim Lingnau, Melika Foroutan, Jördis Triebel.
A Imperatriz 1.04 - The Hunt
Nesse episódio, a Imperatriz Sissi conhece o filho do imperador da Rússia e durante uma caçada comete uma gafe que pode dar origem a uma guerra de grandes proporções. Quando comecei a assistir o episódio e vi que Alexandre, filho do czar Nicolau, iria participar da história, achei muito interessante. Pena que, no final das contas, tudo foi muito mal reproduzido do ponto de vista histórico. O Alexandre real era um sujeito loiro de olhos azuis e meio gordinho. E também tinha todo o refinamento dos europeus da época. Já aqui na série, ele foi retratado como um russo típico, grosseiro ou pelo menos agindo como um rude cossaco. Nada a ver com a fidelidade histórica. Não gostei! / A Imperatriz 1.04 - The Hunt (Estados Unidos, 2022) Direção: Florian Cossen, Katrin Gebbe. / Elenco: Devrim Lingnau, Melika Foroutan, Jördis Triebel.
A Imperatriz. Episódios Finais.
Como termina a série "A Imperatriz"? Ou melhor dizendo, como termina a primeira tempoada? Até porque já foi confirmada a segunda temporada para breve. Nos últimos episódios vemos a tensão aumentar no casamento de Sissi. O imperador, jovem demais, precisa lidar com inúmeros problemas políticos, inclusive uma ameaça de golpe de Estado a ser conspirado pelo seu próprio irmão. A Imperatriz tenta engravidar, mas ainda sem meiores resultados. Seu maior objetivo numa corte seria assegurar um herdeiro para o trono. Pior acontece nas fronteiras do império, sendo ameaçadas por forças russas de invasão. No meio de tantas situações ruins a imperatriz procura se aproximar de seu povo, se mostrando mais próxima a ele, só que nem sempre suas boas intenções são recebidas de forma positiva dentro da sua própria corte, em especial pela mãe do imperador, uma mulher dominadora e pouco simpática com qualquer causa social.
Pablo Aluísio.
Assinar:
Postagens (Atom)