sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

O Aprendiz

Título no Brasil: O Aprendiz 
Título Original: The Apprentice
Ano de Lançamento: 2024
País: Canadá, Estados Unidos
Estúdio: Scythia Films
Direção: Ali Abbasi
Roteiro: Gabriel Sherman
Elenco: Sebastian Stan, Jeremy Strong, Maria Bakalova

Sinopse:
Esse filme resgata os primeiros anos de Donald Trump. Filho de um empreiteiro de Nova Iorque, ele começou a construir seus próprios prédios na cidade. Sonhando alto e se aliando a um advogado nada ético, especializado em tirar seus clientes de problemas judiciais, ele foi alcançando sucesso no meio empresarial. Filme baseado em fatos reais. 

Comentários:
Quem é Donald Trump? Esse filme tenta responder a essa pergunta vasculhando seu passado. E se sai muito bem nesse aspecto, mostrando um ainda jovem Trump fazendo das suas ao lado do advogado Roy Cohn. Esse último personagem aliás rendeu um excelente filme com James Woods no papel principal alguns anos atrás. Mas falemos apenas desse filme sobre Trump. Ele é retratado como um tipo que quer vencer na vida de todas as formas. Questões éticas ou legais são deixadas de lado, quando lhe convém. Ele também aparece como um sujeito que pensava e sonhava alto demais, muitas vezes entrando em inúmeros problemas, inclusive legais, por causa disso. O seu advogado, uma espécie de mentor, mais parecia um vigarista, fazendo de tudo para livrar o cliente da prisão. E mais do que isso, como um verdadeiro mentor, ensinou lições absurdas para Trump, como por exemplo, nunca recuar de uma mentira dita. E o Donald parece ter aprendido bem a lição. Não à toa foi reeleito presidente dos Estados Unidos recentemente. O mundo que se prepare para o pior. 

Pablo Aluísio.

Os Caçadores da Biblioteca Perdida

Título no Brasil: Os Caçadores da Biblioteca Perdida 
Título Original: Libereya. Ohotniki za sokrovischami
Ano de Lançamento: 2022
País: Rússia
Estúdio: ANO Media Universal Event
Direção: Gleb Orlov
Roteiro: Andrey Zolotarev
Elenco: Tikhon Zhiznevskiy, Aleksey Serebryakov, Diana Pozharskaya

Sinopse:
Um grupo de aventureiros vai atrás de um artefato histórico de inestimável valor. A chave que os fará encontrar a milenar biblioteca de Ivã, o Terrível. Ali se encontram livros há muito perdidos na história e a possibilidade de quem a encontrar de usar de grandes poderes do conhecimento. 

Comentários:
Pois é, o cinema russo anda se adaptando aos novos tempos, sem vergonha de beber na fonte do cinema dos Estados Unidos. Embora os filmes de Indiana Jones sejam referência, o mais óbvio aqui seria citar "A Lenda do Tesouro Perdido", aquele filme com o Nicolas Cage. É uma aventura nesse estilo, mais indicado para o público juvenil, ali na faixa dos 14, 15 anos, por aí. Colocadas as fontes sobre a mesa, já dá para ter bem uma ideia do que vem nesse filme. Eu achei divertido. Tem boa produção e bons personagens, como o do pai do protagonista, um velho professor meio maluco (e um tanto insensível). Ele vive mergulhado nessa obsessão de encontrar a tal biblioteca e negligenciou todo o resto, inclusive o filho, nessa busca sem fim. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Charlie em Ação

Título no Brasil: Charlie em Ação 
Título Original: Fast Charlie
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Ashland Hill Media Finance
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: Richard Wenk, Victor Gischler
Elenco: Pierce Brosnan, Morena Baccarin, James Caan

Sinopse: 
Nesse filme o ator Pierce Brosnan interpreta Charlie, um criminoso de longa data que na velhice decidiu cuidar de seu antigo chefe. A vida segue normal até o surgimento de um novo gangster que deseja eliminar a velha liderança do mundo do crime, a velha guarda. Isso o colocará em choque com o velho Charlie que estará pronto para lhe enfrentar. 

Comentários:
Eu achei bem divertido! Esses filmes de ação feitos para serviços de streaming costumam ser bem genéricos e quando trazem algumas novidades, mesmo que pequenas, até que agradam. Em terra de cego, caolho é rei, já dizia o velho ditado. O elenco, por exemplo, é bem legal. O Pierce Brosnan sempre será lembrado como um bom James Bond dos anos 90. Hoje em dia ele está bem mais velho, mas ainda mantendo o charme que o catapultou para um dos personagens mais icônicos da história do cinema. Seu papel aqui poderia ser bem vazio, mas o roteiro ainda traz alguns traços de personalidade que o salvam da banalização completa. A participação do veterano James Cann também é outro ponto de interesse para cinéfilos de longa estrada. Enfim, nada demais, mas pelo menos traz esses bons atores em cena, mesmo que eles estejam nas portas da aposentadoria. 

Pablo Aluísio.

Coração de Caçador

Título no Brasil: Coração de Caçador
Título Original: Na oshchup
Ano de Lançamento: 2022
País: Rússia
Estúdio: KSA
Direção: Anton Muss
Roteiro: Anton Muss
Elenco: Mikhail Dorozhkin, Mikhail Evlanov, Michael Gor

Sinopse: 
Juiz aposentado, cansado da vida que levava, decide ir morar isolado numa velha cabana no meio da floresta. Ele conseguiu livrar seu filho da prisão em seus últimos dias de magistrado e agora tenta reconstruir esse relacionamento entre pai e filho que ficou abalada. Só que antes disso vai precisar sobreviver no meio do nada, após ser atacado por um urso feroz!

Comentários:
Produção russa que até começa interessante. O problema é que o roteiro nunca se decide entre ser um filme de sobrevivência no meio da floresta ou um drama existencial do protagonista, cheio de reflexões e pensamentos interiores. Ficando nesse meio termo, o roteiro se perde na indecisão. Ainda assim sobram algumas boas cenas e ideias dentro dessa história. Agora, fraco mesmo são as cenas com o tal urso negro da floresta. Talvez pela falta de maiores recursos da produção ou falta de maior experiência desse cineasta russo, as coisas são bem decepcionantes quando esse animal voraz surge em cena. Você, como espectador, fica esperando algo emocionante surgir e definitivamente isso não acontece. Fica um zero a zero bem frustrante para dizer a verdade. Por fim não vá confundir esse filme com o de mesmo nome de 1990, com Clint Eastwood. Não há nem comparação possível. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

A Casa da Noite Eterna

Título no Brasil: A Casa da Noite Eterna
Título Original: The Legend of Hell House
Ano de Lançamento: 1973
País: Reino Unido
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: John Hough
Roteiro: Richard Matheson
Elenco: Roddy McDowall, Pamela Franklin, Clive Revill

Sinopse:
Um grupo de pesquisadores e uma médium sensitiva vão até uma velha casa que tem fama de assombrada. Chegando lá, eles logo começam a testemunhar estranhos eventos que podem ter ligação com o mundo sobrenatural. Filme baseado no livro "Hell House" de Richard Matheson. 

Comentários:
Um filme de terror bem feito, bem realizado que busca o tempo todo trazer um certo equilíbrio, mesmo a despeito do tema que explora. É um filme que indicaria para seguidores do espiritismo, uma vez que esse roteiro não está preocupado em criar sustos fáceis ou cair na velha fórmula que estamos acostumados a ver. Ao contrário disso, tudo me pareceu bem sóbrio, diria até mesmo racional até demais! No fundo o que temos aqui é uma daquelas boas histórias para se ver numa noite de chuva, pois o tema de almas atormentadas, após mortes violentas, sempre rendeu bons livros e bons filmes. Só não vá levar nada muito à sério. O filme tem esse estilo mais realista, pero no mucho, afinal de contas acreditar na existência de fantasmas vai da crença de cada pessoa. Enfim, temos aqui um filme indicado para quem aprecia um bom filme de terror do cinema inglês clássico.  

Pablo Aluísio.

A Morta-Viva

Título no Brasil: A Morta-Viva
Título Original: I Walked with a Zombie
Ano de Lançamento: 1943
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Jacques Tourneur
Roteiro: Curt Siodmak, Ardel Wray
Elenco: Frances Dee, Tom Conway, James Ellison

Sinopse:
Uma jovem enfermeira canadense é contratada para trabalhar numa fazenda localizada no Caribe. Um homem muito rico está morrendo. O que ela nem desconfia é que na ilha existe uma antiga religião chamada Vodu que promete trazer homens mortos de volta à vida. 

Comentários:
Pois é, desde que os primeiros colonizadores chegaram no Caribe e tiveram contato com a estranha religião Vodu, o interesse por essa velha feitiçaria tem despertado curiosidade. Esse filme feito nos hoje distantes anos 1940 desenvolve bem o tema. Para uma produção feita em uma época tão remota, em que não havia os recursos de maquiagem dos dias atuais, o jeito foi mesmo contratar os atores locais mais feios que havia à disposição para atuar como zumbis! O curioso é que funciona e o espectador, mesmo vendo o filme atualmente, vai certamente levar uns sustinhos! Sinal que a direção do filme foi bem realizada de fato! 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Antro de Desalmados

Título no Brasil: Antro de Desalmados
Título Original: The Wild and the Innocent
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal International Pictures (UI)
Direção: Jack Sher
Roteiro: Sy Gomberg, Jack Sher
Elenco: Audie Murphy, Sandra Dee, Joanne Dru, Gilbert Roland, Jim Backus, George Mitchell

Sinopse:
John Yancy (Audie Murphy) é um caçador de peles nas montanhas geladas do território do Wyoming. Após mais uma temporada de trabalho duro ele decide ir para a cidade mais próxima, para vender e trocar as mercadorias que conseguiu nos últimos meses, porém acaba se envolvendo numa série de conflitos no lugar quando tenta ajudar a doce jovem Rosalie (Sandra Dee).

Comentários:
Audie Murphy sempre tinha uma visão muito mordaz e pessimista sobre seus filmes no cinema. Acredito que ele lia as críticas da época e ficava transtornado, dando razão aos seus críticos mais ferozes. Esse pessimismo pessoal dele porém não se confirmou com o passar dos anos. Revendo hoje em dia seus filmes de faroeste B na Universal não vejo nada que o desmereça como astro cowboy, muito pelo contrário. Embora ele não fosse um gênio da atuação (ninguém estava esperando por isso mesmo) ele tinha boa presença de cena, sempre atuando com dignidade. Não é à toa que se tornou um dos mais populares astros do western nos anos 50. Se fosse tão ruim como pensava de si mesmo não teria feito todo esse sucesso, vamos convir. Esse " Antro de Desalmados" trazia um atrativo extra para os jovens, a presença da atriz e cantora Sandra Dee, uma estrela adolescente em ascensão. Ele sempre teve muito carisma e igualmente fez muito sucesso em sua juventude, porém acabou tendo um destino cruel e trágico, marcado por abuso de drogas e bebidas, o que fragilizou sua saúde. De qualquer forma vale a pena revê-la aqui, jovem e esbanjando beleza e simpatia. Um motivo a mais para se conferir esse faroeste dos anos 50. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

O Leopardo

Título no Brasil: O Leopardo
Título Original: Il gattopardo
Ano de Lançamento: 1963
País: Itália, França
Estúdio: Titanus Films
Direção: Luchino Visconti
Roteiro: Suso Cecchi D'Amico
Elenco: Burt Lancaster, Alain Delon, Claudia Cardinale, Terence Hill, Paolo Stoppa, Rina Morelli

Sinopse:
Don Fabrizio Salina (Burt Lancaster) é um homem da elite de sua nação. Quando a revolução italiana liderada por Garibaldi explode em todo o país, ele nem se abala. Continua com sua rotina diária. Seu sobrinho se alista ao lado dos jovens revolucionários, mas não tarda à voltar para a influência de seu tio patriarca. Algumas coisas nunca mudam! Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor figurino. Adaptação cinematográfica do livro "O Leopardo" de Giuseppe Tomasi di Lampedusa.

Comentários:
Isso é o que eu chamo de um filme de classe! Excelente produção, elenco refinado e uma boa história para contar. O personagem de Burt Lancaster é um velho aristocrata do antigo regime. Ele sabe que mesmo havendo uma revolução em sua nação, nada vai mudar na realidade. As elites dominantes vão continuar dominando o poder e o povo continuará a ser explorado, servindo como mera massa de manobra. Por essa razão ele segue sua rotina sem mudanças, sendo um patriarca ao velho estilo, frequentando a Igreja de dia com a esposa e a família para de noite ir para os braços de sua amante. Hipocrisia pura! O filme termina com uma longa cena de baile em uma bela mansão decorada com peças do renascimento. Ele é um tipo em extinção, como um leopardo, mas que segue existindo. Apesar do povo acreditar em mudanças da revolução, ele bem sabe que nada vai mudar dentro daquela sociedade patriarcal, conservadora e já naqueles tempos, bem anacrônica. 

Pablo Aluísio.

Ladrões de Bicicleta

Título no Brasil: Ladrões de Bicicleta
Título Original: Ladri di biciclette
Ano de Produção: 1948
País: Itália
Estúdio: Produzioni De Sica
Direção: Vittorio De Sica
Roteiro: Cesare Zavattini,
Elenco: Lamberto Maggiorani, Enzo Staiola, Lianella Carell, Gino Saltamerenda, Elena Altieri, Vittorio Antonucci

Sinopse:
Roteiro baseado no romance de Luigi Bartolini. O enredo se desenvolve no pós-guerra quando a Itália, completamente em ruínas, procura se levantar de alguma forma da destruição causada pelos bombardeios americanos e aliados. Para sobreviver Ricci (Lamberto Maggiorani) acaba arranjando um emprego após passar um longo período sem trabalho. Ele passa a ser colador de cartazes pelas ruas mas para isso precisa de uma bicicleta. Após juntar algum dinheiro com a ajuda da mulher  Maria (Lianella Carell), ele finalmente consegue adquirir a bicicleta. No primeiro dia porém ela é roubada e para recuperá-la pai e filho partem em busca dos ladrões.

Comentários:
Um dos maiores clássicos do neo-realismo italiano, "Ladrões de Bicicleta" se tornou uma obra imortal por mostrar uma situação e um enredo aparentemente simples mas que no fundo possuíam uma grande mensagem, mostrando a luta de um pai de família em uma verdadeira busca pela sua dignidade perdida. O diretor não poupa o espectador e mostra sem relativismos a verdade nua e crua da sociedade italiana após um dos mais sangrentos conflitos da história. O curioso é que mesmo apostando no realismo sem véus, o cineasta consegue ao mesmo tempo dar um clima de magia e fascinação sem paralelos com o cinema europeu da época. O roteiro extremamente bem escrito procura desvendar as vísceras de uma sociedade em um dos momentos mais cruciais de sua história mas ao invés de mostrar a coletividade como um todo ele resolveu centrar sua atenção na vida de apenas um único homem comum. O resultado é não menos do que brilhante. Um clássico europeu que não pode faltar na coleção de nenhum amante da sétima arte.

Pablo Aluísio.
 

domingo, 5 de janeiro de 2025

Globo de Ouro: A Vitória de Fernanda Torres

Que maravilha! Ontem a talentosa Fernanda Torres venceu o Globo de Ouro de Melhor atriz em uma noite histórica do cinema brasileiro. Não foi pouca coisa! O Globo de Ouro é uma das premiações mais importantes do cinema mundial. Vencer um prêmio como esse, com um filme falado em língua portuguesa, em uma história muito brasileira, embora com temas universais, realmente é algo que será lembrado nos próximos anos, pode ter certeza disso. 

E não foi a importância apenas do prêmio dado a Fernanda Torres. Um prêmio mais do que merecido, mas também pela história que o filme conta e a sua importância para o momento em que vivemos hoje. A história de uma mãe tentando levar sua família em frente, após o marido ser morto pela ditadura militar brasieira, tem contornos simbólicos que não podem ser ignorados!

Existe, ainda hoje, pessoas que defendem uma ditadura violenta, sanguinária, criminosa e repleta de brutalidades como a que vemos na história desse filme. Esse grupo asqueroso, seja por ignorância histórica, seja por perversidade ou por psicopatia mesmo, acampou em volta de quartéis pedindo a volta da Ditadura. Gente que simplesmente não presta! Felizmente estão presos, embora os principais mentores ainda não estejam condenados. Espero que em breve todos sejam punidos com o rigor da lei que merecem. 

Assim temos um filme importante, simbólico da luta contra regimes violentos e autoritários, com um elenco maravilhoso em cena, sendo premiado. O prêmio de Fernada Torres não se limita a ela, como grande profissional que sempre foi, mas também a todos os brasileiros que lutam por nossa democracia e liberdade. E essa é uma luta que ainda não terminou. Parabéns Fernada Torres, você nos representa e muito nesse momento de vitória! 

Pablo Aluísio.