domingo, 3 de março de 2024

Imperador Romano Nerva

Imperador Romano Nerva
Após o fim de Domiciano, assassinado em uma conspiração da guarda pretoriana, houve uma certa indefinição sobre quem seria o novo imperador. Para o bem de Roma, finalmente um senador chamado Marcus Cocceius Nerva foi o escolhido em 18 de setembro de 96. Ele assim se tornava o novo imperador de Roma. Com Nerva o senado romano finalmente chegava ao poder máximo no Império. A era dos imperadores generais tinha chegado ao seu final. Como a brutalidade e violência desses militares eram bem conhecidos pelo povo romano, o fato do novo imperador não ser um desses militares toscos já era um ponto de esperança. A escolha de Nerva assim foi muito bem recebida nas ruas da capital do império. 

Nerva era bem conhecido do povo romano. Ele era um homem da elite e vinha desempenhando o cargo de senador desde os tempos de Nero. Sua vasta experiência como político o fez compreender como nenhum outro romano, os erros dos imperadores anteriores, alguns deles verdadeiros homens insanos. Nerva sabia que não poderia cometer os mesmos erros. E ele era um homem preparado, intelectual, que conhecia bem as vias da administração de Roma. Também era um político nato, formando alianças com as diversas linhas de pensamento dentro do império. Era bom ouvinte e a leitura era vista por ele como um prazer. Sem dúvida era um homem culto e adequado para o cargo. Também mostrou desde os primeiros dias que iria recusar a violência e a repressão como única política de Estado. Não gostava de atitudes tirânicas. Ao seu modo era sem dúvida um homem democrata!  

Pessoalmente era um imperador cordial, diplomata. Dedicava todo o seu tempo diário para resolver os problemas imperiais. Era sensato, estudioso, pensativo. Nunca tomava uma decisão sem antes ouvir o senado e os demais setores importantes da sociedade. Com Nerva no poder, o império romano conquistou uma estabilidade política que lembrava os antigos tempos do imperador Augusto. Com tantas qualidades, ele passou a ser apontado pelos historiadores como o primeiro dos cinco grandes imperadores dessa fase. Era o primeiro do ciclo dos cinco bons imperadores, homens sérios, honestos, que trabalhavam duro pela ascensão do império. 

Pouco antes de morrer, Nerva adotou Trajano como seu filho. Ele não tinha filhos naturais e a escolha do bom Trajano foi uma questão de garantir uma sucessão pacífica para o poder. Nerva via em Trajano todas as qualidades que entendia ser essenciais para o contínuo sucesso do império romano. Com a escolha de Trajano para sucedê-lo também houve um abrandamento completo dentro das fileiras que faziam oposição ao imperador Nerva pois esses entendiam que Trajano seria um imperador melhor. Nerva, que sempre ouvia a todos, até mesmo seus opositores, decidiu que eles também teriam a chance de governar Roma após sua morte. 

Outro aspecto que mostra o sucesso do imperador Nerva vem do fato de que ele morreu de morte natural, ao sofrer um derrame enquanto trabalhava. Ele estava debruçado sobre documentos administrativos de Roma quando sofreu o derrame. Ele morreu aos 67 anos de idade, em 27 de janeiro de 98. Foi uma surpresa para o povo de Roma ver um imperador morrer assim, pois praticamente todos os imperadores anteriores tinham sido assassinados. Nerva, o imperador sábio e pacífico, foi grande até mesmo no momento de sua morte. 

Pablo Aluísio. 

O Segundo Rei Franco

O Segundo Rei Franco
Quildeberto I é considerado o segundo Rei da França, filho do primeiro, Clóvis I. Historicamente falando é um monarca tão remoto, que viveu e reinou há 1500 anos, que fica até mesmo complicado afirmar que ele tenha sido Rei da França. O conceito de França é moderno, de um Estado moderno. No tempo desse rei o que existia era uma proliferação de reinos bárbaros que lutavam entre si após o colapso do Império Romano. Assim, embora a história da França o trate como o segundo Rei da França, penso que uma classificação melhor seria situa-lo apenas como o segundo Rei dos Francos. A transformação do Reino dos Francos em França, só iria acontecer alguns séculos depois. De qualquer forma, respeitando a classificação oficial dos historiadores franceses, vou tratar ele aqui como o segundo Rei da França. 

Pois bem, esse monarca passou toda a sua vida em cima de um cavalo, em batalhas sem fim pelo solo daquele território que depois seria a França moderna que conhecemos. Na era em que viveu aquele era um tempo de barbarismo. Para se ter uma ideia ele enfrentou no campo de batalha os mesmos bárbaros que tinham lutado contra os imperadores romanos. Travou sangrentas batalhas contra visigodos e ostrogodos. Invadiu terras que hoje em dia pertencem à Itália que naquelas eras distantes estavam nas mãos de inúmeros reinos de bárbaros. 

Saqueou cidades prósperas como Veneza e Florença e só parou quando se prostrou doente, em uma das suas inúmeras batalhas no campo de guerra. Havia rumores que tinha sido envenenado por seus próprios generais. Outros apontam até mesmo a sua Rainha como a pessoa que teria colocado veneno em sua taça de vinho. 

Quildeberto foi um monarca da baixa idade média. O conceito de governo naqueles tempos era muito frágil. Segurava a coroa quem conseguia vencer e destruir os demais aspirantes ao trono. Embora não haja provas concretas ou documentos oficiais, ele provavelmente matou dois de seus irmãos, também filhos do Rei Clóvis. Era um tempo de barbarismo, onde o Rei nada mais era do que aquele que conseguia se impor no trono com a força de sua espada. E assim era naquelas monarquias antigas, irmão matava irmão e geralmente acabava sendo morto também pelas mãos de algum parente. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 2 de março de 2024

As Marvels

Título no Brasil: As Marvels 
Título Original: The Marvels
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios
Direção: Nia DaCosta
Roteiro: Nia DaCosta, Megan McDonnell
Elenco: Brie Larson, Iman Vellani, Samuel L. Jackson, Teyonah Parris, Zawe Ashton, Park Seo-joon

Sinopse:
O Planeta Terra corre grande perigo. Uma invasão vinda do espaço profundo, do cosmos, está prestes a acontecer. Apenas a força da Capitão Marvel, aliada a jovem adolescente Miss Marvel, pode parar a grande tragédia que está prestes a se abater sobre toda a humanidade. E no centro de tudo estão braceletes que possuem grande poder e força. Quem os possuir, vencerá essa grande guerra cósmica. 

Comentários:
Esse certamente foi um dos filmes mais severamente criticados da Marvel. E devo dizer a verdade por aqui, todas as críticas negativas foram muito justas! O filme é ruim demais! Esse universo cósmico da Marvel já rendeu algumas das melhores páginas do universo das histórias em quadrinhos, mas penso que no cinema nunca funcionou muito bem. E essa ideia de misturar a Capitão Marvel com a Miss Marvel (uma das personagens mais chatinhas da Marvel atualmente) não deu bons frutos. O filme é muito do sem graça, isso apesar dos esforços de tentar soar engraçadinho. E essas piadinhas fora de hora e fora do tom tornam tudo ainda mais constrangedor. E aquele gato espacial? Que porcaria de roteiro... Praticamente nada funciona, nem os efeitos especiais que achei mal desenvolvidos. Lamento pela atriz Brie Larson pois penso que ela tem o visual perfeito para relembrar as antigas estrelas de Hollywood do passado. Só que fazendo filmes idiotas como esse, ela certamente nunca vai chegar ao estrelato. 

Pablo Aluísio.

Com as Próprias Mãos

Título no Brasil: Com as Próprias Mãos
Título Original: Walking Tall
Ano de Lançamento: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Kevin Bray
Roteiro: Mort Briskin, David Klass
Elenco: Dwayne Johnson, Ashley Scott, Johnny Knoxville

Sinopse:
Depois de anos no exército, ex-militar pede baixa e volta para sua cidadezinha natal. Para sua surpresa descobre que o local está dominado pelo crime organizado. Como as autoridades nada fazem, ele decide fazer a limpeza com suas próprias mãos. 

Comentários:
Por anos o The Rock foi lutador de luta livre nos Estados Unidos. Aquele negócio que parece uma mistura de circo com artes marciais. Pois bem, ele então migrou para o cinema. Esse aqui foi um de seus primeiros sucessos. A história é de certa forma banal, aquela velha coisa de se fazer justiça pelas próprias mãos, mas que ainda funciona, principalmente com um roteiro esperto e ágil. Além disso, para um autêntico filme de ação, não faltam boas cenas de pancadaria e lutas. Destaque para o The Rock quebrando toda a boate de striptease do vilão e um acerto de contas nada amistoso com um taco de beisebol. Pois é, nada muito longe do comum nesse tipo de produção, mas que ainda é capaz de render filmes divertidos. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de março de 2024

Resistência

Título no Brasil: Resistência
Título Original: The Creator
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: New Regency Productions
Direção: Gareth Edwards
Roteiro: Gareth Edwards, Chris Weitz
Elenco: John David Washington, Madeleine Yuna Voyles, Ken Watanabe, Gemma Chan, Allison Janney, Sturgill Simpson

Sinopse:
Em um futuro distópico dois grandes grupos lutam pelo controle do planeta Terra. Há um grupo militarizado, dominado por seres humanos brutais, que tentam controlar as grandes cidades com violência e repressão. E há o grupo da resistência, formado por robôs e androides com inteligência artificial avançada. Esse segundo grupo também conta com o apoio de grupos progressistas que desejam destruir a tirania que domina a civilização humana. 

Comentários:
Poderia ser um filme muito bom! Vi muito potencial na premissa básica da história contada, mas infelizmente, mais uma vez, faltou ousadia, coragem mesmo, para ir além, testar os limites. A partir de determinado ponto de filme os roteiristas claramente se limitaram, fazendo com que o enredo fosse parar naquela velha fórmula da "criança messias" que vem para salvar o mundo. Isso já foi usado tantas vezes que ficou chato! O menino em questão também não tem carisma, o que piora a situação do filme como um todo. Ao invés de explorar as inúmeras possibilidades de um futuro distópico, em que dois grupos bem distintos lutam pelo poder, a coisa toda se mostra preguiçosa na tela. E tinham orçamento bom para desenvolver um grande filme de ficção. Mas não deu. Esse filme é apenas regular, sendo muito otimista nessa classificação. A partir de determinado momento eu bocejei de tédio. E o desenrolar da história ficou chata demais. Mais um desperdício de boas premissas por parte de Hollywood. 

Pablo Aluísio.

Billy Madison

Título no Brasil: Billy Madison, um Herdeiro Bobalhão
Título Original: Billy Madison
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Tamra Davis
Roteiro: Tim Herlihy, Adam Sandler
Elenco: Adam Sandler, Darren McGavin, Bridgette Wilson-Sampras, Bradley Whitford, Josh Mostel, Norm MacDonald

Sinopse:
Billy Madison (Sandler) é um sujeito sem maiores ambições na vida. Preguiçoso e nada maduro para sua idade ele precisa cumprir algumas metas e ajeitar sua vida de uma vez por todas para finalmente se tornar o herdeiro de uma grande fortuna do seu pai. 

Comentários:
A primeira vez que ouvi falar do Adam Sandler foi nesse filme. Também pode ser considerado seu primeiro filme de verdade, apesar dele ter feito várias comédias antes, nunca como ator principal. Então de certa maneira podemos considerar esse seu primeiro hit, aquele filme que o colocou nas marquises de cinema. E o interessante é que se comparado com outras bombas que ele iria fazer nos anos seguintes, esse filme até tem seu charme. E o próprio comediante gostou do que viu, tanto que fundou sua própria companhia cinematográfica e a batizou justamente de Billy Madison. No geral, como eu já escrevi, é uma boa comédia, que tem seus momentos, embora o roteiro também não seja grande coisa. De qualquer forma para sua carreira naquela época foi uma ótima oportunidade de mostrar que poderia estar na frente do resto do elenco. E foi também seu primeiro sucesso nos cinemas. Nada mal. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Feriado Sangrento

Título no Brasil: Feriado Sangrento
Título Original: Thanksgiving
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Eli Roth
Roteiro: Eli Roth, Jeff Rendell
Elenco: Patrick Dempsey, Gina Gershon, Lynne Griffin, Karen Cliche, Rick Hoffman, Nell Verlaque

Sinopse:
No dia de Ação de Graças, uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos passa a ser palco de um assassino em série. Usando uma máscara e roupas de peregrino dos tempos da colonização dos Estados Unidos, ele passa a fazer vítimas, matando uma a uma delas com requintes de crueldade extrema. 

Comentários:
Outro filme de terror fraco. O roteiro é sem originalidade, sem criatividade. Apenas se propõe a requentar velhas fórmulas de franquias de sucesso do passado. As referências mais óbvias podem ser encontradas em "Halloween" e "Pânico". O curioso é que essas franquias lutam para sobreviver comercialmente, pois estão mais do que saturadas. Qual seria então o sentido de simplesmente copia-las? De "Halloween" vem a ideia de usar uma data de festas para mostrar um assassino à solta, matando a esmo. Não funciona porque esse feriado de dia de ação de graças é um dos mais bregas do calendário de feriados dos ianques. De "Pânico" vem a ideia de esconder a identidade do assassino, que usa máscara, e que provavelmente faz parte do grupo em que as vítimas estão sendo escolhidas. A máscara e o figurino do assassino são ridículas e não colocam medo em ninguém. Enfim, não gostei nada. A produção é boa, pois o filme foi produzido por uma companhia cinematográfica de ponta. Agora de nada disso adianta se o roteiro é fraco e sem originalidade. Eli Roth deveria tomar vergonha na cara! 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Elvis Presley - Let's Be Friends - Parte 3

Elvis Presley - Let's Be Friends - Parte 3
O velho vinil segue sendo tocado pela surrada agulha da vitrola... Esse é um disco incrivelmente curto, com apenas nove faixas. Mesmo para discos promocionais do selo RCA Camden era um número abaixo da média em termos de LPs de Elvis Presley. O comum era ter dez faixas, isso em uma época em que suas trilhas sonoras vinham com 12 faixas, chegando até mesmo a 14 em alguns casos. Só que aqui, para um álbum composto para sair baratinho nas lojas, a RCA cortou mesmo sem dó e nem piedade. A edição era mais do que enxuta! 

Pois bem, como falamos em trilhas sonoras, a próxima música vinha justamente de um filme. "Change of Habit" foi a canção tema do filme "Ele e as três noviças". Esse foi o último filme de Elvis ao velho estilo, com roteiro, elenco, direção e argumento mais tradicional. Apesar disso o filme tinha também novidades interessantes, fugindo daquelas estorinhas mais bobas que rechearam muitas das produções com Elvis em Hollywood. Com direção musical do maestro Billy Goldenberg, Elvis começou as sessões de sua última trilha sonora. "Change of Habit" tem um belo arranjo, com um guitarra bem presente. 

A melodia tem uma cadência própria, bem de acordo com o som da época. Não é tola e nem tem uma letra óbvia demais. De maneira em geral gosto bastante dessa gravação. Elvis já estava com aquele estilo vocal que iria se destacar em suas gravação no American Studios em Memphis. Uma voz mais encorpada, forte! Isso contribuiu bastante para o bom resultado. Outro ponto digno de citação foi o belo trabalho do baixista Lyle Ritz em raro solo dentro da discografia de Elvis. Um bom momento, sem dúvida.

"Have a Happy" é outro bom momento do disco e foi gravado também para a trilha sonora de "Change of Habit". No entanto essa faixa era bem mais convencional. Nesse dia, o último de gravação, algumas mudanças foram feitas na equipe musical que acompanhava Elvis. O guitarrista Robert Bain assumiu o baixo e Max Bennett chegou para ajudar nas sessões. Essa segunda canção de "Ele e as três noviças" que foi selecionada para esse álbum "Let's Be Friends" pode ser considerada uma das mais pueris desse disco. Ao contrário da anterior não tenta inovar muito e nem absorver as mudanças da sonoridade da época. É de certa maneira uma herderia tardia das antigas trilhas de Elvis. Um último adeus a aquele tradicional estilo de Hollywood dos velhos tempos.

Pablo Aluísio. 

The Beatles - With The Beatles - Parte 1

The Beatles - With The Beatles - Parte 1
A primeira composição de George Harrison a entrar em um álbum dos Beatles foi justamente essa gravação de "Don't Bother Me" que ouvimos nesse disco. Claro que com os anos George iria melhorar muito em termos de melodia e letra, mas aqui já demonstra bons sinais de seu talento. Não é uma grande canção, diria que é até mesmo uma criação básica, mas que serviu para quebrar o gelo. Além disso trazia em sua letra aspectos da própria personalidade do "Beatle quieto", afinal uma música que tinha uma mensagem de "Não me perturbe" não poderia ser mais característica do Beatle. Enquanto Paul sempre trazia o lado mais romântico e otimista e John surgia com o rock mais ácido e pessimista, George fazia contrabalanço aos dois, tentando aparecer e se esconder ao mesmo tempo no meio dos dois gênios.

"All My Loving" provavelmente seja uma das canções mais populares desse álbum. Embora muitos a associem a Paul exclusivamente, essa foi uma criação a quatro mãos, com Paul e John trocando ideias face a face. Claro que a letra foi criada quase que exclusivamente por McCartney, baseada em seu relacionamento com a atriz Jane Asher, porém John apareceu dando importantes dicas no desenvolvimento da melodia em si. Para John a canção tal como fora apresentada pela primeira vez por Paul nos estúdios Abbey Road ainda não tinha o pique necessário. 

Foi John então que a acelerou um pouco, trazendo mais vida para a música. Ficou excelente após a colaboração de Lennon. George Martin decretou após ouvir o primeiro ensaio: "É isso, está perfeita, vamos gravar!". Voltando para a letra seria interessante dar uma olhada em seus versos: "Feche os olhos e eu te beijarei / Amanhã sentirei sua falta / Lembre-se que sempre serei verdadeiro / E quando eu estiver longe / Vou te escrever todo dia / E mandar todo meu amor pra você / Vou fingir que estou beijando / Os lábios dos quais sinto falta / E torcer para meus sonhos virarem realidade".

Eu poderia classificar esse tipo de sentimento presente na letra como um amor adolescente, algo que poderia ter sido escrito por um colegial apaixonado pela garota da escola. Não estou escrevendo isso para desmerecer Paul como letrista, mas sim para salientar como é também arriscado escrever canções de amor para o público jovem. Paul, como bem demonstrou o sucesso da balada, acabou acertando em cheio. Até porque o público dos Beatles por essa época era formado basicamente por jovens histéricas que gritavam pelos membros do grupo nos shows. Foi justamente para essas fãs que Paul escreveu essas palavras. Nada mais complicado do que captar o sentimento dessas garotas em versos e melodia.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Zorro e os 3 Mosqueteiros

Título no Brasil: Zorro e os 3 Mosqueteiros
Título Original: Zorro e i tre moschettieri
Ano de Produção: 1963
País: Itália
Estúdio: Alta Vista, Jonia Film
Direção: Luigi Capuano
Roteiro: Roberto Gianviti, Italo De Tuddo
Elenco: Gordon Scott, José Greci, Giacomo Rossi-Stuart

Sinopse:
Os três Mosqueteiros vão parar na Califórnia do século 19 após um naufrágio. Lá eles começam a conhecer a tirania de um governo provinciano e corrupto mas acabam aceitando a oferta de trabalho de um político influente. Agora terão que caçar e aprisionar o misterioso Zorro, um justiceiro negro que luta contra as injustiças.

Comentários:
A imaginação não tem limites, que o diga os produtores italianos que resolveram unir o Zorro e os Três Mosqueteiros em um só filme! Claro que tudo não passava de um oportunismo comercial fora dos limites. Para começo de conversa o personagem Zorro tinha suas estórias passadas em outro tempo histórico, em outro país, bem diferente do século e da França da monarquia da dinastia Louis em que se desenvolvem as aventuras dos três mosqueteiros. Isso porém não parece ter sido problema para os roteiristas que fizeram uma salada dos diabos para unir todo mundo em um só enredo. No fundo o que todos queriam ver mesmo era quem era melhor na esgrima, o Zorro ou os mosqueteiros? Pensou que esse tipo de coisa era moderna, ao estilo "Aliens vs Predador"? Pois é, não é não, é algo bem antigo. E para completar a mistureba adivinha quem interpreta o Zorro? Sim, Gordon Scott, que ficaria conhecido mais como outro personagem famoso, o Tarzan, numa série de filmes americanos dos anos 1950 e 60. Ele até poderia ser forte mas não levava o menor jeito com a espada. Enfim, uma deliciosa bobagem pop italiana que hoje se destaca mais pela curiosidade do que por seus (poucos) méritos meramente cinematográficos.

Pablo Aluísio.