O filme se propõe a contar a história do maestro Leonard Bernstein. Bom, se você gosta de cinema vai saber quem é ele, pois escreveu algumas das trilhas sonoras mais marcantes da sétima arte. Só que sua carreira jamais se resumiu a isso. Ele era mesmo um grande nome no mundo da música clássica, tendo sido um compositor de renome, muito elogiado por seu trabalho musical ao longo de décadas trabalhando nesse meio. O roteiro conseguiu conciliar sua história pessoal com sua trajetória profissional. Assim acompanhamos não apenas sua ascensão regendo grandes orquestras, mas também aspectos de sua vida pessoal, familiar e íntima.
Ele se casa com uma boa e doce esposa que lhe dá filhos amorosos. Tudo parecia correr muito bem nesse núcleo familiar. Mas havia um detalhe para borrar a fotografia de família em comerciais de margarina. Ele era na realidade bissexual. Enquanto foi levando esse seu lado escondido de sua esposa as coisas transcorreram sem maiores problemas, embora ela obviamente desconfiasse de certos comportamentos do marido. A coisa só desandou mesmo quando ele, já bem coroa e de cabelos brancos, se apaixonou por um bofe jovem e garotão. E ele decidiu trazer o namorado e amante para dentro de sua casa, para conviver inclusive com seus filhos. Imagine o drama dessa pobre mulher depois que isso aconteceu! Uma barra enfrentar uma situação constrangedora dessas! E para turvar ainda mais a situação ela acabou sendo diagnosticada com um câncer terminal. Enfim, já deu para ter uma boa ideia do drama e da história do filme.
De minha parte gostei de praticamente tudo, do elenco, da reconstituição de época e até mesmo do bom roteiro, que surge bem escrito e coeso. Esse é um daqueles filmes feitos para ganhar muitos prêmios na noite do Oscar, mas a coisa toda parece que azedou depois que o ator e diretor Bradley Cooper resolveu falar algumas abobrinhas por aí. Reclamou que não foi premiado no Globo de Ouro. Falou mal dos vencedores. Pegou muito mal tudo que andou dizendo. E como o Oscar é um prêmio de votação, ele provavelmente vai ficar sem ganhar nada daqui pra frente. Assim penso que o filme vai acabar sendo indicado, mas sem vencer em nenhuma categoria importante. Como se diz por aí, em boca fechada não entra mosquito. Uma pequena licção que Bradley Cooper ainda parece não entender direito.
Maestro (Maestro, Estados Unidos, 2023) Direção: Bradley Cooper / Roteiro: Bradley Cooper, Josh Singer / Elenco: Bradley Cooper, Carey Mulligan, Matt Bomer / Sinopse: O filme mostra a história do compositor e maestro Leonard Bernstein. Enquanto sua carreira profissional se torna cada vez mais gloriosa, seu casamento afunda, por causa de sua paixão por homens mais jovens. Ele era na realidade bissexual, o que colocou sua esposa em uma situação muito delicada.
Pablo Aluísio.