sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Jogos Mortais X

Título no Brasil: Jogos Mortais X
Título Original: Saw X
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Twisted Pictures
Direção: Kevin Greutert
Roteiro: Pete Goldfinger, Josh Stolberg
Elenco: Tobin Bell, Shawnee Smith, Synnøve Macody Lund, Steven Brand, Joshua Okamoto, Paulette Hernandez

Sinopse:
Sofrendo de um câncer agressivo e incurável, John Kramer (Tobin Bell) descobre que tem poucos dias de vida. Desesperado, acaba caindo nas mãos de golpistas e estelionatários que arrancam seu dinheiro após oferecer uma espécie de cura milagrosa. Pura balela e estelionato. Sabendo disso chegou a hora de Jigsaw se vingar de todos aqueles vigaristas. 

Comentários:
Eu não dei bola quando soube da existência desse filme. Até porque quem iria dar bola para a décima continuação de uma franquia de terror como essa, que já teve tantos altos e baixos? Mas para minha grande surpresa acabei gostando. Incrivelmente esse décimo filme traz um dos melhores roteiros da série. OK, a violência extrema ainda está lá, mas antes disso há todo um desenvolvimento da história mostrando um John Kramer até mesmo vulnerável, cheio de esperanças. Ele chega a sorrir em cena! Sim, é um sorriso um tanto psicótico, mas ainda assim uma face sorridente. Quem poderia imaginar que algo assim iria acontecer? Já para quem deseja ver a parte torture porn do filme, não espere por coisas tão bem elaboradas como nos filmes anteriores. E issso tem justificativa na própria história. Inclusive deve ter sido gratificante para o ator Tobin Bell, que aqui teve muito mais espaço para atuar, desenvolver seu torturado personagem. Assim o lado final é positivo. Esse é um bom filme da franquia. Eu o colocaria em segundo lugar na lista dos melhores. E sim, isso é de surpreender. 

Pablo Aluísio.

Navio Fantasma

Título no Brasil: Navio Fantasma
Título Original: Ghost Ship
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Steve Beck
Roteiro: Mark Hanlon
Elenco: Julianna Margulies, Gabriel Byrne, Ron Eldard

Sinopse:
Uma equipe de resgate é contratada para localizar uma embarcação perdida na costa do Alasca mas ao invés disso acaba encontrando um antigo navio dado como desaparecido há mais de 40 anos, o Antonia Graza! Logo a equipe decide então explorar seu convés, o que certamente não será uma boa ideia. Agora todos precisam rezar para sair de lá vivos e inteiros!

Comentários:
Outro filme que tive a oportunidade de conferir no cinema. É a tal coisa, navios desaparecidos sempre fizeram parte do inconsciente coletivo como algo macabro e sombrio. Naturalmente todos pensam nas pessoas que sumiram na vastidão dos mares sem deixar vestígios. E as suas almas, como ficam? Vagando eternamente no oceano? É partindo dessa premissa, que já foi bem explorada por velhos contos de terror, que se construiu o roteiro desse filme. De certa forma já sabia de antemão o que esperar pois era um produto típico do selo Dark Castle Entertainment. Produção mais modesta, com orçamento um pouco abaixo dos padrões, mas que espertamente sabe tirar proveito de efeitos digitais bem bolados e inseridos na trama. Em termos de roteiro e atuação não há maiores novidades, embora a fita até funcione em certos aspectos. Curiosamente o elenco é estrelado por Julianna Margulies que iria virar estrela mesmo muitos anos depois no mundo da TV, ao protagonizar a série de grande sucesso de audiência da CBS, "The Good Wife". Enfim, assista, tome alguns sustinhos e coma sua pipoca sem culpas.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Medidas Extremas

Título no Brasil: Medidas Extremas
Título Original: Extreme Measures
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment
Direção: Michael Apted
Roteiro: Michael Palmer, Tony Gilroy
Elenco: Hugh Grant, Gene Hackman, Sarah Jessica Parker, 
J.K. Simmons, David Morse, Bill Nunn

Sinopse:
O jovem médico Dr. Guy Luthan (Hugh Grant) começa a desconfiar do desaparecimento de corpos de pessoas indigentes, moradores de rua. E suas suspeitas o levam até a pessoa de um médico veterano, o Dr. Lawrence Myrick (Gene Hackman), que parece estar envolvido com o que está acontecendo, pois se trata de um comportamento que fere a ética médica, além de ser um crime. 

Comentários:
Sem dúvida um bom thriller de suspense dos anos 90, com bom roteiro e trama interessante. O que surpreende no fundo é o time de atores, o elenco. Gene Hackman está no seu habitual, não saiu do tipo de filme que costumava fazer, muito embora aqui interprete o vilão da história, um médico egocêntrico que acredita ser tão brilhante que estaria até mesmo acima da lei. O que me deixou surpreso mesmo foi ver Hugh Grant tentando emplacar um personagem sério, logo ele que naquela época vinha enfileirando uma série de sucessos comerciais, todos filmes enquadrados na categoria de comédias românticas. Nada errado um ator tentar diversificar de vez em quando, mas naqueles tempos ele estava tão associado com aquele tipo de personagem, a do inglês meio bobalhão, mas romântico, que pouca gente conseguiu levar ele à sério nessa produção de suspense. Efeitos colaterais de seu próprio sucesso anterior no cinema. 

Pablo Aluísio.

Meus Queridos Presidentes

Título no Brasil: Meus Queridos Presidentes
Título Original: My Fellow Americans
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Peter Segal
Roteiro: E. Jack Kaplan, Richard Chapman
Elenco: Jack Lemmon, James Garner, Dan Aykroyd, Lauren Bacall, John Heard, Wilford Brimley

Sinopse:
Kramer e Douglas, dois ex-presidentes de extremos opostos do espectro político, tornam-se aliados relutantes quando se tornam alvo de um conspirador na administração do presidente Haney. Os dois ex-presidentes percebem que têm um inimigo dentro do governo e partem em busca de provas que limpem seus nomes.

Comentários:
É uma comédia fraca mesmo. Com muita boa vontade, mas muita boa vontade, levaria 3 estrelas no total de 5 possíveis. E essa cotação viria não do roteiro, que apela para situações bobinhas e algumas até constrangedoras, mas sim dos nomes envolvidos no elenco. Esses veteranos, do naipe de Jack Lemmon e James Garner, não queriam se aposentar, apesar da idade e da vasta filmografia produzida no passado. Eles tinham aquela mentalidade de trabalhar até o final de suas vidas. Realmente a aposentadoria muitas vezes significa a morte, principalmente para artistas que sempre foram muito produtivos. Então o Dan Aykroyd usou de sua influência dentro da Warner para que o filme fosse produzido. O resultado pode até ser considerado simpático por alguns, mas em minha opinião haveria de ter material de melhor qualidade para nomes tão consagrados. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Elvis Presley - Kentucky Rain / My Little Friend

O primeiro single de Elvis nos anos 70 trazia canções gravadas no ano anterior, no American. Esse single aliás, lançado tardiamente, trazia ao mercado os últimos materiais gravados por Elvis naquelas sessões que foram consideradas as melhores da carreira do cantor durante os anos 60. Após anos de trilhas sonoras Elvis voltava a gravar com afinco e determinação, com ótimo repertório e o que era melhor de tudo, em Memphis, sua cidade querida. Essas faixas do American foram extremamente bem recebidas pela crítica, pois era um verdadeiro renascimento artístico por parte de Elvis.

Nesse mesmo dia Elvis ainda gravaria a versão definitiva de "Only the Strong Survive". Realmente é um lote de canções bem acima da média, com ótimos arranjos e produção. Apesar de tudo isso não considero "Kentucky Rain" um dos grandes destaques do material produzido no American. Certamente é bem gravada, porém seu ritmo um pouco indeciso não me agrada muito. Prefiro a singeleza de "My Little Friend", que destoava um pouco da consistência das outras músicas gravadas nessa ocasião. Era mais pueril, lembrando um pouco suas trilhas sonoras mais simples. De qualquer forma "Kentucky Rain" cumpriu suas pretensões, mantendo a discografia de Elvis em alta entre a crítica. Comercialmente falando não fez muito sucesso, chegando apenas no Top 20 da Billboard, em décima sexta posição. Nunca foi um grande sucesso, mas serviu para completar o pacote de músicas do American que ainda não tinham chegado ao mercado. No saldo final é um bom single, nada espetacular, mas mantendo um certo nível de qualidade.

Elvis Presley - Kentuck Rain (1970)
Single: Kentucky Rain / My Little Friend
Cantor: Elvis Presley
Selo: RCA Victor
Data de Lançamento: Fevereiro de 1970
Melhor posição Billboard: 16
Produção: Chips Moman, Felton Jarvis
Estúdio: American Sound, Memphis, Tennessee
Músicos: Elvis Presley (vocais e violão), Reggie Young (guitarra), Tommy Cogbill (baixo), Gene Chrisman (bateria), Bobby Wood (piano), Bobby Emmons (órgão).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

A Senda do Ódio

Título no Brasil: A Senda do Ódio
Título Original: One Foot in Hell
Ano de Lançamento: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: James B. Clark
Roteiro: Aaron Spelling, Sydney Boehm
Elenco: Alan Ladd, Don Murray, Dan O'Herlihy

Sinopse:
Mitch Barrett (Alan Ladd) é um velho homem do oeste que após muitos anos retorna para uma pequena cidade da fronteira. Os tempos são outros, os novos moradores da cidade nem o conhecem mais. Só que Barrett não está de volta para passar suas férias ou apreciar uma nostalgia do passado. Ele quer vingança por algo terrível que lhe aconteceu muitos anos antes. 

Comentários:
Inegavelmente, ao longo de sua carreira, o ator Alan Ladd estrelou grandes filmes de faroeste. Alguns são considerados clássicos absolutos como "Os Brutos Também Amam". Só que conforme os anos foram passando os roteiros que lhe eram oferecidos já não eram tão bons como no passado. Ele também já estava entrando em uma certa idade em que os estúdios já não o chamavam mais para as grandes produções. Restou ao veterano ator aparecer em filmes menores, mais modestos, filmes B de faroeste como esse aqui. É um filme bem de rotina dentro do gênero. Isso em uma época em que o western já começava a perder espaço para outros tipos de filmes. Ladd também vinha com problemas de depressão, o que dificultava sua capacidade de trabalho. Ainda assim atuou profissionalmente bem, dando plenamente conta do recado. Enfim, deixo a dica desse que foi um dos últimos filmes de faroeste desse simbólico ator do western americano. 

Pablo Aluísio.

Amor Feito de Ódio

Título no Brasil: Amor Feito de Ódio
Título Original: The Man Who Loved Cat Dancing
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Richard C. Sarafian
Roteiro: Marilyn Durham, Eleanor Perry
Elenco: Burt Reynolds, Sarah Miles, Lee J. Cobb
  
Sinopse:
Catherine Crocker (Sarah Miles) é uma jovem esposa que após uma briga com o marido decide viajar sozinha pelo deserto. Má ideia. Logo ela acaba sequestrada por um grupo de bandoleiros e assaltantes de trens e bancos comandados por Jay Grobart (Burt Reynolds), ex-tenente da cavalaria que agora ganha a vida praticando crimes no velho oeste americano. A convivência entre ambos acabará criando uma relação de amor e ódio entre eles.

Comentários:
Um bom western que anda meio esquecido. Foi lançado em um dos momentos mais bem sucedidos da carreira de Burt Reynolds, que nos anos seguintes conseguiria se tornar um dos atores mais bem pagos de Hollywood, colecionando sucessos de bilheteria. Aqui ele contracena com a atriz inglesa Sarah Miles (que havia sido indicada ao Oscar dois anos antes por "A Filha de Ryan"). A diferença cultural entre um fora-da-lei do oeste selvagem, seus modos rudes e diretos e uma dama britânica de modos finos e elegantes mantém o interesse do filme até o fim. Se os opostos se atraem ou não, no final não importa muito, pois o roteiro procurava se desenvolver justamente em cima desse verdadeiro choque cultural existente entre o casal. Bem produzido, contando com um elenco de apoio muito bom - incluindo aí o sempre competente Lee J. Cobb - o filme marca uma época em que os faroestes procuravam por outros caminhos, não se apoiando apenas em tiroteios e cenas de ação, mas também no desenvolvimento maior dos personagens em cena, valorizando cada menor detalhe do lado mais humano de suas personalidades. E isso certamente ajuda muito no resultado final. Enfim, temos aqui um bom western que inclusive chegou a ser lançado no Brasil no mercado de vídeo VHS durante os anos 1980 pelo selo Video Arte.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Jesus Cristo Superstar

Título no Brasil: Jesus Cristo Superstar
Título Original: Jesus Christ Superstar
Ano de Lançamento: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Norman Jewison
Roteiro: Melvyn Bragg, Norman Jewison
Elenco: Ted Neeley, Carl Anderson, Yvonne Elliman, Barry Dennen, Bob Bingham, Josh Mostel

Sinopse:
Jesus de Nazaré, um homem simples, judeu, cuja nação está sob dominação do império Romano, começa a incomodar autoridades religiosas e políticas por causa de sua pregação sobre paz, amor e Reino de Deus. Não demora muito e ele logo é traído por um de seus mais próximos seguidores, o apóstolo Judas. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Música (André Previn, Herbert W. Spencer, Andrew Lloyd Webber).

Comentários:
Uma visão de Jesus pela cultura hippie e pelo movimento da contracultura. Grande sucesso nos palcos, ganhou aqui sua versão definitiva para o cinema. Jesus no ponto de vista da geração dos anos 60. Foi sempre assim que vi essa produção que fez muito sucesso e causou muita polêmica em seu lançamento, a tal ponto que chegou a incomodar até mesmo ao Vaticano. Quando o filme foi lançado na Europa o próprio Papa Paulo VI em pessoa chegou a publicar uma declaração reclamando bastante do roteiro e da história desse filme. Alegava entre outras coisas que o filme tinha muito teor erótico e que avançava demais no suposto caso amoroso entre Jesus e Maria Madalena. Além disso, mostrar a vida de Jesus sob o ponto de vista de Judas, o traidor, também era provocativo por natureza. Eu penso de outra forma. Toda geração tem direito a mostrar sua versão de Jesus. E a geração paz e amor, da cultura hippie, também tinha esse direito. E trouxe essa visão justamente nesse filme. Sob o ponto de vista cultural não vejo nada demais nisso, pelo contrário, até hoje acho tudo muito interessante. 

Pablo Aluísio.

domingo, 31 de dezembro de 2023

A Imperatriz Sissi

Elisabeth Amalie Eugenie von Bayern ou como ficou conhecida na história, a imperatriz Sissi, é uma das figuras históricas mais interessantes do século XIX. Ela foi imortalizada pelo cinema numa série de três filmes estrelados pela atriz Romy Schneider. Os filmes são marcantes, belíssimos de se assistir, com produção classe A e muito glamour, mas na verdade apenas tangenciam a história da verdadeira Sissi. De fato ele foi uma das mais belas imperatrizes da Europa, foi um marco no mundo da moda e da elegância, sua corte foi seguramente uma das mais luxuosas da história, porém havia também seu lado humano com diversos dramas pessoais.

Sissi era extremamente paranoica com sua aparência pessoal, a tal ponto de muitos dentro do palácio chamarem ela de louca. A imperatriz não comia comidas sólidas, com medo de engordar e perder sua fina cintura. Embora fosse alta para os padrões femininos da época, com mais de 1.70m de altura, ela mal passava dos 50kg. Não comia carne, nem doce. Para não ficar sem as proteínas necessárias para sobreviver ela mandava que pedaços de carne fossem triturados para que então ele tomasse apenas o caldo extraído desses pedaços. Também experimentou estranhos tratamentos de beleza para sua pele e seu longo cabelo, que era tratado por damas da corte especializadas em cuidar dele.

Na época pessoas depressivas eram ditas como pessoas melancólicas. Sissi, apesar de todo o luxo e riqueza que tinha era muito depressiva, passando por fases em que seu marido Francisco José I da Áustria pensou seriamente em levá-la para algum tratamento psicológico. Só não o fez para não causar escândalo nas monarquias da época. Para compensar e superar esses momentos de depressão Sissi se dedicou aos esportes. Primeiro comprou cavalos e passava horas cavalgando. Depois inaugurou a moda entre as realezas das longas caminhadas. Ela passava horas caminhando e para não ser reconhecida usava roupas discretas, de camponesas da época.

Sissi também tinha uma obsessão em viajar e navegar. Para falar a verdade nada era tão aborrecido em sua vida do que ficar em Viena. Assim ela pediu ao marido um barco para velejar mundo afora. O imperador, sempre preocupado com sua saúde mental, deu esse presente para ela e depois disso ela nunca mais parou de navegar. Como já havia dado herdeiros ao trono decidiu também "terceirizar" o próprio marido, dando de "presente" a ele uma atriz que admirava. Sissi foi franca com ela, queria que a atriz se tornasse amante do imperador, para que ela pudesse se ver livre das obrigações matrimoniais. Ao que tudo indica Sissi não queria mais ir para a cama com Francisco José. Achava aquilo tudo aborrecido, não gostava mesmo de sexo. Também não queria mais ter filhos pois isso iria estragar seriamente sua silhueta impecável.

Um aspecto interessante em Sissi é que ela tinha verdadeira obsessão não apenas pela beleza, mas pela juventude também. Conforme os anos foram passando ela foi ficando apavorada por perder sua juventude. A filha deu a luz ao seu neto quando Sissi tinha apenas 32 anos de idade, algo que a deixou enfurecida. Nada poderia ser mais longe do ideal de juventude eterna do que se tornar uma avó, principalmente naquele tempo. E foi justamente nessa idade, aos 32 anos, que ela decidiu que não mais iria ser vista em público, nem iria deixar ser retratada em pinturas ou quadros. Não queria ser lembrada com sua imagem de mulher madura. Também parou de sorrir. Numa época em que não havia pastas e nem escovas de dentes, a imperatriz teve inúmeros problemas dentários. E isso tirava a harmonia do conjunto da beleza de seu rosto.

Sissi morreu aos 60 anos de idade, assassinada por um anarquista enquanto caminhava em Genebra. O assassino pegou uma peça que era usada por ferreiros, afiou suas pontas e apunhalou a imperatriz em plena luz do dia, no meio da rua. Ela realmente havia se descuidado de sua segurança pessoal. Queria levar a vida de uma pessoa comum, o que era impossível para uma mulher que era imperatriz do império austro-húngaro. Depois que foi atacada, Sissi ainda foi levada para um hospital, mas chegou morta ao local. A arma branca do assassino acertou seu coração em cheio, colocando fim na vida de uma das nobres mais famosas da história.

Panlo Aluísio.

sábado, 30 de dezembro de 2023

Vespasiano - O Imperador General

Depois de Calígula e Nero, Roma ficou com um vácuo de poder. Esses foram imperadores terríveis, depravados, alucinados e cruéis. Verdadeiros tiranos na mais restrita acepção da palavra. Quando Nero finalmente morreu uma sucessão de líderes surgiram em Roma. Homens como Otão e Vitélio, o Glutão, ficaram pouco tempo no poder. Eram medíocres demais para liderarem um vasto e grandioso império como o Romano. Coube a um general chamado Vespasiano, colocar as mãos no poder para que Roma não sucumbisse.

Vespasiano foi forjado dentro da disciplina militar. Ele foi um brilhante oficial das legiões romanas. Mesmo sob ordens de imperadores obtusos como Nero ele conseguiu ainda se destacar nas fileiras do exército. Participou de inúmeras campanhas bem sucedidas por todo o império e começou a ficar conhecido e respeitado pelos cidadãos de Roma. Quando a situação se tornou insustentável ele reuniu as legiões sob seu comando e marchou de volta a Roma. Disse a um de seus oficiais que a situação havia chegado a um limite sem volta e que apenas o exército romano poderia colocar ordem em todo aquele caos.

Vespasiano foi um homem pragmático. Ele fazia o que tinha que fazer. As finanças do Estado estavam arruinadas. Assim ele mandou reorganizar o sistema tributário de Roma. Novos tributos foram criados e aos poucos o império foi saindo da crise. De origem militar rechaçava todo o luxo que havia marcado a corte dos imperadores anteriores. O povo ficava surpreso ao descobrir que ele calçava suas próprias botas e cuidava de suas roupas. Não havia dezenas de escravos para isso, como acontecia com Nero. Vespasiano também mandou construir grandes obras, como o Coliseum, que seria terminado por seu filho Tito. Também mandou reconstruir os bairros romanos que tinham sido consumidos pelo fogo nos tempos de Nero. Com uma administração competente e honesta, ganhou as simpatias do povo, tanto da plebe como dos patrícios.

Chegou até mesmo a ser comparado com Augusto. O Senado lhe ofereceu todos os tipos de títulos, mas Vespasiano os recusou. Não era de sua índole. Na política externa o Imperador General precisou lidar com rebeliões na província da Judeia. Uma nova religião estava se espalhando pelo império. Ela tinha a crença que Jesus, um homem que havia vivido na Galiléia, havia ressuscitado após ser crucificado pelos romanos em Jerusalém. Segundo relatórios enviados ao imperador até mesmo membros do exército romano na região estavam se convertendo ao cristianismo. Vespasiano era um homem sem nenhuma fé religiosa. Nem mesmo acreditava nos deuses romanos e por isso avaliou essa nova crença como um problema político para o império Romano.

Ele encarregou seu filho Tito para combater os sentimentos de revolta do povo judeu. No ano de 79 da era cristã o imperador começou a sentir-se mal. O velho general começava a sentir o peso dos anos. Alguns historiadores modernos acreditam que o imperador começou a sofrer problemas relacionados ao Mal de Parkinson, além de doenças do coração. Quando descobriu que estava em seus últimos dias de vida mandou e ordenou que o Estado não deveria gastar fortunas com seu funeral. Queria algo simples. Chegou a dizer que jogassem seu velho corpo de militar nas águas do Rio Tibre. Queria morrer como um soldado. No dia de sua morte mandou seus soldados o levantarem da cama, para que morresse de pé, como um bom legionário. Ele faleceu de um provável câncer de intestino. Acabou dando origem a uma nova dinastia de imperadores denominada Flaviana.

Pablo Aluísio.