domingo, 3 de abril de 2022
Núpcias Reais
Título Original: Royal Wedding
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Stanley Donen
Roteiro: Alan Jay Lerner
Elenco: Fred Astaire, Jane Powell, Peter Lawford, Sarah Churchill, Keenan Wynn, Albert Sharpe
Sinopse:
Dois artistas americanos de teatro, dançarinos, são convidados para irem até a Inglaterra, para se apresentar durante as festividades do casamento real. E no novo país encontram o amor que tanto procuravam. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor música ("Too Late Now").
Comentários:
Esse clássico musical estrelado por Fred Astaire foi um grande sucesso do cinema. Apresentava uma das cenas mais memoráveis do dançarino, quando Astaire literalmente saía dançando nas paredes e no teto de um quarto. A sequência, um primor técnico, até hoje impressiona pelas tomadas da câmera (três cenários foram construídos) e pela própria dança inspirada de Fred Astaire. Outra curiosidade é que como o filme foi filmado na Inglaterra o primeiro-ministro inglês Winston Churchill pediu aos produtores que um papel fosse dado para sua filha Sarah que queria ser atriz. Por uma questão de boas relações diplomáticas ela foi escalada no elenco. Enfim, um belo momento do cinema musical clássico de Hollywood naquilo que ele tinha de melhor. Nota dez!
Pablo Aluísio.
sábado, 2 de abril de 2022
Belfast
O roteiro original foi escrito por Kenneth Branagh. Ele nasceu em Belfast, então fica meio óbvio que essa história traz aspectos biográficos do próprio diretor. Ele é o próprio garoto Buddy da história que conta. Curioso que o diretor separou os irlandenses em duas categorias: Aqueles que ficam e aqueles que se vão. Os irlandeses sempre tiveram a vocação para a emigração. Muito por causa dos problemas econômicos vivenciados em sua nação ao longo dos séculos, mas também por uma vontade de ir embora, conhecer o mundo. E ele acabou fazendo parte daqueles que foram embora, junto com seu pai e sua mãe. Ficaram para trás seus avôs que ele tanto amava. O avô havia sido minerador de carvão e na velhice pagou o preço por ter ido até o fundo das minas. Morreu de uma grave doença de pulmão. A ética de trabalho de sua geração o levou para a cova."Belfast" é isso, lembranças da infância de Kenneth Branagh. O passado de sua vida relembrada de forma lírica.
Belfast (Belfast, Reino Unido, 2021) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Kenneth Branagh / Elenco: Jude Hill, Judi Dench, Ciarán Hinds, Caitriona Balfe / Sinopse: O filme conta a história de um garoto vivendo na Irlanda do Norte no final da década de 1960. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Kenneth Branagh). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Som, Melhor Direção (Kenneth Branagh), Melhor Música Original ("Down to Joy" de Van Morrison), Melhor Ator Coadjuvante (Ciarán Hinds) e Melhor Atriz Coadjuvante (Judi Dench).
Pablo Aluísio.
Sobre Café e Cigarros
Título Original: Coffee and Cigarettes
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Asmik Ace Entertainment
Direção: Jim Jarmusch
Roteiro: Jim Jarmusch
Elenco: Cate Blanchett, Alfred Molina, Bill Murray, Roberto Benigni, Steve Buscemi, Iggy Pop, Tom Waits
Sinopse:
Várias pequenas vinhetas mostrando pessoas sentadas em uma mesa, tomando café e fumando cigarros. Todos bem relaxados, fazendo grandes e pequenos questionamentos sobre a vida, a morte, a verdadeira razão da existência humana e claro, sobre a importância de se tomar um bom cafezinho enquanto se traga um cigarro! Filme indicado ao Film Independent Spirit Awards.
Comentários:
Que tal juntar atores profissionais com pessoas comuns, não necessariamente conhecidas, para bater um papo numa mesa de cafeteria? Parece ter sido essa a ideia de Jim Jarmusch para esse filme. E não é que foi uma boa ideia? Livre das amarras de um roteiro muito estruturado as conversas vão fluindo, com muita conversação espontânea. Os atores profissionais improvisaram bastante, colocando muitas vezes seus próprios pensamentos nas conversas. Hoje em dia um filme tão experimental como esse nem seria realizado. Em um mundo do cinema dominado por super-heróis de quadrinhos ia ser muito complicado algum produtor bancar uma ideia tão inovadora e fora do comum!
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 1 de abril de 2022
Cavaleiro da Lua
No primeiro episódio somos apresentados a esse homem que parece bem perturbado. Ele tenta levar uma vida normal, mas apresenta claramente sintomas de alguma doença mental. Ele ouve vozes, acorda em lugares sem se lembrar de como foi parar lá e começa a literalmente surtar. E tudo piora quando surge um estranho líder de seita, um guru (interpretado por Ethan Hawke) que está atrás dele por causa de um antigo artefato do Egito Antigo. O tal cavaleiro da Lua só aparece nos últimos segundos do primeiro episódio, quase de relance. Mesmo assim me interessei pela história. Vou acompanhar os próximos episódios para ver onde tudo isso vai parar.
Cavaleiro da Lua (Moon Knight, Estados Unidos, 2022) Episódio: The Goldfish Problem / Direção: Justin Benson, Mohamed Diab, Aaron Moorhead / Roteiro: Jeremy Slater / Elenco: Oscar Isaac, Ethan Hawke, May Calamawy/ Sinopse: Homem comum que trabalha em um museu de peças do Egito Antigo começa a sofrer alucinações e sintomas de que estaria com algum problema mental. O que realmente estaria acontecendo?
quinta-feira, 31 de março de 2022
Rocco e Seus Irmãos
Título no Brasil: Rocco e Seus Irmãos
Título Original: Rocco e i suoi fratelli
Ano de Produção: 1960
País: Itália, França
Estúdio: Titanus Films
Direção: Luchino Visconti
Roteiro: Luchino Visconti, Vasco Pratolini
Elenco: Alain Delon, Renato Salvatori, Annie Girardot, Katina Paxinou, Alessandra Panaro, Spyros Fokas
Sinopse:
Uma família de imigrantes italianos pobres do sul do país vai morar em Milão, no norte industrial rico. As diferenças culturais, econômicas e sociais logo se tornam claras entre os membros da família. Filme indicado ao BAFTA Awards e ao Festival de Cinema de Cannes.
Comentários:
Um dos maiores clássicos do cinema europeu. Uma verdadeira obra-prima da carreira do cultuado cineasta Luchino Visconti. Esses são alguns dos títulos que essa obra cinematográfica ganhou ao longo de todos esses anos. E realmente temos um filme com uma força narrativa e social incríveis. No elenco o destaque vai para um jovem Alain Delon, ainda hoje considerado um dos galãs mais belos da história do cinema. Quem poderia discordar? E ele realmente está excepcionalmente bem em seu papel, mesmo sendo ainda bem jovem e de certa forma inexperiente na arte de atuar. O roteiro apresenta uma narrativa separada em capítulos, cada um com o nome de um personagem. É um primor de narração de sua história. O filme foi indicado à Palma de Ouro em Cannes, mas infelizmente não se sagrou vencedor. Se a justiça fosse feita, certamente o prêmio seria dado para esse filme imortal de Luchino Visconti. Seria mais do que merecido.
Pablo Aluísio.
O Passageiro da Chuva
Título Original: Le Passager de la Pluie
Ano de Produção: 1970
País: França, Itália
Estúdio: Medusa Films
Direção: René Clément
Roteiro: Sébastien Japrisot
Elenco: Charles Bronson, Marlène Jobert, Jill Ireland, Gabriele Tinti, Jean Gaven, Jean Piat
Sinopse:
Mulher é violentada por um criminoso, mas consegue se defender, escapando da morte. Algum tempo depois ela passa a ser perseguida por um outro criminoso, mascarado, que passa a seguir seus passos. Para investigar o crime surge o detetive Harry Dobbs (Bronson), pronto para solucionar o caso.
Comentários:
Esse pode ser considerado o primeiro filme estrelado por Charles Bronson. Antes disso ele passou anos e anos sendo apenas um mero coadjuvante nos filmes que atuou. Considerado um filme cruel e violento demais na época de seu lançamento original, acabou abrindo caminho para uma nova fase na carreira do durão Bronson que passou a personificar um tipo básico em seus filmes, a do sujeito violento, portando armas de grande potência, que resolvia tudo na base da violência. Atirar primeiro, pensar depois. De uma forma ou outra o filme fez sucesso inclusive no Brasil, ganhando até mesmo um lançamento nacional também nos tempos do VHS. Charles Bronson sempre teve um animado fã clube em nosso país.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 30 de março de 2022
King Richard: Criando Campeãs
Esse papel do pai Richard Williams seria um presente para qualquer ator. E Will Smith aproveitou bem. Ele foi premiado com o Oscar de melhor ator por sua atuação. Realmente é um trabalho digno de aplausos. Em vários momentos do filme Smith, que é uma celebridade, simplesmente desaparece dentro do personagem. É a maior prova de seu bom trabalho. Pena que tudo isso, seus esforços, seu trabalho, foram ofuscados pelo tapa que ele deu no comediante Chris Rock durante a cerimônia do Oscar. Era para ser a noite de consagração de Will Smith, mas que acabou virando algo negativo, digno de todos os arrependimentos. De qualquer forma, deixando tudo isso de lado, meu veredito é claro: Trata-se sem dúvida de um bom filme. A história parece tão improvável que se não tivesse sido real iriam acusar os roteiristas de forçarem a barra. A vida muitas vezes pode ser surpreendente.
King Richard: Criando Campeãs (King Richard, Estados Unidos, 2021) Direção: Reinaldo Marcus Green / Roteiro: Zach Baylin / Elenco: Will Smith, Saniyya Sidney, Demi Singleton, Aunjanue Ellis, Jon Bernthal, Tony Goldwyn / Sinopse: O filme conta a história de um pai que decide traçar um objetivo bem claro para suas filhas e se dedica de corpo e alma para realizar todos esses sonhos. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhro ator (Will Smith).
Pablo Aluísio.
terça-feira, 29 de março de 2022
No Ritmo do Coração
Filme muito agradável de assistir, com elenco em estado de graça. O ator Troy Kotsur que interpreta o pai surdo da protagonista foi o primeiro deficiente auditivo a ser premiado em uma categoria de atuação da história do Oscar. Prêmio mais do que merecido. Ele não usa palavras, mas isso se torna um mero detalhe. Ele traz uma alma para seu personagem que comove. Já foi dito que esse seria mais um daqueles filmes adolescentes. Qual é problema? O filme surpreende pelas boas intenções e pela riqueza de seus personagens. E também fazia muito tempo que eu não assistia um filme sobre jovens que fosse tão bem conduzido e dirigido. Surpresa do Oscar nesse ano, foi um vencedor merecido. Um dos poucos filmes que me comoveram de verdade nesses últimos anos. Simplesmente magistral.
No Ritmo do Coração (CODA, Estados Unidos, 2021) Direção: Sian Heder / Roteiro: Sian Heder / Elenco: Emilia Jones, Troy Kotsur, Marlee Matlin, Daniel Durant / Sinopse: Refilmagem norte-americana do filme francês "La Famille Belier". Na história uma jovem comum precisa se decidir se tenta ir para uma universidade em Boston onde planeja estudar música e canto ou fica em sua cidade natal pois seus pais são surdos e precisam de sua ajuda. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Troy Kotsur) e Melhor Roteiro Adaptado (Sian Heder).
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 28 de março de 2022
Oscar 2022
Pois bem, deixando as baixarias de lado, vamos comentar o que interessa, os vencedores. O favorito para vencer o Oscar de melhor filme era "Ataque dos Cães" e isso parecia se confirmar quando Jane Campion foi anunciada como vencedora. Geralmente filmes que vencem na categoria de melhor direção levam também o Oscar de melhor filme. Esse ano essa regra não escrita foi quebrada. Quem acabou vencendo o cobiçado prêmio de melhor filme do ano foi "No Ritmo do Coração". Foi uma surpresa, mas não foi uma injustiça. Esse drama adolescente é um filme maravilhoso em todos os aspectos. De uma leveza tocante. Trata de assuntos bem sérios e dramáticos, mas sem exagerar nas doses de pieguice. Eu adorei o prêmio. Um belo filme foi premiado, não tenha dúvidas sobre isso.
Entre os demais atores tivemos a premiação de Troy Kotsur por "No Ritmo do Coração". Ele interpreta o pai barbudo e surdo da protagonista do filme. Ele próprio é surdo e sua premiação foi a primeira da história. Quem assistiu ao filme sabe que foi uma premiação justíssima. Ele não se expressa com palavras no filme, mas seu talento é tanto que isso se torna um mero detalhe. Na categoria de atriz coadjuvante levou Ariana DeBose por "Amor, Sublime Amor" o filme de Spielberg que merecia mais estatuetas. E o prêmio de melhor atriz foi para Jessica Chastain por "Os Olhos de Tammy Faye". Ainda não assisti a esse filme, mas os críticos de um modo em geral adoraram.
Outra categoria que considero muito importante no Oscar é a de melhor roteiro, aqui dividida em roteiro original e roteiro adaptado. Em roteiro original um veterano foi premiado, Kenneth Branagh por "Belfast". Ele foi muito conhecido por suas adaptações de Shakespeare no passado, por isso entendo até como um Oscar pelo conjunto da obra. Em roteiro Adaptado foi premiado "No Ritmo do Coração". Ótimo! Eu não me cansarei de elogiar esse filme, um dos melhores que já assisti esse ano (em breve vou publicar meu texto sobre o filme). E para finalizar a ficção "Duna" também levou sua cota de prêmios, com destaque para o de melhores efeitos especiais. Outro prêmio que não se pode contestar.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 25 de março de 2022
For All Mankind
Tudo vai acontecendo no primeiro episódio e o espectador que nada leu sobre a série vai ter uma série de surpresas nesse estilo. Obviamente é uma série distópica, não sobre o futuro, mas curiosamente sobre o passado. Esse tipo de roteiro me lembrou muito de outra série, "O Homem do Castelo Alto", que também mostrava o mundo caso os nazistas tivessem vencido a II Guerra Mundial. É um novo estilo de se contar histórias fantasiosas, onde o passado é modificado, tudo em prol da diversão. Funciona? Algumas vezes sim, vamos ver como será nessa nova série.
For All Mankind 1.01 - The Grey (Estados Unidos, 2019) Direção: Sergio Mimica-Gezzan / Roteiro: Ronald D. Moore / Elenco: Joel Kinnaman, Michael Dorman, Sarah Jones / Sinopse: Em 1969 a União Soviética vence a corrida espacial da conquista da Lua e leva o primeiro cosmonauta russo a pisar em solo lunar.
Pablo Aluísio.