domingo, 3 de abril de 2022

Núpcias Reais

Título no Brasil: Núpcias Reais
Título Original: Royal Wedding
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Stanley Donen
Roteiro: Alan Jay Lerner
Elenco: Fred Astaire, Jane Powell, Peter Lawford, Sarah Churchill, Keenan Wynn, Albert Sharpe

Sinopse:
Dois artistas americanos de teatro, dançarinos, são convidados para irem até a Inglaterra, para se apresentar durante as festividades do casamento real. E no novo país encontram o amor que tanto procuravam. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor música ("Too Late Now").

Comentários:
Esse clássico musical estrelado por Fred Astaire foi um grande sucesso do cinema. Apresentava uma das cenas mais memoráveis do dançarino, quando Astaire literalmente saía dançando nas paredes e no teto de um quarto. A sequência, um primor técnico, até hoje impressiona pelas tomadas da câmera (três cenários foram construídos) e pela própria dança inspirada de Fred Astaire. Outra curiosidade é que como o filme foi filmado na Inglaterra o primeiro-ministro inglês Winston Churchill pediu aos produtores que um papel fosse dado para sua filha Sarah que queria ser atriz. Por uma questão de boas relações diplomáticas ela foi escalada no elenco. Enfim, um belo momento do cinema musical clássico de Hollywood naquilo que ele tinha de melhor. Nota dez!

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de abril de 2022

Belfast

Esse filme, que também concorreu ao Oscar na categoria de melhor filme do ano, me lembrou muito de "Roma". Com estrutura narrativa bem semelhante, baseada em memórias, com a infância de um garoto sendo passada em um momento histórico complicado de seu país, com os pais passando por dificuldades, em bela fotografia em preto e branco. É de certa maneira uma narrativa de nostalgia pura."Belfast" e "Roma" são filmes bem parecidos nesses aspectos. A historia de "Belfast" conta a infância de um garoto vivendo na Irlanda do Norte no final da década de 1960. Seu país vive uma crise entre católicos e protestantes, geralmente tudo terminando em violência. E o menino vivencia isso na pele, quando estava brincando na rua de sua casa e de repente chega um grupo de protestantes quebrando tudo! A razão? Alguns católicos morariam ali. Um perfeito retrato da imbecilidade humana.

O roteiro original foi escrito por Kenneth Branagh. Ele nasceu em Belfast, então fica meio óbvio que essa história traz aspectos biográficos do próprio diretor. Ele é o próprio garoto  Buddy da história que conta. Curioso que o diretor separou os irlandenses em duas categorias: Aqueles que ficam e aqueles que se vão. Os irlandeses sempre tiveram a  vocação para a emigração. Muito por causa dos problemas econômicos vivenciados em sua nação ao longo dos séculos, mas também por uma vontade de ir embora, conhecer o mundo. E ele acabou fazendo parte daqueles que foram embora, junto com seu pai e sua mãe. Ficaram para trás seus avôs que ele tanto amava. O avô havia sido minerador de carvão e na velhice pagou o preço por ter ido até o fundo das minas. Morreu de uma grave doença de pulmão. A ética de trabalho de sua geração o levou para a cova."Belfast" é isso, lembranças da infância de Kenneth Branagh. O passado de sua vida relembrada de forma lírica.

Belfast (Belfast, Reino Unido, 2021) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Kenneth Branagh / Elenco: Jude Hill, Judi Dench, Ciarán Hinds, Caitriona Balfe / Sinopse: O filme conta a história de um garoto vivendo na Irlanda do Norte no final da década de 1960. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Kenneth Branagh). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Som, Melhor Direção (Kenneth Branagh), Melhor Música Original ("Down to Joy" de Van Morrison), Melhor Ator Coadjuvante (Ciarán Hinds) e Melhor Atriz Coadjuvante (Judi Dench).

Pablo Aluísio.

Sobre Café e Cigarros

Título no Brasil: Sobre Café e Cigarros
Título Original: Coffee and Cigarettes
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Asmik Ace Entertainment
Direção: Jim Jarmusch
Roteiro: Jim Jarmusch
Elenco: Cate Blanchett, Alfred Molina, Bill Murray, Roberto Benigni, Steve Buscemi, Iggy Pop, Tom Waits

Sinopse:
Várias pequenas vinhetas mostrando pessoas sentadas em uma mesa, tomando café e fumando cigarros. Todos bem relaxados, fazendo grandes e pequenos questionamentos sobre a vida, a morte, a verdadeira razão da existência humana e claro, sobre a importância de se tomar um bom cafezinho enquanto se traga um cigarro! Filme indicado ao Film Independent Spirit Awards.

Comentários:
Que tal juntar atores profissionais com pessoas comuns, não necessariamente conhecidas, para bater um papo numa mesa de cafeteria? Parece ter sido essa a ideia de Jim Jarmusch para esse filme. E não é que foi uma boa ideia? Livre das amarras de um roteiro muito estruturado as conversas vão fluindo, com muita conversação espontânea. Os atores profissionais improvisaram bastante, colocando muitas vezes seus próprios pensamentos nas conversas. Hoje em dia um filme tão experimental como esse nem seria realizado. Em um mundo do cinema dominado por super-heróis de quadrinhos ia ser muito complicado algum produtor bancar uma ideia tão inovadora e fora do comum!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de abril de 2022

Cavaleiro da Lua

Esse personagem da Marvel trilhou um caminho interessante. No começo os produtores pensaram em realizar um filme para o cinema com esse personagem. Só que depois de um tempo desenvolvendo o projeto mudaram de ideia. Chegaram na conclusão de que ele não era muito conhecido fora do universo dos quadrinhos. Seria arriscado investir milhões de dólares em um filme assim. Dessa forma decidiram então produzir uma minissérie com relativamente poucos episódios. Decisão acertada. Assisti o primeiro episódio. Não conhecia nada desse Cavaleiro da Lua antes disso, apenas por nome. Nunca li uma revista em quadrinhos. Assistir ao primeiro episódio foi na verdade tomar o primeiro contato com esse universo.

No primeiro episódio somos apresentados a esse homem que parece bem perturbado. Ele tenta levar uma vida normal, mas apresenta claramente sintomas de alguma doença mental. Ele ouve vozes, acorda em lugares sem se lembrar de como foi parar lá e começa a literalmente surtar. E tudo piora quando surge um estranho líder de seita, um guru (interpretado por Ethan Hawke) que está atrás dele por causa de um antigo artefato do Egito Antigo. O tal cavaleiro da Lua só aparece nos últimos segundos do primeiro episódio, quase de relance. Mesmo assim me interessei pela história. Vou acompanhar os próximos episódios para ver onde tudo isso vai parar.

Cavaleiro da Lua (Moon Knight, Estados Unidos, 2022) Episódio: The Goldfish Problem / Direção: Justin Benson, Mohamed Diab, Aaron Moorhead / Roteiro: Jeremy Slater / Elenco: Oscar Isaac, Ethan Hawke, May Calamawy/ Sinopse: Homem comum que trabalha em um museu de peças do Egito Antigo começa a sofrer alucinações e sintomas de que estaria com algum problema mental. O que realmente estaria acontecendo?


Cavaleiro da Lua - Guia de Episódios:

Cavaleiro da Lua 1.02 - Summon the Suit 
Bom, se não fosse uma série da Marvel o protagonista seria obviamente uma pessoa sofrendo de alguma doença mental, me vem a mente esquizofrenia. Acontece que ele desenvolveu várias personalidades, passando a ouvir vozes, ficando muitas vezes em situações estranhas, de modo completamente alucinado. Sua principal personalidade parece ser a de um sujeito pacato e tímido, chamado Steven. Ele trabalha em um museu com peças do Egito antigo e num surto acaba roubando um escaravelho milenar. Depois ele é confrontado por outra personalidade chamada Mark que quer tomar a posse de sua mente, principalmente em situações de perigo. Sempre que surge a necessidade de vestir o capuz e o uniforme deste personagem chamado o cavaleiro da lua o Mark aparece. Mas pensou que para por aí? Não, tem mais, ele também passa a ver e ouvir uma antiga divindade do Egito antigo. Psicologicamente não está fácil pra ninguém, nem mesmo para os personagens da Marvel... quem diria! / Cavaleiro da Lua 1.02 - Summon the Suit (Estados Unidos, 2022) 

Cavaleiro da Lua 1.03 - The Friendly Type
Essa série vai demonstrando vários problemas ao longo dos episódios. Parece que os roteiros se perderam. Esse episódio, por exemplo, se passa no Egito. Seria uma boa premissa para desenvolver um bom enredo, com excelente fotografia, efeitos especiais. Só que a coisa toda vai se perdendo e vai se desenvolvendo sem muita lógica, sem muito foco. E tem mais, o fato do protagonista ter problemas psicológicos, piora tudo. Muitas personalidades cansam quem assiste. Fora a repetição das situações. Se não melhorar, acho que deixarei a Série pelo caminho. / Cavaleiro da Lua 1.03 - The Friendly Type (Estados Unidos, 2022) Direção: Mohamed Diab / Elenco: Oscar Isaac, Ethan Hawke, May Calamawy.

Cavaleiro da Lua 1.04 - The Tomb
Cheguei na conclusão que essa série é realmente bem ruim, nem sei se vou continuar assistindo. O roteiro surge completamente desconexo, sem boa estrutura. O espectador logo se cansa do que está assisitindo, deixa de se importar com o que vai acontecer com os personagens, ou seja, o tédio comça a imperar por todo o episódio, E quando você se dá conta todos estão em um hospício! Ah vai pro inferno... / Cavaleiro da Lua 1.04 - The Tomb (Estados Unidos, 2022) Direção: Justin Benson, Aaron Moorhead / Elenco: Oscar Isaac, Ethan Hawke, May Calamawy.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 31 de março de 2022

Rocco e Seus Irmãos

Título no Brasil: Rocco e Seus Irmãos
Título Original: Rocco e i suoi fratelli
Ano de Produção: 1960
País: Itália, França
Estúdio: Titanus Films
Direção: Luchino Visconti
Roteiro: Luchino Visconti, Vasco Pratolini
Elenco: Alain Delon, Renato Salvatori, Annie Girardot, Katina Paxinou, Alessandra Panaro, Spyros Fokas

Sinopse:
Uma família de imigrantes italianos pobres do sul do país vai morar em Milão, no norte industrial rico. As diferenças culturais, econômicas e sociais logo se tornam claras entre os membros da família. Filme indicado ao BAFTA Awards e ao Festival de Cinema de Cannes.

Comentários:
Um dos maiores clássicos do cinema europeu. Uma verdadeira obra-prima da carreira do cultuado cineasta Luchino Visconti. Esses são alguns dos títulos que essa obra cinematográfica ganhou ao longo de todos esses anos. E realmente temos um filme com uma força narrativa e social incríveis. No elenco o destaque vai para um jovem Alain Delon, ainda hoje considerado um dos galãs mais belos da história do cinema. Quem poderia discordar? E ele realmente está excepcionalmente bem em seu papel, mesmo sendo ainda bem jovem e de certa forma inexperiente na arte de atuar. O roteiro apresenta uma narrativa separada em capítulos, cada um com o nome de um personagem. É um primor de narração de sua história. O filme foi indicado à Palma de Ouro em Cannes, mas infelizmente não se sagrou vencedor. Se a justiça fosse feita, certamente o prêmio seria dado para esse filme imortal de Luchino Visconti. Seria mais do que merecido.

Pablo Aluísio.  

O Passageiro da Chuva

Título no Brasil: O Passageiro da Chuva
Título Original: Le Passager de la Pluie
Ano de Produção: 1970
País: França, Itália
Estúdio: Medusa Films
Direção: René Clément
Roteiro: Sébastien Japrisot
Elenco: Charles Bronson, Marlène Jobert, Jill Ireland, Gabriele Tinti, Jean Gaven, Jean Piat

Sinopse:
Mulher é violentada por um criminoso, mas consegue se defender, escapando da morte. Algum tempo depois ela passa a ser perseguida por um outro criminoso, mascarado, que passa a seguir seus passos. Para investigar o crime surge o detetive Harry Dobbs (Bronson), pronto para solucionar o caso.

Comentários:
Esse pode ser considerado o primeiro filme estrelado por Charles Bronson. Antes disso ele passou anos e anos sendo apenas um mero coadjuvante nos filmes que atuou. Considerado um filme cruel e violento demais na época de seu lançamento original, acabou abrindo caminho para uma nova fase na carreira do durão Bronson que passou a personificar um tipo básico em seus filmes, a do sujeito violento, portando armas de grande potência, que resolvia tudo na base da violência. Atirar primeiro, pensar depois. De uma forma ou outra o filme fez sucesso inclusive no Brasil, ganhando até mesmo um lançamento nacional também nos tempos do VHS. Charles Bronson sempre teve um animado fã clube em nosso país.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 30 de março de 2022

King Richard: Criando Campeãs

Mais uma produção que concorreu ao Oscar de melhor filme do ano. Conta a história de Richard Williams (Will Smith), um homem comum, mas com muitos sonhos para suas filhas. Desde cedo ele colocou na cabeça que deveria ter um plano de vida para elas. E ao lado de sua esposa não iria medir esforços para esse plano dar certo. Pai de cinco filhas ele traçou objetivos para cada uma delas. No caso de Serena e Venus elas deveriam se dedicar aos esportes, curiosamente um esporte de elite, o Tênis. Richard tinha todas as dificuldades pela sua frente. Era um homem pobre e negro em um país conhecido por seu racismo. Nem quadras adequadas para as filhas treinarem ele podia contar. Mesmo assim, bastante focado e sempre acreditando que tudo iria dar certo, acabou seguindo seus objetivos, por mais irreais que eles poderiam parecer à primeira vista.

Esse papel do pai Richard Williams seria um presente para qualquer ator. E Will Smith aproveitou bem. Ele foi premiado com o Oscar de melhor ator por sua atuação. Realmente é um trabalho digno de aplausos. Em vários momentos do filme Smith, que é uma celebridade, simplesmente desaparece dentro do personagem. É a maior prova de seu bom trabalho. Pena que tudo isso, seus esforços, seu trabalho, foram ofuscados pelo tapa que ele deu no comediante Chris Rock durante a cerimônia do Oscar. Era para ser a noite de consagração de Will Smith, mas que acabou virando algo negativo, digno de todos os arrependimentos. De qualquer forma, deixando tudo isso de lado, meu veredito é claro: Trata-se sem dúvida de um bom filme. A história parece tão improvável que se não tivesse sido real iriam acusar os roteiristas de forçarem a barra. A vida muitas vezes pode ser surpreendente.

King Richard: Criando Campeãs (King Richard, Estados Unidos, 2021) Direção: Reinaldo Marcus Green / Roteiro: Zach Baylin / Elenco: Will Smith, Saniyya Sidney, Demi Singleton, Aunjanue Ellis, Jon Bernthal, Tony Goldwyn / Sinopse: O filme conta a história de um pai que decide traçar um objetivo bem claro para suas filhas e se dedica de corpo e alma para realizar todos esses sonhos. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhro ator (Will Smith).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 29 de março de 2022

No Ritmo do Coração

Filme excelente, vencedor do Oscar na categoria de melhor filme desse ano. O interessante é que foi uma produção modesta, com elenco desconhecido do grande público. Sua força vem da história que conta, muito humana, onde muitos podem se identificar. A protagonista é uma jovem garota chamada Ruby Rossi (Emilia Jones). Ela está naquela fase da vida em que os tempos de escola vão acabando e surgem possibilidades de ir para alguma universidade. A vida dela é dura. Estuda e trabalha no barco de pesca da família. Ela é a única que ouve e fala, pois seus pais e seu irmão mais velho são surdos. Isso a faz ser uma garota diferente, com uma carga maior para carregar. Meio por acaso ela decide entrar no coral da escola. Tem bonita voz e talento que logo chamam a atenção de seu professor. Surge a possibilidade dela ir para uma prestigiada universidade de música em Boston, mas isso iria significar deixar os pais para trás. É um dilema em sua vida.

Filme muito agradável de assistir, com elenco em estado de graça. O ator Troy Kotsur que interpreta o pai surdo da protagonista foi o primeiro deficiente auditivo a ser premiado em uma categoria de atuação da história do Oscar. Prêmio mais do que merecido. Ele não usa palavras, mas isso se torna um mero detalhe. Ele traz uma alma para seu personagem que comove. Já foi dito que esse seria mais um daqueles filmes adolescentes. Qual é problema? O filme surpreende pelas boas intenções e pela riqueza de seus personagens. E também fazia muito tempo que eu não assistia um filme sobre jovens que fosse tão bem conduzido e dirigido. Surpresa do Oscar nesse ano, foi um vencedor merecido. Um dos poucos filmes que me comoveram de verdade nesses últimos anos. Simplesmente magistral.

No Ritmo do Coração (CODA, Estados Unidos, 2021) Direção: Sian Heder / Roteiro: Sian Heder / Elenco: Emilia Jones, Troy Kotsur, Marlee Matlin, Daniel Durant / Sinopse: Refilmagem norte-americana do filme francês "La Famille Belier". Na história uma jovem comum precisa se decidir se tenta ir para uma universidade em Boston onde planeja estudar música e canto ou fica em sua cidade natal pois seus pais são surdos e precisam de sua ajuda. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Troy Kotsur) e Melhor Roteiro Adaptado (Sian Heder).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 28 de março de 2022

Oscar 2022

Esse Oscar de 2022 vai ser lembrado pelos motivos errados. Em um futuro próximo as pessoas só vão lembrar da absurda agressão do Will Smith em Chris Rock. Foi algo completamente inesperado, tanto que quando assisti o momento ao vivo pensei tratar-se de uma piada do roteiro da festa. Não era, era uma agressão verdadeira. E tudo por causa de uma piada, um tanto complicada, temos de admitir, mas que jamais justificaria o que houve. O Will Smith acabou vencendo o Oscar de melhor ator, mas o clima de constrangimento foi total! Ninguém conseguia acreditar que algo como aquilo havia acontecido. Eu jamais presenciei nada parecido no Oscar. Em minha opinião o Will Smith deveria ser punido de forma severa pela Academia.

Pois bem, deixando as baixarias de lado, vamos comentar o que interessa, os vencedores. O favorito para vencer o Oscar de melhor filme era "Ataque dos Cães" e isso parecia se confirmar quando Jane Campion foi anunciada como vencedora. Geralmente filmes que vencem na categoria de melhor direção levam também o Oscar de melhor filme. Esse ano essa regra não escrita foi quebrada. Quem acabou vencendo o cobiçado prêmio de melhor filme do ano foi "No Ritmo do Coração". Foi uma surpresa, mas não foi uma injustiça. Esse drama adolescente é um filme maravilhoso em todos os aspectos. De uma leveza tocante. Trata de assuntos bem sérios e dramáticos, mas sem exagerar nas doses de pieguice. Eu adorei o prêmio. Um belo filme foi premiado, não tenha dúvidas sobre isso.

Entre os demais atores tivemos a premiação de Troy Kotsur por "No Ritmo do Coração". Ele interpreta o pai barbudo e surdo da protagonista do filme. Ele próprio é surdo e sua premiação foi a primeira da história. Quem assistiu ao filme sabe que foi uma premiação justíssima. Ele não se expressa com palavras no filme, mas seu talento é tanto que isso se torna um mero detalhe. Na categoria de atriz coadjuvante levou Ariana DeBose por "Amor, Sublime Amor" o filme de Spielberg que merecia mais estatuetas. E o prêmio de melhor atriz foi para Jessica Chastain por "Os Olhos de Tammy Faye". Ainda não assisti a esse filme, mas os críticos de um modo em geral adoraram.

Outra categoria que considero muito importante no Oscar é a de melhor roteiro, aqui dividida em roteiro original e roteiro adaptado. Em roteiro original um veterano foi premiado, Kenneth Branagh por "Belfast". Ele foi muito conhecido por suas adaptações de Shakespeare no passado, por isso entendo até como um Oscar pelo conjunto da obra. Em roteiro Adaptado foi premiado "No Ritmo do Coração". Ótimo! Eu não me cansarei de elogiar esse filme, um dos melhores que já assisti esse ano (em breve vou publicar meu texto sobre o filme). E para finalizar a ficção "Duna" também levou sua cota de prêmios, com destaque para o de melhores efeitos especiais. Outro prêmio que não se pode contestar.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 25 de março de 2022

For All Mankind

Quando o primeiro episódio começa você pensa que está assistindo a uma série normal sobre a corrida espacial. O mundo fica em silêncio acompanhando a chegada do homem à Lua. As mesmas imagens, o módulo lunar pousa e o astronauta finalmente pisa em solo lunar. Só que quando o astronauta começa a falar algo parece errado... suas frases soam estranhas... tudo parece estranho... e aí você percebe que o astronauta está falando russo! Pois é, essa é a primeira surpresa do roteiro. Na história não teria sido um americano o primeiro homem a pisar na Lua, mas sim um cosmonauta soviético. E tem mais... E se os americanos corressem depois desse desastre para colocar o mais rapidamente possível um americano na Lua? E se a Apollo 11 se espatifasse ao tentar pousar na Lua?

Tudo vai acontecendo no primeiro episódio e o espectador que nada leu sobre a série vai ter uma série de surpresas nesse estilo. Obviamente é uma série distópica, não sobre o futuro, mas curiosamente sobre o passado. Esse tipo de roteiro me lembrou muito de outra série, "O Homem do Castelo Alto", que também mostrava o mundo caso os nazistas tivessem vencido a II Guerra Mundial. É um novo estilo de se contar histórias fantasiosas, onde o passado é modificado, tudo em prol da diversão. Funciona? Algumas vezes sim, vamos ver como será nessa nova série.

For All Mankind 1.01 - The Grey (Estados Unidos, 2019) Direção: Sergio Mimica-Gezzan / Roteiro: Ronald D. Moore / Elenco: Joel Kinnaman, Michael Dorman, Sarah Jones  / Sinopse: Em 1969 a União Soviética vence a corrida espacial da conquista da Lua e leva o primeiro cosmonauta russo a pisar em solo lunar.

Pablo Aluísio.


Guia de Episódios - For All Mankind;

For All Mankind 1.02 - The Bleeding Edge
Assisti mais um episódio da série For All Mankind. É o segundo episódio da primeira temporada. Como eu já deixelaro aqui no blog essa série traz uma do distópico mundo onde o primeiro homem a pisar na Lua não foi um norte-americano mas sim um soviético. Neste segundo episódio temos os preparativos para o lançamento da Apollo 12. A Apollo 11 trouxe o primeiro norte-americano a pisar na Lua mesmo na série, mais problemas técnicos fizeram com que a nave quase fosse destruída após o pouso lunar. Depois de uma série de manobras eles conseguem escapar da morte e voltam para a Terra. Nesse episódio vemos tramas de bastidores dentro da NASA, onde um piloto é cortado dentro do programa espacial por fazer críticas a Von Braun, o alemão que projetou a maioria dos foguetes americanos. Isso cria um clima ruim para ele dentro da agência espacial. E ele pensa em voltar para a marinha depois de tudo. Uma das razões que me levaram à assistir essa série é a presença da atriz Sarah Jones. Nesse segundo episódio ela tem a primeira oportunidade de interpretar e desenvolver bem sua personagem, uma esposa de um astronauta infiel no casamento. Como a história se passa nos anos 60, o divórcio não era tão fácil de se concretizar como nos dias atuais. / For All Mankind 1.02 - The Bleeding Edge  (Estados Unidos, 2021) Direção: Michael Morris.

For All Mankind 1.03 - Nixon's Women
Finalmente o episódio o que eu estava esperando, aquele que me convenceu a assistir a série até o final. Nesse episódio, cuja história se passa em 1970, temos a chegada da primeira astronauta soviética na lua. Esse fato faz com que os Estados Unidos corra atrás do prejuízo, ao abrir um programa para treinamento daquela que será a primeira mulher americana a pousar na Lua. Uma dessas escolhidas para fazer parte do programa é esposa do astronauta Gordon, a bela Tracy Stevens, interpretada pela atriz Sarah Jones. É um episódio que mostra o treinamento delas em busca do sonho de se tornarem astronautas, um excelente episódio com um final bem dramático quando uma das pilotas caem durante um treinamento especialmente perigoso. / For All Mankind 1.03 - Nixon's Women (Estados Unidos, 2019) Direção: Allen Coulter / Elenco: Sarah Jones, Joel Kinnaman.

For All Mankind 1.04 - Prime Crew
Nesse episódio a missão Apollo 15 sofre modificações em sua tripulação, saindo o piloto Gordon para entrar uma das astronautas aprovadas no programa feminino especial da NASA. Tudo isso claro, cria um certo desconforto nos demais tripulantes pois Gordon sempre foi um piloto muito experiente e capaz, só que é aquela coisa, tudo é uma jogada de marketing, mesmo que sem o aval do presidente Nixon, que fica mais interessado em uma estação lunar permanente, algo que no mundo real não aconteceu, mas que na série que se passa em um universo de distopia tudo seria possível. / For All Mankind 1.04 - Prime Crew (Estados Unidos, 2019) Direção: Allen Coulter / Elenco: Joel Kinnaman, Michael Dorman, Sarah Jones.

For All Mankind 1.05 - Into the Abyss
Esse episódio mostra a missão Apollo 15. Eles vão até a Lua em busca de gelo, que seria uma grande descoberta científica. Uma vez em órbita do astro, eles descobrem que estão indo no lugar errado. Então o comandante, de forma audaciosa, decide mudar os planos. Eles vão parar na beira de uma grande cratera. O curioso é que, para decidir se há ou não água, a astronauta acaba sendo içada dentro daquele buraco sem fim. O que causa uma grande comoção, um grande suspense nas pessoas, na Terra e no grupo de comando da missão. Será que ela sobreviveria a algo tão extremo? Bom episódio, pena que a atriz Norah Jones, minha Diva subliminar, apareça tão pouco. / For All Mankind 1.05 - Into the Abyss (Estados Unidos, 2019) Direção: Sergio Mimica-Gezzan / Elenco: Joel Kinnaman, Michael Dorman, Sarah Jones.

For All Mankind 1.06 - Home Again
O foguete da Apollo 23 explode. Um grande desastre para a NASA. Claro que isso é pura ficção, porque essa missão nunca existiu na realidade. Essa série se baseia em um mundo de distopia. De qualquer forma, existem alguns paralelos reais com o que aconteceu. O aspecto interessante desse episódio é o surgimento de um personagem histórico que realmente existiu. Estou falando do projetista de foguetes Von Braun. Ele realmente foi da Alemanha para os Estados Unidos após a guerra. E foi uma figura central no desenvolvimento da corrida espacial pelos americanos. Nesse episódio ele não apenas está como um dos  personagens principais, mas também serve como uma espécie de denunciador da corrupção que existia dentro do governo. Não deixa de ser algo esclarecedor. / For All Mankind 1.06 - Home Again (Estados Unidos, 2019) Direção: Sergio Mimica-Gezzan / Elenco: Joel Kinnaman, Michael Dorman, Sarah Jones.

For All Mankind 1.10 
Último episódio da primeira temporada, onde os esforços se concentram no salvamento da nave Apolo 24 que está correndo risco de não conseguir entrar na órbita da Lua, o que iria condená-la a vagar pelo universo, pelo espaço profundo. Para isso o astronauta americano na base lunar passa a contar com a ajuda de um cosmonauta russo! 

For All Mankind - Episódios Finais
Como termina a primeira temporada da série For All Mankind? Bom, em seus episódios finais temos algumas surpresas. A base lunar está consolidada. Ainda é algo pequeno, com apenas dois astronautas americanos. Há uma certa tensão entre eles, se tornando cada dia maior. E para piorar ainda mais a situação existe sempre o fantasma da presença soviética na Lua. Quando um astronauta russo bate em sua base o comandante americano não pensa direito e o agride, tornando o soviético seu refém. É um momento de crise, ainda mais quando ele fica sabendo que seu filho morreu na Terra. Ou seja, tudo vai se tornando pior e mais tenso, principalmente quando se descobre que as crises e até mesmo a rivalidade contra os comunistas soviéticos se transferiu também para a superfície da Terra. Onde o homem vai, sua guerra vai junto! 

Pablo Aluísio.