Eram opostos e talvez por isso tenham se apaixonado tanto. Arthur Miller era um intelectual respeitado, autor de textos maravilhosos como “A Morte do Caixeiro Viajante”. Era alto, tinha uma mentalidade de esquerda e gostava de conversar sobre os grandes clássicos da literatura. Havia se casado com sua colega de universidade e tinha filhos pequenos. Marilyn Monroe era a atriz número 1 da América. Uma artista de sucesso que escondia sob uma fachada de glamour e luxo uma pessoa com problemas emocionais graves. A primeira vez que Marilyn encontrou Miller foi em uma festa em Hollywood. Ela obviamente ficou atraída por sua inteligência e postura. De fato Miller se parecia fisicamente com o grande ídolo de Monroe, o Presidente Abraham Lincoln. Sabe-se lá a razão a questão era que Marilyn tinha verdadeira veneração por Lincoln e aonde quer que fosse levava uma foto do famoso presidente para colocar ao lado de sua cama. Provavelmente se identificava com a vida de Abe, pois assim como ela o presidente também tinha tido uma origem muito humilde e só depois, com muito esforço e dedicação pessoal, conseguiu subir na vida.
Lincoln estava morto quase há um século mas Miller estava ali, bem próximo a ela. Fazendo-se de dengosa ela puxou conversa com Miller e ambos sentaram em um sofá na sala de estar. Marilyn queixou-se do sapato apertado que estava usando e Arthur Miller se ofereceu para lhe fazer uma massagem nos pés. Ela ficou tão relaxada e calma com a habilidade de Miller que ali naquele momento, como confidenciou tempos depois, decidiu que queria ficar com o escritor, que iria se casar com ele algum dia. O curioso é que no meio de tantos romances e amores Monroe jamais esqueceu daquela noite. Através de um amigo em comum conseguiu o telefone de Arthur e começou a telefonar para ele com freqüência. Arthur Miller resistiu por pouco tempo. O charme e a sedução de Marilyn haviam funcionado novamente. Para uma pessoa que sempre foi dita como muito equilibrada, Miller pareceu ter perdido o juízo ao se relacionar com a musa. Desfez seu casamento de longa data e se atirou em um romance que apesar dos bons momentos o levaria a situações realmente conflitantes.
O casamento aconteceu com relativa rapidez. Marilyn parecia muito decidida. No começo a atriz tentou se moldar ao modelo que Arthur Miller esperava de uma esposa. Nas primeiras semanas se revelou uma pessoa dedicada a ele, com interesse em suas idéias e forma de pensar. Chegou até mesmo a defender o marido quando ele foi acusado de ser comunista durante a famosa caças ás bruxas do congresso americano. Os meses felizes porém acabaram logo. Após engravidar e perder mais uma vez seu filho, algo que Marilyn desejava muito, ela começou a mostrar sinais de desequilíbrio. Monroe começou a tomar muitas pílulas novamente e o pior, começou a beber em demasia. Arthur Miller presenciou tudo e até tentou endireitar a situação mas ele tinha uma personalidade introspectiva, peculiar a escritores, e não conseguia se impor à Marilyn, que era expansiva e um furacão de mulher.
Não tardou para que Marilyn transformasse o pacato Miller em seu saco de pancadas preferido. Ela o desabonava publicamente, fazia pouco dele, o chamava de chato na frente de estranhos e criava confusão o tempo todo com o temperamento do marido. Miller havia prometido a Marilyn que escreveria o argumento de seu próximo filme mas estava tão esgotado emocionalmente por causa de seu deteriorado relacionamento com a atriz que não encontrava mais inspiração para escrever novos textos. O pior é que após um período de fidelidade (algo raro para Monroe) ela logo voltou aos velhos hábitos traindo o marido com atores, políticos e até mesmo com um conhecido membro da quadrilha do mafioso Sam Giancana. A situação piorou e muito nas filmagens de “Os Desajustados”. Marilyn dava ataques no set de filmagens e humilhava o marido na frente de todos. Numa das brigas mais sérias deixou o marido no meio do deserto, onde o filme estava sendo rodado, o colocando para fora de seu Cadillac. Se não fosse John Huston, o diretor, que retornou para pegar Miller esse certamente seria deixado lá para morrer de sede.
Arthur Miller deu o troco usando Marilyn como inspiração para criar em seu novo texto uma personagem completamente insana, desequilibrada e às portas da loucura. Era um retrato demolidor e nada lisonjeiro da esposa. Certo dia, meio que ao acaso, Marilyn encontrou os manuscritos de Miller e ficou chocada pela forma que era retratada na prosa do marido. Quando esse chegou em casa o tempo fechou completamente. Ambos brigaram e se destruíram psicologicamente. Um acusando o outro pelo fracasso do casamento. Ao contrário de Di Maggio, Arthur Miller jamais pensou em bater em Marilyn. Simplesmente se levantou após a briga, pegou sua mala e seu velho chapéu surrado e foi embora. Era o fim de mais um casamento muito dolorido da vida de Marilyn Monroe. Nos dias seguintes Marilyn afundou no álcool, nas drogas e em uma sucessão de sessões de análise que a deixaram ainda mais confusa. O pior é que ela teria que em breve voltar aos estúdios da Fox para o começo de um novo filme, agora ao lado do cantor e amigo Dean Martin. A tempestade estava próxima e Marilyn se via perdida mais uma vez em sua vida. O que aconteceria daí em diante iria causar muita dor e confusão em sua vida pessoal e profissional mas essa é uma história que contaremos em outra oportunidade.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 14 de março de 2022
domingo, 13 de março de 2022
Irmão Urso
Título no Brasil: Irmão Urso
Título Original: Brother Bear
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney
Direção: Aaron Blaise, Robert Walker
Roteiro: Tab Murphy
Elenco: Joaquin Phoenix, Jeremy Suarez, Rick Moranis
Sinopse:
Um caçador mata um urso. Ele alega acidente, mas para provar de seu próprio erro ele retorna como um urso para aprender as lições de preservação da natureza.
Comentários:
É uma animação tradicional com a marca da Walt Disney. Então os pais não precisam se preocupar nem com o roteiro amigável à família e nem tampouco com a qualidade técnica do desenho. Nem preciso dizer que o padrão de qualidade da Disney sempre foi, desde sua fundação, um dos melhores do mundo (isso, claro, se não for o melhor mesmo!). Para cinéfilos em geral vale a curiosidade de ouvir a voz de Joaquin Phoenix (sim, ele é o narrador da estorinha), naquele que acredito ser seu único trabalho para o público infantil. No mais indico esse "Irmão urso" para as crianças bem pequenas, abaixo dos 7 anos de idade. As lições de ecologia também são muito bem-vindas para os pequeninos.
Pablo Aluísio.
Título Original: Brother Bear
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney
Direção: Aaron Blaise, Robert Walker
Roteiro: Tab Murphy
Elenco: Joaquin Phoenix, Jeremy Suarez, Rick Moranis
Sinopse:
Um caçador mata um urso. Ele alega acidente, mas para provar de seu próprio erro ele retorna como um urso para aprender as lições de preservação da natureza.
Comentários:
É uma animação tradicional com a marca da Walt Disney. Então os pais não precisam se preocupar nem com o roteiro amigável à família e nem tampouco com a qualidade técnica do desenho. Nem preciso dizer que o padrão de qualidade da Disney sempre foi, desde sua fundação, um dos melhores do mundo (isso, claro, se não for o melhor mesmo!). Para cinéfilos em geral vale a curiosidade de ouvir a voz de Joaquin Phoenix (sim, ele é o narrador da estorinha), naquele que acredito ser seu único trabalho para o público infantil. No mais indico esse "Irmão urso" para as crianças bem pequenas, abaixo dos 7 anos de idade. As lições de ecologia também são muito bem-vindas para os pequeninos.
Pablo Aluísio.
sábado, 12 de março de 2022
Agente das Sombras
Título no Brasil: Agente das Sombras
Título Original: Blacklight
Ano de Produção: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Zero Gravity Management
Direção: Mark Williams
Roteiro: Nick May, Mark Williams
Elenco: Liam Neeson, Aidan Quinn, Taylor John Smith, Emmy Raver-Lampman, Claire van der Boom, Yael Stone
Sinopse:
Travis Block (Liam Neeson) é um agente especial do FBI especializado em fazer o serviço sujo do Bureau. Sua nova missão passa a ser caçar e neutralizar um ex-agente que decidiu contar tudo o que sabe para uma jovem jornalista investigativa disposta a revelar o lado podre do FBI. Ele deve evitar que isso aconteça, não importe os meios que use.
Comentários:
Esse thriller policial teria sido excelente se o roteiro assumisse o lado mau do personagem interpretado por Liam Neeson. Afinal ele é amigo pessoal do diretor do FBI, um sujeito que praticamente nunca segue a lei. Um corrupto e criminoso convicto! Porém o tal bom mocismo impera, assim o agente de Neeson surge como um cara bonzinho que ama a neta. Cenas pegajosas de pura pieguice estragam um filme que deveria ter sido muito mais visceral. Além disso não existe lógica na construção de um personagem que faz todo tipo de serviço sujo para o FBI e ainda assim se mostra o bonzinho, o bom moço! Outro problema que encontrei na história do filme veio em seu desfecho. O roteiro trabalha na construção de uma organização criminosa dentro do FBI, mas tudo desmancha como cartas em castelo nos dez minutos finais. Apressado e nada crível, o final decepciona. Fiquei passando em como tudo isso renderia uma boa série, afinal FBI versus FBI renderia ótimas ideias.
Pablo Aluísio.
Título Original: Blacklight
Ano de Produção: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Zero Gravity Management
Direção: Mark Williams
Roteiro: Nick May, Mark Williams
Elenco: Liam Neeson, Aidan Quinn, Taylor John Smith, Emmy Raver-Lampman, Claire van der Boom, Yael Stone
Sinopse:
Travis Block (Liam Neeson) é um agente especial do FBI especializado em fazer o serviço sujo do Bureau. Sua nova missão passa a ser caçar e neutralizar um ex-agente que decidiu contar tudo o que sabe para uma jovem jornalista investigativa disposta a revelar o lado podre do FBI. Ele deve evitar que isso aconteça, não importe os meios que use.
Comentários:
Esse thriller policial teria sido excelente se o roteiro assumisse o lado mau do personagem interpretado por Liam Neeson. Afinal ele é amigo pessoal do diretor do FBI, um sujeito que praticamente nunca segue a lei. Um corrupto e criminoso convicto! Porém o tal bom mocismo impera, assim o agente de Neeson surge como um cara bonzinho que ama a neta. Cenas pegajosas de pura pieguice estragam um filme que deveria ter sido muito mais visceral. Além disso não existe lógica na construção de um personagem que faz todo tipo de serviço sujo para o FBI e ainda assim se mostra o bonzinho, o bom moço! Outro problema que encontrei na história do filme veio em seu desfecho. O roteiro trabalha na construção de uma organização criminosa dentro do FBI, mas tudo desmancha como cartas em castelo nos dez minutos finais. Apressado e nada crível, o final decepciona. Fiquei passando em como tudo isso renderia uma boa série, afinal FBI versus FBI renderia ótimas ideias.
Pablo Aluísio.
Diários de Motocicleta
Título no Brasil: Diários de Motocicleta
Título Original: Diarios de motocicleta
Ano de Produção: 2004
País: Argentina, Chile
Estúdio: FilmFour Pictures
Direção: Walter Salles
Roteiro: Jose Rivera
Elenco: Gael García Bernal, Rodrigo de la Serna, Mía Maestro, Mercedes Morán, Jean Pierre Noher, Sofia Bertolotto
Sinopse:
Baseado em fatos reais, o filme conta a história de um jovem Ernesto Guevara que decide fazer uma grande viagem de motocicleta pela América Latina e em sua jornada acaba conhecendo o lado mais desigual da sociedade, com a camada pobre da sociedade sendo colocada à margem. E essa situação reforça e concretiza sua mentalidade socialista e humanista.
Comentários:
Premiado com o Oscar, esse filme é realmente muito bom. Uma visão bem interessante do jovem Che, quando ele ainda não era um revolucionário comunista lutando na Ilha de Cuba. Intelectual, interessado pelos problemas de sua comunidade, prestes a entrar na universidade de medicina, ele decidiu ver com seus próprios olhos a América Latina. isso rendeu um diário que anos depois se tornou um livro premiado, um verdadeiro best-seller. Claro que o filme renova e engrandece o mito em torno de Che Guevara, o que certamente vai irritar quem não possui um viés ideológico de esquerda. Ignore esse aspecto e veja o filme como pura obra de arte cinematográfica. Como puro cinema esse filme é realmente ótimo, sob qualquer ponto de vista.
Pablo Aluísio.
Título Original: Diarios de motocicleta
Ano de Produção: 2004
País: Argentina, Chile
Estúdio: FilmFour Pictures
Direção: Walter Salles
Roteiro: Jose Rivera
Elenco: Gael García Bernal, Rodrigo de la Serna, Mía Maestro, Mercedes Morán, Jean Pierre Noher, Sofia Bertolotto
Sinopse:
Baseado em fatos reais, o filme conta a história de um jovem Ernesto Guevara que decide fazer uma grande viagem de motocicleta pela América Latina e em sua jornada acaba conhecendo o lado mais desigual da sociedade, com a camada pobre da sociedade sendo colocada à margem. E essa situação reforça e concretiza sua mentalidade socialista e humanista.
Comentários:
Premiado com o Oscar, esse filme é realmente muito bom. Uma visão bem interessante do jovem Che, quando ele ainda não era um revolucionário comunista lutando na Ilha de Cuba. Intelectual, interessado pelos problemas de sua comunidade, prestes a entrar na universidade de medicina, ele decidiu ver com seus próprios olhos a América Latina. isso rendeu um diário que anos depois se tornou um livro premiado, um verdadeiro best-seller. Claro que o filme renova e engrandece o mito em torno de Che Guevara, o que certamente vai irritar quem não possui um viés ideológico de esquerda. Ignore esse aspecto e veja o filme como pura obra de arte cinematográfica. Como puro cinema esse filme é realmente ótimo, sob qualquer ponto de vista.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 11 de março de 2022
A Dama na Água
Quando surgiu, o cineasta M. Night Shyamalan foi aclamado como uma das maiores novidades do cinema. Seus filmes, na maioria das vezes também roteirizados por ele, logo se tornaram frenesi entre público e crítica. Porém, é inegável reconhecer, que o fôlego do diretor para obras primas do cinema atual não durou muito. Logo foram perdendo o brilho de seus primeiros filmes. Esse "A Dama na Água" já demonstrava claros sinais de desgaste e falta de originalidade. Em linhas gerais o roteiro de M. Night Shyamalan bebia diretamente como fonte das antigas lendas de seres marinhos, de linhagem feminina, que encontravam os homens nas longas viagens pelos sete mares. Pois é, esse roteiro traz como protagonista uma espécie de sereia. Temos aqui claramente uma reciclagem modernosa de lendas antigas...
Só que obviamente o diretor não iria fazer algo tão banal, então ele criou todo um universo para esse estranho ser, muito embora não explique praticamente nada, transformando tudo em um filme de enredo bem vazio e entediante. A história de um zelador que encontra uma estranha mulher nadando na piscina no lugar onde ele trabalha não avança muito. É puro estilo, mas sem conteúdo. Quando chegou nos cinemas (eu assisti em uma sala de cinema em setembro de 2006) ainda havia uma percepção de que o novo filme de M. Night Shyamalan era novamente muito interessante, original e tudo mais. Porém revisto hoje em dia percebemos claramente que tudo não passava de bolhas no ar que logo explodiram, sumindo rapidamente. De certa forma o filme é uma grande farsa, no pior sentido dessa palavra.
A Dama na Água (Lady in the Water, Estados Unidos, 2006) Direção: M. Night Shyamalan / Roteiro: M. Night Shyamalan / Elenco: Paul Giamatti, Bryce Dallas Howard, Jeffrey Wright / Sinopse: Um homem comum, zelador de um condomínio, encontra uma estranha mulher na priscina do lugar onde trabalha. O que ele nem desconfia é que ela não é um ser humano como ele, mas sim uma criatura muito especial.
Pablo Aluísio.
Só que obviamente o diretor não iria fazer algo tão banal, então ele criou todo um universo para esse estranho ser, muito embora não explique praticamente nada, transformando tudo em um filme de enredo bem vazio e entediante. A história de um zelador que encontra uma estranha mulher nadando na piscina no lugar onde ele trabalha não avança muito. É puro estilo, mas sem conteúdo. Quando chegou nos cinemas (eu assisti em uma sala de cinema em setembro de 2006) ainda havia uma percepção de que o novo filme de M. Night Shyamalan era novamente muito interessante, original e tudo mais. Porém revisto hoje em dia percebemos claramente que tudo não passava de bolhas no ar que logo explodiram, sumindo rapidamente. De certa forma o filme é uma grande farsa, no pior sentido dessa palavra.
A Dama na Água (Lady in the Water, Estados Unidos, 2006) Direção: M. Night Shyamalan / Roteiro: M. Night Shyamalan / Elenco: Paul Giamatti, Bryce Dallas Howard, Jeffrey Wright / Sinopse: Um homem comum, zelador de um condomínio, encontra uma estranha mulher na priscina do lugar onde trabalha. O que ele nem desconfia é que ela não é um ser humano como ele, mas sim uma criatura muito especial.
Pablo Aluísio.
Esposamante
Título no Brasil: Esposamante
Título Original: Mogliamante
Ano de Produção: 1977
País: Itália
Estúdio: Vides Cinematografica
Direção: Marco Vicario
Roteiro: Rodolfo Sonego, Marco Vicario
Elenco: Marcello Mastroianni, Laura Antonelli, Leonard Mann, William Berger, Gastone Moschin, Stefano Patrizi
Sinopse:
Luigi De Angelis (Mastroianni) é um comerciante de vinhos de uma pequena cidade do norte da Itália. Após ser acusado de assassinato ele passa a viver escondido no sótão de uma casa. De lá passa a observar sua jovem esposa que sempre oprimiu. Livre dele, Antonia (Laura Antonelli) passa a ser uma mulher linda, sensual e dona de si mesma.
Comentários:
Excelente filme, uma crônica sobre os absurdos e as hipocrisias que rondam o casamento de um homem conservador mais velho que morre de ciúmes de sua bela mulher, muito mais jovem do que ele. O marido a oprime, mal deixando ela sair de casa para andar na cidade. Quando ele precisa se esconder para não ser preso, passa a ver sua esposa se libertar, assumir os negócios dele, se tornando a mulher mais desejada da região. O roteiro discute assim os tais valores conservadores e a hipocrisia que sempre rondou a tal "família tradicional". A atriz Laura Antonelli estava no auge de sua beleza. Já de Marcello Mastroianni não há o que criticar. Sempre foi um excelente ator, realmente fora de série.
Pablo Aluísio.
Título Original: Mogliamante
Ano de Produção: 1977
País: Itália
Estúdio: Vides Cinematografica
Direção: Marco Vicario
Roteiro: Rodolfo Sonego, Marco Vicario
Elenco: Marcello Mastroianni, Laura Antonelli, Leonard Mann, William Berger, Gastone Moschin, Stefano Patrizi
Sinopse:
Luigi De Angelis (Mastroianni) é um comerciante de vinhos de uma pequena cidade do norte da Itália. Após ser acusado de assassinato ele passa a viver escondido no sótão de uma casa. De lá passa a observar sua jovem esposa que sempre oprimiu. Livre dele, Antonia (Laura Antonelli) passa a ser uma mulher linda, sensual e dona de si mesma.
Comentários:
Excelente filme, uma crônica sobre os absurdos e as hipocrisias que rondam o casamento de um homem conservador mais velho que morre de ciúmes de sua bela mulher, muito mais jovem do que ele. O marido a oprime, mal deixando ela sair de casa para andar na cidade. Quando ele precisa se esconder para não ser preso, passa a ver sua esposa se libertar, assumir os negócios dele, se tornando a mulher mais desejada da região. O roteiro discute assim os tais valores conservadores e a hipocrisia que sempre rondou a tal "família tradicional". A atriz Laura Antonelli estava no auge de sua beleza. Já de Marcello Mastroianni não há o que criticar. Sempre foi um excelente ator, realmente fora de série.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 10 de março de 2022
Nunca Deixe de Lembrar
Filme alemão, pouco conhecido no Brasil, mas realmente muito bom. Qual é a história? O filme conta a vida do artista Kurt Barnert. Pintor talentoso, ele se viu sendo esmagado, muitas vezes ao longo de sua trajetória, por duas das ideologias mais perversas da humanidade. Quando criança ele viu uma tia muito querida sendo levada pelos nazistas. Ela era uma jovem instrumentista, pianista, que começou a apresentar sinais de esquizofrenia. Na Alemanha nazista isso era praticamente uma sentença de morte. Pessoas que apresentavam sinais de doença mental logo eram separadas de seus familiares. Levadas para instituições psiquiátricas eram logo selecionadas para as câmaras de gás. Uma situação terrível!
O tempo passa, a guerra acaba, mas os problemas de Kurt não terminam. A cidade onde ele nasceu e viveu passa a fazer parte da Alemanha Oriental, parte alemã do país que é comandada pela União Soviética. Ele deixa de viver em uma nação nazista para uma nação comunista. Começa seus estudos na escola de belas artes, mas até mesmo as artes eram dominadas pelo partido comunista. Nada de arte dita degenerada. Apenas a exaltação do regime era permitida. Um estilo que passou a ser denominado "Arte Realista Socialista". Quadros mostrando trabalhadores levantando a foice e martelo. Retratos de Stálin, Lênin e Karl Marx. Imaginem como era frustante para um artista como ele.
O roteiro também desenvolve um elo de ligação muito interessante com o passado de Kurt e o seu presente. Sem ao menos desconfiar ele acaba se casando com a filha do mesmo médico que enviou sua tia para morrer nos tempos do nazismo. O sujeito era oficial da SS. Isso cria mais um dilema terrível em sua vida a se superar. Como passar por cima de algo assim? Como eu escrevi no começo do texto esse filme é realmente muito bom. Tem longa duração (mais de 3 horas!), mas em momento algum me senti cansado. É uma excelente dica para quem deseja conhecer o cinema alemão dos nossos dias.
Nunca Deixe de Lembrar (Werk ohne Autor, Alemanha, 2018) Direção: Florian Henckel von Donnersmarck / Roteiro: Florian Henckel von Donnersmarck / Elenco: Tom Schilling, Sebastian Koch, Paula Beer / Sinopse: O filme conta a história do pintor alemão Kurt Barnert, que apesar de seu grande talento, precisou viver sob a dominação de duas das ideologias políticas mais violentas do século XX, o nazismo e o comunismo.
Pablo Aluísio.
O tempo passa, a guerra acaba, mas os problemas de Kurt não terminam. A cidade onde ele nasceu e viveu passa a fazer parte da Alemanha Oriental, parte alemã do país que é comandada pela União Soviética. Ele deixa de viver em uma nação nazista para uma nação comunista. Começa seus estudos na escola de belas artes, mas até mesmo as artes eram dominadas pelo partido comunista. Nada de arte dita degenerada. Apenas a exaltação do regime era permitida. Um estilo que passou a ser denominado "Arte Realista Socialista". Quadros mostrando trabalhadores levantando a foice e martelo. Retratos de Stálin, Lênin e Karl Marx. Imaginem como era frustante para um artista como ele.
O roteiro também desenvolve um elo de ligação muito interessante com o passado de Kurt e o seu presente. Sem ao menos desconfiar ele acaba se casando com a filha do mesmo médico que enviou sua tia para morrer nos tempos do nazismo. O sujeito era oficial da SS. Isso cria mais um dilema terrível em sua vida a se superar. Como passar por cima de algo assim? Como eu escrevi no começo do texto esse filme é realmente muito bom. Tem longa duração (mais de 3 horas!), mas em momento algum me senti cansado. É uma excelente dica para quem deseja conhecer o cinema alemão dos nossos dias.
Nunca Deixe de Lembrar (Werk ohne Autor, Alemanha, 2018) Direção: Florian Henckel von Donnersmarck / Roteiro: Florian Henckel von Donnersmarck / Elenco: Tom Schilling, Sebastian Koch, Paula Beer / Sinopse: O filme conta a história do pintor alemão Kurt Barnert, que apesar de seu grande talento, precisou viver sob a dominação de duas das ideologias políticas mais violentas do século XX, o nazismo e o comunismo.
Pablo Aluísio.
Separados pelo Casamento
O título nacional já define bem a história que esse filme conta. Como dizia o velho ditado popular "Nada destrói mais a paixão do que o casamento". Pois é, no filme um casal que se amava começa a brigar e se odiar depois que se casa. E tudo vira motivo para aborrecimentos e explosões de raiva. Brigas e mais brigas. O curioso é que deveria ser apenas mais uma comédia romântica estrelada pela darling Jennifer Aniston. Porém há um tom de drama e amargura no texto desse roteiro, mesmo que de forma camuflada e inesperada. Penso que não vai existir casal que não vá se identificar com uma cena ou outra mostrada no filme. São situações bem familiares para quem já viveu dentro de um casamento naufragado. O casamento é uma droga!
Já para quem gosta de histórias picantes de bastidores vale mencionar que Jennifer Aniston começou a namorar Vince Vaughn durante as filmagens, o que rendeu semanas e mais semanas de capas de revistas de fofocas. Muita gente ficou surpresa porque afinal ela havia saído de um relacionamento sério com o bonitão Brad Pitt. Vince Vaughn passava longe de competir com seu ex, uma vez que sempre foi um comediante bonachão, desses que ninguém leva muito à sério. Bom, é a tal coisa, o coração tem razões que até mesmo a razão desconhece. Provavelmente ela o achou um cara divertido para se estar por perto. Vai saber...
Separados pelo Casamento (The Break-Up, Estados Unidos, 2006) Direção: Peyton Reed / Roteiro: Vince Vaughn, Jeremy Garelick / Elenco: Jennifer Aniston, Vince Vaughn, Joey Lauren Adams, Cole Hauser, Jon Favreau / Sinopse: Jovem casal começa a viver uma rotina de brigas sem fim em seu casamento que começou a entrar em um ciclo sem volta, onde todos pensam que tudo terminará em um divórcio daqueles bem complicados..
Pablo Aluísio.
Já para quem gosta de histórias picantes de bastidores vale mencionar que Jennifer Aniston começou a namorar Vince Vaughn durante as filmagens, o que rendeu semanas e mais semanas de capas de revistas de fofocas. Muita gente ficou surpresa porque afinal ela havia saído de um relacionamento sério com o bonitão Brad Pitt. Vince Vaughn passava longe de competir com seu ex, uma vez que sempre foi um comediante bonachão, desses que ninguém leva muito à sério. Bom, é a tal coisa, o coração tem razões que até mesmo a razão desconhece. Provavelmente ela o achou um cara divertido para se estar por perto. Vai saber...
Separados pelo Casamento (The Break-Up, Estados Unidos, 2006) Direção: Peyton Reed / Roteiro: Vince Vaughn, Jeremy Garelick / Elenco: Jennifer Aniston, Vince Vaughn, Joey Lauren Adams, Cole Hauser, Jon Favreau / Sinopse: Jovem casal começa a viver uma rotina de brigas sem fim em seu casamento que começou a entrar em um ciclo sem volta, onde todos pensam que tudo terminará em um divórcio daqueles bem complicados..
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 9 de março de 2022
O Carrasco de Roma
Título no Brasil: O Carrasco de Roma
Título Original: Rappresaglia
Ano de Produção: 1973
País: França, Itália
Estúdio: CCCF Films
Direção: George P. Cosmatos
Roteiro: Robert Katz, George P. Cosmatos
Elenco: Richard Burton, Marcello Mastroianni, Leo McKern, John Steiner, Anthony Steel, Peter Vaughan
Sinopse:
II Guerra Mundial. Uma tropa de soldados da Alemanha é morta em uma emboscada. Como represália um oficial nazista da SS toma a decisão de executar mais de 400 italianos, moradores de Roma. O evento passou a ser conhecido como o Massacre de Roma.
Comentários:
Nas guerras todos os tipos de atrocidades são cometidas. A II Guerra Mundial foi palco de muitos crimes de guerra. Para o povo de Roma nada foi pior do que esse massacre promovido por um oficial nazista chamado Herbert Kappler (Burton, em excelente atuação). Depois que soldados do exército alemão caíram em uma emboscada ele decidiu que iria se vingar nos civis. Foram escolhidos 400 moradores de Roma, pessoas selecionadas a esmo, para morrerem em vingança à morte dos militares do III Reich. Uma grande atrocidade, sem dúvida. O filme traz um tema delicado, sensível. Para muitos foi o melhor filme do diretor George P. Cosmatos. Por fim vale lembrar que essa produção chegou a ser lançada no Brasil em VHS pelo selo Globo Vídeo. Só que mudaram o título na ocasião para "O Massacre de Roma".
Pablo Aluísio.
Título Original: Rappresaglia
Ano de Produção: 1973
País: França, Itália
Estúdio: CCCF Films
Direção: George P. Cosmatos
Roteiro: Robert Katz, George P. Cosmatos
Elenco: Richard Burton, Marcello Mastroianni, Leo McKern, John Steiner, Anthony Steel, Peter Vaughan
Sinopse:
II Guerra Mundial. Uma tropa de soldados da Alemanha é morta em uma emboscada. Como represália um oficial nazista da SS toma a decisão de executar mais de 400 italianos, moradores de Roma. O evento passou a ser conhecido como o Massacre de Roma.
Comentários:
Nas guerras todos os tipos de atrocidades são cometidas. A II Guerra Mundial foi palco de muitos crimes de guerra. Para o povo de Roma nada foi pior do que esse massacre promovido por um oficial nazista chamado Herbert Kappler (Burton, em excelente atuação). Depois que soldados do exército alemão caíram em uma emboscada ele decidiu que iria se vingar nos civis. Foram escolhidos 400 moradores de Roma, pessoas selecionadas a esmo, para morrerem em vingança à morte dos militares do III Reich. Uma grande atrocidade, sem dúvida. O filme traz um tema delicado, sensível. Para muitos foi o melhor filme do diretor George P. Cosmatos. Por fim vale lembrar que essa produção chegou a ser lançada no Brasil em VHS pelo selo Globo Vídeo. Só que mudaram o título na ocasião para "O Massacre de Roma".
Pablo Aluísio.
Os Rapazes da Companhia C
Título no Brasil: Os Rapazes da Companhia C
Título Original: The Boys in Company C
Ano de Produção: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: Golden Harvest Company
Direção: Sidney J. Furie
Roteiro: Rick Natkin, Sidney J. Furie
Elenco: Stan Shaw, Andrew Stevens, James Canning, Michael Lembeck, Craig Wasson, Scott Hylands
Sinopse:
Um grupo de jovens, todos da Califórnia, acabam se alistando no exército dos Estados Unidos. Depois de uma fase dura de treinamento básico eles são enviados para o Vietnã, onde o país começa a afundar em uma guerra sem sentido.
Comentários:
Alguns críticos de cinema gostam de afirmar que o ciclo dos filmes sobre a Guerra do Vietnã começou na década de 1980 após o lançamento de "Platoon" de Oliver Stone e "Nascido Para Matar" de Stanley Kubrick. Visão equivocada. Já nos anos 70, poucos anos depois do fim da guerra, já havia filmes sendo produzidos. O maior exemplo, claro, é "Apocalypse Now" com Marlon Brando e Martin Sheen. Esse aqui seguiu mais ou menos na mesma época. É um filme muito bom, embora pouco conhecido no Brasil. Mostra um pouco da vida dos rapazes, depois o treinamento pesado e por fim a lama do Vietnã, um país que eles nunca tinham ouvido falar. Acabaria sendo o túmulo de alguns deles. Enfim, bom filme de guerra. Para se ter também na coleção.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Boys in Company C
Ano de Produção: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: Golden Harvest Company
Direção: Sidney J. Furie
Roteiro: Rick Natkin, Sidney J. Furie
Elenco: Stan Shaw, Andrew Stevens, James Canning, Michael Lembeck, Craig Wasson, Scott Hylands
Sinopse:
Um grupo de jovens, todos da Califórnia, acabam se alistando no exército dos Estados Unidos. Depois de uma fase dura de treinamento básico eles são enviados para o Vietnã, onde o país começa a afundar em uma guerra sem sentido.
Comentários:
Alguns críticos de cinema gostam de afirmar que o ciclo dos filmes sobre a Guerra do Vietnã começou na década de 1980 após o lançamento de "Platoon" de Oliver Stone e "Nascido Para Matar" de Stanley Kubrick. Visão equivocada. Já nos anos 70, poucos anos depois do fim da guerra, já havia filmes sendo produzidos. O maior exemplo, claro, é "Apocalypse Now" com Marlon Brando e Martin Sheen. Esse aqui seguiu mais ou menos na mesma época. É um filme muito bom, embora pouco conhecido no Brasil. Mostra um pouco da vida dos rapazes, depois o treinamento pesado e por fim a lama do Vietnã, um país que eles nunca tinham ouvido falar. Acabaria sendo o túmulo de alguns deles. Enfim, bom filme de guerra. Para se ter também na coleção.
Pablo Aluísio.
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