sexta-feira, 16 de julho de 2021
A Vida é Bela
Esse filme tem dois atos bem diferenciados em seu roteiro. O primeiro apresenta um humor bem pastelão, diria até mixuruca. É algo até muito inocente, ao estilo humor antigo. ultrapassado. Nesse primeiro ato o personagem principal é apresentado. Um garçom chamado Guido. Um homem meio infantilizado e bobo, mas de bom coração. Já o segundo ato é bem superior. Ele é judeu, vive na Itália durante a II Guerra Mundial e acaba indo parar em um campo de concentração nazista. Ele vai junto do filho de 8 anos. Como explicar uma atrocidade daquelas para uma criança? Para preservar o menino, ele finge que tudo não passa de um grande jogo, cujo prêmio final será um tanque de guerra de brinquedo. Só que como sabemos não é brincadeira o que está acontecendo. É o Holocausto! E como fazer humor em cima de algo tão terrível? Penso que esse filme em particular conseguiu, porque tudo surge um pouco estilizado em cena. O campo de concentração, por exemplo, não é tão realista. Isso poupa o espectador de ter que encarar a triste realidade. E o filme, no final das contas, consegue funcionar. De maneira ampla, olhando o conjunto do filme, gostei do que vi, embora tenha que ressaltar que apenas a segunda parte do filme é realmente marcante.
A Vida é Bela (La vita è bella, Itália, 1997) Direção: Roberto Benigni / Roteiro: Vincenzo Cerami, Roberto Benigni / Elenco: Roberto Benigni, Nicoletta Braschi, Giorgio Cantarini / Sinopse: Durante o regime fascista italiano, um garçom judeu e sua família é enviada para um campo de concentração nazista. Para preservar seu filho daquela situação terrível, o pai faz de conta para ele de que tudo não passaria de um jogo, uma grande brincadeira.
Pablo Aluísio.
Blink - Num Piscar de Olhos
Esse acaba sendo o grande diferencial de "Blink" pois ele não se contenta em apenas colocar uma pessoa com deficiência em situações de perigo, pelo contrário, trabalha muito bem todo o background envolvendo essa instrumentista de música clássica, muito bem interpretada pela sempre talentosa Madeleine Stowe. A direção é do inglês Michael Apted, um cineasta talentoso que também acertou em cheio em outros ótimos filmes marcantes, entre eles o ecológico "Nas Montanhas dos Gorilas" e o enigmático "Mistério no Parque Gorky". Nessa produção dos anos 80 ele novamente acertou em cheio. Sua direção é eficiente e segura.
Blink - Num Piscar de Olhos (Blink, Estados Unidos, 1994) Direção: Michael Apted / Roteiro: Dana Stevens / Elenco: Madeleine Stowe, Aidan Quinn, James Remar / Sinopse: Música talentosa, deficiente visual, passa por uma cirurgia e voltando a ver o mundo acaba testemunhando um crime que coloca sua vida em perigo. Filme indicado ao prêmio do Edgar Allan Poe Awards na categoria de Melhor Filme de Suspense.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 15 de julho de 2021
A Honra do Poderoso Prizzi
John Huston foi um dos grandes diretores da história do cinema norte-americano. Entretanto quando dirigiu esse filme ele já estava bastante idoso. Seus anos de criatividade e glória já tinham ficado no passado. Por isso o que temos aqui é até um bom filme, mas que não chega nem perto dos clássicos que dirigiu. Há um certo humor negro nesse roteiro, embora o filme não seja uma comédia. Jack Nicholson está menos carismático do que o habitual. Anjelica Huston está péssima. Cheia de caras e bocas, não age naturalmente. Melhor se sai Kathleen Turner como a loira fatal. Mesmo bonita e elegante, ficou muito longe da classe de uma Grace Kelly, por exemplo. O filme tem seus bons momentos, mas também apresenta uma certa preguiça em sua linha narrativa. A verdade é que o velho Huston já havia perdido a mão para o cinema, por isso o resultado final não é excepcional. O filme realmente não é lá grande coisa.
A Honra do Poderoso Prizzi (Prizzi's Honor, Estados Unidos, 1985) Direção: John Huston / Roteiro: Richard Condon, Janet Roach / Elenco: Jack Nicholson, Kathleen Turner, Anjelica Huston, Robert Loggia, John Randolph, William Hickey / Sinopse: Assassino profissional da máfia se apaixona por uma mulher de Los Angeles, sem saber que ela na verdade também é uma criminosa. Uma assassina e ladra, que precisa ser eliminada a mando da mesma família mafiosa pela qual ele trabalha.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 14 de julho de 2021
O Peso da Água
Eu sempre gosto de dizer que não se fazem bons filmes de suspense em lugares turísticos, paradisíacos, com muito sol e praia. Não combina. Filmes de suspense precisam de climas adequados, quanto mais soturnos e sombrios melhor. Há uma excesso de luz nesse filme, fazendo com que o teor de medo se dilua nas belas paisagens do horizonte. Além disso o veleiro completa o quadro de paraíso em férias. Tirar medo do espectador no meio de algo assim é muito complicado, diria quase impossível. Se na literatura pode até funcionar, no cinema simplesmente não dá certo.
O Peso da Água (The Weight of Water, Estados Unidos, 2000) Direção: Kathryn Bigelow / Roteiro: Alice Arlen, Christopher Kyle, baseados no romance escrito por Anita Shreve / Elenco: Sean Penn, Elizabeth Hurley, Josh Lucas, Sarah Polley / Sinopse: Um casal e um grupo de amigos decide velejar até uma ilha distante do litoral onde no passado ocorreu um crime que ficou célebre pela violência. E o que deveria ser um passeio dos mais interessantes acaba se tornando um horrendo pesadelo.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 13 de julho de 2021
Um Passe de Mágica
Só que o boneco Fats logo começa a ganhar uma individualidade própria. Mesmo fora do palco Corky começa a conversar e interagir com ele. A coisa começa a ficar meio assustadora. E tudo piora quando o mágico decide rever um velho amor do passado, Peggy Ann Snow (Ann-Margret). Ele era apaixonado por ela desde os tempos da escola, só que agora Peggy é apenas uma mulher infeliz, casada com um sujeito boçal e asqueroso. Gostei desse filme, que também é conhecido como "Magia Negra" (título que ganhou quando foi exibido na TV). Há um clima de suspense e terror, muito embora a trama seja mais melancólica do que qualquer outra coisa. Hopkins mais uma vez brilha, inclusive fazendo a voz de Fats. É um filme por demais interessante, que assusta de uma maneira pouco convencional.
Um Passe de Mágica / Magia Negra (Magic, Estados Unidos, 1978) Direção: Richard Attenborough / Roteiro: William Goldman / Elenco: Anthony Hopkins, Ann-Margret, Burgess Meredith, Ed Lauter / Sinopse: Mágico fracassado começa a ver sua sorte mudar quando passa a se apresentar com um boneco no palco. O problema é que em pouco tempo esse boneco começa a ganhar vida própria, criando situações assustadoras.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 12 de julho de 2021
Fúria em Duas Rodas
Brincadeiras à parte, eu me recordo que quando esse filme foi lançado a crítica mais recorrente foi a de que ele seria na verdade uma espécie de "Velozes e Furiosos" com motos. Bingo! É isso mesmo. Não tem nem como contestar esse tipo de visão. Os produtores desejavam iniciar uma outra franquia, só que no lugar de carros velozes haveria motocicletas, centenas delas, multicoloridas, de todas as cilindradas. Desnudado em suas intenções, o diretor Joseph Kahn precisou apenas caprichar na edição, pois filmes assim demandam edições alucinantes, com quadros que duram poucos segundos. Então é isso. Curte filmes de ação e motos? Aprecia o estilo de "Velozes e Furiosos"? Então provavelmente você vai gostar desse filme.
Fúria em Duas Rodas (Torque, Estados Unidos, 2004) Direção: Joseph Kahn / Roteiro: Matt Johnson / Elenco: Martin Henderson, Ice Cube, Monet Mazur / Sinopse: Um piloto de motovelocidade retorna aos Estados Unidos, após passar alguns meses na Tailândia. De volta na América ele tenta retornar para sua ex-namorada, mas acaba envolvido na criminalidade. Uma quadrilha quer que ele se envolva no tráfico de drogas e outra quer acertar as contas com ele por algo ocorrido no passado.
Pablo Aluísio.
domingo, 11 de julho de 2021
Batman: O Mistério da Mulher Morcego
Eu recomendo especialmente ao fã do Batman a aquisição do DVD original americano que vem com muito material extra, inclusive um interessante making-off mostrando os bastidores da produção de uma animação como essa. E quem pensa que é fácil fazer um desenho desses, é bom dar uma olhada na complexidade do trabalho envolvido nesse tipo de produção com equipe de dublagem, animação, computação gráfica, etc. E como sempre acontece em se tratando do Batman, a Warner Bros sempre capricha no resultado final.
Batman: O Mistério da Mulher Morcego (Batman: Mystery of the Batwoman, Estados Unidos, 2003) Direção: Jennifer Graves, Tim Maltby / Roteiro: Alan Burnett / Elenco: Kevin Conroy, Kimberly Brooks, Kelly Ripa / Sinopse: Uma estranha figura feminina cruza os céus de Gotham City. Ela usa um uniforme parecido com o do Batman, mas não tem qualquer ligação com ele.
Pablo Aluísio.
sábado, 10 de julho de 2021
Roma
Essa série foi produzida pelo canal HBO, em um momento de auge criativo do canal. Eu me recordo que a HBO havia acabado de chegar no Brasil e muitos ficaram impressionados com a qualidade técnica e de produção de "Roma". Parecia realmente um épico feito para o cinema. Como se trata de uma história complexa, cheia de desdobramentos, o lugar ideal para se contar esse capítulo da história romana era mesmo em forma de série. No formato de longa-metragem muita coisa importante acaba se perdendo. Assim deixo a dica de "Roma". Se você aprecia história do mundo antigo, nada seria mais adequado.
Roma (Roma, Estados Unidos, 2005 - 2007) Direção: Michael Apted, Mikael Salomon / Roteiro: Bruno Heller, William J. MacDonald / Elenco: Ciarán Hinds, James Purefoy, Max Pirkis ; Sinopse: A série conta parte da história de Roma, quando a República decaiu, dando origem ao sistema imperial de governo, com a concentração de poderes nas mãos de um único imperador romano.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 9 de julho de 2021
Elvis & Nixon
Esse filme conta um dos capítulos mais surreais da biografia de Elvis Presley. Em 1970 o cantor colocou na cabeça que tinha que encontrar pessoalmente o presidente Richard Nixon. Elvis dizia que estava descontente com o que acontecia na América, com os protestos contra a Guerra do Vietnã, a cultura das drogas, etc. Então ele foi até Washington para se colocar à disposição do Republicano. Além disso Elvis tinha intenção de pedir um distintivo federal. Ele queria, segundo suas palavras, se disfarçar para combater grupos subversivos aos valores americanos. Algo bem bizarro é saber que Elvis colecionava esses distintivos como se fossem figurinhas de um álbum. E por causa de sua fama ele conseguiu ser recebido pelo presidente! Essa história surpreendente já havia dado origem a um bom filme na década de 1990 chamado "Elvis Meets Nixon". Agora, com melhor produção e elenco mais conhecido, somos novamente apresentados a esse evento que pelos olhos de hoje parece ter sido bem fora do convencional.
Michael Shannon não se parece fisicamente com Elvis Presley, entretanto isso fica em segundo plano porque ele é definitivamente um bom ator. E não caiu na caracterização de caricatura, algo que sempre atinge atores que interpretam Elvis no cinema. Melhor se sai Kevin Spacey como Nixon. Ele capturou muito bem os trejeitos e os maneirismos do Presidente americano. Chega a sumir dentro de sua personagem. Algo que apenas grandes atores conseguem fazer. O roteiro do filme não é 100% fiel aos fatos. Ele falha muito nos detalhes e em pequenas coisas que nunca aconteceram na realidade. De qualquer maneira isso é algo esperado, afinal um roteiro sempre pede uma certa carga de ficção para melhorar seus potenciais dramáticos. A realidade pura e simples poderia deixar o filme um pouco mais chato. De qualquer maneira o saldo final é positivo. Pena que Elvis tenha escolhido um presidente tão ruim para se encontrar. Nixon foi expulso da Casa Branca e saiu pela porta dos fundos. Imagine se tivesse encontrado JFK. Daria uma história bem melhor...
Elvis & Nixon (Estados Unidos, 2016) Direção: Liza Johnson / Roteiro: Joey Sagal, Cary Elwes / Elenco: Michael Shannon, Kevin Spacey, Alex Pettyfer, Colin Hanks, Johnny Knoxville / Sinopse: O filme conta a história real de quando o cantor Elvis Presley decidiu ir conhecer pessoalmente o presidente dos Estados Unidos Richard Nixon na Casa Branca.
Pablo Aluísio.
Sob o Sol da Toscana
No começo os italianos são retratados de forma um pouco estereotipada, mas curiosamente o roteiro se ajusta nesse ponto e essa visão meio distorcida dos americanos em relação aos italianos se dissolve. Sobra então um bom retrato da típica hospitalidade e generosidade desse povo europeu. E como também não poderia deixar de ser o filme se aproveita das lindas paisagens e também dos belos monumentos culturais e artísticos para trazer ainda mais beleza ao filme como um todo. Dessa maneira "Sob o Sol da Toscana" se torna um daqueles filmes bonitos de se assistir, leve e com uma boa mensagem em seu roteiro.
Sob o Sol da Toscana (Under the Tuscan Sun, 2003) Direção: Audrey Well / Roteiro: Audrey Wells, Audrey Wells / Elenco: Diane Lane, Sandra Oh, Lindsay Duncan, Raoul Bova / Sinopse: O filme conta a história da escritora norte-americana Frances Mayes (Diane Lane), que em determinado momento de sua vida decide mudar tudo. Ela vai até a Toscana onde passa a viver novas experiências de vida, encontrando um novo amor.
Pablo Aluísio.