sábado, 20 de julho de 2019

James Dean - Hollywood Boulevard - Parte 3

Assim que as filmagens de "Vidas Amargas" iam avançando, Dean e Kazan começaram a ter atritos. O que começou com uma simbiose de ideias interessantes para o filme logo desandaram para pequenos mal entendidos que cresceram ao ponto de Kazan falar mal do ator para a imprensa. Para o diretor as filmagens começaram muito bem, mas conforme foram avançando surgiram problemas envolvendo James Dean com praticamente todos os membros do elenco.

Durante uma cena com o ator Raymond Massey (que interpretava seu pai no filme) Dean começou a recitar pequenas obscenidades e palavras de baixo nível para seu colega, enquanto ele tentava se concentrar em declamar seu rebuscado texto. Para Dean tudo não passou de uma brincadeira, mas para Massey aquilo era o ápice da falta de profissionalismo. Com sua estrela Julie Harris as coisas não fluíram melhor. Dean começou a debochar de seu jeito tímido e calado. Julie tentava levar na brincadeira, mas depois aquilo começou a aborrecer a tal ponto que Kazan disse literalmente que "ela era realmente uma santa em aguentar aquele James Dean no set sem perder a paciência"!

Depois de morar um tempo com Richard Davalos em um apartamento cedido pela Warner, James Dean resolveu tomar uma decisão radical. Largou o apartamento, pegou sua velha mochila com os poucos pertences pessoais e resolveu que iria morar dentro de seu camarim no estúdio. Kazan achou aquilo uma maluquice, mas Dean explicou que o camarim no final das contas era mais espaçoso que seu pequeno quarto e além do mais o deixaria mais perto do trabalho (na verdade o deixaria sempre "dentro" de seu trabalho). Os produtores não fizeram questão, mas lhe informaram que assim que as filmagens terminassem ele teria que sair de lá, pois outro filme seria feito e os camarins seriam disponibilizados para o elenco que chegaria para trabalhar no novo filme. Dean deu de ombros, afinal de contas por mais estranho que fosse seu comportamento ele certamente não estaria disposto a viver indefinidamente dentro de um camarim de estúdio de cinema.

Enquanto estava de folga das filmagens, James Dean resolveu visitar os sets de outros filmes, entre eles "O Cálice Sagrado" que estava sendo filmado perto de seu camarim. Foi lá, visitando Paul Newman, que Dean viu pela primeira vez a atriz Pier Angeli. Foi amor à primeira vista! Embora Dean tivesse tido vários casos amorosos com homens em sua vida, ele tinha uma  certa tendência em alimentar paixões amorosas em relação a garotas que conhecia e admirava. Angeli era uma delas. De família católica italiana tradicional, a atriz era o extremo oposto de James Dean, na época considerado um ator largado de Nova Iorque, um sujeito conhecido por sua rebeldia e comportamento fora dos padrões. De qualquer maneira, como diz o ditado, os opostos se atraem. E assim James Dean ficou gamado por ela! Nem bem a viu pela primeira vez comentou depois com Paul Newman: "Puxa, ela não parece ser desse mundo!". Discretamente James Dean convidou Angeli para se sentar com ele no refeitório da Warner durante o almoço. Não demorou muito e surgiram de mãos dadas, confirmando que estavam namorando. A mãe de Pier Angeli não gostou nada de saber da novidade por causa da fama de rebelde e selvagem do ator e tentou acabar com o precoce namoro, mas foi em vão.

Enquanto isso as filmagens de "Vidas Amargas" iam chegando ao fim. Elia Kazan desabafou e disse que Dean não se deu bem com ninguém, nem com o elenco e nem com a equipe técnica. Também reclamou de suas atitudes insuportáveis, como por exemplo, sempre tentar estragar as cenas de Julie Harris. Outro aspecto que incomodou Kazan foi a forma como Dean lidava com o trabalho pois na opinião do diretor "Ele perdia muito tempo tirando fotos de si mesmo". Um egocêntrico? Para Kazan não restava a menor dúvida. Durante as filmagens, Dean resolveu comprar uma nova moto, da marca Triumph, ideal para corridas. Assim que descobriu isso Kazan chamou Dean de lado e lhe avisou: "Não tenho nada a ver com sua vida pessoal, mas enquanto o filme não ficar pronto você não participará de nenhuma corrida". Dean contestou e disse que nunca se machucara antes! Mesmo assim, como ainda era seu primeiro filme, resolveu acatar as ordens do cineasta. Na festa final de confraternização das filmagens James Dean não apareceu. Preferiu pegar sua mochila, colocar nas costas e ir embora de moto até o litoral. Haveria uma corrida para amadores e Dean não queria perder a chance de correr com sua possante moto pela primeira vez.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

James Dean - Hollywood Boulevard - Parte 2

Qual era a altura do ator James Dean? Parece uma questão secundária, mas que para Dean acabou ganhando uma importância maior do que ele inicialmente esperava! Quando Dean foi para a Califórnia ele tinha um sonho de se tornar ator de teatro. O aspirante a essa nova profissão foi para o novo estado, saindo da caipira Fairmount, em Indiana, com a intenção de estudar na universidade UCLA. Pelo menos essa era a intenção do pai de Dean. Na realidade ele não via qualquer futuro na profissão de ator e sempre desencorajava Dean a seguir por esse caminho. Os sonhos porém sempre falam mais alto.

Os primeiros meses de James Dean na nova universidade não foram nada promissores. Ele não se deu bem com colegas e professores e logo achou tudo muito maçante e tedioso. Chegou a ser expulso da fraternidade que fazia parte após brigar com um dos colegas. Embora estivesse estudando o curso de Direito para quem sabe ser um advogado no futuro, o que Dean gostava mesmo era de frequentar o campus de artes - onde grupos de estudantes ensaiavam peças ao ar livre. Era tudo muito libertador e empolgando, algo bem melhor do que ficar estudando leis e mais leis, rebuscadas pela jurisprudência da corte suprema dos Estados Unidos. No fundo James Dean não queria ser um profissional de terno e gravata, mas sim um artista, como sempre sonhou. O pai dele, claro, não gostava nada quando tinha lhe contava essas ambições para seu futuro profissional.


Sem falar para ninguém, um dia James Dean começou a ir a testes de atores para peças e filmes. Ele achava sinceramente que logo iria ser descoberto pelos agentes e estúdios de Hollywood. Chegou inclusive a procurar um agente que o ajudasse a despontar. Porém o que efetivamente encontrou foram muitas portas fechadas em sua cara! Nos testes não se saiu nada bem. Dean não tinha muitos modos finos e não conseguia convencer os selecionadores. Em vários testes sua pouca estatura tornou-se um empecilho. Com muito esforço e botas altas, Dean conseguia disfarçar sua pouca altura, conseguindo chegar ao 1.69m de altura. Dean foi sendo recusado teste após teste. Os filmes, principalmente de cowboy, exigiam atores altos e fortes. Não era o caso de Dean. Ele sabia montar - afinal morava numa fazenda em Indiana - mas não tinha o porte físico necessário para fazer parte do elenco de um western.

Alguns diretores de elenco eram rudes com ele e deixavam claro que ele era baixinho demais para os personagens. Lutando muito e persistindo Dean acabou conseguindo fazer algumas figurações em "Baionetas Caladas", um filme de guera e depois em uma comédia estrelada pela dupla Jerry Lewis e Dean Martin,  Nessa produção chamada "O Marujo foi na Onda" Dean interpretou um auxiliar de ringue. Enquanto Jerry Lewis saia no braço com seu adversário, dando margem a todos os tipos de situações divertidas, Dean ficava com uma toalha no corner, decidindo se entrava ou não para interromper a luta. Passou longe de ser um papel marcante, mas foi uma primeira chance. Desiludido, certa noite ouviu um conselho muito interessante de um professor de arte dramática. "Dean, deixe isso de lado, vá para Nova Iorque e aprenda a ser um ator de verdade! No cinema você não vai aprender a ser um ator". No outro dia James Dean arrumou as malas, juntou os 300 dólares que tinha (a única grana que possuía naquele momento) e rumou para a big Apple. O que encontrou por lá? Bem, essa é uma outra história...

Pablo Aluísio.

James Dean - Hollywood Boulevard - Parte 1

Foi na primavera de 1954 que James Dean pintou pela primeira vez em Hollywood como ator contratado. Ele havia fechado contrato com a Warner em Nova Iorque para interpretar Cal Trask na adaptação para o cinema do livro de John Steinbeck. Elia Kazan iria dirigir o filme e havia indicado expressamente Dean pois o tinha visto atuando em Nova Iorque em uma peça e se convencera que aquele era certamente o ator que tanto esperava para dar vida ao atormentado e sombrio Cal. Assim que chegou na costa oeste Dean foi recepcionado por Kazan, que fez um trabalho especial para que sua presença passasse despercebida pela imprensa local pois queria que James Dean se concentrasse apenas em seu papel e nada mais. Era vital que ele ficasse longe dos holofotes e das colunas de fofocas dos jornais da cidade. Como ainda era um perfeito desconhecido na época os planos de Kazan deram completamente certo.

Dean não tinha onde morar em Los Angeles e assim a Warner alugou para ele um pequeno quarto em cima de uma drogaria, bem em frente aos portões principais do estúdio. Assim tudo o que Dean tinha que fazer era atravessar a rua pela manhã para ir até a Warner começar seu trabalho. O quarto era modesto, cujo aluguel era de apenas 50 dólares, mas para Dean, apenas um jovem na época já estava de ótimo tamanho. Todas as manhãs Dean ia até uma lanchonete na esquina, tomava um pequeno café preto, comprava um maço de cigarros e ia para o balcão onde o filme estava sendo rodado. A Warner apostou alto no filme e reconstruiu a cidade de Salinas, onde o enredo se passava, em estúdio. O tamanho da produção intimidou Dean nos primeiros dias. Elia Kazan logo percebeu que o ator ficava muitas vezes retraído, tímido e muito na dele, não procurando se socializar com os demais membros do elenco.

Kazan, um mestre em lidar com atores complicados, logo começou a criar uma amizade bem próxima com Dean, lhe incentivando a discutir as cenas, debatendo as melhores formas de atuar. O resultado dessa aproximação se refletiu em cada cena do filme, hoje considerado um dos grandes clássicos do cinema americano. Curiosamente o estilo de trabalhar de Dean bateu de frente com os atores mais veteranos. Raymond Massey que interpretava o pai de Dean no filme, Adam Trask, se irritava com as improvisações de Dean no set. Massey havia estudado atuação em Oxford, era um ator da velha escola, e não via com bons olhos aquele método de atuar típico do Actors Studio de Nova Iorque. Ele queria seguir à risca o que estava no roteiro enquanto Dean achava que o ator também era parte essencial no processo de criação de um filme e deveria colocar parte de sua personalidade em cada linha de diálogo. Foi um verdadeiro choque de escolas em plena filmagem, algo que Elia Kazan não viu como algo ruim, pelo contrário, como pai e filho eram problemáticos no enredo nada mais interessante que trazer essa tensão entre a nova geração e a velha também durante as filmagens. Ele sabia que no final o filme é que sairia ganhando com esse duelo.  

Fora dos estúdios a Warner determinou a Dick Clayton, um ex-ator e agora agente, que ficasse de olho em Dean, que era conhecido por ter atitudes inesperados e impulsivas. Ao longo dessas primeiras semanas ao lado de Dean, Clayton acabou confirmando o que diziam dele. Assim que recebeu seu cachê de 10 mil dólares as duas primeiras coisas que o ator fez foi comprar um cavalo palomino e um carro esporte GM, que passou a dirigir em alta velocidade pelas ruas de Hollywood. A compra do cavalo era um exemplo de como Dean agia. Ela não montava e não tinha um rancho onde colocá-lo mas ao se deparar com o animal em um estábulo nos estúdios da Warner (ele estava sendo usado em um filme com Randolph Scott) não pensou duas vezes e o comprou, assim, sem mais, nem menos. Em relação ao carro Dick resolveu escrever um memorando aos executivos da Warner para que tomassem cuidado com Dean pois ele "dirigia feito um louco" e caso sofresse algum acidente poderia trazer prejuízos financeiros para a Warner futuramente. O tempo provaria que ele tinha toda a razão do mundo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Monstro do Pântano

Monstro do Pântano 1.01 - Pilot
Foi nos quadrinhos da DC Comics que esse personagem, o Monstro do Pântano, ganhou sua melhor adaptação. Particularmente lembrada até hoje é a fase em que o mestre Alan Moore cuidou da publicação. Para os fãs da nona arte foi uma verdadeira obra-prima. Depois tentou-se fazer um filme para o cinema, com a ajuda de Wes Craven, mas o resultado ficou bem ruim. Agora temos uma nova tentativa, só que em forma de série. Vai dar certo? Só o tempo dirá. Nesse primeiro episódio, como era de se esperar, são apresentados os principais personagens. Uma jovem jornalista investigativa, um estudioso que vai até o pântano para desvendar um mistério que sonda a região, um milionário com más intenções que patrocina pesquisas obscuras e não autorizadas e uma nova doença que atinge diversas pessoas numa pequena cidade. Embora esse primeiro episódio tenha tido alguns problemas de ritmo, até que me deixou interessado em seguir adiante. Já é um bom começo. / Monstro do Pântano 1.01 - Pilot (Estados Unidos, 2019) Direção:  Len Wiseman / Roteiro: Len Wein, Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.02 - Worlds Apart 
Passada a fase inicial de se apresentar todo o contexto e os personagens do enredo, agora as coisas ficam melhores para a série. Inclusive para mostrar finalmente, até em detalhes, a própria criatura, o Monstro do Pantano. Ele surge das águas quando uma garotinha é perseguida por um assassino. O tal sujeito acabou de matar um policial e ela estava escondida na lancha do tira. O que se sucede daí é um bom suspense e uma boa cena noturna, com tudo o que os fãs dos quadrinhos originais estavam esperando. Também é explicada a visita à noite de pessoas desconhecidas ao pantano. Estavam ali para um experimento que fugiu do controle, uma nova arma química catalizadora que cria uma aceleração nos vegetais, fazendo com que se desenvolvam de forma rápida. Bom episódio que até me animou para continuar assistindo a série. / Monstro do Pântano 1.02 - Worlds Apart (Estados Unidos, 2019) Direção:  Len Wiseman / Roteiro: Len Wein, Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.03 - He Speaks
Pois é, por baixo de toda aquela transformação o cientista Alec Holland consegue ainda falar e expressar seus sentimentos e pensamentos. Embora seja agora a criatura, o monstro do pântano, sua mente ainda tem traços de humanidade. Nesse episódio ele fala pela primeira vez na série, por isso o título original "Ele fala"!. O roteiro também procura explorar bastante a figura do milionário (arruinado) Avery Sunderland. Foi ele que começou tudo, mandando fazer uma experiência que deu muito errado, em todos os sentidos. Outro ponto muito bacana nesse episódio é que o ressurgimento do vilão que o monstro do pântano havia estraçalhado no episódio anterior. Seus restos mortais voltaram a se reunir no meio da podridão e ele retorna para mais um acerto de contas. Bons efeitos especiais em um episódio que não decepciona os fãs dos quadrinhos originais; / Monstro do Pântano 1.03 - He Speaks (Estados Unidos, 2018) Direção: Deran Sarafian / Roteiro:  Len Wein, Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.04 - Darkness on the Edge of Town  
Abby a jovem pesquisadora tenta encontrar uma resposta para o que aconteceu com Alec, seu amigo biólogo. Ele já está transformado no monstro, mas ainda assim mantém a sanidade, dentro de suas possibilidades, claro. O que fica bem claro nesse episódio é que todas as pessoas que são infectadas por esse vírus acabam tendo grandes alucinações. Na melhor cena temos um lavador de pratos que começa a alucinar, vendo uma cobra em seu braço. Ele não apenas esfaqueia o próprio braço, como também coloca a mão dentro do triturador da pia. Horrível... horrível demais! / Monstro do pântano 1.04 - Darkness on the Edge of Town (Estados Unidos, 2019) Direção: Carol Banker / Roteiro:  Len Wein, Bernie Wrightson / Elenco:  Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.05 - Drive All Night
No passado Abby e Shawna eram grandes amigas. Quando se formaram, ao voltarem de uma festa, às 5 da manhã, elas pararam seu carro numa velha ponte da cidade. Shawna decide pular, mas antes que vá por conta própria a amiga decidiu empurrá-la de surpresa, como uma brincadeira. O resultado foi trágico. Shawna morreu afogada. Agora passados tantos anos, uma garotinha adotada por sua mãe, chamada Suzie, alega que está vendo Shawna em seu quarto. Pior do que isso. A alma penada da jovem morta parece agora possuir a garotinha inocente. E ela leva sua mãe para o pântano. Muito bom episódio, até bem independente dos demais, contando uma boa história de terror. Eu andava meio desanimado com a série, mas decidi seguir em frente após esse episódio. Achei muito bom. Vale a pena tentar ver os episódios restantes. / Monstro do `Pântano 1.05 - Drive All Night (Estados Unidos, 2019) Direção: Greg Beeman / Roteiro: Len Wein / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.06 - The Price You Pay
O preço que você tem que pagar. Esse é o título original desse episódio que começa muito bem. Três caçadores vão até o pântano para caçar a tal criatura, mas acabam se dando mal. Dois deles são imobilizados e espancados por Alec (o lado humano do monstro). Enquanto isso um cientista. o Dr. Jason Woodrue, resolve injetar o estranho mutagênico na corrente sanguínea de Cassidy, que estava em coma. Ele recupera a consciência, mas a que preço? Ele fica com seu corpo queimando, literalmente fervendo por dentro de suas veias. Na última cena Alec consegue voltar ao normal, ao ser humano que um dia fora. Verdade ou pura ilusão? Fica para o próximo episódio a resposta. / Monstro do Pântano 1.06 - The Price You Pay (Estados Unidos, 2019) Direção: Toa Fraser / Roteiro: Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Monstro do Pântano 1.07 - Brilliant Disguise  
Abby vai até o pântano onde encontra Alec Holland. O mais interessante é que ela consegue vê-lo em sua antiga forma humana e não como o monstro do pântano. Esse lhe explica que algo está agindo, destruindo o verde, destruindo a vida. Ele chama esse estranho fenômeno de "a podridão". Enquanto isso o empresário sem escrupulos Avery entra no pântano com a xerife. Ele quer matar ela. Ela quer matar ele. Quem se dá mal é o próprio Avery que é baleado e deixado para morrer nas águas do Pântano. Mas será que ele morreu mesmo? Episódio apenas mediano, já mostrand um certo desgaste e saturação que iria levar a série a ser cancelada de forma precoce. Não fez muito sucesso. Uma pena. / Monstro do Pântano 1.07 - Brilliant Disguise  (Estados Unidos, 2019) Direção: Alexis Ostrander / Roteiro: Len Wein / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean. 

Monstro do Pântano 1.08 - Long Walk Home
Esse episódio é um pouquinho melhor do que a média. Avery Sunderland vaga pelo pântano, ferido e tendo alucinações. Acaba encontrando Alec Holland, ou melhor dizendo, o monstro do pântano. Esse o ajuda a sobreviver, mesmo estando com um tiro no ombro. Ele sobrevive, mas apenas para voltar depois com um grupo para capturá-lo. Um cientista quer levar Alec para uma instalação adequada para estudar seu caso. Seria o mais correto a fazer, pois o que transformou um ser humano em um monstro daqueles, poderia ser uma doença infecciosa. Quando esse episódio foi produzido a série já estava cancelada, mesmo assim os produtores decidiram ir até o fim, cumprindo o contrato de dez episódios para essa primeira temporada. / Monstro do Pântano 1.08 - Long Walk Home (Estados Unidos, 2019) Direção: E.L. Katz / Roteiro: Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean. 

Monstro do Pântano 1.09 - The Anatomy Lesson  
Após Alec (o monstro) ser capturado com o uso de nitrogênio líquido, ele é levado até um centro de pesquisas onde é literalmente dissecado vivo! Descobre-se que em seu interior não há mais órgãos humanos, mas meras imitações vegetais que tentam recriar o formato do coração, pulmões, rins, etc. Como o pesquisador resume, ele não é mais um ser humano, mas apenas uma planta, que de forma misteriosa, herdou a consciência do Alec humano. E isso fica ainda mais evidente na última cena, quando o monstro do pântano mergulha e das profundezas traz os restos mortais do verdadeiro Alec. Bom episódio, que só erra a mão com esse personagem chamado de Diabo Azul. Uma bobagem mesmo. / Monstro do Pântano 1.09 - The Anatomy Lesson (Estados Unidos, 2019) Direção: Michael Goi / Roteiro:  Len Wein / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean. 

Monstro do Pântano 1.10 - Loose Ends
Último episódio da temporada. Como a série não foi renovada, por falta de audiência, esse episódio é então o final da série como um todo. O público não gostou dessa série e eu entendo as razões. Há excesso de personagens secundários sem importância, sub dramas que não vão para lugar nenhum. Quando a criatura surge no meio do pântano tudo é tão escuro que ninguém vê nada. Enfim, uma série de problemas. E como termina a série? Nesse último episódio o monstro é caçado por um grupo de homens, mas não espere por muita ação ou algo do tipo. Como sempre, esse episódio também tem sérios problemas de ritmo. Eu bocejei várias vezes de tédio. Quase dormi. E é isso. O final de uma série que no final das contas não empolgou absolutamente ninguém, nem os fãs dos quadrinhos. Mais um fracasso comercial da DC Comics. / Monstro do Pântano 1.10 - Loose Ends (Estados Unidos, 201 ) Direção: Deran Sarafian / Roteiro: Len Wein, Bernie Wrightson / Elenco: Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Tolkien

Título no Brasil: Tolkien
Título Original: Tolkien
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures,
Direção: Dome Karukoski
Roteiro: David Gleeson, Stephen Beresford
Elenco: Nicholas Hoult, Lily Collins, Colm Meaney, Craig Roberts, Harry Gilby, Laura Donnelly

Sinopse:
O filme conta a história da juventude do escritor J.R.R. Tolkien, quando ele era apenas um jovem universitário que teve seus sonhos interrompidos com a eclosão da I Guerra Mundial. Enviado ao front de batalha ele recorda seus amigos e amores de um passado recente.

Comentários:
De modo em geral é um bom filme, ideal para quem deseja conhecer (mesmo que um pouco superficialmente) parte da biografia de J.R.R. Tolkien, o criador de "O Senhor dos Anéis" e o "Hobbit". O roteiro é suficientemente bem escrito para fazer uma ponte de ligação entre a vida do autor e aspectos que ele levaria para seus livros de fantasia, como o valor da amizade, a perda de um grande amor e as desgraças de uma guerra violenta e insana. O foco central se passa quando ele estava na universidade de Oxford. Órfã de sua mãe, ele tentava conseguir uma bolsa de estudos para continuar na universidade. Seu grande mérito pessoal foi fazer dos estudos sua vida, crescendo com eles, se tornando o grande escritor que um dia seria. Curioso também conhecer a história de sua amizade com três outros estudantes, pessoas que ele considerava verdadeiros irmãos e com quem fundou um grupo de literatura e poesia. Depois com a perda de muitos deles pela guerra ficou a saudade e a homenagem que ele faria a eles em seus livros de fantasia. Aliás esse é o aspecto mais interessante do filme. O resgate de suas amizades e o sentimento de companheirismo que Tolkien iria valorizar até o fim de sua vida.

Pablo Aluísio.

Inimigos e Amantes

Telefilme muito bem produzido que foi lançado no Brasil em VHS. Toda a estória se passa a bordo de um grande navio de passageiros, o HMS Britannic. Esse navio era o "irmão" do Titanic, uma embarcação que foi construída lado a lado do seu "clone" mais famoso, que tragicamente entrou na história após afundar nas águas geladas do Pacífico Norte. Pois bem, seguindo os passos dos filmes sobre o Titanic esse aqui também procura contar um enredo de drama e romance envolvendo alguns dos passageiros. É um filme interessante, com roteiro que mescla amores, política e até espionagem...

No elenco não há nos papéis principais nenhum grande nome, ninguém muito famoso, a não ser a presença de  Jacqueline Bisset, uma dessas mulheres que parecem nunca envelhecer. Ela está linda e radiante em cena, tudo valorizado ainda mais por um figurino de classe, imitando a época em que o enredo se passa (tudo se desenrola no distante ano de 1916). Hoje em dia um filme como esse jamais seria lançado em DVD, até porque essa produção só foi lançada no Brasil porque na época não havia TV a cabo no Brasil. Muitas dessas séries e telefilmes acabavam sendo lançados no mercado de fitas VHS.

Inimigos e Amantes (Britannic, Estados Unidos, 2000) Direção: Brian Trenchard-Smith / Roteiro:  Brett Thompson, Kim Owen Smith / Elenco: Jacqueline Bisset, Edward Atterton, Amanda Ryan / Sinopse: Durante uma viagem de cruzeiro no imenso HMS Britannic, um navio do mesmo modelo do Titanic, um grupo de passageiros se apaixonam, brigam por questões políticas e tentam sobreviver a um intenso jogo de espionagem que se desenrola a bordo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de julho de 2019

Batman - Silêncio

Título no Brasil: Batman - Silêncio
Título Original: Batman - Hush
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Justin Copeland
Roteiro: Ernie Altbacker, Jim Lee
Elenco: Jason O'Mara, Jennifer Morrison, Stuart Allan, Geoffrey Arend, James Garrett, Peyton List

Sinopse:
Há um novo e desconhecido vilão agindo em Gotham City. Conhecido apenas como Silêncio, ele consegue dominar os demais vilões, fazendo com que o cavaleiro das trevas tenha que enfrentar uma verdadeira galeria de malfeitores.

Comentários:
Essa saga foi publicado em um encardenado no Brasil. Nos quadrinhos fez sucesso e agora a DC em parceria com a Warner decidiu transformar o arco de histórias em uma animação em longa-metragem. Como sempre acontece o resultado ficou muito bom. Para quem curte enredos com muitos personagens essa aqui é um verdadeiro menu. Praticamente todos os vilões mais famosos do universo do Batman surgem na tela. Coringa, Charada, Arlequina, Bane, Hera Venenosa, Mulher-Gato. Todos estão na animação. Do lado dos heróis até o Superman também aparece. A luta entre ele e o Batman vai interessar especialmente aos fãs dos personagens da DC Comics. No mais há ainda espaço para um namorico entre o Homem-Morcego e a Mulher-Gato, algo que iria culminar no casamento dos dois, isso dentro das publicações em quadrinhos. Essa porém é uma outra história. Enquanto não transformam em animação fique com esse Silêncio e tenha uma surpresa e tanto quando revelarem sua verdadeira identidade.

Pablo Aluísio.

Osmose Jones

Título no Brasil: Osmose Jones
Título Original: Osmose Jones
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly
Roteiro: Marc Hyman
Elenco: Bill Murray, Laurence Fishburne, William Shatner, Chris Rock, David Hyde Pierce, Ron Howard

Sinopse:
Uma aventura policial onde um tira persegue criminosos. Tudo estaria dentro do convencional se tudo não se desenvolvesse dentro de um corpo humano, com vírus, bactérias e glóbulos brancos numa verdadeira batalha dentro do organismo humano.

Comentários:
A Warner tem muita tradição em animações. Isso não é de hoje, vem desde os tempos de Pernalonga e sua turma. Geralmente esses desenhos sempre foram mais anárquicos do que o convencional. Aqui temos uma mistura de personagens em animação com atores reais. Ficou muito divertido, embora eu reconheça que no fundo, no fundo, não é um filme para todos os públicos e nem todas as idades. Essa coisa de ter uma bactéria como protagonista, com várias cenas nojentas, deixou muita gente de fora. Bastava ver o trailer para desistir de conferir o desenho. Sim, para os mais, digamos, "higiênicos", o filme não vai colar muito bem. Já para quem curte um tipo de humor mais amalucado, até negro, fica a dica. Ah e antes que me esqueça, o Bill Murray continua o mesmo. Com seu jeitão conquista todos logo nas primeiras cenas. É aquele tipo de ator naturalmente engraçado. Nem precisa fazer força para ser divertido.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

A Balada de Buster Scruggs

Fazia bastante tempo que não tinha assistido a um filme tão bom dos irmãos Coen. Livre das amarras comerciais dos grandes estúdios eles produziram essa pequena obra prima para o Netflix. É um faroeste, mas um do tipo nada convencional. São pequenas historietas passadas no velho oeste, com personagens e situações mais do que interessantes. É curioso porque esse tipo de roteiro, com várias histórias curtas, foi muito utilizado no gênero terror durante os anos 60 e 70. Agora os Coen trazem esse modelo de volta e com resultados excelentes. Imagine-se lendo um livro com muitos contos de faroeste. Basicamente essa é a ideia central do filme. Não vá desanimar ou torcer o nariz logo na primeira historieta. Essa é uma sátira bem exagerada em cima dos chamados cantores cowboys dos filmes antigos. Aqui temos um protagonista bom de mira e bem falastrão que entre um duelo e outro canta uma canção no velho estilo. Muita gente vai pensar que todo o filme segue esse caminho, mas não. Como eu disse os contos são independentes entre si e por isso há uma certa irregularidade entre eles. Esse primeiro, apesar de sua inegável auto paródia com o passado, é o mais fraco deles. Depois o filme só melhora.

O estrelado por Liam Neeson tem uma melancolia e um desfecho que muitos vão considerar cruel - e é cruel mesmo. O ator interpreta um empresário mambembe que chega com sua carroça nos lugares mais distantes. Sua maior atração é um ator sem braços e sem pernas que declama textos com a maior convicção. Neeson não diz uma palavra durante o filme inteiro, apenas observa, muitas vezes com olhar frio e cruel. E quando encontra uma galinha que acerta operações de matemática... bem, assista para crer - é um final terrível. Misto de humor negro com devassidão do pior que a alma humana pode fazer. Os outros contos ficam na média. Dentre eles gostei bastante da caravana, onde uma jovem mulher fica viúva no meio da jornada. Outra historieta do velho oeste com final de cortar coração. James Franco também ruge como um azarado pistoleiro que pula de forca em forca até encontrar seu destino final. Enfim, é um menu para todos os gostos. Os irmãos Coen revitalizam, homenageiam e satirizam, tudo ao mesmo tempo, o mais americano de todos os gêneros cinemaográficos, o western. O resultado ficou saboroso.

A Balada de Buster Scruggs (The Ballad of Buster Scruggs, Estados Unidos, 2018) Direção: Ethan Coen, Joel Coen / Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen / Elenco: Liam Neeson, James Franco, Tim Blake Nelson, Willie Watson, Clancy Brown, Austin Rising, Tom Waits, Brendan Gleeson  / Sinopse: O filme apresenta vários contos passados no velho oeste intitulados "The Ballad of Buster Scruggs", "Near Algodones", "Meal Ticket", "All Gold Canyon", "The Gal Who Got Rattled" e "The Mortal Remains".

Pablo Aluísio.

Frida

Título no Brasil: Frida
Título Original: Frida
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos, Canadá, México
Estúdio: Handprint Entertainment, Lions Gate Films
Direção: Julie Taymor
Roteiro: Hayden Herrera, Clancy Sigal
Elenco: Salma Hayek, Alfred Molina, Geoffrey Rush, Antonio Banderas, Diego Luna, Edward Norton

Sinopse:
Cinebiografia da pintora mexicana Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón (1907 - 1954). Sua vida, suas lutas e o amor pela arte são mostradas nessa requintada produção. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Música Original (Elliot Goldenthal) e Melhor Maquiagem.

Comentários:
Em poucas palavras esse foi o filme da vida da atriz Salma Hayek. Em termos gerais ela nunca havia feito nada tão relevante antes e nem depois desse filme. É o seu auge, seu ápice, um pico que ela provavelmente nunca mais vai escalar. Chegou inclusive a ser indicada ao Oscar, era considerada uma das favoritas, mas não venceu. Mais uma injustiça da academia em meu ponto de vista. Ela está perfeita como Frida Kahlo, uma figura importante na história da arte e das conquistas femininas na história. Poucos poderiam inclusive dizer que Salma teria tanto talento para interpretar uma personagem histórica tão complexa, mas o fato inegável é que ela conseguiu e se consagrou no papel. Além de muito bem produzido o filme ainda contou com um elenco de apoio excepcional, contando com o melhor que Hollywood tinha em termos de atores "ibéricos" como Alfred Molina, Antonio Banderas e Diego Luna. O estúdio se deu ao luxo até de contratar Edward Norton como o milionário Nelson Rockefeller. Coisa que poucos filmes conseguiram ter em seu elenco. Enfim, ótimo filme que resgata a importante história da artista Frida. Se você gosta de história da arte não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.