sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Missão Impossível - Nação Secreta

Título no Brasil: Missão Impossível - Nação Secreta
Título Original: Mission Impossible - Rogue Nation
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Christopher McQuarrie
Roteiro: Christopher McQuarrie
Elenco: Tom Cruise, Rebecca Ferguson, Jeremy Renner, Ving Rhames, Sean Harris, Alec Baldwin
  
Sinopse:
Dessa vez o agente Ethan Hunt (Tom Cruise) precisa sobreviver após se tornar alvo de uma organização chamada O Sindicato. Durante anos se especulou se ela realmente existia ou não. Para Hunt a confirmação veio ao saber que ele agora é a caça de um grupo de ex-agentes que até então eram considerados desaparecidos ou mortos em ação. Como se isso já não fosse ruim o bastante ele também precisa entender o que se passa com o seu próprio grupo de espionagem que agora está sendo desativado pelo governo americano, com suas antigas funções sendo repassadas para a agência de inteligência dos Estados Unidos, a CIA. Existiria alguma ligação entre os dois eventos?

Comentários:
Esse é aquele tipo de filme que você nem deve se importar muito com história ou roteiro. Como um blockbuster assumido, o filme não tem maiores pretensões artísticas. Tudo se resume em puro cinema comercial pipoca para ficar semanas e semanas em cartaz nos cinemas de shopping center. Um produto para as massas. De bom mesmo temos que reconhecer que essa franquia nunca teve quedas acentuadas de qualidade. Tudo parece se manter em um bom nível, pelo menos em termos de cenas de ação e diversão escapista. Na verdade, se formos analisar bem, "Missão Impossível" é uma coisa velha, ainda dos tempos da guerra fria, quando americanos e soviéticos brigavam no mundo da espionagem para se destruírem mutuamente. Tom Cruise curtia a antiga série de TV quando adolescente e assim que se tornou um ator rico e famoso, resolveu apostar numa jogada de mestre, comprando os direitos por um preço irrisório já que ninguém mais acreditava que algo tão antigo assim e ultrapassado fosse ainda gerar algum tipo de lucro, seja na TV ou no cinema. Cruise estava certo e todos os demais errados. Com a força de seu nome nas marquises de cinema, ele conseguiu reerguer esse ferro velho de tempos passados e hoje está aí, faturando horrores em cada sequência. Isso me faz também pensar que ele desistiu de tentar alcançar um velho sonho que tinha, o de um dia conquistar o Oscar de Melhor Ator.

Depois de vários bons filmes, alguns em que ele estava realmente muito bem, Cruise ao que tudo indica se decepcionou com as indicações que não se transformaram em prêmios e a partir daí se assumiu completamente como um astro comercial e nada mais. Seguindo nessa linha até que esse filme se sai muito bem. O roteiro é primário e sem maiores novidades. Como eu escrevi o que vale o ingresso aqui é ter ao menos duas ou três grandes sequências de ação e só. Nesse aspecto o filme cumpre bem esse tipo de promessa. Há pelo menos duas belas sequências nesse sentido, uma com Cruise pendurado para fora de um avião em decolagem (que inclusive ilustra um dos posters do filme) e outra submersa, quando ele tenta desativar um protocolo de identificação em uma espécie de tubo aquático de alta pressão. Claro que tudo se passando em um ambiente totalmente inverossímil, fantasioso e bem  desproporcional, o que no final das contas também faz parte do jogo. Então é isso. Um blockbuster competente que ajuda a passar o tempo com suas cenas espetaculosas. Como todo produto descartável será logo esquecido, mas quem se importa? É como tomar Coca-Cola, não traz nenhum benefício para sua saúde, não tem qualquer valor nutritivo, mas pelo menos é gostoso e mata a sua sede.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Ex-Machina - Instinto Artificial

Título no Brasil: Ex-Machina - Instinto Artificial
Título Original: Ex Machina
Ano de Produção: 2015
País: Inglaterra
Estúdio: DNA Films, Film4
Direção: Alex Garland
Roteiro: Alex Garland
Elenco: Alicia Vikander, Domhnall Gleeson, Oscar Isaac
  
Sinopse:
O jovem estudante de informática Caleb (Domhnall Gleeson) é escolhido por uma grande empresa para participar de um projeto inovador. Ele ainda não sabe do que se trata, porém considera a chance de participar de algo assim como uma grande oportunidade em sua vida. Levado até uma instalação isolada, ele acaba conhecendo Nathan (Oscar Isaac), considerado um gênio em sua area, criador de um dos mais eficientes sites de busca da Internet. Nathan então lhe explica o que deverá fazer. Ele precisará interagir com uma nova forma de inteligência artificial, completamente diferente de tudo o que já foi inventado. O objetivo é saber se já há uma consciência formada nessa nova tecnologia. Filme vencedor do Gérardmer Film Festival. Também indicado ao Empire Awards e ao prêmio da British Society of Cinematographer.

Comentários:
Um excelente argumento é a base de sustentação dessa inovadora ficção. Tudo gira em torno de uma série de experimentos dos quais participará o jovem Caleb. Ele é levado a interagir socialmente com uma nova máquina, hiper avançada, na verdade uma robô chamada Ava (Alicia Vikander). Em seu sistema cognitivo foi instalado uma nova espécie de inteligência artificial que lhe dá consciência de si mesmo e até muito provavelmente emoções humanas. A intenção é justamente sondar a mente dessa nova máquina para entender até onde vai seu potencial. O roteiro assim explora as várias sessões que são realizadas entre Caleb e Ava. Inicialmente parece haver uma aproximação normal, nada diferente do que aconteceria entre dois seres humanos. Ava é curiosa e também esperta, mais ainda do que se esperava. Ela desenvolve sentimentos comuns ao ser humano como simpatia, curiosidade e até mesmo mesmo paixão. Até surpreende a todos com nuances de bom humor no trato social.

O problema é que tendo plena capacidade de entender tudo o que está lhe acontecendo ela também desenvolve um aguçado instinto de preservação pois não está disposta a ser simplesmente desligada ou formatada depois das sessões programadas. Não demora muito e começa a manipular emocionalmente o perspicaz porém inseguro Caleb. Além do roteiro inteligente que explora esse aspecto do homem brincando de ser Deus ao criar criaturas perfeitas, o visual asséptico dos cenários e das  ambientações acabam criando uma sensação desconfortável no espectador, tal como se ele próprio estivesse sondando o mundo de Ava. Os efeitos especiais também são extremamente bem inseridos dentro da trama, principalmente na composição do corpo físico da robô. Nada que venha a suplantar a importância do tema em si. Efeitos digitais a serviço de uma boa história e não o contrário como geralmente acontece em produções americanas. Assim não há nada que venha a desapontar nesse novo filme. É uma produção bem realizada, inteligente e muito oportuna pois experiências parecidas ao que vemos na tela já estão em fase de planejamento por grandes empresas do mundo real. O futuro, pelo visto, já está ao nosso redor, em nosso presente.

Pablo Aluísio.

Minions

Título no Brasil: Minions
Título Original: Minions
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Illumination Entertainment
Direção: Kyle Balda, Pierre Coffin
Roteiro: Brian Lynch
Elenco: Sandra Bullock, Jon Hamm, Michael Keaton, Geoffrey Rush
  
Sinopse:
Os Minions estão na Terra desde o começo da história do planeta. Assim eles surgem na era dos grandes dinossauros, no surgimento do grande Egito Antigo e até mesmo nas guerras Napoleônicas. Agora, tristes e isolados numa região ártica, três minions, Bob, Kevin e Stuart resolvem ir embora atrás de um novo vilão para seguirem. Na viagem acabam parando na Nova Iorque dos anos 60 e lá descobrem que está para ser realizada uma grande convenção de vilões do mundo inteiro em Orlando. Sem pensarem muito, embarcam em uma nova aventura e ficam fascinados pela vilã inglesa Scarlet Overkill. Ela parece ser justamente tudo aquilo que procuravam! 

Comentários:
Essa animação existe por motivos puramente comerciais. Depois do sucesso dos dois filmes da franquia "Meu Malvado Favorito" os produtores descobriram que os Minions eram um sucesso e tanto no mundo de brinquedos e produtos em geral para o público infantil. Estampando todos os tipos de bugigangas e mercadorias eles se tornaram mais rentáveis do que os próprios filmes onde eram meros coadjuvantes. Diante do sucesso era de se esperar que eles ganhassem seu próprio filme solo mais cedo ou mais tarde. Na minha opinião não foi uma boa ideia já que as simpáticas e carismáticas criaturinhas não conseguem levar um filme inteiro sozinhos. Eles funcionam muito bem em pequenas sequências divertidas, mas quando ficam o tempo todo em evidência logo surge o cansaço por parte do espectador. O roteiro assim se resume a uma sucessão de gags, algumas divertidas e outras nem tanto. Como os minions não vivem sem seguir algum vilão os roteiristas tiveram que inventar uma, versão feminina e inglesa, chamada Scarlet Overkill (que na versão original ganhou a voz da atriz Sandra Bullock). Usando a própria Inglaterra como cenário a traminha é frouxa e sem muitos atrativos, principalmente para o público alvo da fita que é justamente das crianças com menos de dez anos de idade. Há referências do mundo pop que até soam divertidas como a que envolve os Beatles e a capa do álbum Abbey Road, porém os pequeninos certamente não entenderão esse tipo de piada. A trilha sonora traz vários clássicos do rock dos anos 60 (a estorinha se passa nessa época) e assim somos surpreendidos com o som de grupos como The Doors, por exemplo. Infelizmente nada disso melhora o resultado final, que é bem pálido e descartável mesmo. Apenas o interesse em faturar muito no mercado infantil justifica realmente a existência desse filme, todo o resto é sem maior interesse.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Ricardo Coração de Leão - A Rebelião

Título no Brasil: Ricardo Coração de Leão - A Rebelião
Título Original: Richard the Lionheart - Rebellion
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Claang Entertainment
Direção: Stefano Milla
Roteiro: Gero Giglio
Elenco: Greg Chandler Maness, Derek Allen, Debbie Rochon
  
Sinopse:
Na Inglaterra medieval do ano de 1173, o nobre Ricardo Coração de Leão (Greg Chandler Maness) lidera uma rebelião para tirar do trono o seu próprio pai, o Rei Henrique II (Derek Allen), considerado um tirano sanguinário e cruel pelo povo inglês. A conspiração conta com os demais irmãos de Ricardo e o Rei da França Louis (Brian Ayres) que tem grandes interesses em terras da Normandia francesa, região ao norte da França ocupada pelos ingleses. Além disso Ricardo também conta com o apoio de sua mãe, a Rainha Eleanor de Acquitaine (Debbie Rochon), que também deseja ver o marido destronado e morto o mais breve possível. Filme premiado no Los Angeles Cinema Festival of Hollywood.

Comentários:
Ricardo Coração de Leão (1157 - 1199) foi uma figura bem peculiar da história britânica. Embora seja considerado um dos maiores monarcas daquela nação ele era na verdade mais franco do que propriamente inglês. Filho de uma francesa, praticamente criado toda a sua infância e juventude no norte da França, ele considerava sua língua natural o francês e não o inglês de seu pai. Tinha modos e educação tipicamente continentais e para falar a verdade não nutria grandes laços emocionais e sentimentais com o povo da Inglaterra. Por qual razão então ele é ainda tão celebrado até hoje naquele país? Talvez a verdade venha justamente dessa rebelião que visava destronar o despótico Henrique II, um sujeito realmente desprezível, apesar de ser seu próprio pai. Quando conseguiu seu objetivo entrou imediatamente no coração do povo da grande ilha. Outro fato digno de nota é salientar que Ricardo Coração de Leão é mais lembrado atualmente por causa de sua participação nas cruzadas do que por qualquer outra coisa que tenha realizado em vida. 

A história que o roteiro desse filme porém explora é a de um período histórico bem anterior a essa jornada que iria valer a imortalidade para Ricardo. Aqui ele ainda está tentando alcançar o trono por meio de uma guerra sangrenta. Deixando a questão puramente cronológica de lado temos que reconhecer que o filme "Richard the Lionheart - Rebellion" é apenas mediano. A primeira terça parte inicial vai soar um pouco confusa para o espectador que não conheça melhor os eventos históricos. Depois o filme melhora consideravelmente, principalmente nas cenas de batalhas, mas nada que se revele muito marcante ou brilhante sob um ponto de vista puramente cinematográfico. Na verdade a produção até mesmo deixa a desejar em certos momentos, isso apesar da habilidade do diretor italiano Stefano Milla em esconder essa falta de maiores recursos (algo que ele definitivamente faz muito bem). No final de tudo a fita vai agradar muito mais a quem já tem natural  curiosidade ou interesse por aspectos históricos das dinastias britânicas. Já para o espectador comum tudo vai soar apenas como um mero passatempo sem maiores consequências.

Pablo Aluísio.

Effie Gray

Título no Brasil: Effie Gray
Título Original: Effie Gray
Ano de Produção: 2014
País: Inglaterra
Estúdio: Sovereign Films
Direção: Richard Laxton
Roteiro: Emma Thompson
Elenco: Dakota Fanning, Greg Wise, Emma Thompson, Tom Sturridge
  
Sinopse:
Baseado em fatos reais, o filme mostra a história da jovem Euphemia "Effie" Gray (Dakota Fanning). Durante a era vitoriana sua família escocesa passa por inúmeras dificuldades financeiras. Em idade de se casar ela acaba arranjando um bom partido, o historiador e crítico de arte inglês John Ruskin (Greg Wise). Depois do casamento ela parte para morar com o marido em sua casa na Inglaterra. Os problemas porém logo surgem. Ruskin decide continuar morando com os pais e Effie acaba não se dando bem com sua sogra. Pior de tudo, o marido não parece disposto a ter uma vida conjugal íntima com ela, a tratando de modo indiferente e arrogante, o que joga sua auto estima para baixo, destruindo qualquer sonho de um dia ser plenamente feliz em seu matrimônio. Apenas um ato de extrema coragem colocaria um fim em seu drama pessoal.

Comentários:
Com roteiro escrito pela atriz Emma Thompson, que também está no elenco, esse filme chamado "Effie Gray" explora um caso jurídico real ocorrido no século XVIII que chocou a Inglaterra puritana e vitoriana da época. Embora fosse previsto nas leis até aquele momento nenhuma mulher havia entrado com um pedido de anulação de casamento baseado na não consumação do mesmo. Pois foi justamente isso que ocorreu com a jovem escocesa Effie. Em determinado momento ela pensou que o casamento seria o fim de todos os seus problemas, afinal seu pobre pai estava arruinado financeiramente e sua família passava por necessidades básicas de sobrevivência. O jeito foi então arranjar um homem rico para se casar. Ela acabou encontrando isso na figura de John Ruskin, um homem bem mais velho do que ela, mas considerado um bom sujeito, culto e amigo das artes. A questão é que ele também era frio ao extremo, indiferente e muitas vezes rude com a própria esposa ao qual considerava inferior a ele em todos os aspectos, não apenas por sua condição social, mas também pelo simples fato dela ser uma mulher. Rejeitando ter uma vida sexual ao seu lado, Ruskin começou então a usar sua esposa apenas como um artefato, um enfeite para a sociedade.

Obviamente que uma jovem como ela, desprezada ainda na flor da idade, em pouco tempo iria procurar nos braços de outro homem o afeto e o carinho que tanto desejava. Inicialmente, durante uma viagem a Veneza, ela logo se apaixona por um italiano galanteador, mas seria mesmo com o pintor John Everett Millais (Tom Sturridge) que ela finalmente encontraria o verdadeiro amor. Esse filme apresenta dois grandes trunfos em seu favor. O primeiro vem de sua história incomum, algo que choca até os dias de hoje. Emma Thompson mostra extrema sensibilidade em explorar algo assim com a devida elegância, sem cair no mau gosto em nenhum momento. Tudo muito sofisticado e de bom tom. O segundo grande mérito do filme vem do elenco. Dakota Fanning brilha em sua personagem. Quem poderia dizer que uma americana como ela se sairia tão bem interpretando uma escocesa em plena era vitoriana? Pois ela conseguiu. Acertou no sotaque e no modo de agir. Dessa nova safra de atrizes ela é certamente uma das mais promissoras. Se continuar a surgir em bons filmes como esse certamente em breve será uma estrela. Assim deixamos a dica desse belo romance trágico, "Effie Gray", que explora o coração de uma pobre mulher infeliz na vida amorosa, presa em um casamento de fachada e interesse, destino pelo qual infelizmente muitas mulheres ainda hoje trilham em suas vidas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

A Viatura

Título Original: Cop Car
Título no Brasil: A Viatura
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Focus World
Direção: Jon Watts
Roteiro: Jon Watts, Christopher D. Ford
Elenco: Kevin Bacon, Shea Whigham, James Freedson-Jackson, Hays Wellford
  
Sinopse:
Enquanto "desova" um corpo de um criminoso no meio do deserto do Colorado, o xerife Kretzer (Kevin Bacon) se vê numa situação inesperada. Enquanto joga o cadáver em um poço próximo, dois garotos, menores de dez anos, entram em seu carro patrulha e saem em disparada. Detalhe: há um homem jogado no porta-malas da viatura, um sujeito que Kretzer estava prestes a executar! Agora o policial tentará de todas as formas recuperar o veículo antes que suas atividades criminosas sejam descobertas pela polícia do condado. Filme indicado no Edinburgh International Film Festival na categoria de Melhor Direção (Jon Watts).

Comentários:
Em algumas situações basta um roteiro esperto para que o diretor consiga contar uma boa história. O enredo desse filme se passa em uma só situação, com obviamente vários desdobramentos. A história é simples: o xerife corrupto de uma pequena cidade do Colorado resolve eliminar alguns criminosos que estavam em seu caminho. Ele os jogam no porta-malas de seu carro patrulha e ruma em direção ao deserto. Sua intenção é executar os dois e depois jogar os corpos em um poço esquecido no meio do nada. Enquanto dá cabo do primeiro bandido, dois garotos que estavam por ali por perto brincando, descobrem seu carro aberto, as chaves e resolvem sair dirigindo o veículo, obviamente pensando em se divertir. O problema é que o outro sujeito que o xerife queria eliminar ainda está no porta-malas da patrulha. Inicia-se então um jogo de gato e rato, com o tira tentando recuperar o carro antes que suas atividades sejam descobertas e os garotos, meio aterrorizados ainda com a situação, tentando escapar ilesos de tudo. 

Nesse meio tempo surgem cenas absurdas, de puro nonsense, com os meninos brincando com equipamentos perigosos que estavam dentro da viatura. Imagine dois garotos com pistolas, escopetas e armas pesadas, tentando dar tiros com elas, mas sem saber direito como proceder! O diretor Jon Watts é praticamente um estreante no cinema, vindo das séries de TV ele acabou filmando esse bom filme policial de humor negro (em termos) baseado em seu próprio roteiro. O resultado é muito bom, até porque Watts teve o bom senso de realizar um filme curto, o que lhe dá uma agilidade e uma eficiência no desenvolvimento dos acontecimentos, tudo sem excessos ou enrolações desnecessárias. Bacon, extremamente magro e com um bigode estranho, está muito bem caracterizado em seu personagem. Um xerife que em pouco menos de trinta minutos de duração do filme consegue violar inúmeros artigos do código penal. Um tira nada honesto e nem correto. Seu personagem é certamente uma das melhores coisas de toda a fita. 

Pablo Aluísio.

Cavalos Domados

Título no Brasil: Cavalos Domados
Título Original: Broken Horses
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Reliance Entertainment
Direção: Vidhu Vinod Chopra
Roteiro: Vidhu Vinod Chopra, Abhijat Joshi
Elenco: Anton Yelchin, Chris Marquette, Vincent D'Onofrio, María Valverde, Sean Patrick Flanery
  
Sinopse:
O filme narra a história de dois irmãos, Buddy (Chris Marquette) e Jacob (Anton Yelchin). Quando eram apenas garotos eles viram seu pai, o xerife da cidade, ser assassinado de forma covarde. Com o passar dos anos a vida deles tomam rumos diferentes. Jacob vai embora para Nova Iorque tentar vencer na carreira de músico que abraçou. Buddy fica na mesma cidadezinha onde nasceu. Extremamente habilidoso no manejo de armas de fogo, acaba se tornando assassino profissional da quadrilha chefiada por Julius Hench (Vincent D'Onofrio). Depois de oito anos sem se verem pessoalmente Jacob resolve retornar para reencontrar o irmão. Ele quer que ele seja seu padrinho de casamento. O que encontra porém é muito mais complicado de se lidar do que seu próprio passado.

Comentários:
Pela sinopse dá para perceber que o enredo é interessante. Geralmente roteiros assim, que exploram a vida de irmãos que em determinado momento caminham por jornadas diferentes, costumam ser bons. Jacob (Yelchin) trilha o caminho do estudo e se torna um dedicado músico. Violinista talentoso, ele almeja entrar um dia na prestigiada Filarmônica de Nova Iorque. Caso consiga realizar seu sonho planeja também se casar com sua namorada de longa data. Já Buddy (Marquette) ficou para trás. Ele ainda mora na mesma cidadezinha onde nasceu. No passado acabou entrando para o mundo do crime ao se vingar da morte do pai, um policial honesto. Depois do primeiro crime não parou mais e acabou sendo "adotado" pelo chefão mafioso Hench (D'Onofrio). Quando essas duas realidades tão diversas se reencontram após tantos anos as velhas feridas do passado são abertas. Poderia ser um bom drama e com tanto potencial na história poderia certamente render um belo filme. 

O diretor Vidhu Vinod Chopra porém optou por uma linguagem quase Tarantinesca. O problema é que ele não tem cacife para tanto. Ao invés de contar a trama dos irmãos de forma mais convencional, ele acabou adotando uma narrativa mais fragmentada, com doses de nonsense e absurdo que só atrapalham o resultado final. O que mais incomoda é a forma como leva e desenvolve o personagem de Buddy, o irmão mais velho. Ele não parece ter o juízo no lugar, agindo de forma abobalhada e em muitos aspectos até mesmo infantilóide. Embora Jacob seja bem desenvolvido, na forma de ser e agir, o comportamento estranho e bizarro de Buddy quase coloca tudo a perder. O roteiro não deixa claro em nenhum momento se Buddy tem algum tipo de retardo mental e isso compromete todo o enredo. Dessa maneira "Cavalos Domados" deve ser apreciado com reservas. Não é Tarantino e nem tampouco maravilhoso. No fundo é aquele tipo de filme que você sai com a sensação de que tinha potencial de verdade, mas que foi desperdiçado com ideias e escolhas ruins. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Nada em Comum

Título no Brasil: Nada em Comum
Título Original: Nothing in Common
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Garry Marshall
Roteiro: Rick Podell, Michael Preminger
Elenco: Tom Hanks, Jackie Gleason, Eva Marie Saint, Hector Elizondo, Barry Corbin, Bess Armstrong

Sinopse:
David Basner (Tom Hanks) é um jovem executivo de publicidade muito bem-sucedido, que precisa lidar com uma situação no mínimo delicada, quando é informado que seus pais estão se divorciando, após décadas de casamento.

Comentários:
Tom Hanks surgiu no mundo do cinema como um astro de comédias, um comediante de ofício, gaiato, em filmes como "Despedida de Solteiro" e "Splash - Uma Sereia em Minha Vida". Filmes descompromissados, leves e até, de certo modo, bobinhos. Esse aqui foi seu primeiro filme com um roteiro mais centrado, mais sério, tratando de temas humanos mais profundos. Ainda pode ser considerada uma comédia, porém uma comédia dramática, vamos colocar nesses termos. E isso é curioso porque na época os fãs do ator tiveram uma surpresa e tanto quando chegaram aos cinemas pensando que iriam rir bastante, como nos seus filmes anteriores, e acabaram se deparando com temas pesados como divórcio, velhice, etc. Mesmo assim é um bom filme, sem dúvida. E o Tom Hanks só iria se aprofundar ainda mais no drama, como sua carreira no futuro bem iria demonstrar.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Férias da Pesada

Título no Brasil: Férias da Pesada
Título Original: Fraternity Vacation
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio:  New World Pictures
Direção: James Frawley
Roteiro: Lindsay Harrison
Elenco: Stephen Geoffreys, Tim Robbins, Sheree J. Wilson, Cameron Dye, Leigh McCloskey, Matt McCoy

Sinopse:
A mais nova promessa da fraternidade Theta Pi Gamma - um leitor ávido desajeitado, inocente e totalmente chato - e dois de seus confiantes irmãos da fraternidade embarcam em uma semana de férias em Palm Springs. Eles podem transformá-lo em um verdadeiro Casanova?

Comentários:
Nos anos 80 eu comprei um videocassete Betamax da Sony (foi o meu primeiro videocassete!). Pois e, na locadora em que eu alugava filmes não havia muitos filmes disponíveis para alugar, mas esse aqui sempre estava nas prateleiras (pegando poeira, claro!). Um fim de semana resolvi alugar só para ter o que assistir. Obviamente era um filme de verão dos mais bobos, que logo iriam passar inúmeras vezes em reprises no Cinema em Casa do SBT. A maior curiosidade para os cinéfilos hoje em dia (se existir) vem da presença do ator Tim Robbins, bem jovem, em um dos seus primeiros filmes. No mais, nada de importante, a não ser um bando de garotas em seus bikinis, nem tão pequenos assim, mais ao estilo vovozinha. Enfim, filme de verão dos anos 80. Nada muito além disso.  

Pablo Aluísio.

Armados e Perigosos

Título no Brasil: Armados e Perigosos
Título Original: Armed and Dangerous
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Mark L. Lester
Roteiro: Brian Grazer, Harold Ramis
Elenco: John Candy, Meg Ryan, Eugene Levy, Kenneth McMillan, Brion James, Jonathan Banks

Sinopse:
Um policial demitido e um advogado inútil se inscrevem como guardas de segurança e descobrem que aderiram a um sindicato corrupto sem saber onde estavam se metendo na verdade. E isso dá origem a muitas confusões.

Comentários:
Comédia B da Columbia. Penso que nem foi exibido nos cinemas brasileiros, sendo lançado diretamente no mercado de vídeo VHS da época. Aqui três nomes se destacam. O primeiro é a do comediante John Candy. Ele era um artista talentoso, mas morreu jovem, pois era extremamente obeso. O segundo nome a se destacar é a da atriz Meg Ryan, aqui nesse filme antes de sua fama, quando era apenas uma loirinha muito bonitinha. Uma graça. Por fim o roteiro foi escrito em parte por Harold Ramis. Consultando fichas técnicas de antigos filmes de comédia dos anos 80 sempre vejo a presença de Ramis. Ele trabalhou como nunca naquela época. Foi sem dúvida um nome importante dentro do humor americano dos anos 80. Hoje em dia ele é mais lembrado por causa de "Os Caça-Fantasma", mas não trabalhava apenas como ator, mas como roteirista e diretor também. Um nome a ser sempre lembrado.

Pablo Aluísio.