domingo, 3 de abril de 2011

Por que os EUA não invadiram a Síria?

Muita gente se fez essa pergunta. Afinal o presidente Barack Obama tinha afirmado que o dia em que o ditador sírio Bashar al-Assad usasse armas químicas seria o dia em que os Estados Unidos entrariam no conflito de uma vez por todas. Pois bem, como foi comprovado Bashar al-Assad usou gás mortal contra parcela de sua população e... nada aconteceu! Muitos se perguntam o porquê! Ora, Obama se precipitou em demasia. Primeiro ao colocar um ultimato no ar - coisa que não se deve fazer pois delimitar linhas em política internacional sempre é um equívoco. Também errou por ter dito que iria apoiar os rebeldes sírios contra o ditador mão de ferro. Sim, Bashar al-Assad é um ditador dos mais sanguinários, mas Obama deveria ter parado um pouco para conhecer também os tais rebeldes ao governo.

E quem são eles? Provavelmente a mais violenta e fanática facção do Oriente Médio. Entre eles se encontra o infame Estado Islâmico. São fanáticos religiosos, intolerantes, que estão matando cristãos na Síria e não satisfeitos com isso prometem ainda mais matanças para breve. Muitos outros grupos rebeldes são fortemente ligados à Al-Qaeda, a persistente rede terrorista que teima em levar em frente sua organização. Como é que um líder ocidental do porte de Obama vai mandar soldados americanos para morrerem na Síria em nome desse tipo de gente? No mínimo o presidente americano deveria ter procurado conhecer melhor os grupos rebeldes antes de sair dando ultimatos pela imprensa internacional. Quando tomou consciência no que estava se envolvendo já era tarde demais. Nesse quadro quem acabou ganhando foi Wladimir Wladimirowitsch Putin, o eterno líder russo, que desde o começo da guerra civil na Síria foi bem mais ponderado, não tirando o freio de mão do conselho de segurança da ONU, evitando assim mais uma intervenção desastrada dos Estados Unidos no Oriente Médio. Na verdade Bashar al-Assad é um líder mais ocidentalizado. Embora seja um ditador o ocidente sabe o que esperar dele. Como político ele vem implantando a plena liberdade religiosa em seu país, onde todos podem seguir a fé que desejarem. Além disso tem sempre procurado manter religião e Estado devidamente separados. Com os rebeldes isso certamente não será possível. O Estado Islâmico, por exemplo, não admite tal coisa. São intolerantes e querem implantar um regime de ditadura islâmica, acima de tudo. Há poucas semanas eles trucidaram uma jovem cristã em um vilarejo sírio. Também mataram centenas de cristãos e chegam ao ponto de manter mulheres escravas nas cidades que dominam. E não podemos esquecer que Bashar al-Assad tem sim apoio de grande parte de sua população, essa formada justamente pelas alas mais moderadas da sociedade.

Além das patetices de Obama na questão Síria, outro fato pesou contra a não intervenção americana naquele país. A verdade pura e simples é que a população dos Estados Unidos está farta de guerras em países distantes. As recentes intervenções no Iraque e Afeganistão se mostraram desastrosas em termos políticos e econômicos. O governo americano torrou bilhões de dólares nessas guerras e nesse processo acabou quebrando a própria economia do país. Os Estados Unidos de hoje não se parecem em nada com a grande e forte nação de trinta anos atrás. O desemprego está acelerado, o déficit público é um dos maiores da história e o país não consegue sair de uma eterna crise financeira. Para piorar a onda de imigração sem controle desfigura a população norte-americana, aumentando a cada dia diversos problemas sociais em determinadas cidades. O maior exemplo da decadência dos Estados Unidos é a outrora gloriosa Detroit, capital mundial na fabricação de carros que recentemente abriu falência (nas leis americanas uma cidade pode literalmente ir a bancarrota).

A verdade é que em certos países não existe solução mágica a médio prazo. No Afeganistão o talibã tem reconquistado territórios, impondo novamente sua fanática lei baseada no Islã a todos os habitantes das regiões controladas por eles. No Iraque houve a queda do ditador Saddam Hussein mas o povo iraquiano não sabe direito o que fazer com sua recém conquistada democracia (parecem com o povo brasileiro que não sabe em quem votar direito!). O número de ataques de carros-bomba só tem aumentado nos últimos meses. Os americanos por sua vez estão com o pé fora desses lugares pois o dinheiro acabou. Parece que os líderes dos EUA finalmente estão entendendo que intervenção em países do Oriente Médio só significa mesmo a importação de problemas, problemas dos outros, é bom deixar claro. Enquanto os americanos tentavam consertar o erros de outras nações esqueceram de olhar para seu próprio quintal, que diga-se de passagem não anda nada bem.

Assim há dois lados nessa guerra civil na Síria. De um temos uma ditadura. Essa não pode ser apoiada pelos americanos pois os Estados Unidos é um país democrático que supostamente procura promover a democracia ao redor do mundo. Do outro lado existem os rebeldes, entre eles o Estado Islâmico, fanáticos violentos e perigosos. Que lado escolher? Não há lado que se possa apoiar e os americanos preferem simplesmente se omitir. 

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de abril de 2011

O Papai-Noel da Coca-Cola

Estamos entrando nas festividades de mais um natal e como sempre acontece lá está o Papai-Noel em todas as vitrines de lojas, restaurantes, hotéis e shopping centers. O que poucos sabem é que o personagem Papai-Noel tal como o conhecemos hoje foi criado em uma campanha de marketing da empresa Coca-Cola em fins do século XIX. A multinacional procurava uma maneira de popularizar sua marca ainda mais entre as crianças, principalmente durante os últimos meses do ano. Assim os publicitários da época resgataram um antigo santo católico chamado São Nicolau, conhecido por dar presentes às crianças em dezembro, na noite de natal, para criar a figura do bom velhinho, dando origem a um ícone que resiste até os dias de hoje.

Pouco se sabe sobre São Nicolau. Sua história é muito antiga e remonta a 358. Verdades históricas concretas são muito raras, o que existe nos registros da Igreja são basicamente lendas e tradições. Uma delas afirma que Nicolau era um homem muito rico que no final de sua vida se tornou bispo da Igreja Católica de sua cidade. Como a pobreza era enorme entre os camponeses e como ele estava chegando aos seus últimos anos (teria vivido quase 100 anos segundo alguns registros) ele começou a usar seu próprio dinheiro para comprar presentes que distribuía para as crianças da região na noite de natal. Era uma forma de evangelizar e agradar às crianças do local. Como era uma região de frio intenso usava um trenó, transporte popular entre os nobres e a elite. Assim o trenó, as renas, a pesada roupa de inverno e os demais símbolos que compõe o Papai-Noel dos dias de hoje não estariam tão longe da vida real de Santa Claus (como os americanos o chamam). Afinal de contas o personagem não nasceu do nada mas sim foi inspirado nas tradições que rondam a vida de Nicolau, o bispo.

Já as celebrações de 25 de dezembro não tiveram origem com o nascimento de Jesus Cristo. São bem anteriores até mesmo ao Cristianismo. Essa data marcava o solstício de inverno, como o dia mais curto do ano. Era uma festividade ligada basicamente ao cultivo da terra. Era celebrada em honra a Saturno, o deus da agricultura! Depois que a nova fé cristã prosperou na Europa o Papa Júlio I (300 - 352) determinou em 350 que o caráter pagão da data deveria ser definitivamente deixado de lado. Como não se sabia ao certo qual seria a data exata de nascimento de Cristo (os evangelhos oficiais nada diziam sobre isso), o Papa determinou em decreto que a partir daquele 25 de dezembro de 350 todos os cristãos do mundo deveriam celebrar o chamado Natal, a data da natalidade de Jesus Cristo entre os homens. Assim o paganismo seria deixado de lado de uma vez por todas e todos celebrariam o nascimento do Messias.

A decisão de Júlio I acabou se revelando certeira e muito bem sucedida. Logo as primeiras festividades realizadas no Vaticano se mostraram um grande sucesso de popularidade e ao longo dos séculos prosperou, mesmo em países que depois se tornariam mais ligados ao movimento protestante (como Inglaterra e Estados Unidos). E foi na América que os executivos da Coca-Cola tiveram a ideia de resgatar a lenda do bispo católico São Nicolau para criar a figura do personagem Papai-Noel que na noite de natal desceria pelas chaminés de todas as casas do mundo para dar de presente aos pequeninos muitos brinquedos e é claro, refrigerantes da Coca-Cola.

Como se pode ver as origens do natal são as mais variadas possíveis, desde o decreto papal de Júlio I (cujo original ainda existe e há alguns anos foi exposto numa exposição da biblioteca do Vaticano), passando pela lenda de um homem real que viveu no norte da Europa até as jogadas de marketing da indústria americana. O curioso é que Papai-Noel se tornou tão popular que acabou invadindo todos os setores da sociedade, ganhando vida própria. O personagem que fora criado para ser um garoto propaganda da Coca-Cola rompeu essa ligação e hoje praticamente tem sua própria identidade não associada imediatamente à marca que o criou! Afinal que criança vai ligar o querido Papai-Noel a um dos maiores símbolos do capitalismo americano mundial?

Pablo Aluísio.

Mandela: Herói ou Vilão?

O recente falecimento do líder Nelson Mandela deu origem a duas reações extremadas em nosso ponto de vista. A grande imprensa, a grande mídia, não pensou duas vezes em transformar Mandela em um santo imaculado. Um homem simplesmente perfeito e sem falhas em sua trajetória política na defesa de sua causa. Por outro lado os detratores de sua biografia mostraram um lado obscuro, nada lisonjeiro de sua trajetória.

Quem afinal tem razão?

Inicialmente vamos expor os argumentos dos que acham que o mito Mandela não passa de uma farsa bem arquitetada pela grande mídia. Pessoas como Olavo de Carvalho, por exemplo, defendem a tese de que Mandela nunca passou de uma marionete de um jogo político e financeiro sórdido durante todos esses anos. Para provar isso cita o fato de que Mandela só conseguiu ser libertado após receber o apoio de grandes grupos econômicos mundiais, entre eles o grupo Rockefeller. E qual seria o interesse desses magnatas em relação a Mandela? Segundo dizem havia um grande interesse em colocar as mãos nas imensas jazidas de diamantes da África do Sul. Com o governo liderado pela minoria branca isso havia se tornado impossível pois o direito de exploração e venda dos diamantes era exclusivo do governo. Com a queda do apartheid o capital estrangeiro finalmente tomou posse da riqueza de diamantes (de um valor imenso, segundo analistas). É inegável que ao assumir o poder Mandela realmente revogou a lei de exploração exclusiva das minas abrindo o espaço para os grandes grupos internacionais explorarem através de contratos de concessões de uso comercial os diamantes ao seu bel prazer. Será que tudo não passou de uma coincidência ou temos aqui realmente uma nova teoria da conspiração com bases sólidas?

Outro ponto de críticas em relação a Mandela foi sua política de alianças internacionais que para muitos foi muito equivocada. Mandela manteve bons laços de amizade e aproximação com ditadores sanguinários dentro do continente africano e fora dele foi figura próxima a pessoas como Fidel Castro, Muammar al-Gaddafi e até mesmo Saddam Hussein, todos conhecidos como ditadores linha dura que não admitiam oposição aos seus governos ao ponto das prisões de seus países ficarem cheias de presos políticos. Ora, o próprio Mandela foi um preso político por 27 anos em seu país, como poderia dar apoio internacional a esse tipo de gente? Não seria uma enorme contradição?

No plano interno Mandela também foi bastante criticado. Ele apoiou o aborto de forma praticamente incondicional. Hoje em dia a África do Sul tem um dos sistemas legais mais abertos do mundo nessa questão. No país o aborto é encarado como algo muito natural. As mulheres nem mesmo precisam de justificativa para abortar seus filhos quando bem entenderem. Em termos de legislação não existe nada parecido no mundo. O efeito disso é que o número de abortos na África do Sul aumentou consideravelmente e como se não bastasse o alto número de crianças mortas o índice de mortalidade das mães também disparou. Mandela justificava sua política pró-aborto de maneira até singela, afirmando que "As mulheres tem direito de escolherem o que é melhor para seu corpo". Só não conseguia explicar como esse direito ia ao ponto de matar crianças indefesas.

Outro ponto ruim que mancha a biografia de Mandela é a sua posição, quando jovem, em favor do uso da violência para combater o regime. Quando foi condenado por atos de sabotagem contra instalações militares Mandela assumiu sua culpa. Afirmou que não havia outra maneira. Ele também foi acusado de incentivar a invasão da África do Sul por países estrangeiros, em um ato de alta traição. Sobre isso porém negou afirmando que nunca foi traidor de seu país. O suposto terrorismo do Mandela foi desnecessário. Afinal de contas ele não tinha chance, como não teve, de vencer pela violência, por isso ficou tantos anos preso. Pela força ele não conseguiria nada, nunca. Deveria ter feito como Mahatma Gandhi, que nunca usou a violência e venceu pela força do exemplo. A mancha na biografia do Mandela ficará, para sempre - e ele, repito, não ganhou nada com isso.

A história só dá o título de grandes líderes sociais a pessoas que tentaram mudar a mentalidade de forma pacífica. As pessoas lembram do Ghandi mas não de pequenos grupos armados indianos que jamais venceriam uma guerra contra a Inglaterra imperial. Nos EUA o Pastor Martin Luther King é reverenciado já os Panteras Negras, que usavam a violência, não. Se Mandela tivesse partido para a vingança contra os brancos depois de sua saída da prisão ele teria o mesmo status de qualquer ditador africano sanguinário - e como sabemos sabe esse tipo de gente não falta por lá. O apoio internacional só vem para essas causas quando seus líderes decidem se transformar em exemplos de paz e honra. Violência e luta armada não levam a nada, não nesse tipo de situação onde o que está em jogo é a mudança de uma mentalidade. Em seu favor podemos dizer que embora Mandela tenha demorado um pouco a entender isso ele finalmente demonstrou uma outra postura quando saiu da prisão mostrando que evoluiu sobre essa questão.

Mas depois de ler tudo isso você pode ficar em dúvida sobre as qualidades de Nelson Mandela. Aqui chegamos no ponto em que perguntamos porque se tornou tão querido? De fato a biografia de Mandela tem muitos méritos. Independente da forma como ele chegou ao poder o fato é que assim que se tornou presidente adotou uma postura de convivência pacífica com os brancos. Veja que grande postura moral teve esse homem. Ele ficou por 27 anos preso, em uma cela minúscula, passando por todos os tipos de humilhação mas quando finalmente foi colocado em liberdade não partiu para um acerto de contas. Pelo contrário, deu a mão ao antigo opressor branco. Esse foi de fato o principal gesto que fez de Mandela um símbolo não apenas de luta contra um regime racista e sem pudores, mas também como um pacificador, um conciliador, um homem da paz.

Algumas posturas que tomou em vida inclusive causaram revolta em seus antigos amigos de militância. Em certa ocasião se tornou praticamente um garoto propaganda da indústria de vinho da África do Sul. Ora as grandes vinícolas sempre pertenceram a grupos de industriais brancos mas Mandela justificou o ato dizendo que isso não tinha importância, que no final das contas era uma indústria da África do Sul, acima de tudo, e por isso deveria ser incentivado e divulgado no exterior.

Outro ponto digno de aplausos foi a luta de Mandela em manter a África do Sul unida. O país foi concebido e criado pelo colonizador europeu branco, que traçou suas fronteiras e criou seu sistema administrativo, político e de poderes (legislativos, judiciário e executivo). Para radicias negros a própria ideia da África do Sul deveria ser abolida, com a criação de vários pequenos centros de poder que recriassem o antigo sistema tribal do povo nativo negro da região. Mandela foi completamente contra esse pensamento. Formado em direito, homem culto e inteligente, ele sabia que isso mais cedo ou mais tarde daria origem a uma infinidade de conflitos armados, o que levaria a África do Sul a uma guerra civil sem fim, como acontecia em vários países africanos vizinhos. A decisão de manter o país unido sob uma mesma bandeira também pode ser creditada como um dos grandes feitos de Mandela como estadista. Agindo assim ele trouxe paz e estabilidade para seu país.

Por fim não há como negar sua grande contribuição de Mandela para diversas causas sociais. Além de ter sido figura de proa na queda do regime racista de seu país, o apartheid, Mandela abraçou a luta de conscientização e combate em relação a AIDS. Como se sabe o continente africano é um dos mais atingidos por essa doença e Mandela entrou de coração nessa luta até quando suas forças já não o permitiram seguir em frente.

Em vista de tudo o que foi exposto chegamos na conclusão de que Nelson Mandela nem foi o santo imaculado que fazem crer certos artigos e reportagens que vemos na TV e jornais nesses dias e nem tampouco o vilão desalmado e vilanesco pintado por seus detratores. Ele foi simplesmente um ser humano, com erros e acertos em sua trajetória. Nada mais, nada menos do que isso.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

John Fitzgerald Kennedy

Essa semana os Estados Unidos (e o mundo) relembraram os cinquenta anos da morte do presidente americano JFK. Muitos especiais foram passados nos canais a cabo durante os últimos dias. Hoje à noite em particular assisti um muito bom chamado "Os Filmes Perdidos dos Kennedys" que reúne um acervo realmente fabuloso de imagens raras captadas da intimidade da família Kennedy, em especial dos momentos de lazer e diversão quando o clã se reunia numa casa de verão, à beira do mar. O John Kennedy que surge dessas imagens é muito diferente do mito que estamos acostumados a ver em aparições oficiais. O que pode se ver é basicamente um jovem, agindo ainda como um garoto o tempo todo. JFK nada na piscina, joga futebol, faz brincadeiras com suas irmãs e com seu irmão Bob e acima de tudo procura curtir a vida (que ele não sabia, mas seria breve e terminaria numa grande tragédia).

Eu sempre fui de opinião de que JFK só se tornou esse ícone americano por causa da forma como se deu sua morte. Politicamente sempre achei sua presidência muito fraca. Coisas como a crise dos mísseis de Cuba e as violações dos direitos civis de negros no sul dos EUA só ocorreram mesmo porque seus inimigos políticos o consideravam jovem e inexperiente demais para ser presidente da nação mais rica e poderosa do mundo.

O seu lado playboy e mulherengo, cantado em coro e verso por todos esses anos, que muitos associam como uma vantagem, vejo como um sinal de fraqueza. De certa forma Kennedy não se dava ao respeito e não agia de acordo com o cargo que ocupava. Em certo sentido nunca deixou de se comportar como um playboy inconsequente, levando sua presidência muitas vezes à beira do abismo. Seu romance com Marilyn Monroe foi uma vergonha. Quando ela cantou "Happy Birthday" em Nova Iorque foi como se houvesse uma declaração pública e notória dos casos de infidelidade do presidente. Além disso aquele namoro, que para ele nada significou, acabou levando Marilyn para uma rota suicida em sua vida.

Outro dia li um artigo afirmando que a Guerra do Vietnã jamais teria acontecido se JFK tivesse ficado vivo por mais um mandato presidencial. Não penso assim. Ele como presidente já havia ordenado o envio das primeiras tropas americanas ao sudeste asiático. Muito provavelmente teria afundado a nação naquele lamaçal tal como fizeram seus sucessores na Casa Branca. Aqui não está em dúvida a personalidade ou seus ideais mas sim a simples constatação de que independente de quem ocupasse a presidência a ordem de ir ao Vietnã seria dada. Aliás que político americano conseguiu até hoje se sobrepor ao poder da indústria de armas daquele país? Nenhum é a resposta.

Já em relação às inúmeras teorias da conspiração sobre sua morte também tenho uma visão mais conservadora e tradicional. Em minha opinião foi realmente Lee Oswald quem matou o presidente. Ele agiu sozinho, fruto de uma mente perturbada. Muitos vão pensar que isso é uma forma simplista de analisar a situação. Será mesmo? Na maioria das vezes a solução de todos os mistérios está realmente nas coisas mais simples, nos eventos mais banais. Oswald tinha ressentimentos com a liderança do país e muitas vezes afirmou ter especial ódio contra a imagem de família feliz e bem sucedido dos Kennedys. Depois de passar um tempo na União Soviética e voltar aos EUA para viver de um emprego medíocre, não é de se admirar que esse ex-marine, excelente atirador, tenha realmente perdido a noção, decidindo explodir os miolos do presidente sem medir as consequências de seus atos. Claro que o fato dele ter sido morto logo depois inflamou ainda mais os que defendiam uma ampla e complexa teoria da conspiração mas eu realmente não acredito em nada disso. Já li vários livros sobre o assunto e sempre fiquei cético em relação a tudo.

Bom, basicamente é isso. Fique de olho na programação de seus canais a cabo pois muita coisa tem sido exibida essa semana sobre o presidente. Filmes, séries, documentários e muito mais. Para quem gosta de história é realmente um prato cheio de curiosidades, imagens raras, detalhes interessantes. Eu não sou particularmente fã do presidente JFK mas é impossível negar que ele foi o símbolo de uma era que não voltará mais. Aquela nação americana, cheia de entusiasmo, alegria, otimismo, onde até o presidente era um garotão que esbanjava charme, realmente não existe mais, e isso faz, ora vejam só, 50 anos! Camelot provavelmente nunca mais se repetirá.

Pablo Aluísio.

Karl Marx - Verdades e Mentiras

Karl Marx era Ateu?
Há duas posições sobre isso. Tomando-se seus escritos como ponto de partida Marx certamente era ateu e tinha uma visão bem crítica das religiões. Isso fica bem claro em uma de seus escritos mais famosos onde diz: "A religião é simultaneamente uma expressão de sofrimento genuíno e um protesto contra esse sofrimento. A religião é o suspiro das criaturas oprimidas, seu sentimento em um mundo sem sentimentos, a alma de nossa condição desalmada. É o ópio do povo." Já sob o ponto de vista de alguns historiadores Marx teria sido retratado por uma de suas empregadas de maneira diferente. Segundo ela o velho Marx teria flertado perigosamente com o ocultismo, muito popular em Londres naquela época.

Como era a personalidade de Karl Marx?
Embora sua imagem passe a impressão de que era uma pessoa sisuda e introspectiva, pessoas que conviveram com ele o retratam mais como um homem simpático, bonachão até! Marx era um sujeito sem cerimônias no trato social. Quando estava empregado, trabalhava arduamente, mas quando se encontrava sem trabalho adotava uma postura mais amena, chegando a rolar no chão com seus filhos em brincadeiras infantis. Também pouco ligava para as convenções sociais de sua época. Se tivesse vontade passava o dia inteiro só de cuecas em casa, dormindo no sofá da sala, sem problemas. Geralmente trocava o dia pela noite. Para alguns biógrafos Marx nunca perdeu seu jeito de "estudante em apuros financeiros"!

Em quais cidades Karl Marx morou?
Ao longo da vida Marx sempre se mostrou muito inquieto, procurando por novos lugares para recomeçar sua vida. Ele nasceu em Trier, na Renânia, Alemanha, em 1818. Em Bonn iniciou seus estudos universitários, onde se dedicou ao direito. Em 1836 foi para Berlim estudar filosofia na universidade local. Depois da graduação nova mudança, dessa vez para Iena, onde completou seu doutorado em 1841. Um ano depois decide ir embora da Alemanha, indo morar em Paris. Em 1845 é expulso da França por causa de suas ideias subversivas publicadas no jornal Deutsch-Französische Jahrbücher. Resolve então ir para a Bélgica onde se instala em Bruxelas mas fica por pouco tempo, retornando para a Alemanha. Novos problemas o levam então para Londres, onde viverá até o fim de seus dias. 

Como era a vida de Karl Marx em Londres?
Karl Marx passou por muitas dificuldades financeiras em Londres. Embora tenha tido uma boa carreira de jornalista não conseguiu arranjar empregos regulares na cidade, passando a maior parte de seu tempo desempregado. Se não fosse a ajuda de seu fiel amigo Engels, Marx e sua família certamente passariam fome. Sem ocupação, por não conseguir arranjar um emprego, Karl Marx acabou se encantando pela maravilhosa biblioteca do Museu Britânico, para onde ia todos os dias estudar e escrever. É nesse local que começa a tomar forma o manuscrito que se tornaria anos depois sua grande obra prima, "O Capital". Quando soube do nome de seu livro sua mãe ironizou: “É uma pena que o pequeno Karl não produza algum capital, em vez de só escrever sobre ele.”

Quantos Filhos teve Karl Marx?
Embora tenha passado por vários apertos financeiros a família de Karl Marx era até bem numerosa. Foram quatro filhos ao lado da esposa Jenny e mais um, fruto de seu caso extraconjugal com a própria empregada da família. A vida dos Marx no número 28 da Dean Street, no Soho, em Londres, não foi fácil. Muitas privações, falta de dinheiro e dificuldades econômicas. Karl Marx só conseguiu levar em frente sua vida familiar porque seu amigo Engels estava sempre lhe ajudando. Quando sua empregada Lenchen ficou grávida, Engels assumiu a paternidade da criança para que Jenny não pedisse o divórcio de Marx. Muitos anos depois antes de morrer, Engels resolveu contar a verdade para sua filha adotiva, esclarecendo que Marx era o seu verdadeiro pai. A vida das outras duas filhas de Marx também não foi feliz. Duas delas se suicidaram ainda muito jovens.

Qual era o principal papel da filosofia na sociedade para Karl Marx?
Karl Marx não acreditava na filosofia como pura abstração. Para ele a filosofia deveria ser usada como ferramenta de mudanças dentro da sociedade. Isso ficou bem claro quando escreveu: "Antes os filósofos apenas interpretavam o mundo! A principal questão, porém, é transformá-lo”. Para Marx essa transformação viria com o fim da luta de classes, quando a classe do proletariado assumisse os meios de produção que pertenciam à classe dominante, a burguesia.

Karl Marx era casado com uma burguesa?
Em uma fina ironia do destino o próprio Karl Marx era casado com Jenny Von Westphalen, filha de uma família aristocrata e burguesa. Uma mulher de pulso e personalidade firmes, que rompeu com a tradição da vida das mulheres de sua família ao se casar com um "pobretão" como Marx. Jenny mostrou ser uma mulher de valor pois a vida ao lado de Marx não foi fácil. Só houve uma melhora no padrão de sua vida após ela receber uma pequena herança familiar, fato que foi intensamente comemorado por Marx ao levar sua família para um picnic em Londres. Embora Marx estivesse sempre pronto a criticar a burguesia ele adorava os pequenos luxos que uma vida com dinheiro podia proporcionar, como bons e fartos banquetes e vinhos finos e caros.

Karl Marx especulava na Bolsa de Valores de Londres?
Sim, para surpresa geral de seus admiradores comunistas. Marx usava o sistema capitalista para ganhar mais dinheiro, especulando com ações na bolsa de valores Londrina. Com parte do dinheiro herdado por sua mulher, Marx, para ironia de quem baseava sua obra em críticas contra o capitalismo, resolveu investir no mercado de capitais em Londres. A um amigo escreveu: “Você ficará bastante surpreso ao saber que andei especulando, especialmente em títulos ingleses que foram valorizados até um nível bastante exorbitante e depois, em sua maior parte, despencaram. Dessa maneira, ganhei mais de 400 libras e vou começar tudo de novo! É um tipo de operação que exige pouco do seu tempo, e vale a pena correr algum risco para ‘aliviar’ o inimigo de seu dinheiro.” Pois é, o pai do comunismo, Karl Marx, especulava na bolsa de Londres, jogando sem culpas o sujo jogo do capitalismo que tanto criticava.

Qual é considerada a obra prima de Karl Marx?
Embora o "Manifesto Comunista" seja até hoje bem conhecido, Karl Marx se notabilizou mesmo por sua obra prima, "O Capital", que foi publicada em 1867. Embora sua base filosófica e econômica tenha logo se tornado conhecida, Marx foi severamente criticado por ser um escritor ruim, desorganizado e pouco claro. Seus textos foram ditos como obscuros, de complicado entendimento, muito por causa da falta de organização e clareza de seu autor. Não era surpresa para quem convivia com Marx. Ele geralmente escrevia em folhas soltas, que ficavam espalhadas em sua escrivania. As ideias iam surgindo em sua mente e ele as passava para o papel sem se importar com a falta de estrutura que depois se tornaria uma tremenda dor de cabeça para seus leitores e estudiosos de sua obra literária.

Em que ano morreu Karl Marx?
Karl Marx morreu em 1884. Seu grande sonho ao longo da vida era se tornar professor universitário, algo que nunca realizou. Ao invés disso sobreviveu com grandes dificuldades como jornalista freelancer em vários jornais ao longo da vida. No final da vida desenvolveu uma séria depressão que o tornava inerte por longos períodos. Seu último trabalho foi escrever um prefácio breve para a edição russa de "O Capital". Seu livro se tornaria muito popular por lá e acabou servindo de base teórica para a revolução russa que iria acontecer no século seguinte. Marx jamais viu suas ideias saírem do papel para a sociedade pois quando morreu o sistema comunista não havia sido implantado em nenhum país. Poucas décadas depois de sua morte milhões de pessoas viveriam sob regime comunista, principalmente na Rússia e países vizinhos do leste europeu. Apenas seu neto, um jovem operário da indústria de Londres, presenciaria isso, ao se espantar ao ver imensos painéis na praça vermelha em Moscou com a imagem de seu avô, em desfiles transmitidos pelo noticiário inglês.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Jesus e o Buraco na Agulha

Disse Jesus: "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus". Para contornar uma mensagem tão forte muito já foi dito e escrito. De que não foi bem isso que Jesus quis dizer, que agulha não é agulha, que mexeram no texto original do novo evangelho. Outros dizem que foi o imperador Constantino que escreveu a frase! Mil teorias da conspiração! Afinal esse tipo de frase não ajuda em nada para aqueles quer querem vender riqueza e prosperidade em cultos dominicais. É embaraçoso e vergonhoso. E o pior é que temos uma frase saída da boca do próprio Jesus. Frase definitiva!

Mas foi isso mesmo que Jesus afirmou. Agulha é agulha mesmo. Desde os tempos de Jesus já existia agulha que era usada para costurar as roupas, etc. Jesus quis dizer o que está na frase mesmo, ele foi claro. Agora se isso incomoda alguns, aí já é outra história. Jesus ensinou o desapego aos bens materiais. As pessoas no Brasil hoje vão às igrejas em busca de riqueza material. Quem prometeu riquezas no mundo foi o Diabo. Quem vai numa igreja pedir riqueza material certamente não segue Jesus e nem está fazendo pacto com ele. Está fazendo pacto com outro ser, aquele que caiu do céu, mais conhecido como Lúcifer. Esse topa pacto para trazer riquezas.

O verdadeiro Jesus é aquele que dizia que era tão pobre que não tinha nem onde repousar sua cabeça de noite. A verdadeira mensagem de Jesus nada tem a ver com riquezas. O resto é alienação e fanatismo de gente besta. Na verdade quem prometeu riquezas materiais foi o Diabo, o anjo que foi expulso do céu. Ele que surge no evangelho prometendo riquezas a Jesus. Assim quem tenta formar pactos de riqueza com sua religião pobre e rasa, na verdade está firmando pacto não com Jesus, mas sim com Lúcifer! Pense sobre isso.

Pode existir um rico que não tenha apego e amor ao dinheiro, aos bens que possui? Sim, pode existir, mas é algo muito raro, muito raro. O rico médio é o escravo do dinheiro, é dinheirista, o que ama mesmo o vil metal. Ser rico e ser elevado espiritualmente é tão raro como um camelo passar pelo buraco de uma agulha. Eis o que Jesus deixou em sua mensagem. A maioria dos ricos amam sua riqueza, sua fortuna. Eles não amam Jesus de verdade e nem tampouco sua mensagem.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 29 de março de 2011

Voltaire e seu pensamento sobre a religião

François-Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire, escreveu certa vez a seguinte frase: "A Religião começou quando o primeiro patife conheceu o primeiro tolo!". Era claramente uma crítica, das mais pesadas, ao clero de seu tempo. Voltaire foi um dos pensadores mais influentes da revolução francesa e seu pensamento não poderia passar à margem do que acontecia dentro da sociedade da França em sua época.

Havia três setores básicos dentro da sociedade francesa. O chamado Primeiro Estado era composto pela nobreza. Rei e seus súditos mais próximos, todos vivendo no alto luxo de palácios suntuosos como Versalhes. Não trabalhavam, apenas viviam de festas e jantares à luz de velas. A nobreza custava muito caro ao povo francês. Comandava também as forças militares com mão de ferro. Não havia separação de poderes. O Rei era o executor, criador e aplicador das leis, tudo ao seu puro ponto de vista. Sua opinião era a lei, no final das contas.

O Segundo Estado era formado pelo Clero. Altamente corrupto, corrompido e destrutivo para o povo da França. Era o setor religioso que tinha como principal objetivo controlar as massas, segundo o ponto de vista de Voltaire. E como era feito esse controle social? Ora usando da própria doutrina religiosa que prometia um céu aos bem comportados, aos que aguentavam o peso de uma vida de sofrimentos, de trabalho duro nos campos. Todos trabalhando em prol dos parasitas da sociedade (que eram, segundo Voltaire, os nobres e os religiosos).

Por isso em sua frase há muito conteúdo. Os patifes, para o pensador, eram os nobres, os religiosos, o clero corrompido. Esses enganavam o povo, que era o tolo de sua frase lapidar. O povo trabalhava de sol a sol para dar boa vida aos membros da nobreza e do clero. Os nobres e o clero viviam na riqueza, em grandes palácios. O povo que produzia toda a riqueza do país vivia em casas miseráveis, nos campos, sem ajuda nenhuma por parte do Estado francês. Diante de um quadro tão grave de injustiças que poderia discordar de seu pensamento?

Pablo Aluísio.

Papa Alexandre VII

Depois de Alexandre VI, poucos poderiam prever que haveria um Alexandre VII, isso porque o sexto havia deixado muito a desejar, se envolvendo com escândalos e corrupção das mais variadas formas. Que Papa iria se assumir como o sétimo dessa linhagem? Mas sim, houve esse Papa. O Cardeal  Fabio Chigi assumiu o título de Papa Alexandre VII quando foi eleito no ano de 1655.

Ele era natural de Siena, na Itália, e nasceu no dia 13 de fevereiro de 1599. Ao longo de sua vida no clero exerceu inúmeros postos na hierarquia da Igreja Católica e se tornou um homem importante dentro da instituição quando se tornou secretário de Estado do Vaticano, sendo uma espécie de braço direito do Papa Inocêncio X. Homem estudioso, poeta e escritor, ele contou também com alianças familiares para subir em sua carreira. Era sobrinho do Papa Paulo V.

Começou como um Papa extremamente humilde e devoto que odiava o luxo de Roma. Dizia-se que mantinha seu próprio caixão por perto, para que sempre lembrasse que era um homem mortal que um dia morreria. Porém com o tempo e o poder esse Papa foi perdendo parte dessa mentalidade. Passou a se sentir confortável com todo o luxo do Vaticano e passou a empregar parentes, revelando um de seus piores pecados, o nepotismo.

Ele que havia sido inquisidor também mostrava pouca tolerância para com pessoas que eram consideradas hereges pela doutrina católica. Isso dificultava a diplomacia do Vaticano em relação a embaixadores de países protestantes. Ele morreu de insuficiência renal, após ficar 12 anos no trono de Pedro. Crônicas da época diziam que ele ainda mantinha seu caixão por perto e morreu após rezar a missa da Páscoa, mesmo contra a opinião de seus médicos pessoais. Foi um Papa controvertido, amado e odiado pelas pessoas de sua época na mesma proporção.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Deus está Morto!

Certa vez Friedrich Nietzsche escreveu a impactante frase: "Deus está Morto!". Claro que isso mexeu com os brios de muitos. Só que esqueceram mesmo de analisar a fundo o que havia por trás de uma afirmação tão polêmica e sugestiva. A verdade é que temos que analisar um pouco o contexto histórico da própria vida do escritor e filósofo Nietzsche.

Ele nasceu em uma família muito religiosa. E isso naquela época significava ser criado em um núcleo familiar muito fechado, muito opressor. Tudo era pecado, tudo ia contra a vontade de Deus. As pessoas se vestiam de negro, as casas eram escuras e mal ventiladas. Era complicado até mesmo respirar em um ambiente como aquele. Castigos físicos eram naturais. Qualquer frase mal colocado era reprimida com um forte tapa na cara!

É natural que sendo uma pessoa sensível e inteligente como Nietzsche ele algum dia iria se revoltar contra aquilo tudo, contra aquela loucura onde seres espirituais cuidavam e puniam os vivos. Mortos cuidando da vida de pessoas vivas! Onde algo assim iria fazer algum sentido? Nietzsche leu o evangelho, o estudou com cuidado. Ele foi um ser humano dos mais inteligentes e logo descobriu que na prática nada do que estava nos textos do evangelho era aplicado. Muitas vezes era o oposto disso! As pessoas mais religiosas da comunidade eram as piores. Verdadeiros patifes!

O pai queria que ele fosse pastor, mas Nietzsche conhecia os religiosos de seu tempo. Eram todos grandes hipócritas, gente que lia uma coisa e que na vida fazia outra. O Deus estava mesmo morto! Se formos levar em conta o Deus idealizado dos primeiros escritos cristãos, certamente está morto! O Deus original foi deixado de lado, principalmente no Brasil onde a religiosidade se resume a fanatismo e busca por bens materiais. Deus está morto e foi morto por todos os que diziam seguir sua mensagem.

Pablo Aluísio.