sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Cantores do Passado: Buddy Holly

O tempo é cruel. Atualmente com excessão dos mais instruídos sobre a história do Rock poucos jovens sabem quem foi Buddy Holly (embora certamente reconheçam algumas de suas canções ao ouvirem elas em algum filme por aí. Pioneiro da primeira geração do Rock´n´Roll, Buddy morreu muito jovem em um acidente de avião bimotor que custou também as vidas de dois outros roqueiros famosos da época: Ritchie Valens (de La Bamba) e Big Bopper. Deles não restam dúvidas que Buddy era o mais promissor. Letrista, compositor e arranjador esse texano de Lubbock era extremamente talentoso nos temas juvenis que fizeram parte de toda sua obra musical. Sua música era tão boa que superou até mesmo seu visual improvável, pouco adequado para o marketing das gravadoras. Com óculos de aros grossos, cara de nerd e pouco gingado, Buddy Holly mais parecia um de seus fãs, jovens colegiais sofrendo os amores da primeira paixão. Talvez essa identidade de aparência e conteúdo tenha sido um dos ingredientes que fizeram sua fama.

Ao lado do grupo The Crickets, Buddy nada mais era do um entre milhares de jovens americanos que queriam vencer no mundo da música. Com letras simples e arranjos idem, Holly nos poucos anos de carreira conseguiu a proeza de gravar algumas das canções mais populares dos anos 50. Suas letras não eram maliciosas como as de Chuck Berry e ele certamente não tinha a sensualidade de um Elvis Presley, mas isso não importava. Suas músicas geralmente mostravam um amor idealizado de um adolescente de bom coração que almejava um dia namorar a garota mais bonita da escola. O curioso é que a doce ingenuidade de Holly nunca desbancava para a sordidez ou a melancolia. Quando não conseguia conquistar a garota de seus sonhos ele geralmente cantava o amor perdido de uma forma muito lírica e bela. Não é precisa ir muito longe então para entender porque suas músicas caíram no gosto da juventude da época. Canções como "Peggy Sue", "That'll Be The Day" e "Not Fade Away" mostram bem isso.

O triste de tudo é saber que Buddy em vida conseguiu realizar seus sonhos, conseguiu sucesso nas paradas e acabou conquistando a garota idealizada em suas letras. Foi morar com ela em Nova Iorque e tinha grandes planos de melhoras em suas canções, escrevendo arranjos bem mais elaborados (suas últimas gravações retratam bem essa mudança). Infelizmente como todo jovem artista que tem dúvidas se o sucesso durará ou não, Holly embarcou em uma daquelas típicas turnês "kamikazes", com vários shows em poucos dias cobrindo uma distante área. Tudo com o objetivo de ganhar muito dinheiro em pouco tempo. As viagens geralmente eram realizadas sem estrutura, em aviões pequenos e caindo aos pedaços, que geralmente eram usados em plantações locais. E foi numa dessas viagens, entre duas cidades que ele acabou entrando num velho avião que acabou não suportando a nevasca forte que pairava naquela noite. O acidente ocorreu em um pequeno milharal no meio do nada. Todos os que estavam na aeronave morreram imediatamente.

Fico imaginando Buddy Holly nos anos 60. Certamente no meio daquele turbilhão de criatividade musical e revoluções sociais ele certamente se destacaria. Infelizmente em relação a isso só podemos especular. Falecendo jovem e cedo demais era de se imaginar que sua pequena obra não fosse prosperar tanto mas não foi o que aconteceu. Um dos primeiros roqueiros americanos a tocarem na Inglaterra Buddy com sua passagem pelo Reino Unido acabou plantando sua influência em 4 adolescentes da periférica cidade portuária de Liverpool. Isso mesmo, a sonoridade de Buddy Holly pode ser ouvida nitidamente em todos os discos da primeira fase dos Beatles (que inclusive fizeram um cover de Holly na linda "Words of Love" no disco "Beatles For Sale"). Paul McCartney aliás é fã confesso do cantor americano.

Relembrando assim fica a impressão que a curta vida e carreira de Buddy Holly não passam de uma pequena nota de rodapé nos livros que enfocam a história do Rock´n´Roll. Nada mais longe da realidade. A música sobreviveu ao homem e hoje Buddy Holly é um ícone da cultura jovem da sociedade americana, inspirando livros, filmes e até mesmo estudos acadêmicos em grandes centros universitários. Prova maior da qualidade de sua música não poderia existir. A música morreu com Buddy Holly naquele campo de neve como prega a famosa música "American Pie" de Don McLean? Não sabemos ao certo, a única certeza é que certamente o rock ficou mais pobre naquela noite.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Wolverine

 
Wolverine
Muita gente adora esse personagem dos quadrinhos. Na realidade poderíamos dizer tranquilamente que ele sempre foi o mais popular X-Men do universo HQ. Nos Estados Unidos e em grande parte do tempo no Brasil, também teve seu próprio título, uma edição própria. Eu credito todo esse sucesso ao fato dele ser um baixinho invocado e bom de briga. Nunca subestime esse tipo, ainda mais com o tipo de esqueleto indestrutível que ele tem!

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Filmes no Cinema - Edição III

Cinema: Estreias da Semana (02/02 a 09/02)
Uma boa semana de estreias nos cinemas. Comercialmente falando o grande destaque vai para O Chamado 3. A garota Samara está de volta, novamente saindo do poço para infernizar a vida de suas vítimas. Embora seja considerado um cult entre os fãs de terror eu nunca gostei muito da franquia O Chamado. É visualmente bem feita, com ótimos efeitos especiais e edição, mas em termos de roteiro fica sempre girando em torno de um mesmo ponto. De qualquer maneira prevejo boa bilheteria pela força da marca. Já para quem estiver em busca de um bom filme realmente, com roteiro acima da média e elenco de primeira linha fica a dica de A Qualquer Custo. Eu já escrevi sobre esse filme aqui no blog. Com um trio de excelentes atores (Chris Pine, Ben Foster e Jeff Bridges) esse é uma espécie de western moderno que vale mais do que a pena. Não deixe de assistir.

Jackie revive o mito da primeira dama dos Estados Unidos Jackie Kennedy. Eu costumo dizer que os americanos sempre tiveram uma posição muito boba em relação aos seus presidentes. É muito ufanismo junto para ser levado à sério. O roteiro desse filme também vai pelo mesmo caminho, glamorizando demais a primeira-dama, colocando panos quentes em determinados aspectos históricos negativos, tudo para manter o mito em pé. O grande mérito para levar o cinéfilo aos cinemas é realmente a atuação da atriz Natalie Portman que realmente vale todo o esforço. Ela foi muito elogiada lá fora por seu trabalho. E para não sair do clima dos anos 60 temos ainda o documentário musical The Beatles: Eight Days a Week. Quem me acompanha na internet sabe como eu gosto dos Beatles, seus discos, músicas e história. Ainda não tive a oportunidade de conferir mais essa produção, porém é um dos que irei assistir em breve. Ao que tudo indica é mais um filme imperdível, a ser assistido nos cinemas.

Além desses há mais dois filmes que merecem indicação e que estão estreando hoje nos cinemas brasileiros. Um deles é Estrelas Além do Tempo de Theodore Melfi.  O enredo se passa nos anos 60 (de novo?) e mostra um grupo de funcionárias negras da NASA que viviam naquele momento bastante segregadas em plena ebulição da luta pelos direitos civis. O contraste nasce do fato da NASA ser supostamente um órgão onde trabalhavam pessoas de alto QI, o que porém não significava mudança no comportamento delas em relação às pessoas negras. Outro filme de teor ideológico é Armas na Mesa sobre uma lobista da indústria de armas (interpretada pela atriz Jessica Chastain) que decide mudar de lado, apoiando a causa contrária, que revogaria o direito de todo americano portar suas próprias armas de fogo! Os republicanos certamente não gostaram...

Por fim aqui vão mais alguns filmes que estão chegando nas telas de cinemas. Para quem gosta de cinema nacional estreia a comédia TOC - Transtornada Obsessiva Compulsiva com a atriz Tatá Werneck que interpreta uma estrela de sucesso que tem TOC! Será que fazer piada de algo assim é aceitável? Esse é o tipo de filme que eu pessoalmente não teria vontade de assistir, por pura falta de qualidade mesmo. Melhor procurar por algo mais intelectualmente relevante como os filmes cult que também estão chegando nos cinemas, em salas mais voltadas para a arte, como por exemplo os dramas A Espera (com Juliette Binoche), Clarisse ou Alguma Coisa Sobre Nós Dois (sobre o conturbado relacionamento entre pai e filha) e Quase 18 (sobre os problemas da adolescência).

Pablo Aluísio.

Renée Zellweger - Filmografia Comentada

O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno (1994)
Depois de pontas em 3 filmes (A Taste for Killing, Assassinato em Nebraska e Jovens, Loucos e Rebeldes). nenhum deles grande coisa, a loirinha texana acabou indo parar nesse terrorzinho classe B. Interpretando uma garota chamada Jenny ela estava no script apenas para ser morta pelo assassino da serra elétrica, em um dos piores filmes da franquia. Bom, todo mundo precisa começar de algum jeito, não é mesmo?

Caindo na Real
8 Segundos
Rock, Agito e Curtição
Rebel Highway
Um Amor e Uma 45

The Low Life
Império dos Discos - Uma Loja Muito Louca
Um Amor do Tamanho do Mundo
Todos esses filmes foram lançados entre os anos de 1994 a 1996. Não me lembro de ter assistido nenhum deles. Disso se tira duas conclusões. Foram filmes menores, que nem chegaram no Brasil e muito menos fizeram sucesso em algum meio, seja VHS, TV ou cinema. Gostaria de assistir hoje em dia só para ver a atriz jovem e bonita. Pena que são complicados de encontrar.

Jerry Maguire - A Grande Virada (1996)

Toda atriz precisa de um lance de sorte na vida. No caso da Renée Zellweger esse lance de sorte surgiu com esse filme. Reza a lenda que ela foi escolhida pessoalmente pelo astro Tom Cruise. Na época a garota era apenas uma texana loira e bonita sem nenhum nome na praça. Acabou sendo escolhida para interpretar a secretária que resolvia seguir o personagem de Tom Cruise quando esse era demitido de uma grande agência de esportes. Ela seguia o sujeito, sem nem ao menos conhecê-lo direito e dessa decisão surge uma bela história de amor. Pode ser considerado o primeiro grande filme dela em Hollywood. Renée Zellweger começava a ser um nome comentado no mundo do cinema.

Um Preço Acima dos Rubis (1998)
Segundo bom filme dela. A história é por demais interessante. Ela interpreta uma jovem mulher que se casa com um homem religioso ao extremo, um judeu e sofre para se enquadrar nas premissas dessa religião ortodoxa. Com cabelos escuros e muita disposição para atuar bem, ela logo se tornou a alma do filme, que em seu lançamento original foi até bem elogiado pela crítica. Assisti em VHS e tenho dúvidas se o filme chegou a ser lançado nos cinemas brasileiros.

Um Amor Verdadeiro (1998)
Drama com história pesada, mas que funciona muito bem por causa de seu ótimo elenco. Ela interpreta essa jovem mulher que precisa repensar sua própria vida pessoal após descobrir que sua mãe está morrendo de câncer. Foi a primeira grande chance dela como atriz no quesito atuação dramática. O elenco contava com Meryl Streep e William Hurt. Melhor companhia não poderia existir. É um filme pesado, tenso, mas que cumpre plenamente seus objetivos. 

rocura-se uma Noiva (1999)
Comédia romântica. Eu não achei grande coisa. Na história um jovem precisa se casar em 24 horas para receber uma grande fortuna. O "Robin" Chris O'Donnell foi o partner romântico para Renée Zellweger. Na época de lançamento do filme rumores de que ele seria gay atrapalharam o filme nas bilheterias. Não fazia diferença em minha opinião. o filme é bem fraco mesmo. Cena curiosa: uma multidão de noivas correndo pelas ruas, todas interessadas na grana, claro!

A Enfermeira Betty  (2000)
Outra comédia, mas essa bem mais inteligente, com um pezinho no humor negro. Renée Zellweger interpreta a protagonista, uma jovem bem ingênua, muito ligada nas novelas da TV. Ela se apaixona pelo ator galã de uma delas e acaba vivendo uma história que jamais poderia esquecer. Foi bem criticado na época, mas virou uma espécie de cult movie em certos redutos cinéfilos. Eu acho um filme apenas OK.

Eu, Eu Mesmo e Irene (2000)
Comédia maluca com Jim Carrey. Não poderia ser diferente em relação a uma produção estrelada por esse ator e comediante. Muitas caras e caretas em um filme diferente dentro da carreira de Renée Zellweger, Ela interpreta a namorada desse sujeito muito estranho, com múltiplas personalidades. Curiosamente a Renée Zellweger engatou um namoro com o Jim Carrey, para surpresa de muita gente em Hollywood, afinal havia pouca coisa em comum entre eles, tanto do ponto de vista profissional como pessoal. O relacionamento não durou muito e acabou poucos meses depois que o filme foi lançado.

O Diário de Bridget Jones (2001)
A personagem inglesa Bridget Jones já fazia muito sucesso nas livrarias quando esse filme foi lançado. A escolha da texana Renée Zellweger não agradou aos leitores. Ela não era inglesa e tinha pouca coisa a ver com a personagem dos livros, uma inglesa cheia de problemas pessoais, com péssimos hábitos pessoais. Mesmo assim o estúdio aguentou a pressão e lançou o filme com a atriz americana no papel principal. O sucesso de bilheteria provou que a escolha era mais do que certa. Ela esteve muito bem, caprichando no sotaque londrino e nos maneirismos da Jones. O elenco coadjuvante também era muito bom. Colin Firth interpretava o namorado bonzinho e Hugh Grant era o interesse romântico cafajeste. Um ótimo filme e o grande sucesso solo da atriz.

Deixe-me Viver (2002)
Não me lembro de ter assistido a esse filme. A história conta a vida de uma adolescente com muitos problemas familiares. A mãe tem problemas com a lei. Com direção de Peter Kosminsky, o filme ainda apresentava no elenco duas ótimas atrizes: Michelle Pfeiffer e Robin Wright, Nada mal. Vou procurar essa fita para assistir (ou rever, quem sabe...).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Filmes no Cinema - Edição II

Cinema: Estreias da Semana
Vamos dar uma conferida na lista dos filmes que estão estreando hoje nos cinemas brasileiros. O maior lançamento comercial da semana em termos de salas ocupadas é "Resident Evil 6 - O Capítulo Final". De maneira em geral é mais do mesmo. Os roteiros seguem bem parecidos mesmo, com as mesmas aventuras de Alice (Milla Jovovich) tentando sobreviver ao apocalipse zumbi controlado por uma grande e inescrupulosa empresa. Confesso que nunca gostei de Resident Evil. No máximo meu interesse se limita aos bons efeitos visuais que vão se sofisticando a cada novo filme. Fora isso acho tudo bem enfadonho e repetitivo. "Max Steel" também vai pela mesma linha, um filme pipoca pop sem muito conteúdo. Indicado apenas para o público adolescente.

Para um público mais adulto recomendo o drama de guerra "Até o Último Homem", filme dirigido por Mel Gibson, que parece ter feito as pazes com a indústria cinematográfica em Hollywod. Aqui temos a curiosa história real de um médico que vai para a guerra, mas se recusa a usar armas para matar o inimigo. Ao invés disso ele usa sua profissão apenas para salvar vidas. Posso antecipar que é um bom filme, nada excepcional, mas que serve para trazer a II Guerra Mundial de volta aos cinemas. Com boas críticas nos Estados Unidos é desde já um dos filmes mais interessantes da temporada. Ainda na linha histórica ainda recomendo o francês "A Morte de Luís XIV" que como o título indica, mostra os últimos momentos do famoso monarca que passou para a história conhecido como o "Rei Sol" por causa da sua corte luxuosa e cheia de excessos de todos os tipos.

Outra boa opção é "Paraíso", produção russa dirigida pela mestre Andreï Konchalovsky. Esse é um drama existencial, também passado na II Guerra Mundial, mas com todos os aspectos mostrados sob o ponto de vista do povo russo que via sua nação sendo invadida por tropas nazistas do Eixo. Mostra a história de três personagens, de nacionalidades diferentes, que descobrem que seu mundo caiu com a chegada dos invasores. Outras duas opções completam o menu para um público mais sofisticado: "Nojoom, 10 anos, Divorciada" mostra a triste realidade de uma menina de dez anos que é dada em casamento por seu pai a um homem velho em um país de tradição muçulmana e "O Ídolo" que mostra as dificuldades de um jovem que tenta se tornar comediante em um Egito conturbado por problemas políticos.

Para quem gosta de Will Smith ele ressurge nas telas no drama "Beleza Oculta". Ele interpreta um homem depressivo marcado por uma grande tragédia que decide escrever cartas para a morte! Um bom roteiro marcado pela melancolia. Por fim, especialmente indicado para as crianças, está chegando nas telas duas fitas feitas para a garotada. "A Bailarina" é uma animação francesa sobre uma garotinha que não tem limites para seus sonhos e "Quatro Vidas de um Cachorro" sobre a amizade entre um cão e seu dono. Esse filme causou polêmica porque parte das filmagens vazaram na internet e muitos viram ali um claro caso de maus-tratos e crueldades em relação aos animais por parte dos realizadores do filme. Pegou tão mal que a bilheteria foi bem abaixo do esperado no mercado internacional. Um fracasso comercial.

Pablo Aluísio.

Filmes no Cinema - Edição I

A grande estreia dessa semana nos cinemas é a superprodução Rogue One - Uma História Star Wars. Dirigido por Gareth Edwards o filme é mais um blockbuster com o selo Star Wars a ser lançado mundialmente pelos estúdios Disney. Como sabemos o criador da saga George Lucas vendeu há dois anos todos os direitos relativos a Star Wars para a Disney. A partir de então o estúdio tem turbinado a marca com desenhos, gibis e todo os tipos de produtos no mercado. Esse novo filme não tem ligação direta com a saga principal, mas sim inaugura uma espécie de franquia paralela. Ao custo de 150 milhões de dólares é uma aposta alta. A Disney espera que o filme vá faturar algo em torno de 1 bilhão de dólares, algo que não considero impossível. Em termos de crítica a fita vai bem. A grande maioria das críticas são positivas, demonstrando que o filme é realmente bom. O estúdio agradece já que tem planos para lançar novos filmes a cada um ou dois anos. Será uma máquina de fazer dinheiro sem precedentes.

Outro filme que está chegando nas telas é Sully - O Herói do Rio Hudson, filme que inclusive já comentei aqui no blog. Essa produção estrelada por Tom Hanks deveria ter sido lançada há duas semanas. Infelizmente houve aquele trágico acidente com os jogadores da Chapecoense e o estúdio então resolveu adiar o lançamento do filme. Para os executivos seria de mau gosto (e desrespeitoso) lançar um filme sobre um desastre aéreo na mesma semana em que o mundo ficou chocado com a morte de um time inteiro, com mais de setenta vítimas fatais. Assim, com atraso, o filme finalmente será exibido no circuito comercial. É certamente um bom filme, que conta uma história real das mais interessantes. A estrutura do roteiro não é das melhores, mas a fita é eficiente e conta bem seu enredo. Além disso tem a presença de Tom Hanks (que sempre vale o ingresso) e a direção de Clint Eastwood.

Quando um filme como esse novo blockbuster Star Wars chega no mercado os demais estúdios seguram seus grandes filmes para evitar bater de frente com uma concorrência tão pesada. Por essa razão nessa semana teremos poucas outras estreias de peso, e os que chegam nas telas serão filmes mais modestos, mais alternativos, para um público mais cult. É o caso de Neruda, filme que explora a figura do grande poeta Pablo Neruda. Aqui temos uma produção entre Chile, Argentina e Espanha, que conta a história de um inspetor de polícia que começa a perseguir os passos de Neruda por causa das acusações de que ele estaria envolvido com as atividades do Partido Comunista.

Outra opção alternativa é o filme alemão Nas Estradas do Nepal, um filme que procura mostrar o cotidiano de pessoas comuns que vivem no distante reino do Nepal. O enredo, bem bucólico, mostra o dia a dia de dois amigos, de castas diferentes dentro da sociedade, que precisam sobreviver, bem no meio de uma violenta guerra civil. Já Volta à Terra é um documentário português mostrando os desafios de uma pequena comunidade localizada nas montanhas que vê a cada ano o número de habitantes diminuir, pois os mais jovens vão embora da região em busca de emprego e meio de vida nas grandes cidades. É um curioso retrato de um lugar que vai ficando cada vez mais no passado, praticamente sumindo do mapa por falta de habitantes. Uma boa opção para quem estiver em busca de algo mais nostálgico e sentimental.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Filmes da Semana - Edição II

Filmes da TV Aberta: Semana (28/11 a 02/12) - Uma semana bem fraca em termos de filmes na TV aberta. Hoje de madrugada a Globo vai exibir Rambo IV, a tentativa tardia de Stallone em faturar mais alguns trocados com um de seus mais populares personagens. Curiosamente na época em que assisti o filme não achei tão ruim, muito provavelmente por causa do sabor da nostalgia de rever esse "exército de um homem só" que fazia a diversão das salas de cinema em minha adolescência. Tirando esse tipo de coisa pouca coisa sobra mesmo. É um filme fraco, com roteiro primário. Stallone poderia passar sem essa.

Na terça, também pela madrugada na Globo, eu indicaria o bom filme "Millennium: Os Homens que não Amavam as Mulheres", boa produção, valorizada por um roteiro inteligente e pela presença do ator Daniel Craig. Trata-se de um remake americano de um filme cult sueco também excelente que mostrava as tentativas para solucionar um mistério sobre o desaparecimento de uma jovem - afinal o que poderia haver por trás de tudo? Um tipo de roteiro ideal para os que gostam de desvendar mistérios e tramas. Particularmente gostei bastante dessa produção. Vale a pena conferir.

Na quarta e quinta nada de bom. Isso demonstra como a TV aberta do Brasil esqueceu dos filmes em geral. Cinema perdeu espaço para novelas e programas ruins, uma pena. A coisa só melhora um pouco na sexta pela tarde com a exibição da comédia "Todo Poderoso", aquela mesma em que Jim Carrey é Deus por uma semana, fazendo todos os tipos de tolices. Bobinho, mas diverte. Esse é do tempo em que o ator ainda conseguia ser divertido e engraçado, já que atualmente ele virou um verdadeiro "mala sem alça", sempre reclamando por nunca ter sido reconhecido pela Academia. Não force a barra, Jim!

Nessa mesma sexta-feira, para quem sofre de insônia, será exibido a comédia "Caramuru - A Invenção do Brasil" com Selton Mello. Um filme que até considerei engraçado, muito embora seu humor se baseie todo naquela velha visão vira-lata que os brasileiros insistem em ter de si mesmos. Basicamente é isso, apenas quatro filmes mais ou menos interessantes. Nenhum clássico, nenhuma obra prima, nada muito relevante. E assim vai a TV aberta brasileira, rumo à nulidade cultural.

Pablo Aluísio.

Filmes da Semana - Edição I

Filmes da TV aberta - Nesse fim de semana a TV aberta brasileira tem algumas opções interessantes. Uma delas será a exibição do primeiro filme da franquia "Missão Impossível". Pegando carona na estreia do novo filme do ator Tom Cruise nas telas de cinema (com a segunda produção da série Jack Reacher), a Globo pegou o embalo promocional e exibirá o primeiro filme de Cruise como o agente Ethan Hunt na adaptação para o cinema da famosa série de TV. O filme foi lançado em 1996, então lá se vão vinte anos de sua produção! Mesmo assim o interesse se mantém por ter sido dirigido por Brian De Palma, que curiosamente é foco de um documentário que está também chegando nas telas de cinema exatamente hoje! (que grande coincidência!)

No sábado será exibido a comédia romântica "O Casamento de Rachel". Nada muito especial a não ser a boa presença da atriz Anne Hathaway. Ela interpreta uma jovem com problemas pessoais e familiares que precisa ir para o casamento de sua irmã. Como sempre acontece nem sempre é algo agradável encontrar toda a parentada, principalmente quando são um bando de fofoqueiros, que vivem se intrometendo na vida alheia. Vale conferir, embora realmente não seja nada maravilhoso.

Outra opção do sábado à noite, também na Globo, é a exibição do filme "Amor por Acidente". O elenco traz a veterana Shirley Maclaine e essa é infelizmente uma das poucas coisas atrativas em um filme bem comum, sem maiores novidades. O enredo, bem chato por sinal, envolve enganos e mal entendidos. Se não fosse a presença de Maclaine não valeria nem a citação. Por fim, para quem curte filmes de ação há duas opções no domingo de madrugada: o primeiro é "Dose Dupla" com Denzel Washington e Mark Wahlberg. Um pouco banal, mas bem realizado. Outra dupla, essa formada por Wesley Snipes e Ving Rhames também garante a diversão sem compromissos em "O Imbatível" de 2002. O enredo mostra um boxeador campeão que é acusado de um estupro (lembrou de Mike Tyson?). Depois de condenado ele é enviado para uma prisão de segurança máxima onde terá que se manter vivo, acima de tudo. Enfim, essas são opções interessantes e assistíveis na grade de programação de filmes da TV aberta nesse fim de semana.  Aproveite.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

O Superman Gay

A DC Comics informou nessa semana que nas próximas edições do Superman ele vai se descobrir gay, ou melhor dizendo, bissexual. Bastou a notícia se espalhar para surgir todo os tipos de comentários indignados. Muita gente dizendo que isso era um absurdo, que era uma anarquia, que era uma conspiração comunista mundial... Calma! Não é nada disso. Tem que se entender direito tudo antes de sair acreditando em todo tipo de teoria da conspiração maluca da internet. Não é bem assim, não é bem por aí.

Na verdade o personagem que se descobre gay não é o Superman, o Clark Kent que todos conhecemos, mas sim seu filho, um adolescente chamado Jon Kent. Há vários anos que ele existe nas aventuras do Superman nos gibis. Agora ele se apaixona por um amigo da escola. E dá um beijo na boca dele. Claro, para os leitores mais reacionários foi como se o apocalipse tivesse chegado no mundo dos quadrinhos. Quanta besteira! É um personagem de ficção que será exatamente aquilo que a editora e os roteiristas quiserem.

Não é a primeira vez que um personagem se revela gay. Nesse ano mesmo revelou-se que o Robin também era gay. Essa é uma maneira da DC Comics trazer diversidade e inclusão das minorias em suas histórias em quadrinhos. O Thor, por exemplo, virou uma mulher no ano passado. Vários personagens negros também surgiram ou então antigos personagens que eram brancos se tornaram negros nessa nova fase. Sob esse ponto de vista tudo é válido. É importante criar uma mentalidade longe do preconceito, principalmente em relação às crianças. Que elas aprendam a respeitar as minorias desde a infância. Isso é correto, isso é bonito.

Por outro lado  não podemos também deixar de entender que isso faz parte igualmente de uma boa estratégia de marketing. O Superman é gay? Ora, isso vai criar muita polêmica, como já tem criado de ontem para hoje. E polêmica, como todo mundo sabe, vende! Todo mundo agora vai querer comprar os quadrinhos do Superman que sai do armário. Foi assim também quando transformaram o Capitão América em um... Nazista! Pois é, meus caros. Há quantos anos você não parava para falar dos quadrinhos do Superman? As vendas andavam em baixa, processo natural para um personagem tão antigo. Agora, todo mundo está falando do Superman. É claro que o Superman gay vai vender muitas revistas! Amigos, amigos, negócios à parte, não é mesmo?

Pablo Aluísio.

Thor

Thor
O interessante do Thor é que ele na realidade não foi um personagem criado pela Marvel. O Thor é fruto de uma mitologia antiga, dos povos do norte da Europa. Esses povos antigos veneravam Thor como um deus real, eles faziam cultos em honra a ele e acreditava em sua real existência em um mundo de deuses. Imagine, é como se povos do futuro transformassem Jesus em um personagem de quadrinhos, com super poderes e tudo mais. Essa, embora estranha, é uma boa analogia do que aconteceu com o Thor.

Eu sempre fico imaginando aqueles vikings cruzando os mares (dizem que foram os primeiros europeus a chegarem na América do Norte), remando em seus barcos velozes, pedindo proteção a Thor. E vem da arqueologia também sua imagem que chegou nos quadrinhos. Desenhos muito antigos já mostravam o deus Thor com seu famoso martelo. O que Stan Lee fez para criar esse personagem? Ora, nada! Ele apenas levou toda essa mitologia para os gibis e... mais nada.

No Brasil o gibi do Thor (assim como aconteceu com o Homem de Ferro) nunca se firmou nas bancas. Era um título que nascia e logo era cancelado, para depois tentar mais uma de suas dezenas de renascimentos... Personagem dos  mais conhecidos da Marvel, nunca se firmou como um grande vendedor de revistas em quadrinhos.

Nos últimos anos o Thor que conhecemos foi deixado um pouco de lado, surgindo uma versão feminina do personagem. Tudo para adequar as publicações da Marvel com os novos tempos, tempos de diversidade e empoderamento feminino. Dessa leva essa versão feminina do Thor foi uma das únicas que foi elogiada pelos críticos. Sucesso de vendas, pelo menos nos Estados Unidos, conseguiu trazer um certo fôlego de renovação para esse velho personagem. Pois é, os deuses do passado geralmente se transformam em pura mitologia no presente.

Pablo Aluísio.