quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Espada Selvagem de Conan

A Espada Selvagem de Conan 1 - "A Espada Selvagem de Conan" foi um marco na história dos quadrinhos  Nos anos 80, por exemplo, suas edições vendiam milhões de cópias ao redor do mundo. Foi um sucesso espetacular. Agora a Marvel tenta ressuscitar a publicação. Só que há várias diferenças marcantes. No passado as revistas eram todas em preto e branco, com pouco ou nenhum luxo. No Brasil elas foram publicadas em sua maioria no velho papel jornal. Foi assim que toda uma legião de leitores se tornaram fãs de Conan e suas aventuras.

Agora na Marvel a situação mudou. Seguindo a tendência de transformar todas as suas publicações seguindo um estilo mais gourmet, Conan surge em cores vibrantes, bom papel de impressão e cuidados que o Conan raiz nunca teve no passado. Digo que essa primeira edição, mostrando Conan lutando contra um grupo de piratas violentos, não me deixou inteiramente satrisfeito. É bom material, sem dúvida, mas não chega ainda ao nível artístico das edições de antigamente. Mesmo assim, se você curte Conan, não deixe de comprar. Vai ser um bom retorno ao passado. / O Culto de Koga Thun Parte 1: O Náufrago / Roteiro: Gerry Duncan / Desenhos: Ron Garney

Conan - Quadrinhos Comentados:

Conan Exodus
Nessa história Conan atravessa uma região inóspita, cercado de animais selvagens. Primeiro ele precisa lidar com um grupo de lobos famintos, depois com um gato selvagem, sedento por seu sangue. Por fim enfrenta um urso negro no meio do rio. O curioso desses quadrinhos é que não há praticamente nenhum diálogo. Nenhuma palavra é dita pelo Conan. Apenas alguns poucos homens, de um povo estrangeiro, cujo idioma Conan não entende, são ditas. E nos balões não existem letras convencionais, mas sim letras antigas, como se fosse de um achado arqueológico remoto. Achei estranho, mas ao mesmo tempo inteligente e bem bolado. Enfim, um Conan bruto, selvagem, sem concessões a nada, nem à linguagem falada. / Conan Exodus 1 (Estados Unidos, 2019) Roteiro: Esad Ribic / Desenhos e arte: Esad Ribic.

Pablo Aluísio.

Eu, Vampiro

Título Original: Eu, Vampiro
Coleção: Os Novos 52
Nome da estória: Quebre Meu Corpo
Ano de Produção: 2014
Editora: DC Comics
Personagem: Andrew Bennett
Autores: Joshua Fialkov
Artista: Clayton Clair

Sinopse e comentários:
Um nobre inglês viaja em sua diligência durante uma noite com forte tempestade. O trajeto está alagado e após sua carruagem bater em uma pedra todos são jogados para fora, no meio da lama. Das sombras surge então um vulto, de alguém imponente, vestido com velhas roupas, dando a impressão de ser uma criatura muito antiga, secular. Após uma breve troca de palavras o homem finalmente descobre estar na presença de um ser sobrenatural, com poderes inclusive de se transformar em outros seres, como um lobo selvagem. A estranha criatura da noite lhe desafia a contar sua história. Talvez se ela for interessante e ele demonstrar que é um ser humano digno de continuar vivendo ele lhe poupe de uma morte lenta e dolorida.

Assim começa a trajetória de um novo personagem dos quadrinhos da DC Comics. Como se sabe a editora deu um reboot completo em seus personagens criando a série "Os Novos 52". Além dos tradicionais heróis (como Batman, Superman, Lanterna Verde e outros), os novos lançamentos da DC também estão trazendo novidades, entre eles o vampiro Andrew Bennett, uma criatura amaldiçoada que luta contra sua nova natureza maligna. Os textos são os mais bem elaborados possíveis e a arte é de alto nível. De fato o leitor é transportado mesmo para um mundo onde os seres noturnos sedentos de sangue dominam. Essa edição é a de número 00, uma tradição americana que procura mostrar as origens dos personagens. Para quem gosta do mundo dos quadrinhos é coisa fina, de muito bom gosto, diria até imperdível.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Alan Moore: "Quadrinhos são para crianças!"

Alan Moore, um dos grandes nomes da retomada do universo dos quadrinhos voltados para um público mais adulto resolveu soltar um depoimento de sinceridade em entrevista ao conceituado "The Guardian". Em sua forma de entender adultos que ainda consomem quadrinhos de super-heróis, mesmo sob o rótulo de que são "Graphic Novel" possuem algum problema emocional, são sujeitos que na verdade não querem crescer pois os personagens que idolatram foram criados para crianças até no máximo 13 anos. Depois disso o culto aos comics se torna anacrônico, absurdo, segundo Moore. Leia na íntegra o pensamento do criador de tantas obras cultuadas até nos dias de hoje:

"Eu não leio nada de super-heróis desde que terminei Watchmen. Odeio super-heróis. Acho que eles são abominações. Eles não significam mais o que costumavam significar. Eles ficavam originalmente nas mãos de escritores que ativamente expandiam a imaginação de seu público, formado por crianças de nove a 13 anos. Eles faziam isso muito bem. Hoje, os quadrinhos de super-heróis não tem nada a ver com essas crianças de nove a 13 anos. É uma audiência formada geralmente por homens, de 30, 40, 50, 60 anos. Alguém criou o conceito de graphic novel. Os leitores se agarraram a ele, interessados em uma maneira de validar seu contínuo amor pelo Lanterna Verde ou Homem-Aranha sem parecer de alguma forma emocionalmente subnormal. Eu não acho que o super-herói significa nada de bom. Acho bastante alarmante ver adultos assistindo ao filme dos Vingadores e se deliciando com conceitos e personagens criados para entreter crianças de 12 anos dos anos 1950.”

Pablo Aluísio.

Red Sonja

A guerreira Red Sonja do universo dos quadrinhos de Conan vai voltar ao cinema. A ideia dos produtores do estúdio é criar uma nova franquia pois os resultados do filme da Mulher-Maravilha provaram que é viável comercialmente explorar mais heroínas femininas nas telas de cinema.

As negociações sobre os direitos da personagem já estão avançadas e tudo leva a crer que nos próximos dias um contrato sobre seus direitos autorais seja assinado entre a editora de quadrinhos e a companhia de cinema que vai levar a guerreira de volta aos cinemas.

A última vez que Red Sonja ganhou um filme próprio foi nos anos 80 com o filme "Guerreira de Fogo". Na ocasião quem interpretou a personagem foi a atriz Brigitte Nielsen. A ideia agora é recomeçar do zero, sem influências do filme original. Esse universo de bárbaros, espadas e feitiçaria tem atraído cada vez mais o interesse dos estúdios de cinema de Hollywood. 

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Arlequina

Título Original: Arlequina 1
Nome da estória: Quente na Cidade
Ano de Lançamento: 2014
Coleção: Os Novos 52
Editora: DC Comics
Personagem: Arlequina
Universo: Batman
Autores: Amanda Conner, Jimmy Palmioti, Chad Hartin

Sinopse e Comentários:
A psiquiatra Harleen Quinzel se apaixonou pelo Coringa e se transformou na maluquinha Arlequina. Verdade seja dita, essa personagem sempre foi bem secundária dentro do universo Batman, mas agora a DC Comics decidiu investir nela, numa série de gibis próprios dentro da série "Os Novos 52". Eu já tinha percebido o interesse da editora em um grupo de animações que foram lançadas diretamente no mercado de vídeo nos Estados Unidos e agora confirmo que a DC quer mesmo transformar a palhacinha maluca em um dos seus potenciais personagens de sucesso daqui pra frente. A boa notícia é que se tirarmos essa primeira edição como ponto de referência vem mesmo muita coisa boa por aí.

A Arlequina surge como uma garota se mudando, numa moto com um saco enorme atrás. Ela deseja ir para seu novo endereço, um prédio velho, mas com chances de ser um dia lucrativo, bem nos arredores da cidade grande. Ela irá administrar o imóvel (imagine a loucura!), mas em troca precisará de grana, muita grana. Inicialmente Arlequina topa voltar ao trabalho como psiquiatra de dia e de noite entra numa competição violenta de patins - um esporte muito louco que anda cada vez mais popular nos states (e pasmem, existe mesmo no mundo real!). Gostei de tudo, da proposta, dos desenhos e do novo visual da Arlequina. Nessa série vou me amarrar pois tem grande potencial de ser uma das melhores coisas dos novos 52. Pode enfiar a cara também.

Título Original: Arlequina 2
Coleção: Os Novos 52
Nome da estória: Caos e Correria
Editora: DC Comics
Personagem: Arlequina
Autores: Armanda Conner e Jimmi Palmiotti
Artista: Stephane Roux

Sinopse e comentários:
Segunda edição da Arlequina. A personagem e a ousadia de certas estórias estão causando uma certa reação nos Estados Unidos. Aqui temos alguns exemplos disso. Em determinado momento a psicopata palhacinha Arlequina resolve alimentar seus cães com... carne humana! Pois é, mas voltemos ao fio da meada. A estória começa com Arlequina abraçando seu amado Coringa só que na página seguinte logo vemos que se trata de apenas um boneco de cera hiper realista. O museu de cera sinistro pertence à Madame Macabra, que tem seu estabelecimento situado exatamente no prédio que agora é administrado por Arlequina.

Depois disso ela resolve dar umas voltas nas redondezas e se depara com um protesto de protetores de animais, que querem a libertação dos cães e gatos presos por lá, pois caso ninguém os adote eles serão sacrificados. Claro que tal situação logo sensibiliza Arlequina que até tenta adotar alguns cãezinhos, mas como seu perfil não é o adequado ela logo é rejeitada. Quem conhece a personagem sabe que não ficará barato. Em pouco tempo ela se une a Hera Venenosa e juntas partem para o plano de libertar todos os animais. Após abrir as jaulas a confusão se torna completa, com os animais ganhando as ruas em disparata. Depois de muita luta Arlequina e Hera conseguem reunir toda a bicharada e a leva para o apê da palhacinha. Isso será apenas o começo de toda a confusão. O problema também é que ela precisa se livrar de todos os caçadores de recompensas que estão atrás dela. Não será uma tarefa muito fácil. Estou gostando muito das edições da Arlequina. Os enredos andam bem bolados e a qualidade dos desenhos é muito boa realmente. Palmas para  Stephane Roux. Pena que aqui ela não está loirinha, pois sempre associei sua figurinha a uma garota loira, maluca e confesso, bem sensual. Afinal há poucas coisas mais sexys no mundo do que uma jovem maluquinha como ela! 

Título Original: Arlequina 3
Nome da Estória: O Amor Fede
Coleção: Os Novos 52
Ano de Produção: 2013
Editora: DC Comics
Personagens: Arlequina
Autores: Amanda Conner, Jimmy Palmiotti
Arte: Chad Hardin

Sinopse e comentários:
Chegou o dia dos namorados. Para Arlequina é uma data para se lamentar. Desde que seu Pudinzinho (sim, o próprio Coringa) foi tirado de circulação ela tem tido dificuldades em arranjar um novo namorado! Também pudera, quem desejaria namorar uma garota como ela, com uma enorme ficha policial, mentalidade de psicopata e figurino de palhacinha? Mesmo assim ela ainda deseja namorar, nem que seja nesse dia. Ao ingerir um pouco de uma planta deixada em seu apartamento por Hera Venenosa, Arlequina acaba ficando irresistível para os homens em geral, por causa do aroma que passa a exalar! Até aí tudo bem, se não fosse seu azar, já que ao passar por uma rua acaba se deparando com um ônibus cheio de criminosos que acabou de virar após um acidente.

Os bandidos então ficam caidinhos por ela, que agora precisa se defender da melhor maneira possível! Essa estorinha, que pode ser lida sem acompanhar as demais edições, puxa mais para o lado do bom humor mesmo. Ela chegou nas bancas americanas exatamente no fim de semana do Valentine´s Day (o dia dos namorados dos gringos) e então a DC resolveu encomendar um enredo temático para a escritora Amanda Conner! Como ela tem um gosto pelo bizarro tão acentuado como a da própria Arlequina (Ok, talvez nem tanto) acabou escrevendo um conto romântico de puro humor negro, com direito até mesmo a zumbis comedores de cérebros! Essa HQ é muito subversiva mesmo, vou te contar.

Título Original: Arlequina 4
Nome da Estória: Very Old Spice
Coleção: Os Novos 52
Ano de Produção: 2014
Editora: DC Comics
Autores: Amanda Conner, Jimmy Palmiotti
Arte: Stephane Roux

Sinopse e comentários:
Finalmente a Arlequina está de volta ao trabalho. Depois de ficar por muito tempo presa em Arkham ela sente que está recomeçando a vida e nada melhor para isso do que um emprego, óbvio! Ela, conforme foi visto nas edições anteriores, conseguiu um lugar como terapeuta em um lar para idosos. Agora como doutora Quinzel, vestida de forma convencional, sem qualquer figurino ou maquiagem da Arlequina, ela ouve seus pacientes, entre elas uma senhora já bem idosa que se queixa de sua própria família! Eles a abandonaram de vez, sequer a visitam em datas especiais, nem um telefone, nada! Abandono completo mesmo. O triste depoimento acaba sensibilizando Arlequina, até um pouco além da conta. Após a consulta ela resolve procurar pelos familiares ingratos da velhinha. Uma vez na casa ela toca o terror. Já entra com uma escavadeira na sala de estar, detona o game do filho e depois destrói toda a coleção de trenzinhos de brinquedo do pai (sim, é um daqueles adultos bobocas que se recusam a crescer).

Feito isso joga toda a família no porta-malas para lhes dar uma lição! Sua intenção é jogar todos eles no cais, mas no meio do caminho lembra que tem que se apresentar ao seu time de patins violentos, algo que mesmo correndo não consegue chegar a tempo. O jogo já terminou e seu time perdeu! Sem saber o que fazer sua treinadora brinca e diz que a única coisa que ela poderia fazer era quebrar as pernas da equipe adversária! Poxa, se ela soubesse o quanto a Arlequina é maníaca não teria dito isso pois em segundos a palhacinha maluca está no volante de seu carro, que joga em cima das jogadoras do outro time. Como se a vida de Arlequina não fosse louca o suficiente ela ainda acaba se envolvendo em outra treta até o fim do dia. Ao receber um velho em seu consultório esse lhe convence a lutar contra um grupo de espiões russos da guerra fria que estão tentando destruir o "sonho americano". Tomada por um sentimento patriota, Arlequina se levanta bruscamente chamando todos para a ação - "Vamos lá pegar esses caras"... Maluquice pouca é bobagem! Divertida edição com muito humor negro a cargo de duas mulheres - Amanda no roteiro e, olhem que legal, Stephane Roux na arte - quem disse que mulheres também não são grandes desenhistas?


Título Original: Batgirl 1
Nome da Estória: Estilhaçada
Coleção: Os Novos 52
Ano de Produção: 2013
Editora: DC Comics
Personagens: Barbara Gordon (Batgirl),
Autores: Gail Simone
Arte: Ardian Syaf, Vicente Cifuentes

Sinopse e comentários:
Gosto muito da Batgirl. Ela é certamente uma das personagens mais humanas do universo Batman. Filha do comissário Gordon, vítima de um ataque covarde do Coringa que a deixou sem conseguir se mover por quase um ano após levar um tiro dele, Barbara Gordon realmente tem muitos traumas a superar. Mesmo com dificuldades ela segue em frente. Essa edição 1 da série "Os Novos 52" é muito, muito boa. Claro que em apenas uma edição não se poderia desenvolver tudo em detalhes, mas já temos aqui as informações básicas. Há um novo vilão em Gotham, um vigilante que sai distribuindo punições a pessoas, inclusive a um ex-capitão que deixou morrer mais de vinte membros de sua tripulação. O justiceiro que se identifica apenas como "O Espelho" o mata afogado com uma mangueira de jardim.

Do outro lado da cidade, já de noite, um casal de idosos é aterrorizado por um grupo de psicopatas - uma família de malucos que a imprensa de Gotham chama de "Os Assassinos de Brisby". Claro que para salvar o pobre casal a Batgirl consegue chegar a tempo, fazendo com que os marginais paguem por seus crimes. Um fato porém a deixa perturbada. Em determinado momento da ação ela acaba sofrendo uma lembrança traumática de quando o Coringa lhe atingiu em cheio com sua arma. Nesse momento Barbara sente o peso de carregar lembranças tão horríveis e praticamente congela, sem conseguir agir. Bela primeira edição da Batgirl nessa nova série da DC. Provavelmente seja um dos títulos mais promissores dessa nova era do universo Batman. O roteirista mandou muito bem e a arte é maravilhosa, caprichada. Fiquem de olho nesse título caros fãs do Batman.

Título Original: Arlequina 5
Coleção: Os Novos 52
Nome da estória: A Doutora Está Dentro!
Editora: DC Comics
Personagem: Arlequina
Autores: Amanda Conner e Jimmy Palmiotti
Artista: Chad Hartin

Comentários:
O velho Sy Borgman começa a explicar tudo o que ele deseja que Arlequina faça. Encontrar alguns velhos bastardos para lhes dar uma lição. É claro que a palhacinha topa, afinal de contas bater, mutilar e causar dor é com ela mesma! Arlequina porém está mais preocupada em se divertir. Assim ela resolve aceitar o convite de um mafioso italiano pé de chinela para assistir a um circo freak, uma apresentação com gente estranha e esquisita em um teatro poeira do Brooklin em Nova Iorque. O show é totalmente bizarro, mas Arlequina acaba se empolgando demais quando uma das atrizes chamada Queenie é atacada com uma faca cenicamente no palco. Sem pensar duas vezes ela vai até lá e arma a maior confusão que se possa imaginar.

Naquela mesma noite ela tem um terrível pesadelo com espiãs russas, ursos falantes e pessoas mortas! Mais freak e bizarro do que o próprio show que acabou de assistir. No dia seguinte ela se recupera e vai para o trabalho, já como Dra. Quinzel. Naquela mesma tarde ele se reune com Borgman para finalmente ir atrás do seu primeiro alvo, mas uma vez chegando lá tudo o que Arlequina encontra é um senhor já idoso numa cama de hospital. Definitivamente ele não parece com uma ameaça. Então depois dessa primeira tentativa eles vão para o segundo alvo, uma mulher conhecida como Ivana, que se diz especialista em explosivos. O desfecho desse encontro será no mínimo explosivo. No geral é mais uma boa edição com a palhacinha Arlequina.

Pablo Aluísio.

Superman - Os Novos 52

Superman - Os Novos 52
Infelizmente perdi alguns textos que havia escrito sobre essa fase do famoso personagem dos quadrinhos. De qualquer forma aqui vai um pequeno resumo do que achei dessas edições. Para quem não sabe a DC resolveu dar um reboot, zerando sua cronologia (mais uma vez!). O resultado foi a publicação de 52 novos títulos (daí o nome Os Novos 52). Foi uma decisão ousada da editora, isso em uma época em que os quadrinhos mostravam uma certa saturação. Alguns títulos até foram elogiados (como o Aquaman, por exemplo), mas o consenso geral sobre tudo foi bem negativo.

Li algumas edições do Superman. Eu queria muito gostar do material publicado, mas... sempre tem um "mas" não é mesmo? O fato é que o material é realmente muito ruim. As histórias são péssimas, mal escritas, tolas, fracas demais. Não tem um gancho para lhe pegar, para lhe fidelizar. Parece que nessa ansiedade de lançar tantos títulos de uma só vez a DC fraquejou na escolha de bons roteiros. 

O Superman desses quadrinhos não tem um foco. De vez em quando surge uns aliens genéricos para ele quebrar o pau, meter a porrada, mas nada vai muito além disso. Extremamente fracas, essas edições não fazem jus ao legado de um dos mais populares e famosos personagens de histórias em quadrinhos. Aliás o Superman foi o primeiro super-herói, a inspiração de todos os demais que vieram depois dele. Merece maior respeito.

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Imortal Hulk

Essa primeira edição de Hulk Imortal é a melhor de todas. Vai por mim. Eu sigo lendo a coleção e até agora não vi nada tão bom como temos nesse primeiro número. O clima é de filme de terror e suspense - daqueles muito bons! Quando o quadrinho começa vemos Hulk praticamente morto! Mas claro que ele não ficará muito tempo nesse estado. O gigante verde volta e nas ruas começa a fazer justiça pelas próprias mãos, inclusive vingando a morte de uma garotinha inocente que foi vítima de uma gangue de criminosos. O momento em que Hulk chega no bueiro onde esses caras vivem e esmaga todos eles é um dos melhores do personagem nas revistas desde sua criação!

O traço do desenhista Joe Bennett está excepcional, captando muito bem as expressões do monstro. Junte isso a um bom roteiro e você terá o pacote completo para todo fã que aprecia uma boa revista em quadrinhos! Agora, infelizmente, eu tenho também que avisar que conforme as edições vão passando essa qualidade vai decaindo.

Principalmente quando a Marvel inventa de colocar a Capitã Marvel nessa história. Que coisa chata. O título deveria ser apenas do Hulk em minha opinião. De qualquer forma isso só acontece depois. Nessa primeira edição (que foi compilada com outras para lançamento no Brasil pela PaninI) não há o que reclamar. É coisa boa, quadrinhos de rara qualidade artística.

Imortal Hulk 1  - Ou Ele é Ambos
Roteiro: Al Ewing
Desenho: Joe Bennett
Editora: Marvel Comics.

Pablo Aluísio. 


Capitão América sempre foi vilão?!

A Marvel anunciou essa semana que o Capitão América sempre foi vilão. Todo mundo foi enganado por anos e anos... Ele não era defensor da América e nem dos valores americanos. Na verdade ele sempre foi um espião nazista, um vilão, um grande cretino e... sinceramente, a Marvel perdeu o rumo completamente! Esse ano a empresa zerou as revistas e surgiu com uma nova série de personagens repaginados, recriados, todos eles viraram minorias e o conservador Capitão América virou vilão...

Que ridículo! A Marvel está despencando nas vendas das revistas em quadrinhos no mundo todo porque perdeu o senso do ridículo. O politicamente correto engoliu a editora e todos os seus heróis. Os fãs estão inclusive deixando de comprar as revistas em um claro sinal de que estão de saco cheio da editora. Agora com esse novo golpe contra um dos ícones Marvel a situação se torna ainda mais absurda...

O fato é que a Marvel está sendo esmagada pela DC Comics, que também está promovendo um rebirth em seus heróis, porém respeitando suas mitologias que foram construídas ao longo de décadas e décadas. Transformar o Capitão América em um nazista é apenas mais um sintoma de que as coisas estão bem erradas na editora. Os novos editores não sabiam o que fazer com um herói tão patriótico, conservador e simbólico. Durante a II Guerra Mundial o Capitão foi símbolo da luta dos Estados Unidos contra o nazismo. Agora ele não se encaixa mais no politicamente correto extremista da geração anti-Trump, então o único jeito foi destruir sua imagem, o transformando em um vilão malvado. Francamente a Marvel deveria demitir todos os seus escritores, roteiristas e desenhistas. Começar do zero, mas da forma certa, porque do jeito que as coisas estão sendo feitas a Marvel vai acabar no buraco de vez... Viva o bom e velho Capitão América que todos conhecemos! Abaixo esses idiotas que estão trabalhando na Marvel hoje em dia...

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Homem-Aranha

Eu Sou o Homem-Aranha - Ok, pode parecer tolice - e de certa forma é, mas não deixa de ser algo curioso tentar entender o sucesso de certos personagens dos quadrinhos. Confesso que nunca fui um fã assumido de revistas em quadrinhos, minha arte preferida sempre foi o cinema, mas como hoje em dia a cultura pop está interligada em várias linguagens isso se torna um mero detalhe. Se o Superman é acusado de ser um reacionário do American Way of Life, encarnando a própria bandeirona americana, o Homem-Aranha é um personagem mais do que curioso. De certa forma ele é a antítese dos mais populares heróis da cultura pop dos Estados Unidos. Pense, Peter Parker não é um milionário como o Batman e nem um alienígena com super poderes como o Superman. Também passa longe de ser um Deus como Thor, não tem a força do Hulk e nem muito menos a inteligência do Homem de Ferro.

Ele é apenas um jovem, estudante, sem dinheiro, com problemas de relacionamento com a garota que ama. Tem um subemprego, onde tenta ganhar alguns trocados, um patrão chato e neurótico e para completar mora com a tia em um apartamento apertado. Com esses atributos (ou a falta deles) é sério que alguém ainda não consiga entender o sucesso desse personagem?! Pense bem. O Homem-Aranha não é o mais popular herói criado por Stan Lee por acaso. Não é o fato dele soltar teias e sair pendurado por aí que o torna popular, mas sim o fato dele ser um espelho do próprio leitor dos quadrinhos! A identificação é imediata. O leitor de quadrinhos quando o Aranha surgiu nas tirinhas também era um jovem, sem grana, estudante, que sonhava um dia também ser um herói. Stan Lee não é considerado um gênio à toa, ele sabia muito bem o que estava fazendo. Assim que abria as páginas de sua nova revistinha o leitor do Homem-Aranha podia exclamar para si mesmo: "Eu sou o Homem-Aranha"!

As pessoas precisam entender que se hoje em dia os personagens de quadrinhos valem milhões nem sempre foi assim. Nos anos 40, 50 e 60 os personagens da Marvel e da DC Comics passavam longe de ter todo esse status que desfrutam na atualidade. Quadrinhos naqueles tempos era uma arte menor (se é que alguém da época chegou mesmo a qualificar as aventuras em tirinhas como arte). Não me entenda mal. Não estou aqui para desqualificar os quadrinhos, ou comics, como os americanos gostam de chamar, nada disso. Só estou dizendo que como o próprio Stan Lee comentou em um documentário recente aqueles anos pioneiros eram de dureza, acima de tudo. Os roteiristas e desenhistas tinham uma vida dura, ganhavam pouco e não eram reconhecidos. Muitos dos criadores de alguns dos mais populares personagens de todos os tempos morreram praticamente na miséria. Iam para o trabalho de ônibus ou metrô e viviam uma vida de falta de grana com suas famílias em subúrbios de Nova Iorque. Sem dúvida eram artistas com "A" maiúsculo, mas não gozavam do prestígio, do dinheiro e da fama que hoje ostentam sujeitos como o próprio Stan Lee - que graças a Deus viveu para ver seu talento reconhecido devidamente, em vida!

Assim o cabeça de teia é no fundo o alter-ego de cada leitor de suas aventuras. Não há muito mistério sobre isso. Se o Superman é o cara bonitão, cheio de valores e muito ciente de seus deveres, o Homem-Aranha é apenas um cara comum tentando viver um dia de cada vez. E ganhar a vida, não se engane, é muito duro para um nova-iorquino como ele. O Batman é um poço de complexos, traumas e tragédias mas quando se mora em uma mansão milionária, tendo acesso a todos os brinquedos tecnológicos mais sofisticados, a coisa fica mais fácil. Pior é ter os mesmos traumas - sim o Aranha também tem parentes mortos - mas precisando pegar o metrô todas as manhãs para encarar um emprego chato e sem graça. Diante disso não resta dúvidas que o Peter Parker é mesmo um herói, no mais estrito sentido da palavra. 

Homem-Aranha: Quadrinhos Comentados:

O Espetacular Homem-Aranha 16
Esse é outro título da Marvel nos Estados Unidos. Mesmo após tantos anos de sua criação original o Homem-Aranha continua sendo um dos personagens maiv famosos e comerciais do universo de quadrinhos na América. Nessa edição o Homem-Aranha volta a ter que encarar um de seus piores inimigos, o caçador Kraven. A diferença é que Kraven não está só, tem um herdeiro e uma galeria enorme de bestas feras, homens com características de animais, para tocar o terror. E Kraven agora desistiu de caçar leões e leopardos na savana africana. Ele agora tem até mesmo uma visão ecologista do mundo, quem diria. O que Kraven quer mesmo é caçar homens e o Homem-Aranha é o seu maior objetivo de vida, vida de caçador. Gostei do gibi, vale até acompanhar as próximas edições. Vamos ver.

Pablo Aluísio.

Thor - O Rei Devorador

Li essa primeira edição do Thor. Foi intitulada como "Thor, o Rei Devorador Parte 1 - O inverno Negro". A primeira coisa que o leitor vai perceber é que o visual do personagem mudou, pelo menos na capa. Ele está bem diferente. E isso se explica na história. Acontece que agora Thor é o Rei. Está sentado no trono do pai. E isso parece pesar sobre ele. Até o martelo está mais complicado de se levantar. A idade também chegou. O Thor que encontramos nessas páginas é um Thor velho, lapidado pelos anos e anos de luta. Ele precisa fazer um discurso para seu povo e se mostra ansioso e nervoso sobre isso.

Porém antes que possa sequer ficar frente a frente com seus súditos algo incrível acontece. Galactus, o devorador de planetas, surge no horizonte. Ele não vem para destruir o mundo de Thor, mas sim para pedir sua ajuda  Um estranho fenômeno no universo, conhecido apenas como "O inverno negro" está devorando tudo por onde passa. Como deter essa ameaça?

Para que Thor venha combater ao seu lado ele precisa mudar, ficar mais "cósmico". E é isso que acontece nas últimas páginas dessa edição. Com a transformação o Deus do Trovão muda de imagem, se transformando naquilo que vemos na capa da revista. Ficou interessante? Até que ficou, mas será que irá trilhar o caminho certo? Bom, isso só saberemos na próximas edições. Até lá.

Thor, o Rei Decorador - O inverno Negro
Roteiro: Donny Cates
Desenho: Nick Klein
Editora: Marvel Comics

Pablo Aluísio.