terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Sinatra - Anthony Summers

Essa é uma biografia muito boa do cantor Frank Sinatra. Eu já havia gostado de uma biografia escrita pelo mesmo autor, sobre a Marilyn Monroe. Sim, é aquela chamada "A Deusa", um dos melhores trabalhos que já li sobre a atriz. Aqui Summers volta seu foco para Sinatra. Antes de mais nada é um alívio para o escritor o fato de que Sinatra já morreu. Acontece que enquanto era vivo, ele colecionou processos contra escritores que ousassem escrever sua biografia. Mal um livro era anunciado e Frank acionava sua equipe de advogados de Nova Iorque para processar em alguns milhões de dólares os que ultrapassavam essa barreira. Ele costumava dizer que apenas Frank Sinatra poderia escrever um livro sobre Frank Sinatra. Todos os demais escritores sofriam processo por isso.

Pois bem, com Frank morto e enterrado, Summers teve total liberdade para ir atrás de todas as informações. Conversou com amigos próximos do cantor e até parentes. As pessoas foram mais cooperativas, algo que não acontecia enquanto Sinatra estava por aí, ameaçando todo mundo. Assim o escritor pode escrever sobre tudo. Até mesmo sobre as ligações do artista com a máfia italiana. É interessante porque Sinatra costumava partir para cima de qualquer jornalista que escrevesse sobre essas ligações, porém ao mesmo tempo parecia ter orgulho de ser amigo de chefões de Nova Iorque. Ele chegou até mesmo a dirigir uma associação que lutava para melhorar a imagem dos imigrantes italianos nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que frequentava o subterrâneo da Cosa Nostra. Era um sujeito contraditório.

A leitura é agradável e o estilo do escritor é leve, algo que torna o livro bem interessante. Após ler o livro chegamos em algumas conclusões. Uma delas é que Sinatra amou perdidamente a atriz Ava Gardner. De todas as mulheres com quem se relacionou, ele nunca superou o fim de seu casamento com ela. Também descobrimos que de forma em geral ele agia como um cafajeste com as outras garotas com quem saía. Fazia parte da mentalidade da época tratar mal as mulheres, era um machismo aceito pela sociedade. Frank bebia muito e tinha um grupo de fiéis amigos e puxa-sacos que orbitavam ao seu redor. O Rat Pack moldou sua vida pessoal e profissional por muitos anos, até o dia em que Dean Martin se encheu de Sinatra e foi embora para nunca mais retornar.

Frank também parecia mudar bastante suas opiniões. Ele foi membro do Partido democrata por anos, mas no final de sua vida deu uma banana para eles e abraçou o extremo oposto, o Partido republicano. Era frio e briguento com algumas pessoas e um doce para outras. Sinatra podia ter atitudes completamente antagônicas, como ameaçar alguém de morte e no dia seguinte fazer grandes doações para a caridade. Se aposentou algumas vezes, mas sempre retornava aos palcos. No final da vida encontrou alguma estabilidade com Barbara, sua última esposa, mesmo que ela fosse odiada por suas filhas do primeiro casamento com Nancy Sinatra. Foi envelhecendo, perdendo a voz magnífica, mas mesmo assim continuou a cumprir extensas agendas de shows. Enfim, antes de qualquer coisa ele foi um homem de seu tempo, com qualidades e defeitos em ambos os lados da balança. Se você deseja conhecer mais esse grande artista, em seu lado mais pessoal, então a biografia escrita por Summers é de fato uma ótima opção de leitura.

Sinatra
Autor: Anthonny Summers e Robbyn Swan
Editora: Novo Século.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Cinema Clássico


Os Olhos de Elizabeth Taylor
Liz Taylor tinha olhos azuis de uma tonalidade muito rara chamada de azul turquesa. Esse olhar extremamente raro lhe abriu muitas portas. Curiosamente Liz costumava dizer que teria sido uma estrela mais cedo em sua vida se na época de seus primeiros filmes fossem coloridos (como se sabe eles eram em preto e branco). Sem a força das cores o público não conseguia ver o azul inesquecível de seu olhar. Em mais de uma ocasião ela posou para revistas de cinema onde seus olhos acabavam virando a atração principal da sessão de fotos.


Rock Hudson & Doris Day
Rock Hudson & Doris Day no sucesso "Confidências à Meia Noite". Conforme relembrou em seu livro de memórias, Rock não queria fazer o filme. Isso porque era uma comédia e ele definitivamente não tinha experiência no gênero. Ator dramático desde seus primeiros filmes, Rock não sentia segurança suficiente para atuar ao lado de Doris Day que havia construído sua carreira justamente em cima desse tipo de produção. O diretor do filme lhe acalmou aconselhando: "Não tente ser engraçado em cena. Atue como se estivesse em um drama. O texto do roteiro é que tornará tudo engraçado". Rock pagou pra ver e o filme se tornou um dos campeões de bilheteria daquele ano.


Marilyn Monroe Bikini
Uma foto de Marilyn Monroe na praia durante os anos 50. A atriz sempre tirava fotos em paisagens naturais como praias, etc, porém quando isso não era necessário ela evitava ao máximo se expor ao sol. Por ser muito branquinha tinha medo de sofrer queimaduras. Marilyn estava certa, além disso ela poderia ter maiores problemas com a pele, inclusive envelhecimento precoce e rugas. O sol pode ser um grande inimigo da beleza.



Marlon Brando - O Selvagem
Marlon Brando em cena do filme "O Selvagem" (The Wild One, 1953). O ator foi escalado para interpretar um jovem motoqueiro chamado Johnny. Era um retrato de uma América ainda em ebulição, onde jovens formavam gangues de motoqueiros para invadir pequenas cidadezinhas do interior. Anos depois Brando diria em sua autobiografia que havia achado o filme excessivamente violento, mas que depois o assistira na TV e que sua opinião finalmente mudara. Era um bom filme, curto, mas marcante.


Brando Cats
Marlon Brando posa para uma ótima foto ao lado de seu gato de estimação. O ator adorava animais em geral e sempre teve cães e gatos por perto. Essa sua admiração por pets continuou quando comprou uma ilha particular no Pacífico Sul. Uma de suas primeiras determinações como novo proprietário foi a proibição de caça da fauna em seus domínios. Para Brando a verdadeira amizade só poderia ser encontrada nos animais.


Marilyn Monroe - A atriz faz pose no palco durante cena de um de seus últimos filmes. Ao longo dos anos Marilyn acabou adquirindo problemas pelo uso excessivo de medicamentos e bebidas. Norma Jean (seu nome real) teve uma infância complicada, marcada pelo abandono de seu pai (que nunca conheceu) e o enlouquecimento de sua mãe. Ela foi criada praticamente como órfã, o que lhe trouxe muitos traumas psicológicos que anos depois pesaram em sua vida adulta. Marilyn tinha dois grandes receios: o de sofrer problemas mentais como sua mãe e morrer sozinha, abandonada, na mais completa solidão.


Marlon Brando - O ator recebe o Oscar por sua atuação em "Sindicato de Ladrões".  Esse seria o único Oscar que aceitaria receber em sua carreira. Quando foi premiado pela segunda vez, pelo seu trabalho como o mafioso Dom Vito Corleone em "O Poderoso Chefão", Brando recusou a premiação por causa do tratamento que o cinema americano dava aos povos nativos da América. Em sua biografia Brando esclareceu que havia perdido essa sua primeira estatueta e não sabia onde ela teria ido parar. Anos depois foi vendida em um leilão em Londres.


Alain Delon
Na foto o galã francês Alain Delon demonstra todo o seu charme e elegância naturais antes de entrar em cena. Delon foi um dos mais populares símbolos sexuais de seu tempo. Considerado por muitos como o "homem mais bonito do cinema", Delon conseguiu superar o rótulo de ser apenas um galã para demonstrar também que poderia atuar bem em uma série de filmes europeus que hoje em dia são considerados verdadeiras obras primas da sétima arte.

Pablo Aluísio.

Elizabeth Taylor


Elizabeth Taylor
Maravilhosa sequência de fotos da atriz Elizabeth Taylor. Embora tenha sido uma das maiores estrelas da história de Hollywood, Liz Taylor (como era chamada pelos amigos mais próximos) tinha uma visão muito modesta sobre si mesma. Ela costumava dizer que não se achava muito bonita pois era baixinha e tinha uma certa semelhança com Minnie Mouse (a famosa personagem criada por Walt Disney, a eterna namoradinha do Mickey nos quadrinhos e nas animações). Essa curiosa baixa auto estima de uma das atrizes mais bonitas do cinema americano só foi revelada publicamente muitos anos depois na autobiografia de Rock Hudson, que havia sido um dos grandes amigos de Liz em Hollywood. Juntos eles fizeram o grande clássico "Assim Caminha a Humanidade" (Giant, EUA, 1955), onde Liz e Rock interpretavam um casal texano no começo do século XX. (Pablo Aluísio)



quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Cesar Romero



Lendo uma antiga revista de cinema acabei me deparando com um texto escrito pela jornalista brasileira Dulce Damasceno de Brito onde ela lamentava o esquecimento do ator Cesar Romero. Dulce viveu por muitos anos em Hollywood em seus anos de ouro e conheceu todos aqueles astros e estrelas tais como Marilyn Monroe e Carmen Miranda. Sobre essa última inclusive ela foi uma grande amiga pessoal. E ambas frequentavam bastante a casa do ator Cesar Romero.


Hoje em dia a principal referência de Romero vem da sua atuação na série Batman nos anos 60. Pois é, quando sua carreira começou a fraquejar ele precisou migrar para a TV. Naquela época interpretar um vilão de histórias em quadrinhos como o Coringa, não era uma coisa muito positiva para um ator. Significava apenas que ele estava completamente decadente, precisando trabalhar, nem que fosse em um programa infanto-juvenil como aquele.


Antes de ser o famoso vilão do universo de Batman o ator trabalhou em incríveis 160 filmes, a maioria deles como coadjuvante, interpretando personagens ao estilo Latin Lover. Um fato curioso é que todos em Hollywood pensavam que Romero era mexicano, porém ele era americano nato, nascido em Nova Iorque, filho de imigrantes cubanos. O fato de ser confundido com um estrangeiro o divertia e ele caçoava indiretamente dos jornalistas americanos, ora dizendo que era espanhol, ora que era colombiano... Enfim, em cada entrevista Cesar Romero contava uma história de vida diferente - e puramente ficcional.


Dulce também revela em seu texto que Cesar Romero era gay e que isso não era necessariamente um segredo dentro da comunidade em Hollywood. No fundo todos sabiam disso. Ele era muito espirituoso e sempre era convidado para grandes festas para animar e entreter os convidados. Era um grande anfitrião. Sobre o fato de nunca ter se casado se divertia com as desculpas do estúdio que afirmavam que ele era apenas um "solteirão convicto". O interessante é que ele dizia que o Coringa, que era sua mais famosa atuação (e que iria lhe dar uma fama eterna), também muito provavelmente era gay. Romero comentou: "Coringa só pode ser gay! Um homem heterossexual jamais usaria roupas tão coloridas, chamativas e fora do normal como ele!". Pelo visto Romero foi divertido até o fim de seus dias...

Pablo Aluísio.

A Ponte do Rio Kwai

Título no Brasil: A Ponte do Rio Kwai
Título Original: The Bridge on the River Kwai
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Horizon Pictures
Direção: David Lean
Roteiro: Carl Foreman, Michael Wilson
Elenco: William Holden, Alec Guinness, Jack Hawkins, Sessue Hayakawa, James Donald

Sinopse:
Com roteiro baseado na novela histórica de Pierre Boulle, o filme "A Ponte do Rio Kwai" conta a história de um grupo de militares ingleses e americanos, feitos prisioneiros pelos japoneses durante a II Guerra Mundial que são forçados a construir uma ponte no Rio Kwai.

Comentários:
Esse é sempre lembrado como um dos maiores filmes de guerra já feitos. E com razão. "A Ponte do Rio Kwai" é um filme maravilhoso que captou muito bem a mentalidade dos ingleses durante a guerra. E são levados a construírem uma ponte estratégia e aceitam o desafio com disciplina, empenho e eficácia, tudo para demonstrar aos japoneses o seu valor como soldados e principalmente como homens de verdade. A música tema assobiada é até hoje facilmente reconhecível, mas o mérito maior vai não apenas ao elenco maravilhoso, mas também ao cineasta David Lean, um mestte da sétima arte. Ele foi sem dúvida um dos maiores diretores de cinema de todos os tempos. Deixo aqui meus respeitos e meus aplausos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Montgomery Clift - Reflexões de um Ator

As pessoas de Hollywood criaram um certo preconceito contra atores de Nova Iorque. Mal você entra no set de filmagens e os cochichos começam como se estivessem dizendo "Lá vem aquele sabichão que pensa saber tudo sobre atuação". É cansativo. De minha parte procuro apenas fazer o melhor trabalho sem pisar nos calos de ninguém. Não quero ensinar a absolutamente ninguém como atuar melhor. Cada um teve sua própria escola de vida e não serei eu que irei falar como se atua em cada cena. Ser formado no Actor´s Studio joga uma imagem em cima de você. As pessoas pensam coisas erradas de mim. Não sou um sabichão e tampouco quero dizer o que se deve ou não fazer em um filme. Cada um que procure o que é melhor para si mesmo.

A maior diferença que vejo entre atores de Nova Iorque e os daqui da Califórnia é que lá temos uma visão um pouco maior do que seria a arte da atuação. Em Hollywood as coisas funcionam sob uma mentalidade comercial, de indústria mesmo. Em Nova Iorque queremos apenas aprofundar nossas próprias capacidades dramáticas, seja no palco, seja nas telas de cinema. Há uma compreensão diferente do que é ser ator. Eu amo o teatro. Fiz muitas peças importantes em Nova Iorque, porém devo reconhecer que também é muito árduo. Um ator de teatro em Nova Iorque se apresenta duas vezes por dia, mais de dez vezes por semana. É muito estafante. Em Hollywood já fiz também vários filmes e não achei tão puxado. Há mais tempo para você descansar e aproveitar melhor a vida. Também temos aqui os melhores hotéis para se hospedar. Adoro os hotéis de Los Angeles. Se pudesse moraria em um até o fim da minha vida. Você não precisa se preocupar com nada e tudo está à mão. Ser ator em Nova Iorque significa alugar um pequeno apartamento no Brooklyn e torcer para chegar a tempo no horário certo da peça.

Eu trabalho como ator desde os 17 anos. Admito que estou cansado. Mesmo com tantos anos de experiência ainda tenho que lidar com diretores que não confiam muito em mim. O que supostamente eu deveria fazer para mostrar a eles que consigo atuar bem? Quando você é jovem os produtores não colocam fé em você. Quando você é mais velho todos pensam que você já era! É uma profissão dura! Você nunca parece ter a idade certa ou o tipo que os estúdios procuram. Para cada filme que você consegue ser escolhido há vinte testes onde você é descartado. Você entra para a audição e os caras, sentados em suas cadeiras, com enormes charutos na boca, dizem: "Você é muito baixo!" ou "Você é muito alto!". "Está gordo", "Está magro". Ser ator é viver jogando roleta russa. Tudo no final depende da pura sorte. Ser escalado para um filme significa que você terá dinheiro pelos próximos meses. Não ser escalado significa que você terá que contar com a ajuda dos amigos, ou então almoçar na ajuda humanitária da igreja católica da esquina.

Eu sempre mantive minha família longe da minha carreira de ator. Há muita fofoca em Hollywood. Isso é uma das coisas que mais odeio aqui da Califórnia. Todos parecem preocupados com fofocas! É muito primário e bobo para dizer a verdade. Eu não quero, por exemplo, que minha mãe seja entrevistada por essas revistas. O que ela poderia dizer? Que eu fui um lindo bebê? Quem se importa com algo assim? Eu devo ser avaliado pelos meus trabalhos, minhas atuações, não como levo minha vida particular. Quero ter bons filmes para atuar e belos diálogos para declamar, embora isso esteja cada vez mais raro de encontrar. Não tenho grandes amigos entre atores de Hollywood, mas admiro muito duas atrizes em particular. Elizabeth Taylor é uma delas. Ela é a única atriz com quem trabalhei que me deixava verdadeiramente motivado para contracenar. Uma estrela! A outra que merece meus elogios é Marilyn Monroe. É uma pessoa incrível, com grande sensibilidade.

Montgomery Clift.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Marty

Com um roteiro sensacional nas mãos, o diretor americano Delbert Mann (Vidas Separadas), deu vida à "Marty", produção de baixo orçamento e que acabou arrebatando 4 Oscars, entre eles o de melhor filme. Marty conta a história de um açougueiro italiano, simples, honesto e bonachão (Ernest Borgnine) que vive para o trabalho e para sua mãe com quem mora numa simples e ampla casa. Apesar de todas as qualidades morais, Marty é questionado e pressionado por todos, até pela mãe - uma italiana tradicional que luta pelo casamento e pela preservação da família como instituição básica da sociedade - pelo fato de ainda não ter se casado, já que está com (pasme) 34 anos. No fundo, Marty tem vergonha de si mesmo, com baixa de auto-estima, se martiriza por não ter um emprego de mais "status" social, além de ser gordo, tímido, inseguro e feio. Destituído de atributos físicos mais atraentes e marcado por um passado azarado com as mulheres, o açougueiro bondoso e atencioso vai, cada vez mais, recolhendo-se silenciosamente em casa e se isolando do mundo lá fora. Vendo-se pressionado de forma implacável diariamente pela mãe para se casar, Marty passa a frequentar, mesmo contra a vontade, uma espécie de clube de dança onde a paquera frenética domina o ambiente barulhento e enfumaçado.

Acontece que numa determinada noite no tal clube, Marty conhece Clara (Betsy Blair - ex mulher de Gene Kelly), jovem sofrida com a dor de ter sido abandonada pelo namorado que a achava um bagulho. Com sua enorme bondade, Marty ampara a moça em seu sofrimento de abandono e aos poucos vai percebendo que uma força (quase) divina faz com que o casal se conheça, se aproxime e compartilhe os mesmos problemas de timidez, baixa auto-estima e insegurança. Marty agora luta contra o preconceito de todos pelo fato de sua nova namorada ser feia. O longa é uma primazia de fotografia em preto e branco e direção onde o diretor Delbert Mann conduz uma narrativa, focada na solidão de Marty e em elementos quase revolucionários, não lineares e que quebra certos paradigmas. Marty nos coloca diante de valores rígidos da década de 50, onde era quase inadmissível um homem levar uma vida de solteiro mais longeva e feliz, sem a interferência danosa de toda uma sociedade e até da própria família. Convenhamos, uma realidade bem diferente dos dias de hoje, pouco mais de 60 anos depois do filme. Marty abocanhou 4 Oscars: Melhor filme - Melhor diretor (Delbert Mann)  - Melhor ator (Ernest Borgnine)  - Melhor roteiro adaptado.

Marty (Marty, Estados Unidos, 1955) Direção: Delbert Mann / Roteiro: Paddy Chayefsky / Elenco: Ernest Borgnine, Betsy Blair, Esther Minciotti, Karen Steele / Sinopse: O filme narra a vida de Marty Piletti (Ernest Borgnine), um bom homem que acaba sofrendo preconceito por nunca ter se casado, se culpando por causa de sua condição social. Pressionado por todos, ele acaba conhecendo Clara (Betsy Blair) que pode se tornar finalmente o grande amor de sua vida. Filme premiado pelo Globo de Ouro e BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Borgnine).

Telmo Vilela Jr.

James Dean


Poucos meses antes de morrer o ator James Dean aceitou a oferta de um fotógrafo freelancer chamado Dennis Stock para participar de vários ensaios o mostrando em momentos mais íntimos de sua vida, inclusive em seu último retorno à cidade onde cresceu, em Fairmont, Indiana. Na ocasião Dean aceitou o convite dos alunos da mesma escola onde havia estudado alguns anos antes para participar do baile de formatura daquele ano. Foi uma noite divertida e relaxante onde Dean até mesmo aproveitou para tocar com a banda. Dançou e se divertiu como há muito tempo não fazia. De volta à fazenda onde foi criado, de propriedade do Tio Marcus, resolveu deixar Stock tirar mais fotos nesse estilo, inclusive de forma bem casual, ainda tomando o café da manhã. Ninguém poderia imaginar na ocasião que dentro de pouco tempo Dean estaria sendo enterrado no cemitério da cidade, o Park Cemetery, após sofrer um acidente fatal numa das rodovias da Califórnia. Ele tinha apenas 24 anos de idade.


segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Perdidos no Espaço / Viagem ao Fundo do Mar


Perdidos no Espaço - O gênero Sci-fi teve uma das épocas mais criativas no cinema justamente durante as décadas de 1950 e 1960. Tanta imaginação não demorou a sair das telas de cinema para invadir a TV. Em 1965 foi ao ar o primeiro episódio de uma das séries mais populares e queridas da história da TV: Lost in Space. O roteiro explorava as aventuras de uma tripulação que perdia o controle de uma expedição espacial após a nave Júpiter 2 apresentar problemas técnicos por causa do peso extra de um penetra na tripulação, o Dr. Smith (em brilhante interpretação do ator Jonathan Harris). Estrelada pelo ator Guy Williams a série durou três temporadas rendendo quase 90 episódios. Seu legado porém marcou para sempre a infância de toda uma geração encantada com a amizade de Will Robinson (Bill Mumy) e o seu Robô, que nos momentos de tensão saia repetindo a frase: "Perigo! Perigo! Perigo!". Mais divertido e nostálgico do que isso, impossível.


Viagem ao Fundo do Mar - Outra série de TV que fez muito sucesso foi "Voyage to the Bottom of the Sea", lançada em 1964. Criada pelo gênio Irwin Allen, a série explorava as aventuras de um submarino chamado Seaview que cruzava os sete mares enfrentando todos os tipos de desafios, desde inimigos militares até monstros das profundezas. A série tinha dois personagens centrais, o Almirante Harriman Nelson (Richard Basehart) e o Capitão Crane (David Hedison) que comandavam a embarcação. Com ótimos efeitos especiais para a época, "Viagem ao Fundo do Mar" durou 4 temporadas, com 110 episódios. Exibido no Brasil na década de 70 a série foi uma das campeãs de audiência em nosso país. Premiada com quatro Emmys, o Oscar da TV americana. Abaixo cena da primeira temporada em cores da série.



O Ladrão Silencioso

Título no Brasil: O Ladrão Silencioso
Título Original: The Thief
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Russell Rouse
Roteiro: Clarence Greene, Russell Rouse
Elenco: Ray Milland, Martin Gabel, Harry Bronson
  
Sinopse e Comentários:
Neste trilller psicológico dirigido pelo nova-iorquino Russell Rouse (Gatilho Relâmpago), o ótimo ator galês, Ray Milland, encarna Allan Fields, um renomado físico nuclear que também trabalha como espião para um país desconhecido, em plena fase de caça às bruxas do macartismo. Com uma verve hitchcockiana e rodado em preto e branco, "O Ladrão Silencioso" (The Thief -1952) discorre em seus 85 minutos, praticamente mudo - o som do filme só existe no barulho das ruas e dos toques irritantes de um telefone que quase leva à loucura o famoso físico-espião. Não existe fala dos atores.

A virada do filme, e também do personagem de Milland, ocorre quando o físico mata um agente do FBI que o perseguia. Palmas para o excelente roteiro da dupla, Clarence Greene e Russell Rouse (que também dirige o suspense). O filme foi um dos primeiros a mencionar os problemas da Guerra Fria e a infiltração e cooperação de alguns americanos com o comunismo. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Música (Herschel Burke Gilbert). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Ator - Drama (Ray Milland), Melhor Roteiro (Clarence Greene, Russell Rouse) e Melhor Fotografia em preto e branco (Sam Leavitt).

Telmo Vilela Jr.