Apesar do título e de grande parte de sua história se passar em alto mar, esse filme é mais centrado na relação de um avô com seu neto, do que propriamente ser um filme de aventura. O capitão Bering Joy (interpretado pelo ótimo ator Lionel Barrymore) é um velho lobo do mar. Ele é bisneto de marinheiros, então a tradição do mar em sua família é algo que vem de gerações. Comandando um navio baleeiro ele viaja até o Atlântico Sul em busca de baleias, cujo produto mais precioso era justamente seu óleo, algo que deu origem a uma verdadeira indústria no século XVIII. No navio viajam ao seu lado seu pequeno neto, apenas um garotinho (interpretado por Dean Stockwell quando tinha apenas 10 anos de idade!) e um jovem imediato, com formação universitária, interpretado pelo sempre competente Richard Widmark.
Claro que no meio do oceano o velho capitão vai enfrentar diversos desafios, inclusive uma perigosa batida contra um iceberg, porém nem isso o impede de tentar formar o cárater de seu jovem neto. O menino está na tripulação e o seu avô quer acima de tudo lhe ensinar os segredos dos sete mares. Outro ponto interessante do roteiro vem do choque de gerações que surge entre o velho capitão e seu imediato no comando. Enquanto o veterano acredita em seus escolhas baseadas na velha escola, o novo auxiliar pretende aplicar o que aprendeu na universidade e isso significava ter uma visão mais baseada na ciência. Enfim, um belo filme, muito bem produzido e centrando força no desenvolvimento de todos os personagens, todos bem humanos e bem escritos nesse caprichado roteiro.
Capitães do Mar (Down to the Sea in Ships, Estados Unidos, 1949) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: John Lee Mahin / Elenco: Richard Widmark, Lionel Barrymore, Dean Stockwell / Sinopse: Um velho capitão, seu neto e um jovem imediato, partem em um navio para o Oceano com o objetivo de caçar baleias. E nessa jornada aprendem não apenas sobre a arte da navegação, mas também sobre relações humanas.
Pablo Aluísio.
sábado, 21 de abril de 2007
sexta-feira, 20 de abril de 2007
O Prisioneiro da Ilha dos Tubarões
Título no Brasil: O Prisioneiro da Ilha dos Tubarões
Título Original: The Prisoner of Shark Island
Ano de Produção: 1936
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: John Ford
Roteiro: Nunnally Johnson
Elenco: Warner Baxter, Gloria Stuart, Claude Gillingwater, Arthur Byron, O.P. Heggie, Harry Carey
Sinopse:
Após o assassinato do presidente Lincoln, seu assassino vai parar na casa do Dr. Samuel Alexander Mudd. O médico trata da perna quebrada do criminoso, mas isso vira um enorme problema em sua vida. Ele é acusado e condenado por conspiração na morte do presidente, mas ele insiste em sua inocência. Não adianta, ele é enviado para uma ilha distante, onde cumprirá sua pena em uma prisão no lugar.
Comentários:
Esse filme mostra uma história real, de um médico que pagou caro por ajudar ao assassino de Lincoln. O roteiro parte da teoria de que o Dr Mudd era mesmo inocente e nada teria a ver com a morte do presidente. Tudo bem, é uma opção do roteiro, porém as coisas não foram exatamente como mostradas no filme. O médico conhecia o assassino. Não foi uma pessoa estranha que bateu em sua porta durante a madrugada para que ele lhe atendesse. Provas confirmaram no julgamento da época que o Dr. Mudd esteve várias vezes com o criminoso antes da noite da morte de Lincoln. Além disso o médico era um dono de escravos que foi muito prejudicado pela abolição da escravidão. Registros mostram também que ele havia matado um escravo. Era dono de terras, de grandes plantações de tabaco. Não era um santo como mostrado no filme. Era um sulista e confederado fanático. Por isso assista ao filme com reservas. Veja o bom cinema que John Ford conseguia fazer, mas não acredite em tudo o que se passa no filme. É uma excelente película, mas não inteiramente fiel aos fatos históricos.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Prisoner of Shark Island
Ano de Produção: 1936
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: John Ford
Roteiro: Nunnally Johnson
Elenco: Warner Baxter, Gloria Stuart, Claude Gillingwater, Arthur Byron, O.P. Heggie, Harry Carey
Sinopse:
Após o assassinato do presidente Lincoln, seu assassino vai parar na casa do Dr. Samuel Alexander Mudd. O médico trata da perna quebrada do criminoso, mas isso vira um enorme problema em sua vida. Ele é acusado e condenado por conspiração na morte do presidente, mas ele insiste em sua inocência. Não adianta, ele é enviado para uma ilha distante, onde cumprirá sua pena em uma prisão no lugar.
Comentários:
Esse filme mostra uma história real, de um médico que pagou caro por ajudar ao assassino de Lincoln. O roteiro parte da teoria de que o Dr Mudd era mesmo inocente e nada teria a ver com a morte do presidente. Tudo bem, é uma opção do roteiro, porém as coisas não foram exatamente como mostradas no filme. O médico conhecia o assassino. Não foi uma pessoa estranha que bateu em sua porta durante a madrugada para que ele lhe atendesse. Provas confirmaram no julgamento da época que o Dr. Mudd esteve várias vezes com o criminoso antes da noite da morte de Lincoln. Além disso o médico era um dono de escravos que foi muito prejudicado pela abolição da escravidão. Registros mostram também que ele havia matado um escravo. Era dono de terras, de grandes plantações de tabaco. Não era um santo como mostrado no filme. Era um sulista e confederado fanático. Por isso assista ao filme com reservas. Veja o bom cinema que John Ford conseguia fazer, mas não acredite em tudo o que se passa no filme. É uma excelente película, mas não inteiramente fiel aos fatos históricos.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 19 de abril de 2007
O Ladrão de Bagdá
Título no Brasil: O Ladrão de Bagdá
Título Original: The Thief of Bagdad
Ano de Produção: 1940
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Alexander Korda Films
Direção: Ludwig Berger, Michael Powell
Roteiro: Miles Malleson, Lajos Biró
Elenco: Conrad Veidt, Sabu, June Duprez, John Justin, Rex Ingram, Miles Malleson, Morton Selten
Sinopse:
Depois de ser enganado e expulso de Bagdá pelo malvado Jaffar, o rei Ahmad decide unir suas forças com um ladrão chamado Abu para recuperar seu trono, a cidade e a princesa que ama.
Comentários:
Esse filme "O Ladrão de Bagdá" até hoje impressiona por sua boa produção. Em um tempo em que a tecnologia de efeitos especiais ainda era muito rudimentar, eles ousaram fazer um filme que era pura fantasia, com os principais personagens dos contos da mil e uma noites. E o resultado ficou muito bom. Para se ter uma ideia o filme tem cenas extremamente bem realizadas, com cavalos voadores, um gênio da lâmpada gigante, aranhas imensas, etc. Tudo para a alegria da garotada dos anos 1940. Na literatura todos esses personagens não interagiam nas mesmas histórias, mas os roteiristas do filme decidiram pincelar o melhor deles para colocar em um mesmo enredo. Funcionou muito bem na sétima arte. Por fim é importante salientar que essa produção acabou sendo uma das mais influentes da época, dando origem, por exemplo, a uma série de filmes sobre o marujo Simbad, isso sem contar com o gênero de fantasia como um todo.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Thief of Bagdad
Ano de Produção: 1940
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Alexander Korda Films
Direção: Ludwig Berger, Michael Powell
Roteiro: Miles Malleson, Lajos Biró
Elenco: Conrad Veidt, Sabu, June Duprez, John Justin, Rex Ingram, Miles Malleson, Morton Selten
Sinopse:
Depois de ser enganado e expulso de Bagdá pelo malvado Jaffar, o rei Ahmad decide unir suas forças com um ladrão chamado Abu para recuperar seu trono, a cidade e a princesa que ama.
Comentários:
Esse filme "O Ladrão de Bagdá" até hoje impressiona por sua boa produção. Em um tempo em que a tecnologia de efeitos especiais ainda era muito rudimentar, eles ousaram fazer um filme que era pura fantasia, com os principais personagens dos contos da mil e uma noites. E o resultado ficou muito bom. Para se ter uma ideia o filme tem cenas extremamente bem realizadas, com cavalos voadores, um gênio da lâmpada gigante, aranhas imensas, etc. Tudo para a alegria da garotada dos anos 1940. Na literatura todos esses personagens não interagiam nas mesmas histórias, mas os roteiristas do filme decidiram pincelar o melhor deles para colocar em um mesmo enredo. Funcionou muito bem na sétima arte. Por fim é importante salientar que essa produção acabou sendo uma das mais influentes da época, dando origem, por exemplo, a uma série de filmes sobre o marujo Simbad, isso sem contar com o gênero de fantasia como um todo.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 18 de abril de 2007
A Volta de Drácula
Título no Brasil: A Volta de Drácula
Título Original: The Devil Bat
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Madison Pictures
Direção: Jean Yarbrough
Roteiro: John T. Neville
Elenco: Bela Lugosi, Suzanne Kaaren, Dave O'Brien, Guy Usher, Yolande Donlan, Donald Kerr
Sinopse:
O Dr. Paul Carruthers (Bela Lugosi) é um cientista louco que desenvolve uma loção, um produto químico desconhecido que faz com que seus morcegos gigantescos matem qualquer pessoa que ele ordene, em sua eterna sede de vingança.
Comentários:
O título nacional é completamente enganoso. Não se trata de um filme com o famoso conde vampiro Drácula. Na realidade a única ligação vem da presença de Bela Lugosi no elenco. Como se sabe esse ator se imortalizou interpretando Drácula no clássico filme da Universal. O problema é que ele acabou se viciando em drogas, foi demitido pelo estúdio e acabou se tornando alvo fácil de produtores picaretas que só queriam contratá-lo para estampar seu nome nos cartazes dos filmes. A grande maioria dessas produções eram de classe B ou Z, feitas sem orçamento ou cuidado. Muitos desses filmes eram exibidos em pequenos cinemas do interior, no estilo Kamikaze. Esse "A Volta de Drácula" é um exemplo perfeito disso. Indico o filme "Ed Wood" para que o cinéfilo entenda bem o contexto histórico de como esses filmes eram feitos.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Devil Bat
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Madison Pictures
Direção: Jean Yarbrough
Roteiro: John T. Neville
Elenco: Bela Lugosi, Suzanne Kaaren, Dave O'Brien, Guy Usher, Yolande Donlan, Donald Kerr
Sinopse:
O Dr. Paul Carruthers (Bela Lugosi) é um cientista louco que desenvolve uma loção, um produto químico desconhecido que faz com que seus morcegos gigantescos matem qualquer pessoa que ele ordene, em sua eterna sede de vingança.
Comentários:
O título nacional é completamente enganoso. Não se trata de um filme com o famoso conde vampiro Drácula. Na realidade a única ligação vem da presença de Bela Lugosi no elenco. Como se sabe esse ator se imortalizou interpretando Drácula no clássico filme da Universal. O problema é que ele acabou se viciando em drogas, foi demitido pelo estúdio e acabou se tornando alvo fácil de produtores picaretas que só queriam contratá-lo para estampar seu nome nos cartazes dos filmes. A grande maioria dessas produções eram de classe B ou Z, feitas sem orçamento ou cuidado. Muitos desses filmes eram exibidos em pequenos cinemas do interior, no estilo Kamikaze. Esse "A Volta de Drácula" é um exemplo perfeito disso. Indico o filme "Ed Wood" para que o cinéfilo entenda bem o contexto histórico de como esses filmes eram feitos.
Pablo Aluísio.
Bela Lugosi
Bela Lugosi
O ator que ficou extremamente famoso interpretando o Conde Drácula no cinema. Seu visual e figurinos entraram para sempre no universo da cultura pop. Uma imagem das mais marcantes na história do cinema.
terça-feira, 17 de abril de 2007
O Pássaro Azul
Título no Brasil: O Pássaro Azul
Título Original: The Blue Bird
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Walter Lang
Roteiro: Maurice Maeterlinck, Ernest Pascal
Elenco: Shirley Temple, Spring Byington, Nigel Bruce, Gale Sondergaard, Eddie Collins, Sybil Jason
Sinopse:
Mytyl e seu irmão Tyltyl, filhos de um lenhador, são conduzidos pela Fada Berylune em uma viagem mágica pelo passado, presente e futuro para localizar o Pássaro Azul da Felicidade. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor direção de fotografia (Arthur C. Miller) e Melhores Efeitos Especiais.
Comentários:
Esse ultra colorido musical "O Pássaro Azul" foi uma resposta da Twentieth Century Fox ao sucesso de "O Mágico de Oz". O estúdio queria o mesmo sucesso, a mesma aclamação da crítica. Inclusive o elenco contava com a estrela mirim Shirley Temple, que havia sido pedida em empréstimo pela Metro para estrelar justamente "O Mágico de Oz". A MGM tentou de todas as formas levar ela para interpretar a garota Dorothy, que com a sua recusa acabou indo parar nas mãos de Judy Garland. A Fox, claro, não quis emprestar sua pequena atriz, considerada a mais popular do estúdio na época. E o resultado foi esse. "O Pássaro Azul" é extremamente bem realizado, um show de cores vibrantes e números musicais bem elaborados. Só que não chegou nem perto do êxito de "O Mágico de Oz". É aquela coisa, um filme como aquele tinha seu encanto próprio, sua mágica inerente, não havia mesmo como reproduzir aquilo novamente, mesmo contando com o que de melhor Hollywood tinha em termos de elenco e produção. Um raio não cai mesmo duas vezes no mesmo lugar.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Blue Bird
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Walter Lang
Roteiro: Maurice Maeterlinck, Ernest Pascal
Elenco: Shirley Temple, Spring Byington, Nigel Bruce, Gale Sondergaard, Eddie Collins, Sybil Jason
Sinopse:
Mytyl e seu irmão Tyltyl, filhos de um lenhador, são conduzidos pela Fada Berylune em uma viagem mágica pelo passado, presente e futuro para localizar o Pássaro Azul da Felicidade. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor direção de fotografia (Arthur C. Miller) e Melhores Efeitos Especiais.
Comentários:
Esse ultra colorido musical "O Pássaro Azul" foi uma resposta da Twentieth Century Fox ao sucesso de "O Mágico de Oz". O estúdio queria o mesmo sucesso, a mesma aclamação da crítica. Inclusive o elenco contava com a estrela mirim Shirley Temple, que havia sido pedida em empréstimo pela Metro para estrelar justamente "O Mágico de Oz". A MGM tentou de todas as formas levar ela para interpretar a garota Dorothy, que com a sua recusa acabou indo parar nas mãos de Judy Garland. A Fox, claro, não quis emprestar sua pequena atriz, considerada a mais popular do estúdio na época. E o resultado foi esse. "O Pássaro Azul" é extremamente bem realizado, um show de cores vibrantes e números musicais bem elaborados. Só que não chegou nem perto do êxito de "O Mágico de Oz". É aquela coisa, um filme como aquele tinha seu encanto próprio, sua mágica inerente, não havia mesmo como reproduzir aquilo novamente, mesmo contando com o que de melhor Hollywood tinha em termos de elenco e produção. Um raio não cai mesmo duas vezes no mesmo lugar.
Pablo Aluísio.
Jovem e Inocente
Alfred Hitchcock foi um dos grandes diretores da história do cinema. Disso não restam dúvidas. Entretanto nem toda a sua vasta e importante filmografia é conhecida. Muitos filmes, principalmente em sua fase inicial, quando ainda trabalhava na Inglaterra, ainda são pouco conhecidos pelos cinéfilos da atualidade. Um exemplo disso podemos encontrar aqui, nessa produção da década de 1930, chamada Jovem e Inocente. Embora tenha sido lançado em DVD nos Estados Unidos e Europa, aqui no Brasil segue praticamente inédito. E do que se trata a trama do filme? Baseado no romance "A Shilling For Candles" de Josephine Tey, o filme narra os terríveis acontecimentos que surgem após a descoberta do corpo de uma atriz de cinema numa praia distante e deserta. O cadáver é encontrado pelo jovem escritor Robert Tisdall (Derrick De Marney) que não teve qualquer ligação com o crime, mas que passa a ser considerado suspeito pela polícia por causa de duas testemunhas que afirmam justamente o contrário.
Esse é considerado pela crítica como um dos mais bem elaborados filmes do mestre do suspense em sua fase britânica. Na época de lançamento de "Young and Innocent" a crítica se surpreendeu pelo domínio das técnicas de filmagens por parte do diretor Alfred Hitchcock. Na cena mais famosa, o cineasta usou uma grua enorme que passeia por cima dos convidados de um animado baile, tudo realizado sem cortes, em plano único. A câmera vai indo, até se concentrar em close no rosto do baterista do grupo musical, que mostra ter um tipo de tique nervoso nos olhos! A cena revelava de forma inovadora grande parte do mistério em torno do crime que é o foco principal da trama do roteiro (não se preocupe, não revelaremos mais sobre tudo o que acontece em termos de reviravoltas do roteiro, que é extremamente inspirado e bem escrito).
O mestre do suspense Alfred Hitchcock já desfila aqui no filme todas as nuances e detalhes que iriam fazer sua fama nos Estados Unidos, anos depois. O interessante é que o enredo parecia tão bom que Hitchcock cogitou realizar um remake na década de 60 nos estúdios Paramount, algo que só não foi em frente por causa de problemas relacionados a direitos autorais da obra original. Não faz mal, o filme já estava realizado, com muito talento aliás e certamente merece ser redescoberto hoje em dia pelos fãs desse grande mestre da sétima arte.
Jovem e Inocente (Young and Innocent, Inglaterra, 1937) Estúdio: Gaumont British Picture / Direção: Alfred Hitchcock / Roteiro: Charles Bennett / Elenco: Nova Pilbeam, Derrick De Marney, Percy Marmont / Sinopse: Jovem atriz inglesa é encontrada morta. Ela foi brutalmente assassinada. Quem seria o autor do crime? As suspeitas acabam caindo em cima de um homem inocente em toda a história.
Pablo Aluísio.
Esse é considerado pela crítica como um dos mais bem elaborados filmes do mestre do suspense em sua fase britânica. Na época de lançamento de "Young and Innocent" a crítica se surpreendeu pelo domínio das técnicas de filmagens por parte do diretor Alfred Hitchcock. Na cena mais famosa, o cineasta usou uma grua enorme que passeia por cima dos convidados de um animado baile, tudo realizado sem cortes, em plano único. A câmera vai indo, até se concentrar em close no rosto do baterista do grupo musical, que mostra ter um tipo de tique nervoso nos olhos! A cena revelava de forma inovadora grande parte do mistério em torno do crime que é o foco principal da trama do roteiro (não se preocupe, não revelaremos mais sobre tudo o que acontece em termos de reviravoltas do roteiro, que é extremamente inspirado e bem escrito).
O mestre do suspense Alfred Hitchcock já desfila aqui no filme todas as nuances e detalhes que iriam fazer sua fama nos Estados Unidos, anos depois. O interessante é que o enredo parecia tão bom que Hitchcock cogitou realizar um remake na década de 60 nos estúdios Paramount, algo que só não foi em frente por causa de problemas relacionados a direitos autorais da obra original. Não faz mal, o filme já estava realizado, com muito talento aliás e certamente merece ser redescoberto hoje em dia pelos fãs desse grande mestre da sétima arte.
Jovem e Inocente (Young and Innocent, Inglaterra, 1937) Estúdio: Gaumont British Picture / Direção: Alfred Hitchcock / Roteiro: Charles Bennett / Elenco: Nova Pilbeam, Derrick De Marney, Percy Marmont / Sinopse: Jovem atriz inglesa é encontrada morta. Ela foi brutalmente assassinada. Quem seria o autor do crime? As suspeitas acabam caindo em cima de um homem inocente em toda a história.
Pablo Aluísio.
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