quarta-feira, 4 de abril de 2007

Dentro da Noite

Título no Brasil: Dentro da Noite
Título Original: They Drive By Night
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Raoul Walsh
Roteiro: Jerry Wald, Richard Macaulay
Elenco: George Raft, Ann Sheridan, Ida Lupino, Humphrey Bogart, Gale Page, Alan Hale

Sinopse:
Os atores George Raft, Humphrey Bogart e Alan Hale interpretam motoristas de caminhão que carregam frutas e legumes para supermercados da cidade. Enquanto Raft envolve-se com a mulher (Lupino) do patrão, Bogart e Hale envolvem-se numa trama perigosa.

Comentários:
Um show de interpretação de Ida Lupino... Nas décadas de 30, 40 e 50 Hollywood fazia esse tipo de filme aos borbotões. Nesse em especial e com o ótimo Raoul Walsh na direção, a história gira em torno da vida de um grupo de caminhoneiros, seus dramas, o perigo das estradas, as noites viradas sem dormir e suas dívidas com os caminhões e com as cargas. George Raft e Humphrey Bogart são dois irmãos caminhoneiros que trabalham para um patrão déspota e desonesto. Paralelamente os dois também lutam para acabar de pagar o caminhão em que trabalham. No entanto a virada na vida dos dois estava próxima. Raft, por acaso, reencontra um velho amigo caminhoneiro que se transformara num rico empresário. O problema é que a mulher do empresário (Lupino) foi seu grande amor no passado. E depois de reencontrar o seu ex-grande amor, Lupino não vai deixar escapa-lo, nem que para isso ela tenha que dar um fim em seu casamento de fachada. Nota 8

Telmo Vilela Jr.

terça-feira, 3 de abril de 2007

Cuban Rebel Girls

Título no Brasil: Cuban Rebel Girls
Título Original: Cuban Rebel Girls
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: Exploit Films
Direção: Barry Mahon
Roteiro: Errol Flynn
Elenco: Errol Flynn, Beverly Aadland, John McKay, Marie Edmund, Ben Ostrowsky, Reynerio Sanchez

Sinopse:
O famoso ator e astro de Hollywood Errol Flynn vai até Cuba como correspondente de guerra para cobrir os eventos da revolução cubana in loco. Com colaboração de Fidel Castro ele registra a luta do ditador comunista contra as forças corruptas de Fulgencio Batista.

Comentários:
Esse foi o último filme de Errol Flynn. Não dá para entender muito bem porque ele se envolveu em um projeto como esse. Nunca havia sido o foco de sua carreira filmes desse estilo, com teor político. Com claras simpatias ao guerrilheiro e revolucionário Fidel Castro, Flynn fez uma obra controversa! A proposta é tecnicamente ser uma produção que mescle aventura com documentário, mas o resultado é fraco, não conseguindo ser um bom filme em nenhum dos gêneros pelos quais tenta pertencer. Corroído pelo alcoolismo, o astro de Hollywood surge como uma sombra de si mesmo, nesse que é considerado o pior filme de sua longa filmografia. Sem dúvida uma despedida melancólica para um superstar do passado como ele. É um produção que pouca gente viu, que não chegou a ser lançado no Brasil na época. Bom, pelo resultado do que se vê na telas tudo o que podemos dizer é que nesse caso pelo menos as distribuidoras brasileiras tiveram razão, já que o filme não tinha mesmo potencial comercial. Enfim, esqueça esse deslize e procure conhecer apenas os grandes filmes da carreira de Flynn na Warner. Nas aventuras de sete mares ele foi imbatível. Nesse filme de teor político ele se perdeu completamente.

Pablo Aluísio.

Amar Foi Minha Ruína

Drama romântico ao velho estilo. Aqui temos uma trama trágica, embalada em uma espécie de novelão americano. Tudo começa quando em uma viagem de trem o escritor Richard Harland (Cornel Wilde) conhece a bonita e fina Ellen Berent (Gene Tierney). Curiosamente ela está lendo seu livro. Sem se identificar o autor acaba puxando conversa o que gera um flerte casual. Depois descobre que está indo passar o fim de semana no mesmo rancho para onde a bela mulher se dirige. O romance então se torna inevitável. O problema é que ela é noiva de um promotor público em ascensão (em ótima caracterização de Vincent Price, ator que se tornaria famoso por sua carreira em filmes de terror). Isso porém não impede o amor entre ambos que em pouco tempo decidem se casar! O casamento se mostra promissor. Eles realmente são apaixonados um pelo outro mas aos poucos a verdadeira personalidade de Ellen começa a se revelar. Ela é possessiva, obsessiva e muito perturbada. Logo imagina haver uma atração entre seu marido e sua irmã, embora de fato não haja nada entre os dois.

O pior acontece entre a bela amizade envolvendo Richard e seu irmão Danny (Darryl Hickman), um jovem deficiente físico que logo cai na antipatia de Ellen. Ela o vê como um obstáculo para a plena atenção que seu marido deve sempre lhe dar. Não demora muito e ela arma uma cilada terrível para o pobre cadeirante. Depois, tentando salvar o casamento, fica grávida, mas logo cria uma sinistra antipatia sobre seu próprio filho no ventre o que dará origem a uma decisão terrível. Os acontecimentos vão se sucedendo até o climax, brutal e desesperado. "Amar Foi Minha Ruína" não poupa o espectador. É de fato uma dramalhão pesado, com tintas escuras, que mostra o lado mais vil e perverso de certas pessoas. 

A personagem  Ellen é um símbolo disso. Mulher sem ética e qualquer valor humano, capaz das piores barbaridades para segurar um marido que já não a ama. A boa atuação da atriz Gene Tierney lhe valeu uma indicação ao Oscar. Apesar disso e da tensão constante em cada cena o filme é muito recomendado para quem deseja conhecer o cinema romântico americano da década de 1940. Outro ponto que conta muito a favor dessa adaptação é seu inegável valor nostálgico e vintage. Roupas, carros, costumes, cenários (grande parte das cenas foi rodada em um belo lago afastado) dá aquele sabor maravilhoso de nostalgia, mesmo que seja de uma época não vivida. Assim fica a indicação desse "Amar Foi Minha Ruína", um daqueles filmes antigos que não tinham vergonha de seu melodrama indisfarçável.

Amar Foi Minha Ruína (Leave Her to Heaven, Estados Unidos, 1945) Direção: John M. Stahl / Roteiro: Jo Swerling, baseado na obra de Ben Ames Williams / Elenco: Gene Tierney, Cornel Wilde, Jeanne Crain, Vincent Price / Sinopse: O filme narra o romance, o casamento e o desfecho trágico de um amor obsessivo.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Boêmio Encantador

Título no Brasil: Boêmio Encantador
Título Original: Holiday
Ano de Produção: 1938
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: George Cukor
Roteiro: Donald Ogden Stewart, Sidney Buchman
Elenco: Katharine Hepburn, Cary Grant, Doris Nolan, Lew Ayres, Edward Everett Horton, Henry Kolker

Sinopse:
Rapaz se apaixona por uma garota rica. Ela corresponde aos seus galanteios, mas ele teme ser rejeitada pela sua família milionária. Para superar essa situação delicada, ele decide elaborar um plano para ser executado durante um feriado muito especial. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção de arte (Stephen Goosson e Lionel Banks).

Comentários:
Comédia romântica sofisticada da década de 1930 em que se destacam o elenco e a direção sempre muito elegante do mestre George Cukor. O casal formado pelos sempre ótimos Katharine Hepburn e Cary Grant esbanja charme e elegância em cena. Muito jovens ainda, eles são o destaque dessa romântica produção. O roteiro tem uma certa ingenuidade, própria da época. Isso porém não é problema, mas um charme nostálgico a mais. Na verdade ele se apoia em um tipo de inocência social que hoje em dia soa até esquisito e sem muito nexo. Mesmo assim o espectador deve ter em mente que está assistindo a um filme que foi produzido há mais de 80 anos e por isso deve tentar se adequar ao contexto histórico social em que ele foi realizado. Por falar nisso um dos problemas que o cinéfilo terá que enfrentar é a má qualidade das cópias que sobreviveram ao desafio do tempo. Algumas versões foram restauradas, porém problemas ainda persistem. O diretor Martin Scorsese trabalhou com sua equipe na restauração de filmes antigos e esse "Holiday" foi um deles. O resultado melhorou muito a qualidade da imagem e do som, mas obviamente por ser tão antigo há um limite para esse tipo de melhoria. Assim se você se interessa pela história do cinema não deixe de ver "Boêmio Encantador", nem que seja para apenas conhecer os trejeitos sociais daqueles tempos ou ver dois mitos do cinema ainda jovens e esbanjando sedução e charme em cena, tudo embalado por um fino humor dos anos 1930.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de abril de 2007

Um Tiro na Noite

Título no Brasil: Um Tiro na Noite
Título Original: Blow Out
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Brian De Palma
Roteiro: Brian De Palma
Elenco: John Travolta, Nancy Allen, John Lithgow, Deborah Everton, Dennis Franz, John McMartin

Sinopse:
O filme "Um Tiro na Noite" conta a história de Jack (Travolta), um operador de som que durante uma noite acaba gravando, de forma acidental, o som de um tiro dado poucos segundos antes de um carro cair de uma ponte. Seria a prova de que se trataria na verdade de um assassinato e não de um simples acidente de carro. Com uma prova tão importante em mãos ele passa então a sofrer risco de vida, pois se torna alvo dos verdadeiros assassinos.

Comentários:
O filme traz um Brian De Palma em grande forma. Poderia ir além e dizer até mesmo que a trama do filme era tão boa que poderia dar origem a uma produção de suspense dirigido pelo mestre Alfred Hitchcock. Pena que isso foi impossível na época, pois o veterano diretor inglês já estava morto quando esse filme foi realizado. Ficou a tarefa então para De Palma, já naquela época comparado ao mestre do suspense, sendo apontado como seu legítimo sucessor. Em sua fase mais criativa, isso poderia ser até justificado, com um pouco de boa vontade. O roteiro usa poucos segundos, quando um som de tiro é gravado na madrugada, por mero acidente, para desenvolver toda a sua história. O protagonista, interpretado por um Travolta tentando se dissociar de seus rebolados em filmes como "Os Embalos de Sábado à Noite", é apenas o sujeito errado no lugar errado. E ele terá que pagar caro por isso, pois pessoas importantes querem destruir sua gravação, que se tornou a prova mais importante desse crime. Em seu lançamento original "Blow Out" foi bastante elogiado pela crítica, mas o público não soube valorizar o bom filme que estava em cartaz, fazendo com que a bilheteria fosse decepcionante. Só alguns anos depois quando o filme foi novamente exibido na TV e lançado em VHS é que finalmente se tornou mais popular entre os cinéfilos. Antes tarde do que nunca.

Pablo Aluísio.

Peter Pan

Título no Brasil: Peter Pan
Título Original: Peter Pan
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney
Direção: Clyde Geronimi, Wilfred Jackson, Hamilton Luske
Roteiro: Ted Sear, Erdman Penner, Bill Peet
Elenco: Bobby Driscoll, Kathryn Beaumont, Hans Conried, Bill Thompson, Heather Angel, Candy Candido

Sinopse:
Baseado na peça teatral escrita por J.M. Barrie em 1901, a animação "Peter Pan" conta a história do menino que se recusava a crescer. Ao lado de Wendy e seus dois pequenos irmãos eles partem para a Terra do Nunca onde vivem grandes aventuras e desafios, enfrentando o vilão Capitão Gancho. Filme indicado no Cannes Film Festival na categoria Grand Prize of the Festival.

Comentários:
Essa animação da era de ouro dos estúdios de Walt Disney foi seguramente a mais complicada de se produzir. A ideia de realizar o filme surgiu na mente de Disney ainda na década de 1940. Ele contratou os diretores, roteiristas, animadores e tudo estava pronto para ser produzido quando os Estados Unidos entraram na II Guerra Mundial. Isso fez com que os trabalhos fossem interrompidos por anos! Só no começo da década de 1950 é que Disney voltou ao velho projeto de Peter Pan. E aí começaram novos problemas. Ele não conseguia gostar de nenhum roteiro. Demitiu o diretor da animação, contratou outro e os problemas continuaram. No total Peter Pan teve 4 diretores ao longo de sua produção e um monte de roteiristas. O resultado de tanto trabalho e dor de cabeça para Disney foi realmente uma obra de arte. Não há arestas a se ver no resultado final pois a genialidade de Disney deixou tudo bem perfeito. Até hoje a animação segue sendo imbatível, vencendo de goleada de todas as versões que vieram depois dela, inclusive das versões com atores reais. Temos aqui a versão definitiva de Peter Pan para o cinema. Nada superou essa animação que pode ser considerada facilmente uma das cinco melhores da história dos estúdios Disney. Simplesmente irretocável.

Pablo Aluísio. 


sexta-feira, 30 de março de 2007

Marilyn Monroe – Reflexões de uma Estrela

Marilyn Monroe – Reflexões de uma Estrela - Marilyn sofreu bastante preconceito em sua escalada para o sucesso. Dizia-se que era pouco inteligente, nada perspicaz. O fato de geralmente interpretar loiras burras aumentou ainda mais essa equivocada visão. No fundo porém nada justificava esse tipo de pensamento. Por baixo do cabelo loiro havia também uma mulher muito instintiva, esperta, observadora, que sabia de seus falhas (educacionais, dramáticas, etc) e que por essa razão tentou melhorar bastante como ser humano e atriz. As frases de Marilyn Monroe abaixo revelam alguns de seus pensamentos mais interessantes. Em reflexões simples, mas cheios de significado, a atriz tentava entender sua própria celebridade e tudo aquilo que a transformou em um dos maiores símbolos sexuais da história do cinema americano. Particularmente sempre achei a personalidade de Marilyn muito cativante – e por isso suas frases ecoam muito bem, até hoje. E então Marilyn, o que foi que você disse mesmo?

 “O talento se cultiva na intimidade”

“A sexualidade só é atraente quando é natural e espontânea”

“Você já esteve numa casa com 40 quartos? Bom, então multiplique minha solidão por 40”

“Kinsey disse que uma mulher só começa a viver plenamente aos 30 anos. É uma boa notícia, além do mais é verdadeira”

“Representar para mim era uma verdadeira agonia e também a suprema ventura”

“Nunca fui cuidada. Sempre cuidei de mim mesma”

“O sexo não é errado se há amor nele”

“Porque resolvei estudar arte dramática? Muito simples, eu assisti a todos os meus filmes!”

“Se cem por cento dos críticos dissessem que eu não tinha talento isso me daria a certeza que cem por cento deles estavam errados”

“Se sou uma estrela foi o público que me fez uma estrela... não o estúdio, mas o público”

“Eu jamais me considerei uma mercadoria, que se vende e que se compra”

“Quero permanecer apenas na fantasia do homem comum”

“Quando somos famosas cada um de nossos defeitos é amplificado ao máximo”

“A celebridade não significa felicidade”

“Sinceramente eu acredito que cada um tem o sucesso que merece”

“A fama um dia passará. Então direi adeus fama! Sempre soube que você não valia grande coisa”

“A fama é como caviar. Muito agradável, até deliciosa, mas todos os dias enjoa”

“Uma atriz é um instrumento delicado, como um violino”

“Não me importo em viver num mundo feito por e para homens, desde que eu possa continuar a ser uma mulher”

“Uma mulher que saiba ser sensual naturalmente não precisa de vestidos finos. Ela ficará charmosa até mesmo em um macacão de fábrica”

“Sou egoísta, impaciente e um pouco insegura. Cometo erros, sou um pouco fora do controle e às vezes difícil de lidar, mas se você não sabe viver com o meu pior, então com certeza, você não merece o meu melhor!”

"Não me falta homem, o que me falta é amor."

“O sexo faz parte da natureza. Eu só sigo a natureza.”

“A humanidade foi feita para ser feliz. Eu gostaria de ser feliz”.

Pablo Aluísio.

James Dean - Reflexões de um Rebelde

James Dean sempre teve uma paixão em sua vida, falar ou escrever sobre reflexões de si próprio ou das pequenas nuances da sua existência. Seus rascunhos trazem uma visão bastante complexa para um jovem de apenas 24 anos. O ator em diversos momentos dos escritos fala de sua mãe Milred, dos seus amigos mais íntimos, das durezas de se tornar um ator e o caminho até chegar ao sucesso. Alguns dos pensamentos a seguir foram tirados de cartas e textos pessoais, outros de entrevistas. E aí Jimmy, o que foi que você disse mesmo?

"Talvez possa parecer loucura, egoísmo, ou algo parecido, mas acho que existe apenas uma forma de grandeza para o homem. Se um homem puder ultrapassar o abismo entre a vida e a morte, se conseguir viver depois que morreu, então, talvez tenha sido um grande homem. Quando falam sobre sucesso, falam sobre chegar ao topo. Bem, na minha opinião não há topo. É preciso continuar sempre, nunca parar em ponto nenhum. Para mim, o único sucesso, a única grandeza para o homem, é a imortalidade.”

“Ter o trabalho lembrado na história, deixar alguma coisa nesse mundo que dure séculos... Isso é grandeza! Quero crescer longe do mundo mesquinho que existimos. Quero deixar tudo para trás, todas as coisas mesquinhas sobre assuntos frívolos, coisas que estarão completamente esquecidas daqui a 100 anos, de qualquer forma.”

“Existe um nível, acima do qual tudo é sólido e importante. Tentarei chegar lá e encontrar um lugar perto da perfeição, um lugar onde todo esse mundo confuso deveria estar, e poderia estar, se tivesse tempo de aprender."

"Representar é para mim a maneira mais lógica de me livrar das minhas neuroses. Os atores representam para expressar suas fantasias e os fantasmas de que são prisioneiros"

"Minha mãe morreu deixando tudo nas minhas costas"

"Aprendi desde cedo que um dos impulsos mais profundos do ser humano é o desejo de ser apreciado, a vontade de ser amado, estimado, e ser uma pessoa procurada"

"Gosto dos animais porque me aceitam tal como sou. Ou gostam ou não gostam de nós, mas nunca nos julgam"

"Ao volante me sinto uma estrela, mas com preocupações aterradoras. Por isso devo todas as minhas vitórias à minha ansiedade"

"É próprio do homem ser prisioneiro de miragens que estão fora de seu alcance"

"Não entendo como as pessoas conseguem ficar na mesma sala que eu. Sei que eu não agüentaria a mim mesmo"

"Acho que não existe nada que não se consiga fazer quando a gente se dedica completamente. A única coisa que impede as pessoas de conseguirem o que elas querem, são elas mesmas. Elas colocam muitas barreiras no caminho. É como se tivessem medo de serem bem sucedidas. De uma certa forma, acho que sei porquê. Existe uma quantidade enorme de responsabilidades que vem com o sucesso, e quanto maior o sucesso, maior a responsabilidade. As pessoas não querem este tipo de responsabilidade”

"Existem algumas coisas na vida que simplesmente não podemos evitar, atraímos nosso próprio destino... fabricamos nossa sorte"

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 29 de março de 2007

Esther Williams

Esther Williams
Segue texto que escrevi na ocasião da morte da atriz Esther Williams: Uma das atrizes mais populares da chamada era de ouro do cinema americano faleceu no último dia 6 de junho em sua mansão em Beverly Hills. Esther Williams nasceu em Inglewood, Califórnia, no dia 8 de agosto de 1921. Atlética, dona de um porte físico privilegiado, ela tentou conciliar a carreira de atriz com a de nadadora. Estreou no cinema em 1942 no filme “A Dupla Vida de Andy Hardy” mas encontrou seu papel ideal, que marcaria toda sua carreira, apenas dois anos depois em “Escola de Sereias”.

A partir daí não parou mais, quase sempre apresentando elaboradas coreografias náuticas que encantavam o grande público. A critica não levava seus personagens e seus filmes muito à sério mas a plateia adorava, proporcionando a ela grandes sucessos de bilheteria em série. Os títulos de suas fitas eram bem sugestivas: A Filha de Netuno, A Sereia e o Sabido, Eva na Marinha, A Rainha do Mar, Numa Ilha com Você, etc.

No fundo eram variações da mesma personagem em roteiros bem parecidos, onde uma história de amor virava pano de fundo para maravilhosas cenas em piscinas azuis (que eram perfeitas para o berrante technicolor da época). Depois de um certo período como era de se esperar a fórmula se desgastou e Esther Williams partiu para conquistar outros desafios. Curiosamente ela realizou poucos filmes em sua carreira (33 no total) se despedindo do cinema em 1961. Preferiu manter a imagem de eterna sereia do que definhar na vista de seu público querido. Não importa, fica aqui nossa homenagem para essa estrela, que era acima de tudo um símbolo de um tempo em que Hollywood era bem mais inocente e estelar.

O Melhor de Esther Williams
Escola de Sereias (1944)
Quem Manda é o Amor (1946)
Saudade de Teus Lábios (1947)
Numa Ilha com Você (1948)
A Bela Ditadora (1949)
Eva na Marinha  (1952)
A Rainha do Mar (1952)
Salve a Campeã (1953)
Na Voragem de uma Paixão (1956)

Pablo Aluísio. 

Rick Nelson

Nascido Eric Hilliard Nelson na cidade de Teaneck, New Jersey (EUA) em 8 de maio de 1940, Rick Nelson - codinome que carregou pelo resto da vida - era filho de pais artistas. Sua mãe Harriet Nelson e seu pai Ozzie Nelson eram líderes de uma banda nos anos 40. Em 1944, os dois estrearam no rádio o programa: The Adventures of Ozzie and Harriet, no qual seus filhos eram interpretados por atores. Só em 1949, Rick (então com 9 anos) e seu irmão David começaram a atuar no programa dos pais, que durou até 1954. No entanto, dois anos antes, o show foi parar na televisão onde se tornou um sucesso estrondoso, ficando no ar entre 1952 e 1966. Foi exatamente neste período na TV que Rick ganhou o apelido de "garoto prodígio". Na verdade, Rick Nelson não sonhava em ser cantor, seu sonho de vida era ser ator. Porém em 1957 o "garoto prodígio", então com 17 anos, para impressionar uma fã de Elvis Presley, resolveu gravar seu primeiro single chamado, I'm Walkin. Pronto!...Rick sem saber tinha acabado de esfregar a lâmpada maravilhosa. Bastou tocar a música na TV para que o disco vendesse como água no deserto: chegou ao quarto lugar nas paradas com mais de 1 milhão de cópias vendidas.

De 1957 a 1962, Rick Nelson - que não sonhava em ser cantor - teve 30 hits nos top 40, uma façanha monumental, superada na época apenas por Elvis Presley e Pat Boone. Em agosto de 1958 quando a Billboard instituiu a parada Hot 100, o primeiro single a chegar ao primeiro lugar foi "Poor Little Fool", do garoto prodígio, Rick Nelson. Em 1963, Rick assinou um contrato de 20 anos com a Decca Records. Chegou a experimentar algum sucesso na nova empresa, mas foi desbancado pela chamada "invasão britânica" dos anos 60. Ou seja: Beatles e Rolling Stones. Em meados da década de 60, Rick começou a mergulhar em um novo ritmo: a música country. Tornando-se um dos seus precursores. Com o novo ritmo, Rick só voltou às paradas em 1970 quando regravou a música She Belong to Me, de Bob Dylan, ao lado da Stone Canyon Band. Em 1972, chegou pela última vez às paradas de sucesso com a música Garden Party, que escreveu depois de ser vaiado por uma platéia, no famoso Madison Square Garden. Com Garden Party, Rick conseguiu o sexto lugar na Hot 100 e o primeiro na Billboard Adult Contemporary Chart.

Carreira no cinema
A estréia de Rick Nelson no cinema foi uma extensão do trabalho na TV com a "Família do Barulho" (Here Come the Nelsons - 1952). No ano seguinte participou de um dos segmentos de "A História de Três Amores" (The Story of Three Loves - 1953), dirigido por Vincent Minnelli. Em 1959 Rick Nelson viveu o pistoleiro Colorado no seu filme mais famoso: "Onde Começa o Inferno" (Rio Bravo - 1959) clássico do western americano, dirigido por Howard Hawks e com John Wayne e Dean Martin encabeçando um elenco estelar. Na comédia "O Pior Calhambeque do Mundo" (The Wackiest Ship in the Army - 1960), foi protagonista ao lado de Jack Lemmon, no papel de um jovem oficial da marinha. Em 1965 estrelou Love and Kisses filme dirigido pelo seu próprio pai, Ozzie. Daí em diante Rick viu sua carreira no cinema descer ladeira abaixo. Sua última aparição foi no western dirigido por Don Siegel, "O Último Pistoleiro" (The Shootist -1976) que por coincidência foi também o último filme do mítico John Wayne.

Na TV as atuações de Rick Nelson, também foram bem modestas, principalmente depois dos anos 60. Nos anos 70 participou de duas séries famosas: "São Francisco Urgente" (The Streets of San Francisco - 1973) série estrelada pelos astros Michael Douglas e Karl Malden, além da série "O Barco do Amor" (The Love Boat - 1978). No início dos anos 80, Rick ainda gravava de forma periódica, mas sua principal fonte de renda eram shows realizados em clubes, bares e feiras estaduais, onde atraía uma quantidade enorme de fãs que ainda se lembravam de seus dias de ídolo adolescente. No início de 1985, Rick se uniu a um bem-sucedido "tour nostálgico de rock" por toda a Inglaterra; o sucesso foi enorme. De volta aos EUA tentou repetir o sucesso que tivera em solo inglês. Iniciou a turnê pelo sul e mais uma vez obteve êxito. Em 31 de dezembro de 1985, após fazer um show em Guntersville no Alabama, o avião em que Rick Nelson viajava, caiu em Dallas no Texas decretando a morte do garoto prodígio que um dia chegou a ser chamado por muitos de o novo Elvis Presley. Rick Nelson morreu aos 45 anos de idade.

Telmo Vilela Jr.