sábado, 24 de março de 2007

Marlon Brando


Marlon Brando
Em 1972, o ator Marlon Brando fez um dos seus filmes mais polêmicos. Estou me referindo ao hoje clássico o último tango em Paris. Um filme intimista, perturbador e polêmico desde sua estreia nas telas de cinema. A crítica adorou o resultado. O público ficou chocado. Principalmente depois que foi revelado que uma das atrizes havia sido propositalmente violentada, em plena cena. Verdade ou mentira? Até hoje, a questão levanta dúvidas em todos os cinéfilos.

Pablo Aluísio.


Rock Hudson e Doris Day

Rock Hudson e Doris Day brilharam nas telas durante a década de 60. Juntos realizaram três filmes de grande sucesso: "Confidências a Meia Noite", "Volta Meu Amor" e "Não Me Mande Flores". Além dos sucessos de bilheteria se deram muito bem também fora das telas. Rock e Doris se divertiram muito nos sets de filmagens. O ator relembra: "Fazer filmes com Doris Day era um enorme prazer. Para mim aquilo não era trabalho. Não havia um único dia em que eu não me divertia muito! Ela era espirituosa, alegre, animada e tinha um talento para comédias como eu nunca tinha visto antes".

Fazer comédias ao lado de Doris Day era naquela altura de sua carreira uma mudança e tanto. Rock vinha de vários sucessos em aventuras, alguns faroestes e principalmente em dramas dirigidos por Douglas Sirk. De ator dramático e sério para comediante era grande reviravolta nos rumos de sua filmografia mas Rock topou o desafio e não se arrependeu. De fato os filmes que realizou ao lado de Doris deram tão certo que o ator resolveu investir na década de 60 em filmes nessa linha como "Quando Setembro Vier", "O Esporte Favorito do Homem" e "Um Favor Muito Especial". De repente Rock havia se tornado o ator número 1 de Hollywood para comédias românticas e maliciosas.

Rock e Doris continuaram amigos até o fim de suas vidas. Na década de 80 Doris estava falida após diversos divórcios com homens que acabaram levando tudo o que ela tinha ganho em anos de trabalho. Tentando uma saída ela migrou para a TV. Na estreia de um de seus novos programas chamado "Doris Day and Friends" resolveu convidar o amigo Rock Hudson para dar uma força em sua audiência. Ela não sabia porém que Rock estava seriamente doente naquela ocasião. Corroído pela AIDS, muito magro e abatido se surpreendeu com o convite da amiga. Rock sabia que surgir publicamente com aquele aspecto físico seria terrível para sua imagem mas mesmo assim não recuou. Querendo ajudar Doris Day de todas as formas apareceu para gravar ao lado da amiga. Foi a última aparição pública de Rock Hudson. Um gesto de coragem sem dúvida, mas muito mais uma atitude de carinho e devoção para com sua querida amiga Doris Day. Foi um belo final para uma amizade muito especial.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de março de 2007

Marilyn Monroe - My Story

A vida de Marilyn Monroe já deu origem a diversos livros publicados ao longo de todos esses anos. Aliás a bibliografia sobre a atriz é tão grande que um fã dela poderia montar toda uma biblioteca apenas com os títulos enfocado a vida e os filmes dessa grande estrela de Hollywood. Todos os anos novos livros são lançados no mercado. Um dos mais interessantes e diferenciados foi justamente esse que recebeu o título de "Marilyn Monroe - My Story". O mais interessante aqui é o fato de que foi feito uma ampla pesquisa em busca de textos escritos pela próprio Marilyn Monroe. Uma forma de trazer a sua visão de mundo e os pensamentos que cultivava embaixo de seus famosos cabelos loiros platinados. E foi justamente esse material que serve de base para esse livro.

Para qualquer lugar que ia, Marilyn Monroe levava sempre a tiracolo um pequeno caderno de anotações. Era lá que ela deixava pequenos lembretes, frases interessantes que ouvira e, é claro, pensamentos diversos. Na vida diária Marilyn era bem bagunçada e muitas vezes as coisas que escrevia iam ficando pelo meio do caminho, papéis espalhados por seu camarim, na sua casa e nos sets de filmagem. De posse de grande parte desse material avulso surgiu esse livro "My Story" praticamente uma autobiografia da atriz que espalhou ao longo do livro várias impressões do mundo ao seu redor, além de aproveitar para contar um pouco de sua biografia.
 
Em primeira pessoa Marilyn vai relembrando da sua complicada infância, toda passada em lares adotivos (sua mãe enlouquecera quando ela era apenas uma garotinha) e os problemas que enfrentou ao longo de sua vida. Descobrimos, por exemplo, que a paixão de Marilyn pelo cinema nasceu de um fato curioso. Sua mãe adotiva na época queria se encontrar com algum namorado e por isso dava a ela o dinheiro para ir ao cinema, uma vez que era uma diversão barata e segura. O importante era deixar a garota fora de casa enquanto sua mãe adotiva recebia seu amante. Assim Marilyn acabou tomando gosto pela sétima arte ao ponto inclusive de pensar que um dia, quem sabe, poderia se tornar uma grande estrela das telas.

Depois de um casamento precoce e fracassado com seu primeiro marido ela pegou suas malas e partiu para Hollywood. Queria insistir em realizar seu sonho de adolescência. Em outros relatos Marilyn fala abertamente sobre o começo de sua vida sexual, inclusive contando abusos que sofrera enquanto ia passando pela adolescência. Alguns desses relatos são vistos hoje com certa reserva por biógrafos da atriz. Isso porque Marilyn muitas vezes fantasiava sobre seu próprio passado com clara intenção de angariar simpatias em sua escalada ao estrelado em Hollywood. Para Monroe o que importava era ganhar mais um aliado e por isso as histórias de órfã abandonada e abusada eram tão importantes, afinal elas também abriam portas na capital do cinema.

Anos depois da morte da atriz um grupo de historiadores procurou por evidências e pessoas citadas por Marilyn e se descobriu, por exemplo, que algumas delas citadas em seu livro não existiam na vida real. A atriz tinha verdadeira obsessão por seu pai e chegou a escrever que o procurou e o encontrou em um rancho na Califórnia, mas ele disse a ela que fosse embora. Para muitos biógrafos essa história contada por Marilyn a diversas pessoas, era completamente inventada por Marilyn, sem base nenhuma na realidade. Ela na verdade nunca chegou a conhecer seu pai e nem ter certeza sobre quem ele era. Apenas desconfiava que fosse um major que havia namorado sua mãe. Porém certeza sobre isso não havia.

Dessa maneira recomenda-se ao leitor que for passar pelas páginas desse livro de relatos "My Story" um certo discernimento. Quando a coisa lhe parecer mais um conto de fadas trágico é quase certo que a atriz simplesmente inventou tudo. Mesmo assim, com essa ressalva, o livro é bem importante, inclusive do ponto de vista histórico, pois as páginas escritas por Marilyn trazem o único registro documentado do que ela pensava, sentia e até mesmo inventava. Um registro importante de um dos maiores mitos da história do cinema.

Marilyn Monroe - My Story / Autora: Marilyn Monroe e Ben Hechet / Editora: Taylor Trade Publishing / Sinopse: Livro que procura resgatar textos escritos pelo atriz Marilyn Monroe ao longo de sua vida. O livro traz pela primeira vez grande parte desse material que estava disperso e espalhado por diversos outros livros e artigos publicados pela imprensa americana.

Pablo Aluísio.   

A Morte de Judy Garland

A eterna Doroth de "O Mágico de Oz" teve uma morte bem triste. Judy foi uma das estrelas mais populares da MGM. Ela começou a carreira artística muito cedo, pressionado pela mãe, uma pessoa má que a forçava trabalhar sem descanso, segundo suas próprias palavras. A verdade é que ela nunca chegou a ter infância e juventude, como outras pessoas de sua idade. Sempre havia a pressão do trabalho, dia após dia. Em determinados momentos das filmagens ela chegava a trabalhar por até 17 horas diárias! Um absurdo. Só com altas doses de anfetaminas ela conseguia cumprir todas as obrigações.

Com tanta cobrança ela acabou se viciando em pílulas dadas pelos próprios executivos da MGM. As tais bolinhas eram consumidas em grandes quantidades. Até porque Judy tinha que cantar, dançar e atuar de forma impecável. O tempo passou, inúmeros casamentos fracassaram e suas finanças quebraram. Quando passou dos trinta anos de idade ninguém mais queria contratá-la em Hollywood.  A outrora estrela da MGM começou a cantar em pequenos bares por cachês irrisórios, coisa de 150 dólares por noite. Segundo algumas informações ela tentou se matar mais de 25 vezes ao longo de sua vida.

No final de sua vida ela estava falida, endividada, tentando fazer seu quinto casamento dar certo. Foi a Londres em busca de uma proposta. Uma rede de cinemas queria usar seu nome, mas depois desistiu. Foi um baque para a pobre Judy pois ela estava contando com esse dinheiro para pagar suas dívidas. Pior do que isso, ela estava magra demais, frágil, sem estrutura física ou psicológica para enfrentar tanto stress. O relacionamento com os filhos era complicado. Nenhum deles compareceu ao seu último casamento. Nenhum dos filhos mais fazia parte de sua vida pois havia muitas brigas no passado a se superar.

E como morreu a estrela Judy Garland? A causa oficial foi overdose de drogas. Ela acabou sendo encontrada morta no banheiro de um apartamento, após o que se supõe ter sido uma overdose acidental de drogas prescritas. Ela não conseguia mais dormir direito e após anos e anos de abusos com drogas precisava sempre aumentar ainda mais as dosagens. Judy foi ao banheiro pela madrugada, mas perdeu a consciência e caiu para a frente. Seu marido não notou sua ausência e só no dia seguinte foi até lá, a encontrando morta. Segundo os peritos Judy já estava morta há horas, já apresentando sinais de rigidez cadavérica.

A autópsia revelou que ela tomou uma dose fatal de barbitúricos. Esse tipo de droga sempre foi extremamente prejudicial, viciante e perigosa pois até mesmo um pequeno erro na dosagem poderia ser fatal. Nos anos 60 ainda era receitada com certa regularidade, sendo que hoje em dia só é indicada em casos extremos. Também apresentou uma magreza extrema, pois provavelmente estava desnutrida. Amigos próximos disseram após sua morte que ela desenvolveu um trauma alimentar desde a adolescência, pois os produtores geralmente a acusavam de estar gorda. Com isso Judy passou a ter medo de comer, o que acabou arruinando seu organismo com o passar dos anos. Ela passava dias sem comer nada! Provavelmente sofria de uma bulimia não diagnosticada. Judy teve uma morte trágica, mas jamais será esquecida pelos amantes da sétima arte, pois ela estrelou alguns dos maiores clássicos da história do cinema.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 22 de março de 2007

A Morte de Rock Hudson

Rock Hudson nunca foi uma pessoa muito disciplinada. A coisa piorava quando se tratava de sua saúde. Após ser diagnosticado com AIDS ele foi até Paris para participar de um tratamento experimental e de fato após tomar todas as novas drogas teve uma aparente melhora em sua saúde. O problema é que Rock interpretou isso como uma espécie de cura, de que a AIDS enfim não era tão terrível como todos diziam. Em pouco tempo começou a beber muito novamente e a fumar - duas coisas que os médicos franceses tinham proibido.

A indisciplina em relação ao modo de vida piorou seu quadro de saúde e em pouco tempo Rock perdeu muito peso, ficou com aspecto doentio e aparência envelhecida. Mal se podia reconhecer a imagem do galã de Hollywood do passado. Pior do que isso, Rock deixou de lado a disciplina em relação aos remédios e isso consolidou novamente uma brusca queda em sua saúde. Decidiu ir até o deserto de Nevada, para tirar férias próximo a Las Vegas, mas a viagem foi interrompida pois ele passou muito mal, não conseguindo mais se alimentar direito. Ele havia alugado um velho jipe, para ter uma aventura, mas quase foi parar no hospital por causa disso. Ele não tinha mais condições físicas de fazer algo como aquilo.

De volta a Los Angeles Rock recebeu um telefonema de sua velha amiga Doris Day. Ela queria que ele se apresentasse em seu novo programa de TV. Ter Rock como convidado era seguramente uma garantia de audiência. Além disso reviver a antiga dupla que tanto sucesso havia feito nas telas de cinema no passado certamente iria despertar bastante atenção. O problema é que Rock estava com um aspecto péssimo na época. Muito magro, com olhar doentio, ele mal conseguia andar direito. Doris Day não sabia de seu estado de saúde e fez o convite. Rock não conseguiu dizer não, pois ele considerava Doris sua grande amiga no meio do show business. Ele aceitou o convite e as filmagens foram marcadas.

Quando Rock apareceu no estúdio Doris ficou alarmada com seu estado. Ela não sabia que Rock estava com AIDS e imediatamente pensou que todos aqueles boatos de que ele estaria com câncer eram verdadeiros. O roteiro do programa dizia que Rock deveria chegar e sentar ao lado de Doris Day em um cenário que parecia um belo jardim florido. A cena foi feita e exibida na mesma semana. Acabou sendo o último trabalho de Rock, sua última aparição pública. O aspecto ruim do ator logo alarmou os espectadores e a imprensa sensacionalista começou a suspeitar de que Rock tinha algo muito grave, algum problema de saúde ainda mantido em segredo. Em pouco tempo o boato de que ele seria portador do vírus da AIDS começou a se espalhar. Rock não se preocupou. Ele deveria voltar para Paris para uma nova fase de tratamento, mas não estava com vontade de fazer a longa viagem. Teria o ator desistido de lutar pela vida?

A verdade e que em seus últimos meses de vida Rock Hudson lutou bastante por sua vida. A ciência médica ainda não tinha respostas e nem cura para a AIDS e por isso ser contaminado pelo vírus era mesmo uma sentença de morte. Em busca de alguma saída o ator foi para Paris para participar de um tratamento experimental, só que não houve resultados positivos. Ele foi declinando a cada dia, até que seu médico o aconselhou a voltar para os Estados Unidos para morrer em paz. Os amigos mais próximos de Rock então o colocaram em um avião e ele voltou para Los Angeles.

Rock morreu em sua mansão que ele gostava de chamar de "O Castelo". Era uma bela propriedade nas colinas de Hollywood. Ao longo de muitos anos ele reformou o lugar, ampliando seus espaços, construindo novos quartos e um belo jardim que cuidava pessoalmente. Também providenciou toda a decoração, inspirada na arquitetura do sul da Espanha. Ele adorava o estilo ibérico europeu. Seu amigo e secretário Mark Miller diria sobre a casa: "Rock passou a vida reformando o Castelo. Foram anos e anos construindo. Quando finalmente a reforma ficou pronta, o homem também estava pronto! Ele morreu em seus aposentos que tanto amou".

Foi nesse lugar que Rock esperou pela morte. Não havia mesmo nenhum outro lugar melhor para essa passagem. Rock faleceu no dia 2 de outubro de 1985. Algumas semanas antes ele decidiu assumir sua homossexualidade publicamente, algo que tinha escondido por décadas. Também revelou que estava com AIDS, uma nova doença mortal. Esse ato de coragem de Rock teve grande repercussão na mídia mundial e ajudou muito na conscientização das pessoas sobre a doença, os preconceitos que giravam em torno dela e o incentivo na busca de uma cura pela ciência. Rock determinou que sua fortuna fosse usada numa fundação que levaria seu nome e que teria como objetivo incentivar e promover pesquisas sobre o vírus da AIDS.

Rock não queria ter um túmulo, ele preferia que seu corpo fosse cremado e suas cinzas fossem jogadas no mar. Ele havia sido marinheiro na segunda guerra mundial e nesse último ato de vontade pediu por uma despedida própria de um homem da marinha. O destino final de suas cinzas seria o fundo do oceano. Assim foi feito. Seus mais próximos amigos, Mark Miller e Tom Clark (um antigo amante) cuidaram de tudo. O espólio do ator ainda seria processado pelo último namorado fixo de Rock, Marc Cristian, que exigia uma fortuna por ter morado ao seu lado enquanto Rock definhava com AIDS. Ele alegava que Rock havia lhe escondido a doença, colocando sua vida em risco. Nos Tribunais acabou vencendo a causa, fazendo com que grande parte de sua fortuna pessoal não tivesse o destino que o ator tanto queria em seus últimos momentos de vida. De qualquer foram seus últimos desejos foram atendidos. Rock não queria que o lamentassem. Ele odiava funerais e todos os rituais que o acompanhavam. Era católico, como sua avó. Por isso algumas missas foram rezadas semanas após sua morte. Porém isso era o máximo que ele aceitava em relação ao seu falecimento. Ele dizia que havia vivido uma vida maravilhosa e que sua hora havia chegado. Ele partia dessa vida feliz e agradecido por tudo o que aconteceu.

Pablo Aluísio. 

Marilyn Monroe - O Romance com Kennedy

Marilyn Monroe realmente teve um caso amoroso com o presidente John Kennedy? Hoje em dia, depois de tantas biografias e livros publicados, grande parte deles baseados em pesquisas, entrevistas e relatos, não restam mais dúvidas que Marilyn e JFK mantiveram um longo affair que durou anos. John Kennedy era casado e Marilyn também. Por isso tudo foi escondido da imprensa e do público em geral. Com o tempo porém os boatos e fofocas foram se espalhando e o caso ficou até mesmo notório em Hollywood. Todo mundo sabia que Marilyn e JFK se encontravam quando o presidente visitava a costa oeste, porém nenhum jornalista era louco o bastante para publicar esse tipo de informação.

O interesse de Kennedy em Marilyn era antigo. Uma amiga próxima do presidente disse certa vez que ele mantinha um grande quadro de Marilyn em seu apartamento, isso antes de se casar com Jackie. Como todo homem da época, JFK também via Marilyn como um símbolo sexual e uma deusa da beleza. Quando conheceu Frank Sinatra uma das primeiras coisas que JFK quis saber do cantor era se ele conhecia Marilyn pessoalmente. Sinatra não apenas disse que sim, como também prometeu ao presidente que iria marcar um encontro entre os dois. Tudo foi arranjado e JFK finalmente conseguiu seu tão sonhado encontro com Marilyn em um discreto restaurante de Los Angeles.

A partir daí o casal nunca deixou de se encontrar às escondidas. O problema é que eles tinham visões bem diferentes do que estava acontecendo naquele romance. John Kennedy queria sair com a garota do calendário, o símbolo sexual máximo da América. Era uma aventura sexual para ele, acima de tudo. Já Marilyn começou a criar uma fantasia na sua própria cabeça, acreditando que o católico presidente americano iria desfazer sua família para viver ao seu lado. No auge de seus delírios, Marilyn confessou que estava pronta para ser a futura primeira dama dos Estados Unidos. Uma loucura sem base na realidade. Quando Kennedy descobriu que Marilyn estava tendo esse tipo de pensamento em relação a ele, começou a cortar o contato com ela. Um escândalo dessa proporção acabaria certamente com sua carreira política.

O que JFK não sabia era que Marilyn tinha acessos de desequilíbrio. O presidente havia cometido o erro de dar a Marilyn seu número de seu telefone pessoal na Casa Branca! Com isso Marilyn começou a bombardear JFK com telefonemas inoportunos, constrangedores e embaraçosos! Como Kennedy iria justificar algo assim? Ele era um homem casado, pai de família e posava de marido ideal, de pai de família perfeito para o povo americano! Quem se aproveitou da história foi o chefe do FBI, J. Edgar Hoover. Ele mandou colar agentes em Marilyn. Ela passou a ser seguida sem saber. Também que seus telefones estavam grampeados. Hoover queria munição para usar contra o presidente e seu irmão Bobby, caso fosse necessário. Eles queriam tirar Hoover do FBI, mas não conseguiriam pois o todo poderoso Hoover começou a juntar provas do caso entre Marilyn e JFK, além de outros casos escabrosos envolvendo o passado da família Kennedy com a máfia. Pior do que isso, o chefão do FBI descobriu que Marilyn estava se encontrando também com um conhecido mafioso de Nova Iorque, ou seja, o presidente dos Estados Unidos estava não apenas tendo um caso extraconjugal com uma atriz de Hollywood, como também dividindo essa mesma mulher com um infame criminoso! Era um escândalo que Hoover estava disposto a aproveitar, se a família Kennedy quisesse lhe prejudicar de algum forma. Um jogo de chantagens.

Para acalmar Marilyn o presidente JFK enviou seu próprio irmão Bobby Kennedy para falar com a atriz. A intenção era convencer Marilyn que um escândalo nos jornais e na imprensa iria ser ruim para todos, inclusive para ela, que seria vista simplesmente como uma amante de um homem casado. O curioso é que o tiro saiu pela culatra e Bobby acabou se apaixonado perdidamente por Marilyn! Ele jogou fora o juízo e começou a ter um caso com ela, isso sendo também casado, pai de oito filhos! Um desastre completo! Ao longo dos anos todos os irmãos Kennedy tinham compartilhado suas mulheres, era uma espécie de "tradição" dentro do clã. Marilyn, um dos maiores símbolos sexuais do cinema, era definitivamente o grande troféu para eles!

O FBI estava de olho. Descobriu-se inclusive que Marilyn também estava tendo um caso amoroso com um capanga do mafioso Sam Giancana - se algo assim fosse divulgado seria o fim da presidência de JFK. A questão é que Bobby Kennedy na época era procurador geral da República, então J. Edgar Hoover, diretor do FBI, ficou com uma carta e tanto nas mãos. Ele sabia que Marilyn estava dividindo os lençóis com um mafioso, com o presidente da República e com o procurador geral, um escândalo que colocaria um fim no governo JFK caso chegasse ao conhecimento do grande público, do povo americano. Pior do que isso, Hoover começou a encarar de frente Bobby que o odiava. Desde que fora nomeado procurador geral o irmão de JFK quis tirar Hoover da chefia do FBI, mas jamais conseguiu. Uma das razões era justamente os casos com Marilyn. Caso Hoover fosse retirado de seu cargo ele destruiria os irmãos Kennedy. Um jogo sujo de bastidores mostrando o quanto a política americana da época era corrupta.

Marilyn nunca levou muito à sério seu relacionamento com Bobby Kennedy. De certa forma era uma provocação com JFK. Assim ela foi levando o namoro meio que desinteressada. Seu analista aconselhou a procurar por novos ares, sair um pouco de Los Angeles que a estava sufocando. Por essa época Marilyn acabou encontrando o que queria: o novo hotel de Frank Sinatra em Lake Tahoe. Era isolado, longe da loucura de Hollywood e tinha bangalôs bem confortáveis, com serviço de quarto e todas as comodidades. Marilyn acabou fazendo daquele lugar seu refúgio. Ela passava semanas em Lake Tahoe. Uma vez lá seus dias eram de descanso e paz, algo que todos os seus analistas tinham lhe recomendado. Marilyn acordava tarde, lá pelas 2 da tarde. Seu café da manhã já vinha com champagne e doces. Por volta das cinco almoçava e ia para a piscina do hotel. Marilyn jamais tomava sol nas horas em que ele estava no pico. Apenas nadava quando ele já estava se pondo no horizonte. Marilyn sabia que o sol causava envelhecimento precoce e câncer de pele. Como era muito branca tinha pavor de sofrer algum problema desse tipo.

No fim do dia ela se arrumava e ia para o show, geralmente apresentações do próprio Sinatra e sua turma que estavam promovendo o lugar. Além do "bando de ratos", como os amigos de Frank Sinatra eram conhecidos, havia algumas celebridades de Hollywood circulando por lá. Entre eles Peter Lawford. Ele era ator, mas seu principal elo de ligação com Marilyn não dizia respeito a sua profissão, mas sim o fato de Peter ser cunhado do presidente JFK. Para muitos autores e biógrafos da vida de Marilyn teria sido ele, Lawford, que havia apresentado Marilyn a John Kennedy. Quando a coisa ficou feia ele também teria entrado em campo para acalmar Marilyn.

Há muitos anos Peter Lawford era viciado em cocaína. Sua aproximação com Marilyn quase a colocou nesse caminho, mas Marilyn tinha pavor a esse tipo de droga. Ela preferia as pílulas de farmácia. Era algo mais aceitável e mais clean. Ficar cheirando carreiras de pó branco era degradante, segundo a atriz. Lawford, por outro lado, ia ficando cada vez mais dependente. Numa noite Marilyn foi convidada para ir até o seu quarto e foi embora de lá bem rápido. Peter estava participando de uma orgia com drogas e prostitutas. Era algo demais para ela. Aos poucos Marilyn foi cortando os laços de amizade com Lawford, mas ele sempre forçava a barra para ficar próximo dela. Há duas explicações para isso. Uma, que Lawford era um enviado de JFK para ficar espionando o que Marilyn estava fazendo. Outra, defendida por alguns biógrafos, era que Lawford tinha uma paixão platônica, não correspondida, pela atriz. Depois de mostrar seu pior lado para Marilyn um envolvimento entre ambos era completamente impossível.

Depois de muitos desencontros, Marilyn decidiu dar um fora em Bobby Kennedy. Para a atriz ele não passava de um chato, um cara apaixonado que a importunava. Um boboca que mendigava sua atenção. Ela não gostava dele. E como o presidente John Kennedy queria distância dela, com medo de um escândalo, tudo terminou. Secretamente a atriz ainda tinha uma pequena esperança que JFK iria ficar com ela em algum momento de sua vida. Algo que na prática seria impossível. Sendo um católico, Kennedy jamais largaria sua esposa e filhos para casar com Marilyn. Era uma hipótese absurda. Para a garota que havia sido criada como uma órfã, seria um prêmio e tanto terminar seus dias casada com um presidente dos Estados Unidos, mas no fundo isso tudo não passava de um sonho impossível de se tornar realidade. No final de tudo Marilyn Monroe não ganhou nada com esse caso amoroso. Apenas mágoa, decepção e amargura. Mais motivos para sua depressão. Esse foi um romance que estava mesmo fadado ao fracasso desde o começo.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 21 de março de 2007

Meu Reino por um Amor - Curiosidades

Errol Flynn e Bette Davis nãos e deram bem nas filmagens. Ela era uma atriz orgulhosa de sua profissão e não via com bons olhos o estilo galã de Flynn. Em sua biografia o ator relembrou que ela desferiu um tapa de verdade nele durante uma das cenas. Flynn aceitou numa boa, mas percebeu que ela agiu assim com uma certa maldade. Anos depois ela lhe diria que havia sido proposital, para ver se ele finalmente atuava bem! 

Bette Davis brigou com o estúdio porque queria Laurence Olivier no papel do Conde Essex. Segundo Davis o roteiro tinha diálogos extremamente bem escritos que exigia um grande ator em cena. Só que os produtores não aceitaram suas sugestões e contrataram Errol Flynn. Anos depois Davis encontraria Olivia de Havilland e diria a ela que Flynn tinha realizado um bom trabalho no filme e que ela, na época, tinha sido injusta com o ator.

Bette Davis teve as sobrancelhas removidas pela equipe de maquiagem do filme. Isso porque a rainha Elizabeth I também não as tinham, por um costume de época. O problema é que segundo a própria Bette Davis elas nunca mais cresceram adequadamente, o que a levou a ter que desenhá-las com lápis para os filmes que faria depois. Era algo que Davis iria se arrepender pelo resto de sua vida. 

Quando o filme foi realizado Bette Davis tinha uma grande diferença de idade com a rainha Elizabeth I. Quando a monarca se apaixonou pelo Conde Essex ela tinha 63 anos de idade. Quando o filme foi feito a atriz Bette Davis tinha aproximadamente a metade dessa idade. A equipe de maquiagem do filme então a envelheceu para que parecesse uma senhora já em idade mais avançada. 

Para dar a ilusão de calvície, Bette Davis raspou a cabeça dois centímetros na frente para mostrar uma testa alta sob as perucas vermelhas de Elizabeth. A rinha tinha sérios problemas de calvície. Alguns historiadores afirmam inclusive que ela morreu praticamente careca, o que escondia sob pesadas e volumosas perucas ruivas. 

A rainha Elizabeth I e o Conde de Essex tinham laços familiares, o que levava alguns membros da corte a qualificar o romance como incestuoso. O primeiro roteiro do filme explorava esse aspecto, mas o diretor Michael Curtiz decidiu cortar essa parte pois em sua opinião o público não teria qualquer interesse em saber disso. 

Pablo Aluísio.

Richard Burton

A vida não foi muito fácil para Richard Walter Jenkins. Ele nasceu no país de Gales, de uma família muito numerosa e humilde. Seu pai era trabalhador braçal nas minas de carvão e ele era o penúltimo de 13 filhos. Seu pai era alcoólatra, um daqueles sujeitos beberrões que trabalhavam duro, mas que no fim do dia ia até bares barra pesada para arranjar brigas. A forma rude de ser acabou marcando para sempre Richard. Desde cedo ele foi criado aprendendo que homens de verdade bebiam muito e nunca fugiam de uma boa briga de bar. Esse era o modelo masculino que o ator criou em sua mente, fruto de sua criação.

Seu destino era quase certo: ele provavelmente terminaria seus dias trabalhando pesado nas mesmas minas de carvão onde seu pai e seus irmãos mais velhos ganhavam a vida. Richard porém não queria aquilo para si. Por isso se esforçou em seus estudos e acabou ganhando uma bolsa na prestigiada universidade de Oxford. Foi o que mudou toda a sua vida. Na faculdade resolveu estudar arte dramática para quem sabe ser no futuro um ator vivendo de interpretar Shakespeare nos palcos londrinos. Lá se tornou pupilo de Phillip Burton, um talentoso professor de teatro. Como homenagem ao mestre acabou adotando seu sobrenome. Nasceu assim Richard Burton, um dos grandes astros de Hollywood em sua era de ouro.

Em 1948 recebeu uma proposta de trabalho nos Estados Unidos. Nem pensou duas vezes. Hollywood era o ápice para alguém como ele. "Eu Te Matarei, Querida!" marcou sua estreia no cinema americano. Ele funcionou muito bem como galã da estrela Olivia de Havilland. Não fez muito sucesso nas bilheterias, mas serviu para chamar a atenção da crítica. Seu jeito de homem forte, criado na dureza da vida, abriram as portas para filmes de guerra e épicos como "Ratos do Deserto" e "O Manto Sagrado". Depois do sucesso desse último a persona de Burton ficou estabelecida para os estúdios. Ele era ideal para interpretar guerreiros do mundo antigo. Em pouco tempo estrelou outro filme na mesma linha, "Alexandre Magno" onde interpretava Alexandre, o Grande. Sempre que havia um papel de um militar romano ou grego em algum filme, Burton era o nome a se chamar.

Depois de outro sucesso no gênero filmes de guerra, "O Mais Longo dos Dias", Burton estrelou o filme que mudaria novamente sua vida, "Cleópatra". Ele interpretaria o General Marco Antônio com Elizabeth Taylor interpretando a famosa rainha do Egito. Assim que se encontraram no set a atração entre o casal ficou óbvia. Ambos eram casados, mas nem isso impediu que explodisse um romance avassalador entre Burton e Taylor. A imprensa, claro, fez a festa com os rumores e o escândalo. Dois astros casados tendo um relacionamento amoroso público e notório. O filme, uma super produção megalomaníaca, nem fez todo o sucesso que era esperado, mas marcou definitivamente a história do cinema americano.

Com Liz ao lado, Burton procurou mudar sua carreira. Voltou ao seu estilo teatral original estrelando filmes como "Becket, O Favorito do Rei", "A Megera Domada" e "Ana dos Mil Dias". Com Elizabeth Taylor fez vários filmes como "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?" e "O Homem que Veio de Longe", todos premiados e elogiados pela crítica. Apesar disso e ter sido indicado por sete vezes à categoria de Melhor Ator, Burton jamais ganhou o prêmio mais cobiçado de Hollywood. Ele era inegavelmente um bom ator, mas ao mesmo tempo tinha uma personalidade complicada que lhe custava muitos votos no Oscar.

Burton bebia muito a ponto de ser considerado alcoólatra por Elizabeth Taylor. Para piorar ele era daqueles bêbados valentões, que distribuía ofensas contra quem estivesse por perto. Por isso quase foi agredido por Marlon Brando quando lhe perguntou por onde andava seus filhos, "aqueles negrinhos". Realmente tinha um jeito de ser pouco equilibrado, o que fez com que se separasse muitas vezes de Liz Taylor. Eles se divorciavam, se casavam de novo e depois se separavam mais uma vez. Não era fácil. Não foi um romance tranquilo. No final, quando já havia estrelado mais de setenta filmes, Burton morreu de cirrose hepática (fruto de seu alcoolismo). Ele tinha ido morar na Suíça, por causa dos altos impostos cobrados nos Estados Unidos e Inglaterra. Bebeu até morrer. Para quem o criticava Burton respondia furiosamente que o seu o pai havia bebido até o fim de seus dias. Não importava sua fama, seu sucesso e sua carreira em Hollywood, sua carga genética falou mais alto e Burton no final das contas terminou a vida como seu pai, um galês beberrão que adorava uma boa briga de bar.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de março de 2007

Ann-Margret

De tempos em tempos Hollywood importa alguma beldade estrangeira para transformá-la em símbolo sexual nos Estados Unidos. Aconteceu com Ursula Andress (Suíça), Anita Ekberg (Suécia) e Sophia Loren (Itália). Na década de 1960 foi a vez da sueca Ann-Margret Olsson. Nascida em Valsjöbyn, ele chegou em Los Angeles com 19 anos e logo chamou a atenção dos estúdios por causa de sua beleza e simpatia. Além de muito bonita, também parecia ser muito talentosa pois dançava, cantava e atuava, ou seja, tinha o pacote completo para se tornar uma grande estrela.

Sua estreia no cinema americano não poderia ser melhor. Foi em "Dama por Um Dia", estrelada pelo mito Bette Davis e dirigido pelo grande cineasta  Frank Capra. Sua primeira grande chance de brilhar sozinha porém só viria dois anos depois com o musical "Bye Bye Birdie" onde interpretava uma fã inconsolada porque seu cantor preferido havia sido convocado pelo exército americano. Era obviamente uma paródia do que havia acontecido na vida real com o roqueiro Elvis Presley. E por falar em Elvis, o grande momento da filmografia de Ann-Margret surgiria justamente em "Amor à Toda Velocidade" (Viva Las Vegas, 1964), ótimo musical onde ela teve a oportunidade de dançar e cantar ao lado do famoso cantor. A aproximação aliás ultrapassou as telas e ela e Elvis tiveram um tórrido caso de amor no set de filmagem. Para quem era chamada de a "Elvis de saias" nada poderia ser mais adequado!

Depois do sucesso desse musical da MGM a atriz procurou diversificar o máximo possível sua carreira abraçando projetos ousados e gêneros diversos nos anos seguintes. Na produção "Em Busca do Prazer" ousou interpretar um personagem forte para os anos 60, o de uma garota liberal envolvida em um triângulo amoroso fora dos padrões. Em "Matt Helm Contra o Mundo do Crime" voltou a contracenar com um cantor famoso, Dean Martin, em um filme que procurava satirizar de certa forma as fitas de James Bond. Só que no caso de Martin não houve romance. Ele estava mais preocupado com a bebida. Por essa época já havia sinais de que tinha se tornado um alcoólatra inveterado.

Vida que segue.  Ann-Margret resolveu diversificar ainda mais sua carreira no cinema. Não queria ficar presa em musicais e comédias românticas. Trabalhou em filmes de western como "A Última Diligência". Ao lado do mito John Wayne apareceu em "Os Chacais do Oeste". O último grande filme da atriz foi "Tommy", musical que se tornou famoso na época. Depois disso os bons filmes foram rareando e ela se contentou em fazer personagens coadjuvantes em produções menores. Também investiu muito mais em seu lado cantora, se apresentando anualmente em temporadas de sucesso nos cassinos de Las Vegas. Sempre que estreava em uma nova temporada recebia um buquê de flores do ex-namorado Elvis, que parecia nunca ter esquecido dela completamente. No total ela atuou em quase 50 filmes em Hollywood ao longo de sua carreira. Hoje em dia a atriz ainda se apresenta de vez em quando em shows, em apresentações especiais em Las Vegas. Ela comprou um rancho no Arizona onde passa a maior parte de seus dias, agora em uma aposentadoria mais do que merecida.

Pablo Aluísio.

Ann-Margret

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