terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Ladrões de Bicicleta

Título no Brasil: Ladrões de Bicicleta
Título Original: Ladri di biciclette
Ano de Produção: 1948
País: Itália
Estúdio: Produzioni De Sica
Direção: Vittorio De Sica
Roteiro: Cesare Zavattini,
Elenco: Lamberto Maggiorani, Enzo Staiola, Lianella Carell, Gino Saltamerenda, Elena Altieri, Vittorio Antonucci

Sinopse:
Roteiro baseado no romance de Luigi Bartolini. O enredo se desenvolve no pós-guerra quando a Itália, completamente em ruínas, procura se levantar de alguma forma da destruição causada pelos bombardeios americanos e aliados. Para sobreviver Ricci (Lamberto Maggiorani) acaba arranjando um emprego após passar um longo período sem trabalho. Ele passa a ser colador de cartazes pelas ruas mas para isso precisa de uma bicicleta. Após juntar algum dinheiro com a ajuda da mulher  Maria (Lianella Carell), ele finalmente consegue adquirir a bicicleta. No primeiro dia porém ela é roubada e para recuperá-la pai e filho partem em busca dos ladrões.

Comentários:
Um dos maiores clássicos do neo-realismo italiano, "Ladrões de Bicicleta" se tornou uma obra imortal por mostrar uma situação e um enredo aparentemente simples mas que no fundo possuíam uma grande mensagem, mostrando a luta de um pai de família em uma verdadeira busca pela sua dignidade perdida. O diretor não poupa o espectador e mostra sem relativismos a verdade nua e crua da sociedade italiana após um dos mais sangrentos conflitos da história. O curioso é que mesmo apostando no realismo sem véus, o cineasta consegue ao mesmo tempo dar um clima de magia e fascinação sem paralelos com o cinema europeu da época. O roteiro extremamente bem escrito procura desvendar as vísceras de uma sociedade em um dos momentos mais cruciais de sua história mas ao invés de mostrar a coletividade como um todo ele resolveu centrar sua atenção na vida de apenas um único homem comum. O resultado é não menos do que brilhante. Um clássico europeu que não pode faltar na coleção de nenhum amante da sétima arte.

Pablo Aluísio.

 

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Duas Vidas

Michel Marnet (Charles Boyer) é um playboy francês que decide, após longos anos, finalmente se casar. Obviamente que isso logo se torna uma notícia e ele decide viajar até os Estados Unidos para lá se casar com sua futura esposa americana. Na viagem acaba conhecendo casualmente Terry McKay (Irene Dunne) que embora esteja comprometida acaba jogando seu charme para seduzi-lo. O que começa como um flerte casual acaba se tornando algo mais profundo a ponto de ambos combinarem de se encontrarem em seis meses no topo do Empire State em Nova Iorque, caso seus relacionamento amorosos não criem bons frutos nesse tempo."Duas Vidas" é o filme original que deu origem a dois remakes que se tornaram bem conhecidos do público cinéfilo. O primeiro foi o clássico absoluto "Tarde Demais para Esquecer" de 1957 com Cary Grant e Deborah Kerr protagonizando essa bonita história de amor. Depois nos anos 1990 tivemos uma nova refilmagem chamada "Segredos do Coração" com Warren Beatty e Annette Bening como o casal apaixonado. Esse segundo remake contou com a preciosa participação da diva do cinema Katharine Hepburn que curiosamente quase estrelou o filme original.

Cada um desses filmes tem seus pontos fortes. "Tarde Demais para Esquecer" contava com uma maravilhosa trilha sonora e uma fotografia inspirada. "Segredos do Coração" trouxe um trabalho melhor em termos de roteiro, onde os dois personagens principais eram bem mais trabalhados do ponto de vista psicológico. Já o original "Duas Vidas" se destaca pelo elenco. Charles Boyer tinha uma finesse e elegância pessoal que casou muito bem com seu personagem. De fala suave e gestos diplomaticamente ensaiados, ele convence plenamente como um conquistador irresistível para as mulheres. Já Irene Dunne passa a impressão de ser uma mulher decidida, dona de si, que sabe muito bem que seu casamento não terá muito futuro pois está apaixonada por Michel Marnet (Boyer). Esse tipo de atitude pode até ser vista como algo comum nos dias de hoje, mas lembre-se que esse filme foi rodado na década de 1930 e naquela época uma mulher prestes a se casar com outro tinha que manter uma certa postura pessoal, caso contrário causaria um verdadeiro escândalo, criando um estigma social ruim para si.

Ouvindo seu coração, ela prefere partir para os braços de Marnet, ao invés de continuar em um relacionamento sem amor, vazio por dentro. E justamente por ter essa coragem o filme se tornou logo um sucesso de público e crítica, sendo indicado a seis Oscars, entre eles Melhor Filme, Melhor Atriz (Irene Dunne), Melhor Atriz Coadjuvante (Maria Ouspenskaya), Melhor Roteiro Original e Melhor Trilha Sonora Original. Sem dúvida um marco do cinema romântico de Hollywood e um grande avanço em termos de emancipação da mulher dentro daquele contexto histórico e social.

Duas Vidas (Love Affair, Estados Unidos, 1939) Estúdio: RKO Radio Pictures / Direção: Leo McCarey / Roteiro: Delmer Daves, Donald Ogden Stewart / Elenco: Irene Dunne, Charles Boyer, Maria Ouspenskaya / Sinopse: Um casal se apaixona e decide fazer uma espécie de pacto. Caso não sejam felizes em seus relacionamentos atuais devem se encontrar no alto do Empire State em Nova Iorque.

Pablo Aluísio.

Ao Pé do Cadafalso

Título no Brasil: Ao Pé do Cadafalso
Título Original: The Beggar's Opera
Ano de Produção: 1953
País: Inglaterra
Estúdio: Herbert Wilcox Productions
Direção: Peter Brook
Roteiro: Denis Cannan, Laurence Olivier
Elenco: Laurence Olivier, Hugh Griffith, George Rose, Dorothy Tutin, Stanley Holloway, Daphne Anderson

Sinopse:
Adaptação da famosa ópera escrita no século XVIII pelo renomado autor John Gay. Na trama conhecemos o capitão MacHeath (Laurence Olivier), um galante aventureiro e salteador, que coleciona mulheres e problemas na mesma proporção. Traído por um grupo de falsos amigos, ele acaba sendo preso e é condenado à morte. Enquanto espera para ser enforcado, o capitão acaba encontrando um improvável amigo, um mendigo com muito talento musical que resolve contar a história do salteador de uma forma diferente, onde ao invés de um condenado ao cadafalso, ele é um herói.

Comentários:
Como levar o mundo da ópera ao grande público que frequentava o cinema? O grande ator, diretor e produtor Laurence Olivier resolveu tentar arriscar e colocar em prática esse tipo de ousadia! Para tornar popular algo tão elevado do ponto de vista cultural, Olivier resolveu escrever um roteiro bem interessante, com uma linha narrativa convencional, intercalada com números musicais da famosa ópera. Ele próprio assumiu o personagem principal - o capitão MacHeath - e soltou o vozeirão em cena! Para surpresa de muitos, não se saiu nada mal. Na verdade o ator tinha uma voz muito polida, pois era um barítono muito elegante e disciplinado, que não desafinava em nenhum momento. O filme também tem uma produção muito bonita e bem realizada. O figurino é luxuoso e bem colorido, que acaba explodindo em um Technicolor muito impactante na tela. Um belo momento na carreira de um artista que tinha tanto amor pelo mundo do teatro, que queria fundir as duas linguagens em apenas um produto cultural. O resultado faz jus à esse seu amor incondicional pela arte.

Pablo Aluísio.

domingo, 28 de janeiro de 2007

Meus Braços Te Esperam

A família Winfield se muda para uma nova casa em uma pequena cidade em Indiana. Então a jovem Marjorie Winfield (Doris Day) começa um romance com William Sherman (Gordon MacRae), seu novo vizinho que vive do outro lado da rua. Marjorie tem de aprender a dançar e agir como uma jovem e respeitada dama da sociedade. Infelizmente, William Sherman tem ideias não convencionais para a época (o enredo se passa na Primeira Guerra Mundial, embora o conflito não desempenhe nenhum papel importante para a maior parte do filme). Suas ideias diferentes, por exemplo, não incluem acreditar no casamento ou no valor do dinheiro, o que provoca um atrito imediato com o pai de Marjorie, que é o vice-presidente do banco local. Em determinado momento de sua carreira a atriz Doris Day foi apelidada de "A Virgem Profissional", isso porque interpretava geralmente mocinhas doces e ingênuas nas telas. Esse tipo de rótulo porém era pura bobagem. O que importava mesmo é que Doris Day tinha um grande talento. Ela não era apenas a jovem loira e virgem em busca do príncipe encantado em romances açucarados de seus filmes, mas também uma cantora maravilhosa, dona de uma das vozes mais bonitas da música americana. Talento puro!

Esse simpático e muito charmoso "On Moonlight Bay" traz um pouco do melhor de Day. Certamente sua personagem é mais uma no estilo "virgem intocada", mas a despeito disso o filme é um ótimo musical, com excelente repertório, onde Doris Day dá uma amostra de seu grande talento vocal. A estorinha é leve, com pitadas de comédia e romance, o que ajuda ainda mais a passar o tempo. Em tempos cínicos e violentos como os que vivemos, assistir algo assim tão bem intencionado pode soar como inocente e bobinho, mas deixe esse tipo de opinião ranzinza e preconceituosa de lado e curta mais esse belo momento da carreira da primeira e única Doris Day no cinema.

Meus Braços Te Esperam (On Moonlight Bay, Estados Unidos, 1951) Estúdio: Warner Bros / Direção: Roy Del Ruth / Roteiro: Jack Rose, Melville Shavelson / Elenco: Doris Day, Gordon MacRae, Jack Smith / Sinopse: O filme conta a história de um romance envolvendo dois jovens e os problemas que podem surgir quando o namorado tem uma visão bem diferente do mundo do pai da garota pelo qual ele está apaixonado.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Cinema Clássico - Charlton Heston, Elizabeth Taylor, Paul Newman

 

Idade Perigosa

Um grupo de garotos é influenciado negativamente pelo delinquente juvenil Danny (Billy Halop). Assim ele convence mais três jovens a participarem de um assalto, mas os planos não saem exatamente como eles queriam. Uma briga pelo destino daqueles jovens acaba gerando a morte de um professor muito querido na escola, Jeff Carter (Donald Curtis) e Danny é preso! Levado a julgamento começa um intenso debate no tribunal sobre quem seria o verdadeiro culpado, o rapaz ou a sociedade? Esse é considerado por muitos como primeiro filme da carreira de Marilyn Monroe. Segundo os próprios créditos do filme ela "interpreta" Evie, a garçonete do Gopher Hole! Isso não é de se surpreender pois na época em que Marilyn entrou no cast dessa produção ela não era nada mais do que uma modelo bonita que tinha a pretensão de um dia ser levada a sério como atriz! Alguns indicam esse como seu primeiro filme, pois é aqui que ela surge pela primeira vez na tela. Um equívoco pois Marilyn também esteve em "Sua Alteza, a Secretária", onde o espectador podia ouvir sua sensual voz ao telefone.

Já o filme "Dangerous Years" lida com a questão da delinquência juvenil, tema bastante em voga no pós-guerra. O que temos aqui é uma produção B com ares de melodrama que não envelheceu muito bem, sendo em muitos aspectos soa bem inocente - pelo menos para os padrões atuais pois o roteiro insiste de certa forma em apostar na boa índole de jovens a um passo da criminalidade. Na verdade Marilyn Monroe iria se conscientizar que esse não era o caminho para o sucesso, pois ela tinha muito mais vocação para as comédias românticas de costumes, o gênero que iria lhe transformar em uma estrela nas marquises de cinema de todo o mundo. Até porque ela era uma loira bonita e os homens a queriam ver em filmes divertidos e não em dramas sociais com um bando de pequenos infratores como esse.

Idade Perigosa (Dangerous Years, Estados Unidos, 1947) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Arthur Pierson / Roteiro: Arnold Belgard / Elenco: Billy Halop, Scotty Beckett, Richard Gaines, Marilyn Monroe / Sinopse: Jovens acabam caindo no lado errado da vida quando começam a seguir um delinquente juvenil que planeja um crime na cidade onde mora. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

A Volta do Vampiro

Título no Brasil: A Volta do Vampiro
Título Original: The Return of the Vampire
Ano de Produção: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Lew Landers
Roteiro: Randall Faye, Griffin Jay
Elenco: Bela Lugosi, Frieda Inescort, Nina Foch, Roland Varno, Miles Mander, Matt Willis

Sinopse:
Em 1918, uma família inglesa é aterrorizada por um vampiro! Eles porém conseguem deter os ataques do monstro e o aprisionam, até que mais de vinte depois, bombas alemãs jogadas sobre Londres durante a Segunda Guerra Mundial,libertam o vampiro de sua prisão. De volta ao mundo, Drácula (Lugosi) assume a identidade de um cientista, recruta seu velho assistente, um sujeito que se transforma em lobisomem durante a lua cheia, e parte para a vingança contra aqueles que o aprisionaram por tanto tempo.

Comentários:
Bela Lugosi volta ao papel que o consagrou, a do conde vampiro Drácula. Infelizmente os tempos eram outros e o personagem já não causava mais o mesmo impacto de antes, além disso o ator já passava por vários problemas pessoais graves como seu sério problema com drogas, o que iria destruir sua vida e sua carreira nos anos que viriam. O que temos aqui é uma produção B sem muita relevância. Ao contrário dos primeiros filmes de Bela como Drácula, que hoje em dia são considerados clássicos do terror, esse filme é visto apenas como um exemplo de sua decadência pessoal e artística. Nada de muito relevante em uma tentativa de ganhar alguns trocados com sua fama do passado. Em termos de roteiro também não há muito o que se elogiar. A trama não avança e assume inovações que soam forçadas e sem sentido, como a que traz um lobisomem para ser o assistente pessoal do nobre das trevas. Também leva o lendário vampiro para a época da Segunda Guerra Mundial, o que no final não faz muita diferença, já que o filme simplesmente não empolga. Ao terminar de assistir o cinéfilo certamente sentirá uma certa melancolia pelo destino trágico de Bela Lugosi.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Aconteceu num Apartamento

Título no Brasil: Aconteceu num Apartamento
Título Original: The Notorious Landlady
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Richard Quine
Roteiro: Larry Gelbart, Blake Edwards
Elenco: Kim Novak, Jack Lemmon, Fred Astaire, Lionel Jeffries, Estelle Winwood, Maxwell Reed

Sinopse:
William 'Bill' Gridley (Jack Lemmon) aluga uma parte do apartamento da bonita  Carlyle 'Carly' Hardwicke (Kim Novak). Não demora muito e ele acaba se apaixonando por ela, sem saber que no passado ela foi considerada suspeita da morte de seu marido. Teria algum fundo de verdade nessa história?

Comentários:
Kim Novak foi uma das atrizes mais bonitas da história do cinema americano. Chego até a dizer que sua beleza poderia ser comparada à de Marilyn Monroe. Elas inclusive eram rivais e concorrentes na época. Muitas atrizes tentaram seguir os passos de Marilyn, mas no final eram apenas cópias mal feitas. Já Kim Novak teve uma carreira própria, muito relevante, com alguns grandes clássicos como "Um Corpo Que Cai" de Alfred Hitchcock. Ela não era uma das imitações de Marilyn Monroe. Nessa comédia "Aconteceu num Apartamento" a Columbia tentou que Novak interpretasse uma personagem que lembrava um pouco as loiras que Marilyn fazia em seus filmes. Era uma comédia mais sofisticada, porém numa mesma levada. Por isso Kim se sentiu um pouco incomodada em fazer o filme. Mesmo com um pé atrás ela fez seu trabalho. Ao seu lado dois destaques no elenco: Jack Lemmon, sempre no timing certo para o humor e o veterano ator e dançarino Fred Astaire, o maior ídolo da era de ouro dos grandes musicais. Por causa da idade ele não conseguia mais fazer todas aquelas coreografias que o imortalizaram ao lado de Ginger Rogers, mas aqui ele voltava a usar de seu velho carisma. Em suma, um bom filme, divertido e com ótimo elenco.

Pablo Aluísio.

Cinema Clássico - Humphrey Bogart, Ingrid Bergman

 

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Jogo Sujo

Título no Brasil: Jogo Sujo
Título Original: The Stone Killer
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Dino de Laurentiis Studios
Direção: Michael Winner
Roteiro: Gerald Wilson, John Gardner
Elenco:  Charles Bronson, Martin Balsam, Jack Colvin, Paul Koslo, Norman Fell, David Sheiner

Sinopse:
Quadrilhas de criminosos começam a recrutar veteranos da guerra do Vietnã para cometer os crimes pelas ruas de Los Angeles. O policial Lou Torrey (Charles Bronson) é então designado para limpar as ruas dos bandidos. Apenas a força de uma arma fumegante, cheia de balas, iria colocar ordem naquele caos urbano.

Comentários:
Na época o filme foi mal recebido pela crítica americana. Isso tudo porque foi considerado extremamente violento. Um jornalista de Nova Iorque chegou ao ponto de escrever que o novo filme de Charles Bronson era "estupidamente brutal, violento e em alguns casos até mesmo sádico". Ora, era justamente isso que os fãs do veterano ator queriam ver nas telas de cinema. Curiosamente é uma produção ítalo americana, pois parte da produção foi bancada pelo famoso produtor italiano Dino de Laurentiis. Dessa forma o filme ganhou uma bela carreira na Europa onde obteve uma excelente bilheteria. Do meu ponto de vista o roteiro é muito parecido com os da série "Dirty Harry" de Clint Eastwood. A temática é praticamente igual e o protagonista, um policial que resolve tudo na base da justiça pelas próprias mãos, poderia ser o próprio Dirty Harry que ninguém iria notar a diferença. No saldo final o filme ainda se mantém interessante por causa da estética mais realista e crua que imperava nos filmes policiais dos anos 1970. Ali não havia espaço para superficialidades do politicamente correto. Era mesmo um jogo sujo pelas ruas violentas de Los Angeles.

Pablo Aluísio.