quinta-feira, 5 de outubro de 2006

O católico John Wayne

O Católico John Wayne
Esse é um aspecto pouco conhecido dos fãs de John Wayne que recentemente foi revelado por uma excelente biografia publicada nos Estados Unidos. O astro maior do western americano na verdade era católico! Tudo começou há muitos anos. John Wayne era o nome artístico de Marion Robert Morrison, nascido em 1907 em uma pequena cidade do Iowa. A família Morrison era presbiteriana, de formação protestante. Embora o jovem Marion não fosse particularmente religioso ele acompanhava seus pais nos cultos de domingo.

Os anos passaram, Marion virou John Wayne no cinema, e ele continuou a se considerar um bom cristão e tudo mais, porém não era alguém que se visse todos os domingos na igreja presbiteriana da cidade. Sobre isso Wayne confidenciou: "Minha família era cristã, mas não muito religiosa. A religião era algo que não nos definia, não éramos tão integrados nela como outras famílias da cidade".  Como se pode perceber a fé de Wayne era bem morna nesses tempos.

Tudo começou a tomar um novo rumo quando ele se apaixonou e se casou com Josephine Alicia Saenz em 1933. Ela era católica devota e exigiu que seu casamento fosse feito em uma igreja católica, seguindo todos os dogmas de sua religião. Para Wayne tudo bem. Acontece que ela era uma católica atuante em sua comunidade, não se resumindo a ir em missas dominicais, pelo contrário, ela estava sempre envolvida em encontros e eventos católicos de caridade. Assim Wayne também começou a fazer parte da comunidade católica de Los Angeles. também se tornando um membro atuante.

O casamento infelizmente acabou depois de 12 anos, em 1945. Mesmo assim John Wayne não se afastou da paróquia onde frequentava. Continuou a ajudar e participar de eventos de caridade. Ele se casaria mais algumas vezes, curiosamente com mulheres católicas também. Todos os filhos de Wayne assim frequentaram escolas e universidades mantidas pela Igreja Católica. Ele estava completamente envolvido com os católicos da Califórnia. Seu casamento com Pilar Pallete, também uma católica fervorosa, definiu tudo. Eles ficaram juntos por 25 anos, até a morte de John Wayne, no final da década de 1970.

Um de seus amigos mais próximos acabou sendo o Arcebispo da Arquidiocese de Los Angeles, Tomas Clavel. Curiosamente ao longo dos anos, mesmo estando tão envolvido com católicos, Wayne não se considerava ele mesmo um católico. Ele só se converteu mesmo em seus últimos dias de vida, quando descobriu que estava morrendo de um câncer agressivo. No leito de morte ele aceitou definitivamente a fé católica em seu coração. As pessoas próximas a ele sempre o consideraram um homem espiritual. Quando deixou o hospital por alguns dias ele pediu ao Acebispo Clavel que fosse até sua casa e lá John Wayne se tornou oficialmente um católico. Poucos dias depois morreu no hospital de câncer de Los Angeles. Era o fim de uma lenda.

Pablo Aluísio.

10 Curiosidades Sobre Billy The Kid

1. O verdadeiro Billy The Kid (Billy, o Garoto) não tinha nada a ver com os galãs que o interpretaram no cinema um século depois de sua morte. Ele era baixinho, magro e tinha problemas de dentição. Uma imagem bem distante de Paul Newman que o interpretou no filme "Um de Nós Morrerá" de 1958 (foto ao lado).

2. O verdadeiro Billy The Kid se chamava William Bonney. Ele era um dos milhares de cowboys que vagavam pelo velho oeste em busca de algum tipo de serviço nas fazendas de gado da região. Pouco se sabe sobre seu passado. Provavelmente era órfão e viveu sem base familiar em seus primeiros anos.

3. Quando não encontrava trabalho Billy entrava em alguma quadrilha de roubo de gado ou de bancos. Foi também acusado de ser um ladrão de cavalos contumaz. Na época o roubo de cavalos era punido com a morte, geralmente em enforcamentos realizados em plena praça pública. Logo cedo começou a ter problemas com a lei por causa disso.

4. Billy The Kid matou o primeiro homem com apenas 17 anos. A vítima foi Frank P. Cahill, um ferreiro que gostava de caçoar dele. Certo noite Kid o encontrou no saloon da cidade. Como Frank continuou a dizer ofensas a Billy esse sacou seu revólver e o matou com um tiro no abdômen. Depois desse assassinato Billy precisou fugir, deixando o Arizona para sempre, indo parar a cavalo no Novo México.

5. A lenda afirmava que Billy The Kid tinha matado 21 homens durante sua vida. Historiadores modernos que fizeram várias pesquisas sobre a vida do pistoleiro acreditam que esse número é exagerado. Na verdade Billy só teria cometido 4 homicídios ao longo de sua curta vida.

6. Billy The Kid ficou notório por causa da guerra do condado de Lincoln, quando um comerciante, muito próximo a ele, foi morto por um concorrente. Billy uniu-se a uma quadrilha e juntos eles cometeram vários atos de vingança contra os homens responsáveis pela morte de seu amigo.

7. Ao ser preso pelos crimes que havia cometido, Billy The Kid conseguiu se libertar da cadeia em uma fuga realmente cinematográfica, matando o xerife e seu assistente nas escadas da delegacia. Esse fato trouxe uma notoriedade absurda para Billy na época, tornando seu nome imortal na mitologia do velho oeste. Pequenos livros de bolso com estórias de faroeste começaram a explorar seu nome, o tornando internacionalmente conhecido.

8. Sua vida foi muito breve. Em julho de 1881 o xerife Pat Garrett o encurralou em um rancho onde Billy estava escondido. O velho homem da lei, muito mais experiente e rápido no gatilho, matou Billy com um tiro certeiro na peito. Kid tinha apenas 21 anos de idade.

9. Ao contrário do que alguns roteiros de cinema mostram, Billy não era amigo pessoal do xerife Pat Garrett. Eles se conheciam, mas estavam muito longe de serem considerados realmente amigos.

10. A morte de Billy The Kid despertou várias lendas. Uma delas afirmava que ele não havia sido morto, mas sim fugido para o México onde assumiu uma nova identidade, morrendo com 81 anos de idade. Outra, nunca confirmada, afirmava que Billy foi morto à traição pelo xerife. Ele teria levado um tiro pelas costas ao sair de seu esconderijo, perguntando quem estava ali. Hoje existem apenas duas fotos históricas de Billy The Kid que são consideradas historicamente reais. Cada uma delas vale uma pequena fortuna.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Cine Western - Estilos

Poucos sabem, mas o Western (conhecido no Brasil também como Faroeste) também possui suas subdivisões em categorias próprias. Aqui vão as principais: 

1. Epic Western
Nesse subgênero do Western temos geralmente roteiros que exploram a conquista do oeste pelos colonos americanos do leste. O que se louva nesse tipo de produção é a coragem dos que foram para o oeste em busca de uma nova vida. O homem comum que se torna herói na conquista do oeste selvagem. Exemplos: Da Terra Nascem os Homens e A Conquista do Oeste.

2. Singing Cowboy
Os astros mais populares do western dos anos 40 e 50 também eram ótimos cantores. Entre os campeões desse tipo de filme, do cowboy cantador, estavam Gene Autry e Roy Rogers. Elvis Presley também arriscou alguns passos nesse estilo em filmes como "Ama-me com Ternura" e "Estrela de Fogo".

3. Spaghetti Western
Nosso velho conhecido, alguns dos filmes de maior sucesso de bilheteria foram desse estilo. Basicamente eram filmes europeus (rodados na Itália e Espanha) que tentavam imitar os originais norte-americanos. O curioso é que com o tempo os Spaghettis acabaram superando os filmes Made in USA em termos de bilheteria e crítica. Basta lembrar dos filmes de Sergio Leone com Clint Eastwood para bem entender que esse estilo foi longe, muito mais do que era esperado.

4. Revisionistic Western 
Esse gênero procurava corrigir algumas injustiças históricas que foram cometidas nos primeiros filmes de western. Procuram trazer um certo revisionismo de teor histórico dentro dos roteiros. Um dos grandes exemplos é "Dança com Lobos" que procurou mostrar a realidade do nativo americano. "Pequeno Grande Homem" foi um dos grandes precursores desse estilo cinematográfico. É um novo olhar sobre a conquista do velho oeste pelo homem branco.

5. Post-apocalyptic Western
É curioso que o gênero ficção acabou utilizando elementos dos filmes de faroeste para criar um clima de devastação, deserto, desolação. Assim surgem filmes que mostram o mundo após um verdadeiro apocalipse, um colapso da humanidade. Os especialistas costumam citar filmes como "Mad Max 2", "The Road Warrior" e "The Postman" como exemplos perfeitos desse subgênero.

6. Space Western
O céu é o limite. Nos anos 70 alguns filmes começaram a mesclar ficção com western, nascendo dai o Space Western. Um dos primeiros filmes a apostar nessa mistura foi "Outland" com Sean Connery. E o que dizer de "Westworld - Onde Ninguém tem Alma"? Esses são os dois grandes clássicos desse estilo, para alguns bizarro, de fazer western.

Pablo Aluísio.

10 Curiosidades Sobre o duelo em Tombstone

O Duelo no OK Curral em Tombstone foi um dos eventos mais celebrados da mitologia do velho oeste. Aqui vão algumas curiosidades históricas sobre os fatos reais.

1. A cidade de Tombstone e o OK curral, onde os acontecimentos históricos reais se passaram, foram consumidas completamente por um grande incêndio quatro anos depois do famoso duelo. Durante décadas o lugar virou uma autêntica cidade fantasma por isso.

2. O famoso pistoleiro Doc Holliday morreu aos 36 anos de idade, de tuberculose, na cidade de Glenwood Springs, Colorado, para onde ele tinha ido em busca de algum tratamento. Ele estava muito mal, completamente debilitado, mas isso não o impediu de participar de um último duelo contra um jovem desafiador que queria matar o famoso pistoleiro. Doc o matou na rua principal da cidade com um tiro certeiro na cabeça. Depois foi a um hotel onde morreu uma semana depois. 

3. Segundo a enfermeira que o tratou nos últimos dias, Doc estava sempre soltando pequenas ironias de humor negro, mesmo quando acamado. Certa vez o médico lhe perguntou: "Como está seu pulmão hoje?" ao que Doc respondeu: "Não o tenho mais, o cuspi há alguns anos atrás". Suas últimas palavras antes de morrer foram "Não é uma incrível ironia eu morrer assim, com minhas botas?" - se referindo a um famoso ditado americano que afirmava que os verdadeiros heróis morriam em suas próprias botas - obviamente se referindo aos soldados mortos em campos de batalha.

4. Doc foi enterrado no velho cemitério de Glenwood Springs em uma cova rasa. Com o tempo o lugar exato de seu túmulo se perdeu. Assim a cidade resolveu colocar um pequeno monumento em sua homenagem. Estima-se que Doc Holliday matou mais de vinte opositores em duelos e tiroteios ao longo de sua vida. Ninguém jamais o feriu com gravidade.

5. Morgan Earp, irmão do xerife Wyatt Earp, foi morto pelas costas na noite de 18 de março de 1882. Ele estava em um saloon quando se envolveu em uma briga com cowboys locais. Sua arma com cabo de madrepérola, ainda manchada com seu sangue do dia de sua morte, se encontra em exposição em um museu em Branson, Missouri. No dia de sua morte o jornal da cidade disse que não havia forma de matar Morgan a não ser pelas costas, de forma covarde, pois ele certamente teria matado seu inimigo se as regras leais do duelo fossem respeitadas. Seu assassino foi morto dois meses depois, segundo alguns historiados, por Wyatt Earp que teve sua vingança contra a morte do irmão.

6. Warren Earp, o irmão mais jovem de Wyatt, também foi assassinado na mesma cidade onde o irmão mais velho havia sido morto. Sua morte até hoje é cercada de mistérios. Para alguns historiadores Warren estava atrás dos assassinos de seu irmão quando caiu em uma emboscada. Para outros ele foi morto por um pistoleiro que se irritou com seus comentários em uma rua da cidade. Ninguém foi preso por seu assassinato.

7.  Virgil Earp foi emboscado nas ruas de Tombstone, na noite de 28 de Dezembro de 1881, por pistoleiros escondidos que disparam do segundo andar de um edifício em obras. Ele conseguiu matar dois dos atiradores, mas acabou ferindo gravemente seu braço, que se tornou inutilizado com os anos. Depois caçou o último homem que o havia emboscado e o matou no deserto, perto de Tombstone. Depois de tantas mortes Virgil resolveu ir embora para a Califórnia onde se tornou empregado da estrada de ferro. Ele morreu com 62 anos de idade em 1905, de pneumonia.

8. O assassino e pistoleiro Johnny Ringo foi encontrado morto misteriosamente em um campo aberto  próximo de Tombstone. Até hoje sua morte é atribuída aos irmãos Earp, porém nada nunca foi provado. Ringo estava bêbado e sempre dizia que iria matar todos os membros da família Earp, nem que fosse a última coisa que faria. Acabou sendo encontrado com um tiro no peito, debaixo de uma árvore em um rancho distante. 

9. O famoso xerife e homem da lei Wyatt Earp acabou virando herói de filmes já na era do cinema mudo em Hollywood. Sua incrível história serviu de inspiração para muitos roteiristas da indústria do cinema. Wyatt era muito crítico em relação a esses primeiros filmes (que ele chegou a assistir) dizendo que o velho oeste era muito mais violento e brutal do que o mostrado nessas pioneiras produções cinematográficas de western.

10. No fim da vida Wyatt Earp foi para a grande cidade, indo morar em Los Angeles. Lá ele decidiu que iria escrever suas memórias, mas morreu antes de concretizar o que queria. Sobre os agitados anos em Tombstone ele declarou: "Todos os meus irmãos estão mortos, Doc está morto, mas antes disso nós mandamos todos aqueles bandidos como a quadrilha Clanton para o inferno, que era o lugar deles!"

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Spencer Tracy - Broken Lance (1954)

Nesse fim de semana eu conferi mais um clássico do western americano. O filme se chama "Broken Lance" (no Brasil o filme recebeu o título de "Lança Partida"). A estória se passa no Arizona, no século XIX. Nessas terras desertas e hostis o velho patriarca Matt Devereaux (Spencer Tracy) construiu um império baseado na criação de gado em sua fazenda. Matt é da velha escola, um homem duro, austero, que não admite qualquer tipo de ameaça ao seu poder absoluto. O símbolo máximo de uma sociedade completamente patriarcal.

Ele tem quatro filhos, todos devidamente achatados pela personalidade dominante do pai. Entre eles se destacam o jovem mestiço Joe (Robert Wagner), o caçula do clã, e Ben (Richard Widmark), o mais velho dentre eles, um homem que não consegue abrir seus próprios caminhos na vida por causa de seu pai opressivo e dominador. O enredo segue uma linha mais tradicional dos antigos faroestes, mas tem uma inesperada reviravolta (de natureza jurídica) que o transforma quase em um filme de tribunal. Uma mineradora da região está jogando cobre nas águas dos rios que cortam a fazenda dos Devereauxs. Algumas cabeças do rebanho morrem envenenadas pelo metal pesado e o velho Matt parte para dar o troco nos mineradores. Isso claro com revólver em punho, como era costume naqueles tempos pioneiros.

O diretor Edward Dmytryk joga então luzes sobre esse enredo (cujo roteiro foi premiado com o Oscar) de forma muito talentosa, mas quem rouba o filme todo para si é o excelente elenco. A começar pelo veterano Spencer Tracy. Católico devoto, ele teve uma vida sentimental ao mesmo tempo muito discreta e comentada em Hollywood. Acontece que Tracy era muito próximo de Katherine Hepburn, a grande diva do cinema americano, recordista na premiação do Oscar. Essa aproximação sempre gerou boatos de que eles mantiveram um caso amoroso escondido por anos e anos a fio. Muitas biografias afirmam que eles se amavam muito, mas que nunca puderam se casar pelo fato de que Tracy já era casado e não poderia se divorciar da esposa, por causa da precariedade de sua saúde (ela passou anos em coma).

Essa pelo menos foi a versão que durou muito tempo, até a morte do casal. Recentemente um livro foi publicado nos Estados Unidos dando uma outra visão dos fatos. Para esse autor (que inegavelmente faz a linha mais sensacionalista), Spencer Tracy e Katherine Hepburn não tinham um verdadeiro caso de amor, mas apenas fingiam que tinham. Por quê? Porque ambos seriam gays! Sinceramente, não acredito muito nisso. E nem é por causa da Katherine, que era uma mulher cosmopolita e aberta a todo tipo de experiência sexual e emotiva, mas sim por causa de Spencer Tracy. Pensar que esse homem ultra conservador e religioso, sempre ligado aos valores mais tradicionais, pudesse ser gay é algo completamente fora da realidade de sua biografia e história. De qualquer forma se formos deixar as picuinhas de lado e nos concentrar apenas em seus bons filmes deixo aqui a dica desse faroeste clássico "Lança Partida", uma prova de que nas telas o velho Spencer Tracy ainda conseguia impressionar, mesmo com a idade já bem avançada.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 26 de julho de 2006

Sartana Mata para não Morrer

Título no Brasil: Sartana Mata para não Morrer
Título Original: Un par de asesinos
Ano de Lançamento: 1970
País: Itália
Estúdio: Producciones Cinematográficas D.I.A.
Direção: Rafael Romero Marchent
Roteiro: Rafael Romero Marchent
Elenco: Gianni Garko, Guglielmo Spoletini, María Silva, Carlos Romero Marchent, Raf Baldassarre, Álvaro de Luna

Sinopse:
"Sartana Mata para não Morrer" narra as desventuras de uma dupla de bandidos, Sartana (Gianni Garko) e Marcos (Guglielmo Spoletini), que estão em busca de uma grande quantia de dinheiro roubado, que eles sabem que está faltando em um assalto. Nessa busca encontram uma bela mulher (María Silva) e passam a ser perseguidos por um xerife (Luis Induni) obcecado em colocar a dupla criminosa atrás das grades.

Comentários:
Mais um filme do ator Gianni Garko na pele do pistoleiro Sartana. É a tal coisa, em time que se está ganhando, não se mexe. Como os filmes iam bem nas bilheterias e geravam lucro ele seguia no mesmo papel, geralmente contando também com a mesma equipe técnica. Filmes rodados em ritmo realmente industrial. O curioso é que esse filme chegou a ser considerado por críticos norte-americanos como uma versão italiana do clássico do western "Butch Cassidy and the Sundance Kid" (1969). Realmente há semelhanças tópicas, mas penso que Sartana sempre teve suas próprias características. Outro aspecto curioso é que disseram na época que o ator Gianni Garko era uma versão italiana de Robert Redford. Aí, já penso que exageraram um pouquinho... Não precisava forçar tanto a barra! 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de julho de 2006

Tashunga

Título no Brasil: Tashunga
Título Original: North Star
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Nils Gaup
Roteiro: Heck Allen, Gilles Béhat
Elenco: James Caan, Christopher Lambert, Catherine McCormack, Burt Young, Jacques François, Morten Faldaas

Sinopse:
A história do filme se passa durante a corrida do ouro no Alasca no final de 1800. Um ambicioso criminoso passa a eliminar proprietários de ranchos isolados para ficar com suas terras, até que precisa enfrentar um nativo que vai lutar pelas terras de seus ancestrais. 

Comentários:
Eu costumo dizer que alguns filmes foram feitos na época errada. É o caso desse faroeste dos anos 90. Se esse roteiro tivesse sido filmado nos anos 50 com John Wayne ou até mesmo com Randolph Scott no elenco, certamente teríamos mais um clássico do western em mãos. Só que na década de 90 já havia outro tipo de percepção, nem sempre muito positiva, sobre esse tipo de produção. É um bom filme, muito embora tenha alguns problemas de ritmo. O que vale muito a pena é a ambientação onde a história se passa porque o Alasca é uma terra muito inóspita e selvagem, um lugar onde realmente apenas os mais fortes poderiam prosperar e sobreviver. E o mais interessante de tudo é ver a dinâmica entre esse personagens, entre o colonizador branco e o selvagem nativo. Na luta entre eles acabamos ficando com uma dúvida sempre presente. Quem seria realmente o verdadeiro selvagem?

Pablo Aluísio.

Ringo e Sua Pistola de Ouro

Título no Brasil: Ringo e Sua Pistola de Ouro
Título Original: Johnny Oro
Ano de Lançamento: 1966
País: Itália 
Estúdio: Sansom Films
Direção: Sergio Corbucci
Roteiro: Sergio Corbucci, Adriano Bolzoni
Elenco: Mark Damon, Valeria Fabrizi, Franco De Rosa, Giulia Rubini, Loris Loddi, Andrea Aureli, Amerigo Castrighella

Sinopse:
Um bandido mexicano se une a um bando de nativos americanos renegados para vingar da morte violenta de seus irmãos mais velhos. Eles foram mortos por um caçador de recompensas obcecado por ouro, que vaga pelo velho oeste em busca de criminosos procurados vivos ou mortos.
 
Comentários:
Na história real do velho oeste Johnny Ringo realmente existiu. Foi um pistoleiro, assassino e bandoleiro que cruzou caminho com a família Earp. Acabou sendo morto com um tiro certeiro na cabeça, sendo enterrado numa cova rasa no deserto, nos arredores de Tombstone. Morto o homem, nasceu o personagem de tantos livros de bolso e filmes de faroeste. Esse aqui rodado na Itália não está preocupado com fatos históricos reais, mas sim em trazer entretenimento para quem apreciava o conhecido Western Spaghetti. A boa notícia para colecionadores é que se trata de mais um filme dirigido pelo mestre Sergio Corbucci. Esse diretor realmente sabia o que fazia. Geralmente com muito pouco, fazia bons e eficientes filmes de western. E essa produção se enquadra perfeitamente nesses quesitos de qualidade cinematográfica, pelo menos dentro do estilo do cinema italiano da época. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 24 de julho de 2006

Massacre no Grand Canyon

Título no Brasil: Massacre no Grand Canyon
Título Original: Massacro al Grande Canyon
Ano de Lançamento: 1964
País: Itália 
Estúdio: Ultra Film
Direção: Sergio Corbucci, Albert Band
Roteiro: Fede Arnaud, Albert Band
Elenco: James Mitchum, Gabriella Pallotta, Milla Sannoner, George Ardisson, Eduardo Ciannelli, Giacomo Rossi Stuart

Sinopse:
Após uma busca pelos assassinos de seu pai, o cowboy e pistoleiro Wes Evans (Mitchum) volta para casa apenas para se ver envolvido em uma sangrenta disputa de terras. Nesse novo desafio ele vai precisar contar novamente com sua destreza em suas armas de fogo, em seu colt sempre presente em sua cintura. 

Comentários:
James Mitchum era o filho mais velho do astro de Hollywood Robert Mitchum. A cara não negava, era extremamente parecido com o pai. Com o auge do cinema italiano de faroeste ele cruzou o Atlântico em busca de oportunidades no western spaghetti. E se deu bem, atuando em vários filmes de faroeste. Nessa produção teve a honra e o privilégio de atuar sob direção do grande Sergio Corbucci, diretor de Django e um dos grandes nomes desse gênero cinematográfico europeu. O interessante é que a presença de Mitchum acabou influenciando Corbucci a fazer um filme de faroeste mais próximo do que era produzido nos Estados Unidos do que os que eram filmados na Itália. Isso trouxe um maior cuidado com o desenvolvimento dos personagens e menos ênfase nas cenas de ação. Por oprtar por esse estilo, acabou sendo criticado, principalmente pelos jornalistas de seu próprio país, pois o que fazia o diferencial no Spaghetti era justamente a busca por uma linguagem própria, distante até certo ponto, do que era visto dentro dos filmes americanos de western. 

Pablo Aluísio.