quarta-feira, 12 de abril de 2006

Os Imperdoáveis

Os Imperdoáveis
Momentos registrados durante as filmagens do clássico do western "Os Imperdoáveis". Na foto 1 Clint Eastwood surge na pele do seu personagem Bill Munny. A chuva é torrencial e a bandeira dos Estados Unidos surge com forte simbolismo às suas costas. Na foto 2 Clint Eastwood verifica na câmera como ficará a nova tomada do filme. Finalmente na última foto vemos o astro em grande forma, durante uma das cenas viscerais desse clássico do cinema. (Pablo Aluísio)

terça-feira, 11 de abril de 2006

Clint Eastwood - Cry Macho

Esse é o poster do novo filme de Clint Eastwood chamado "Cry Macho: O Caminho para Redenção", ainda sem data de estreia prevista para o Brasil. O ator e diretor de 91 anos de idade disse recentemente em entrevista que não estava disposto a se aposentar, de parar de trabalhar. Ele declarou: "Ainda sou um homem saudável que adora fazer filmes. E não vou parar. Penso que devemos ser produtivos até o fim. Além disso eu não saberia o que fazer da minha vida se eu parasse de fazer filmes. Sendo bem sincero eu não sei fazer outra coisa na minha vida". Os cinéfilos, claro, agradecem a Clint por sua disposição infinita de manter o lançamento de pelo menos um filme por ano, mesmo com sua idade avançada.

Dono de sua própria companhia cinematográfica, a Malpaso, que fundou nos anos 1970, Clint se dá o luxo de bancar a produção de seus próprios filmes e de dirigi-los sempre que tem vontade. "Para fazer um filme eu conto apenas comigo mesmo. Eu faço a produção e dirijo se for necessário. Não preciso da aprovação de absolutamente ninguém nesse processo". E qual é o tema de seu novo filme "Cry Macho"? Clint interpreta um velho cowboy de rodeios que acaba encontrando em um jovem a chance de lhe ensinar grandes lições de vida. O rapaz vem de uma família cheia de problemas, com pai entregue ao alcoolismo e a mãe perdida em seus próprios problemas pessoais. Assim o velho cavaleiro de rodeios decide se tornar o mestre daquele que pode também se tornar um campeão dos rodeios e da vida. Agora é só esperar pelo lançamento de Cry Macho em nossos cinemas.

Pablo Aluísio.

Cine Western - John Wayne e James Stewart

Cine Western - John Wayne e James Stewart
Os atores John Wayne e James Stewart no filme "O Último Pistoleiro". Esse acabaria sendo o último filme da carreira de John Wayne. 

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 10 de abril de 2006

10 Curiosidades sobre John Wayne Que Você Deveria Saber...

John Wayne foi um dos maiores mitos da história do cinema americano. No total realizou 162 filmes. De acordo com uma nova biografia escrita pelo autor Scott Eyman, Wayne também tinha várias outras habilidades além de matar bandidos e apaches em filmes de faroeste. Confira algumas curiosidades sobre o ator:

1. John Wayne adorava jogar xadrez
Wayne adorava jogar xadrez e após muitos anos se tornou um bom jogador. Quando estava à toa nos sets de filmagens esperando sua vez de entrar em cena, ele sempre levava seu tabuleiro de xadrez para jogar com outros atores, membros da equipe técnica, diretores ou quem quer que estivesse por perto. Certa vez fez o veterano cineasta Josef von Sternberg ficar furioso ao perder 400 dólares em uma aposta numa partida contra ele! Sobre o ator Rock Hudson chegou a declarar, brincando: "O que importa se ele é gay? Ele joga xadrez muito bem!". Já o ator Robert Mitchum confessou certa vez que Wayne, que tinha mãos enormes, às vezes trapaceava quando seu oponente ficava distraído!

2. John Wayne amava literatura
Embora posasse na tela como um cowboy durão - e muitas vezes iletrado, o ator John Wayne era bem diferente de seus personagens pois adorava ler livros. Seu autor preferido era Arthur Conan Doyle e sua autora, Agatha Christie. Wayne tinha dois livros de cabeceira, "A Companhia Branca" (1891) e "Sir Nigel" (1906). Era particularmente admirador de Charles Dickens e sempre se interessava por obras que enfocassem a Guerra dos Cem anos.

3. Wayne não gostava de seu nome de batismo
Wayne nasceu Marion Robert Morrison (em 26 de maio de 1907). Ainda jovem ganhou o apelido de Duke, por causa do cachorrinho de estimação da família que se chamava Big Duke. Seus amigos o chamavam de Little Duke e depois, com o tempo, ficou apenas Duke. Ele não se importava de ser chamado de Duke mas... Marion não era de seu agrado pois era um nome dúbio, que quase sempre era confundido com o nome de uma mulher. Mesmo assim Wayne não repelia com raiva quem lhe chamava por Marion, apenas dizia que preferia ser chamado de John, Wayne ou Duke mesmo.

4. John Wayne e John Ford estavam sempre brigando!
John Ford foi um dos maiores gênios do cinema americano mas também era um sujeito durão. Vencedor de vários prêmios apostou naquele ator grandão e meio fora de forma, John Wayne, para estrelar algumas de suas maiores obras cinematográficas. Juntos realizaram vários filmes mas a amizade parecia ser fundada numa amigável eterna provocação entre ambos. Ford estava sempre desafiando Wayne a dar o melhor de si. Certa vez estourou com ele bem em frente à equipe dizendo: "Você não sabe nem andar direito?! Pelo amor de Deus... É tão desajeitado como um hipopótamo! E o que diabos está dizendo quando abre a boca? Tem um ovo cozido dentro dela?". Wayne, muito espirituoso, sempre dava risadas de Ford nessas ocasiões. Era aquele tipo de amizade tão sincera que dava margem a esse tipo de provocação destemperada!

5. John Wayne quase se tornou um jornalista esportivo!
John Wayne nasceu no Iowa e foi estudar no Glendale Union High School, na Califórnia, onde se tornou um jogador de futebol americano muito promissor. Além de jogar bem ele também se mostrou um aluno academicamente esforçado. Procurava tirar boas notas e logo entrou na  equipe de debate do ensino médio. Não demorou muito e entrou no jornal escolar como redator - e se saiu muito bem cobrindo os jogos da equipe esportiva local. Foi justamente nessa época que Wayne pensou em se tornar jornalista, especializado na área esportiva, um sonho que nutriu por muitos anos. Era fã de esportes e nunca deixou de acompanhar os campeonatos nacionais de futebol americano, mesmo quando estava distante filmando algum western no meio do deserto.

6. John Wayne era um conservador na política
Politicamente o ator nunca escondeu suas preferências. Era conservador e membro do Partido Republicano. Isso porém não o impediu de ser grande amigo de atores liberais como Paul Newman, com quem sempre estava implicando. Já com Jane Fonda a coisa foi mais séria. Após a atriz defender a saída dos Estados Unidos do Vietnã, Wayne lhe passou um sermão publicamente dizendo que ela não era uma boa americana e nem patriótica. O pior aconteceu quando Fonda declarou que esperava que os americanos perdessem a guerra. John Wayne ficou furioso e foi aos jornais para xingá-la de "traidora comunista". Pois é, o velho Duke não estava para brincadeiras.

7. John Wayne era um homem profundamente supersticioso
Ele tinha várias manias. Queria ver o Duke sair do sério? Deixasse seu chapéu sob sua cama! Isso era imperdoável, pois para Wayne isso trazia uma tremenda má sorte - além de indiretamente significar a próprio morte do dono do chapéu! Essa era uma velha superstição mexicana que Wayne levava muito a sério! Também evitava sapatos de camurça azul, que em sua opinião lhe traziam presságios ruins. Se visse um ator em algum de seus filmes usando um sapato desses pedia que ele gentilmente fosse até o camarim para trocá-los.

8. John Wayne era um fumante inveterado!
Wayne fumava cinco maços de cigarro ao dia. Ele própria se assumia e falava que era um fumante inveterado. Chegou inclusive a fazer comerciais de cigarro na TV americana. Seu tabagismo seria sua ruína quando anos depois foi diagnosticado com um câncer no pulmão esquerdo. Um duro golpe no veterano cowboy que o levaria à morte em 1979.

9. John Wayne era um sujeito espirituoso
Apesar de sua fama de durão do velho oeste o ator era uma pessoa muito simpática no trato social. Gostava de uma boa prosa e estava sempre contando piadas aos amigos mais próximos. Quando foi premiado com o Oscar de melhor ator depois de muitos anos trabalhando em Hollywood resolveu brincar dizendo que aquele prêmio era acima de tudo fruto de uma  maravilhosa "sorte de principiante"!

10. John Wayne era bom de copo!
O ator bebeu bastante durante toda a sua vida. Ao longo dos anos acabou criando uma resistência muito forte à bebida, a ponto de sempre ficar sóbrio enquanto seus companheiros de mesa caíam de bêbados ao redor. Wayne era admirador de um bom whisky que na sua opinião deveria ser servido na temperatura natural, sem nada de gelo! Para ele um homem de verdade nunca colocava gelo em sua bebida pois isso era coisa de maricas! Mesmo quando estava filmando no deserto Wayne sempre tinha uma garrafa do mais puro whisky escocês por perto para aguentar a dureza da região. No final do dia, após as filmagens, todos iam beber no bar local, por mais precário e desarrumado que fosse! Em Hollywood dizia-se que Wayne era o único ator paréo para derrubar Richard Burton (outro famoso beberrão) em uma mesa de bar. Quando se juntavam para beber o dia todo Burton geralmente terminava o dia caindo pelo chão, enquanto Wayne ainda se mostrava firme o suficiente para um partida de dardos! O Duke era duro na queda mesmo!

Pablo Aluísio.

Terra Bruta

Foto promocional para o western Terra Bruta (Two Rode Together, EUA, 1961), produção da Columbia Pictures, com direção de John Ford.

Algumas curiosidades sobre o filme:

a) Este foi um dos últimos filmes em que James Stewart usou seu velho chapéu de cowboy. Até este ponto, ele o tinha usado em todos os seus westerns desde "Winchester '73" (1950), com exceção de "Flechas de Fogo" (1950). Este foi o primeiro filme de Stewart com John Ford e o diretor considerava aquele "o pior chapéu de cowboy que já tinha visto na vida!" Stewart porém adorava aquele velho chapéu surrado e voltou a usá-lo mais uma vez em "O Homem Que Matou o Facínora" (1962).

b) Richard Widmark ficou relutante em fazer o filme, já que ele sentiu que tinha quinze anos a mais do que o personagem do jovem tenente do roteiro original.

c) Este filme marcou a última participação do ator cômico Edward Brophy no cinema. Ele morreria em 27 de maio de 1960, pouco tempo depois do final das filmagens.

d) James Stewart admitiu mais tarde que estava desapontado porque o lado escuro de seu personagem não foi explorado adequadamente no filme.

e) John Ford admitiu mais tarde que ele só tinha feito o filme por dinheiro, e sentiu que estava ficando "uma porcaria". Sua opinião não mudou mesmo depois que ele trouxe seu roteirista favorito, Frank Nugent, para reescrever todo o texto.

f) Fracasso comercial e de crítica, o resultado ruim do filme foi em grande parte atribuído à idade mais avançada dos atores, uma vez que James Stewart, aos 52 anos, e Richard Widmark, aos 45 anos, estavam ambos muito mais velhos do que seus personagens.

g) Filmado em 1960, não foi lançado até 1961.

h) O filme foi amplamente considerado como uma variação pouco inspirada do anterior de John Ford, "Rastros de Ódio" (1956).

i) Richard Widmark e James Stewart ambos usaram perucas, e ambos tinham problemas de audição . Em um ponto durante as filmagens John Ford gritou: "Ótimo, então é isso a que minha carreira chegou - dirigir dois apliques surdos!" .

j) De acordo com Peter Bogdanovich em "Pieces of Time" Widmark afirmou que ele tinha se divertido mais neste filme do que em qualquer outro de sua carreira. O ator contou uma piada sobre as filmagens: "Eu sou um pouco surdo desse ouvido... e Ford era um pouco surdo no outro! Já Jimmy tinha dificuldade de audição em ambos! ... Então, tudo se resumia a três caras nas filmagens falando uns para os outros: "O quê? O quê? O quê?"

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de abril de 2006

Robert Mitchum

O ator Robert Mitchum em foto promocional para o clássico do western "El Dorado". Bem humorado costumava brincar sobre seus filmes e suas atuações ao dizer: "Eu usei a mesma roupa e o mesmo dialogo durante seis anos. Só trocava o título do filme e a mocinha" Uma frase divertida mais pouco condizente com a realidade pois ao longo de uma produtiva carreira Mitchum estrelou alguns dos maiores clássicos do cinema americano, incluindo muitos filmes de western. 

Ele também trabalhou ao lado de Marilyn Monroe em seu primeiro e único faroeste. Na ocasião o ator tentou uma aproximação romântica com a famosa atriz, mas logo entendeu que iria ser complicado, já que o marido da loira sensual também participava das filmagens. Mesmo de longe, ficava o tempo todo de olho na esposa.

Em suas memórias, o ator relembrou que enquanto ele, Marilyn e os demais membros da equipe de filmagem trabalhavam, Joe DiMaggio ficava pescando nas redondezas, sempre cercado de um grupo de puxa-sacos profissionais. Todos italianos de Nova Iorque, contratados para basicamente rirem das piadas sem graça do maridão de Marilyn Monroe. Ele nunca simpatizou com Joe e ele sabia disso.

Outro fato que surpreendeu Mitchum foi o fato de que "Marilyn era boa de copo", sempre sentando com os homens do filme, bebendo de madrugada até cair de bêbada. "Essa garota não era brincadeira!" - brincou o astro do passado. No final de uma dessas noites Robert brincou e disse para Marilyn: "Ei, porque não vamos brincar só nós dois ali no escuro?". Marilyn riu e para desapontamento de Mitchum recusou o convite assanhadinho. Dono de uma extensa lista de conquistas, Mitchum não conseguiu levar Marilyn para a cama.

Pablo Aluísio.

Enterrem Meu Coração na Curva do Rio

Enterrem Meu Coração na Curva do Rio
Esse clássico da literatura do Estados Unidos, escrito por Dee Brown, conta a verdadeira história da conquista do velho oeste. É a verdadeira face da chegada do homem branco em terras que pertenciam a nações de nativos, índios que viviam naquelas planícies há séculos. E essa não foi uma história de heroísmo como se vê em tantos filmes antigos de western. Na realidade o que se passou foi uma história de conquista violenta, sangue e muitas vezes desonra.

O livro narra uma série quase interminável de tratados que os homens brancos firmaram com os índios e a sistemática quebra desses mesmos tratados. É fato histórico que os nativos foram enganados, enganados e sempre enganados. Mal um tratado era assinado e selado uma paz, logo ele era desrespeitado pelos colonizadores brancos. Uma coisa desonrosa, uma amostra que muitos pioneiros que foram para o oeste não tinham honra nenhuma, não cumpriam sua palavra.

E diante dessa situação a guerra se tornou inevitável. Afinal os índios cansaram e partiram para o campo de batalha, mesmo que não tivessem nem a tecnologia e nem a quantidade de homens suficientes para isso. Inicialmente eu pensei que esse seria um livro com um certo tom poético, bem subjetivo, narrando a história de sofrimento dos índios americanos. Mas estava parcialmente equivocado. Esse livro é bem objetivo, histórico, registrando os eventos vergonhosos que os brancos protagonizaram na tomada de terras que nunca havia lhes pertencido. Como eu frisei no texto, essa é uma história da desonra dos primeiros brancos que chegaram nas terras do velho oeste dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de abril de 2006

Rio Vermelho

Red River
Essa produção, um clássico do western, registrou momentos marcante sda história do cinema americano, onde duas grandes gerações de atores se encontram nas telas. Montgomery Clift e John Wayne dividiram o mesmo set no imortal "Red River" (Rio Vermelho, no Brasil). No enredo o choque de dois modos de pensar, viver e amar, tudo se passando no velho oeste dos Estados Unidos. 

O interessante é que Montgomery Clift relutou muito em aceitar o convite para atuar nesse filme. Ele se considerava acima de tudo um ator de teatro, no rico universo teatral de Nova Iorque. Na verdade não tinha muito interesse em migar para o cinema. Não gostava de Los Angeles e nem no esquema industrial de se fazer filmes na costa oeste. 

Embora tivesse respeito por John Wayne, também não considerava esse astro do cinema um bom ator. Para Clift, Wayne era apenas um tipo que fazia sucesso de bilheteria, mas não um ator de amplos recursos dramáticos. Quem acabou convencendo Clift a aceitar o papel nesse faroeste foi o diretor Elia Kazan, que disse para o jovem ator que aquela era uma oportunidade única de atuar em um filme realmente muito bom, com excelente roteiro. 

E assim, depois de semanas sem dizer sim e nem não, finalmente Montgomery Clift aceitou fazer o primeiro faroeste de sua carreira. O resto é história. Esse é considerado um dos melhores filmes de western de todos os tempos, sempre presente em listas que elegem os melhores nesse gênero cinematográfico. E acabou igualmente se tornando um dos filmes preferidos do próprio Clift que aprendeu que o cinema nem sempre era um veículo menor para grandes atores. 

Pablo Aluísio.

 


Roy Rogers e Trigger!

Roy Rogers e seu famoso cavalo Palomino Trigger no pique de sua glória. O animal seria tão querido e estimado por Rogers que esse o teria empalhado após sua morte como uma homenagem ao seu trabalho ao lado do cowboy da sétima arte em tantos e tantos faroestes que fizeram a alegria da garotada da época. 

Curiosamente o império financeiro que o ator criou em torno de si mesmo não teve longa duração. Quando ele morreu uma série de disputas judiciais envolvendo sua herança e o direito de licenciamento de produtos acabou nublando a marca Roy Rogers. Sem os filmes, que eram a maior locomotiva de publicidade de seus produtos, os brinquedos, quadrinhos e tudo mais envolvendo seu nome foram desaparecendo das lojas até que sumiram definitivamente após alguns anos. 

A única coisa que pareceu ter sobrevivido aos anos foi o cavalo de Roy Rogers que foi empalhado. Por longos anos Trigger foi exposto em vários museus e feiras por todos os Estados Unidos. Depois ficou em exposição por longos anos no Roy Rogers and Dale Evans Museum em Branson, Missouri, até esse ser fechado em 2009. Em 2010 o animal empalhado foi colocado à venda pela prestigiada Christie’s, sendo vendido em leilão a um colecionador particular por U$385,000. Uma relíquia dos anos mais românticos do western americano. Hoje em dia a peça pertence a um colecionador particular

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 7 de abril de 2006

Tom Mix

Tom Mix
Tom Mix foi o mais popular ator de filmes de western durante a era do cinema mudo. Hoje em dia ele é pouco conhecido pelos mais jovens porque o passar do tempo cobra seu preço. Porém, em seu tempo, ele era tão conhecido quanto Charles Chaplin. Enquanto Carlitos era o rei da comédia, Tom Mix era o rei do faroeste. E sua imagem era extremamente conhecida nos Estados Unidos a ponto de seus filmes chegaram ao Brasil, isso em um tempo muito remoto e primitivo da indústria cinematográfica em nosso país.

Realizando fitas para serem exibidas nas matinês, Tom Mix virou ídolo das crianças e jovens das décadas de 1910 e 1920. Ao todo estrelou incríveis 285 filmes, sendo que muitos deles se perderam no tempo infelizmente. A película dessas produções não sobreviveu ao tempo e muitas dessas fitas foram também queimadas em um grande incêndio do acervo de velhos filmes da RKO, estúdio em que Mix trabalhou em diversos faroestes. Em termos históricos foi realmente uma grande perda da história do cinema.

Tom Mix nasceu em 6 de janeiro de 1880, na pequena cidade de Mix Run, na Pennsylvania. Ele vinha de origens humildes. Seu pai era lenhador e ganhava a vida com muitas dificuldades. Sem estudo e sem maiores esperanças para o futuro, Tom Mix entrou para o exército aos 18 anos de idade. Acabou lutando numa guerra real, entre os anos de 1898 a 1901 nas Filipinas. Escapou por pouco da morte.

Após seu falecimento em 1940, aos 60 anos de idade, um autor descobriu que ele na verdade havia deserdado do exército, algo que poderia ter levado esse ex-soldado da infantaria a uma corte marcial. Porém ele conseguiu escapar disso e as autoridades militares nunca o pegaram. Ao invés disso Mix foi para Hollywood e na ensolarada Califórnia conseguiu se destacar, por saber montar bem e fazer boas cenas de ação. Acabou tendo uma carreira de sucesso, que o transformou em astro. Ele morreu feliz e rico em sua mansão, de um belo rancho localizado nos arredores da cidade de Florence, Arizona. Provavelmente rindo por ter passado a perna nos militares americanos.

Pablo Aluísio.