Ransome Callicut (Randolph Scott) é um forasteiro que chega na pequena vila de Los Angeles, um lugar inóspito perdido no meio do deserto, infestada de malfeitores. Ele desembarca no local afirmando ser um simples professor de crianças, mas o oficial da cavalaria na região, o capitão Roy Giles (Philip Carey), acredita que ele esteja mentindo pois é bastante parecido com um major desertor das forças armadas durante a guerra civil. Enquanto investiga o recém chegado, ele percebe que Ransome está cada vez mais envolvido nos problemas políticos locais. Há um grupo de rebeldes que deseja a separação do sul da Califórnia da federação americana, o que pode levar a uma nova guerra de secessão. Afinal qual seria a ligação entre o misterioso personagem de Randolph Scott com a turbulenta situação política em Los Angeles?
“De Arma em Punho” é mais uma produção com o ator Randolph Scott para a Warner. Esse aqui tem um roteiro bem mais trabalhado com uma intrigada trama que provavelmente vá confundir um pouco o espectador menos atento. Callicut (Scott) pode ser tanto um desertor do exército, como também um espião enviado pelo governo americano para investigar os problemas envolvendo os rebeldes californianos. O filme foi rodado praticamente todo dentro do estúdio. Existem cenas em locações reais, mas essas são geralmente pontuais, feitas com uma segunda unidade. As principais sequências que contam com Scott e o elenco principal, são praticamente todas recriadas em cenários dentro dos estúdios da Warner. Hoje em dia esse tipo de técnica é facilmente perceptível. Alguns não gostam, pois soa artificial, mas pessoalmente acho tudo muito charmoso e elegante. O horizonte ao longe é pintado, por exemplo, mas tudo com tão bom gosto que não há como se aborrecer com detalhes assim.
Além dos costumeiros tiroteios e perseguições “De Arma em Punho” ainda tem uma dupla de atores mais cômicos (um se veste de mulher para enganar os rebeldes) e duas sequências musicais com canções cantadas em espanhol pela atriz e intérprete Lina Romay. Para os fãs de Randolph Scott é bom salientar que "Stardust", seu lindo cavalo Palomino branco e marrom, está em cena, mostrando todo seu porte imponente e beleza. Em conclusão é isso, mais um bom filme com Scott que ainda conta com o diferencial de mostrar pequenos toques de mistério e tramas políticas. "De Arma em Punho" é um eficiente western da década de 50 que deve ser assistido pelos fãs do gênero.
De Arma em Punho (The Man Behind the Gun, Estados Unidos, 1953) Direção: Felix E. Feist / Roteiro: John Twist, Robert Buckner / Elenco: Randolph Scott, Patrice Wymore, Dick Wesson / Sinopse: Um forasteiro recém chegado a Los Angeles pode ser tanto um simples professor como um perigoso pistoleiro e desertor do exército norte-americano. A região está instável pois um grupo rebelde luta pela secessão do sul da Califórnia do resto do país.
Pablo Aluísio.
domingo, 19 de março de 2006
O Preço de um Covarde
Dee Bishop (Dean Martin) é o líder de um bando de assaltantes de bancos no velho oeste. Após uma tentativa frustrada de assalto, todos são presos pelo xerife July Johnson (George Kennedy). Julgados e condenados à forca, não parece mais haver esperanças para os criminosos até o dia em que chega na cidade o carrasco que vai executar o enforcamento. Homem educado, de gestos gentis, ele logo ganha a simpatia de todos. O único problema é que ele na realidade não é quem afirma ser. Na verdade se trata de Mace Bishop (James Stewart) que tentará de todas as formas evitar que seu querido irmão seja enforcado na cidade. Excelente western com um elenco maravilhoso, além de James Stewart e Dean Martin, a ótima produção conta com as presenças da linda Raquel Welch (no auge de sua beleza) e Andrew Prine. A primeira coisa que chama a atenção é o próprio personagem de James Stewart. Ele é um ladrão, tal como seu irmão, assalta bancos e mente o tempo todo, mas mesmo assim não deixa de ser charmoso e fascinante para os moradores da região. James Stewart geralmente interpretava papéis de homens virtuosos, íntegros, éticos e esse Mace Bishop é uma exceção nessa linha. Aqui ele é um vilão disfarçado. Um sujeito que se faz de homem honesto para esconder seus objetivos nefastos. Sua atuação é mais uma vez muito digna e marcante. Sem dúvida, um de seus mais interessantes personagens no cinema.
Ao seu lado no elenco, o cantor Dean Martin mais uma vez não compromete. É curioso porque muitos decretaram o final de sua carreira no cinema após se separar de Jerry Lewis. Ledo engano. Martin conseguiu superar essa separação e ao longo dos anos construiu uma sólida filmografia própria, solo, com alguns filmes realmente maravilhosos. Aqui ele interpreta o irmão caçula Bishop. No fundo tudo o que deseja é escapar das garras da lei para ter um novo recomeço em algum lugar onde possa finalmente ter paz e tranqüilidade. Martin surpreende mesmo com sua boa atuação. E pensar que ele foi por anos após uma "escada" para Jerry Lewis em seus filmes de comédia.
O termo “bandolero”, do título original, se refere a um vasto território hostil localizado além do Rio Grande, marco geográfico que separa o México dos EUA, que era nos tempos do velho oeste uma terra de ninguém, dominado por saqueadores e ladrões mexicanos. Não havia lei naquela região. É justamente nesse local onde se passará os eventos mais dramáticos de todo o filme. Em conclusão “O Preço de um Covarde” é mais um momento marcante na rica carreira do saudoso James Stewart, um ator diferenciado que aqui surge em cena em um papel incomum. Simplesmente imperdível.
O Preço de um Covarde (Bandolero!, Estados Unidos, 1968) Direção: Andrew V. McLaglen / Roteiro: James Lee Barrett, Stanley Hough / Elenco: James Stewart, Dean Martin, Raquel Welch, George Kennedy, Andrew Prine / Sinopse: Dois irmãos tentam fugir das garras da lei na fronteira entre EUA e México. Após atravessarem o Rio Grande são incansavelmente perseguidos pelo zerife Johnson. O problema é que o vasto território é um covil de ladrões e assassinos mexicanos. Quem conseguirá sobreviver a esse lugar tão hostil?
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 16 de março de 2006
Winchester '73
Lendo a autobiografia do ator Rock Hudson nos deparamos com um capítulo onde ele relembra o lançamento desse western. De como viajou ao lado de James Stewart para promover o filme nas cidades. Na época ele era apenas um coadjuvante de luxo nesse faroeste que tem um ótimo roteiro. E é justamente o roteiro que se destaca nessa produção. Posso afirmar, sem parecer exagerado, que temos aqui um roteiro muito bem escrito, algo bem inovador mesmo. Várias histórias vão sendo mostradas e aos poucos todas convergem para o mesmo local. O roteiro na verdade segue o rifle Winchester 73 que vai passando de mão em mão ao longo do filme. A arma é uma espécie de prêmio que o personagem de James Stewart ganha em um concurso na cidade de Dodge City. Nessa cena temos direito até mesmo a uma aparição do famoso homem da lei Wyatt Earp. O rifle acaba sendo roubado depois, indo parar nas mãos de um grupo Sioux. Depois ele vai parar nas mãos de militares da cavalaria, vira objeto de ostentação de um covarde etc. O fio condutor de todo o enredo então passa a ser justamente esse rifle. E assim várias histórias do velho oeste vão sendo contadas.
Além do bom roteiro, o filme se destaca também pelo excelente elenco. Astros de Hollywood da sua era de ouro estão aqui. O ator James Stewart repete seu tradicional papel de homem íntegro e honesto. Para falar a verdade ele não precisava de muito mais do que isso. Sempre carismático e correto, Stewart liderou um elenco acima da média. O mais curioso é a presença de dois jovens atores que iriam virar grandes astros nos anos que viriam: Rock Hudson e Tony Curtis. O primeiro está quase irreconhecível como um chefe Sioux. Ele atuou no filme de peruca e pintado nas cores tradicionais dos nativos americanos, algo bem fora dos padrões de sua carreira. Já Tony Curtis, muito, muito jovem, faz um soldado da cavalaria no meio de um cerco indígena. Ambos estavam em começo de carreira, tentando um lugar ao sol em Hollywood.
Na época os dois eram contratados da Universal Pictures, que tinha um quadro de treinamento de novos atores. A Universal era conhecida por realizar vários faroestes B, mas aqui caprichou um pouco mais na produção. Isso porque contava com o astro James Stewart como estrela do filme. Assim o estúdio decidiu produzir um faroeste classe A para fazer jus a ele. A empresa cinematográfica sabia do potencial das bilheterias com sua presença. E tudo isso resultou numa produção caprichada. A direção também foi entregue a um cineasta experiente. Anthony Mann foi para James Stewart o que John Ford foi para John Wayne, ou seja, uma bela parceria se firmou entre ambos ao longo dos anos. Aqui a sintonia da dupla funciona novamente. Mann, com mão firme, não deixa o filme em nenhum momento cair na banalidade. Excelente trabalho de direção. Em suma, esse é um daqueles grandes filmes de western da história de Hollywood. Um filme para se ter na coleção.
Winchester '73 (Winchester '73, Estados Unidos, 1950) Direção: Anthony Mann / Roteiro: Robert L. Richards, Borden Chase / Elenco: James Stewart, Rock Hudson, Tony Curtis, Shelley Winters, Dan Duryea / Sinopse: Lin McAdam (James Stewart) vence uma competição de tiro cujo prêmio é um rifle Winchester 73, a melhor arma da época. Após perder sua posse a arma cai nas mãos de várias pessoas ao longo do tempo. Filme indicado ao Writers Guild of America.
Pablo Aluísio.
Além do bom roteiro, o filme se destaca também pelo excelente elenco. Astros de Hollywood da sua era de ouro estão aqui. O ator James Stewart repete seu tradicional papel de homem íntegro e honesto. Para falar a verdade ele não precisava de muito mais do que isso. Sempre carismático e correto, Stewart liderou um elenco acima da média. O mais curioso é a presença de dois jovens atores que iriam virar grandes astros nos anos que viriam: Rock Hudson e Tony Curtis. O primeiro está quase irreconhecível como um chefe Sioux. Ele atuou no filme de peruca e pintado nas cores tradicionais dos nativos americanos, algo bem fora dos padrões de sua carreira. Já Tony Curtis, muito, muito jovem, faz um soldado da cavalaria no meio de um cerco indígena. Ambos estavam em começo de carreira, tentando um lugar ao sol em Hollywood.
Na época os dois eram contratados da Universal Pictures, que tinha um quadro de treinamento de novos atores. A Universal era conhecida por realizar vários faroestes B, mas aqui caprichou um pouco mais na produção. Isso porque contava com o astro James Stewart como estrela do filme. Assim o estúdio decidiu produzir um faroeste classe A para fazer jus a ele. A empresa cinematográfica sabia do potencial das bilheterias com sua presença. E tudo isso resultou numa produção caprichada. A direção também foi entregue a um cineasta experiente. Anthony Mann foi para James Stewart o que John Ford foi para John Wayne, ou seja, uma bela parceria se firmou entre ambos ao longo dos anos. Aqui a sintonia da dupla funciona novamente. Mann, com mão firme, não deixa o filme em nenhum momento cair na banalidade. Excelente trabalho de direção. Em suma, esse é um daqueles grandes filmes de western da história de Hollywood. Um filme para se ter na coleção.
Winchester '73 (Winchester '73, Estados Unidos, 1950) Direção: Anthony Mann / Roteiro: Robert L. Richards, Borden Chase / Elenco: James Stewart, Rock Hudson, Tony Curtis, Shelley Winters, Dan Duryea / Sinopse: Lin McAdam (James Stewart) vence uma competição de tiro cujo prêmio é um rifle Winchester 73, a melhor arma da época. Após perder sua posse a arma cai nas mãos de várias pessoas ao longo do tempo. Filme indicado ao Writers Guild of America.
Pablo Aluísio.
Cine Western - Bob Custer
Cine Western - Bob Custer
Ator popular de filmes mudos de faroeste produzidos entre as décadas de 1920 e 1930. Morreu na década de 1970.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 14 de março de 2006
Cine Western - Bud Spencer
Cine Western - Bud Spencer
O ator que ficou muito popular com os filmes de Trinity, por volta de meados dos anos 1960 e década seguinte. Ao lado de Terence Hill ele lotou muitos cinemas de bairro naquela época que deixou saudades.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 13 de março de 2006
Cine Western - Robert Livingston
Cine Western - Robert Livingston
Ator longevo que teve várias décadas de carreira no cinema norte-americano. Seus filmes mais conhecidos foram: Demônio das Nuvens (1948), Galopando para a Justiça (1937) e Larceny on the Air (1937).
Pablo Aluísio.
Cine Western - Bob Nolan
Cine Western - Bob Nolan
Ator de filmes de faroeste quando o western americano ainda estava em seus primórdios. Foi um dos primeiros astros do gênero cinematográfico em questão.
Pablo Aluísio.
domingo, 12 de março de 2006
Cine Western - Gary Cooper
Cine Western - Gary Cooper
No ano de 1950 o ator Gary Cooper estrelou um faroeste americano chamado "Dallas" que no Brasil recebeu o pomposo nome de "Vingador Impiedoso". Na história ele interpretava esse sujeito com um passado obscuro, que ele tenta esconder, mas que a despeito de seus heróicos esforços, sempre ressurge, quando ele menos espera! Um bom filme de western na filmografia dessa grande lenda da antiga Hollywood!
Pablo Aluísio.
Cine Western - John Wayne
Cine Western - John Wayne
Uma foto clássica do grande John Wayne. Hoje em dia tenho visto uma certa revisão histórica de seu legado em reportagens de jornais e vídeos na internet. Em um tempo onde a Direita radical tem perdido prestígio, assustando muitos, suas velhas posições conservadoras não ganham mais simpatia entre os mais jovens. O velho Duke parece estar ficando mais ultrapassado pelo tempo do que seria o normal.
Pablo Aluísio.
sábado, 11 de março de 2006
Cine Western - James Stewart
Cine Western - James Stewart
Consagrado em grandes filmes ao lado de mestre da sétima arte, James Stewart também fez bons filmes de faroeste como esse "Um Certo Capitão Lockhart" onde interpreta um ex-militar que tentando um novo meio de vida acaba se confrontando com um sujeito vil, filho de um rico fazendeiro. Dirigido por Anthony Mann, esse é um dos melhores do gênero que o bom e velho James Stewart estrelou.
Pablo Aluísio.
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