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segunda-feira, 14 de abril de 2025

Os Gays de Hollywood - Texto V

Os Gays de Hollywood 
Cary Grant era gay! Durante muitos anos ele teve que viver no armário pois se isso viesse ao conhecimento do grande público seria sua ruína como galã! O curioso é que tirando essa questão da imagem pública, Grant era completamente à vontade, na vida privada, com sua orientação sexual. E como gostava de humor chegava a debochar da questão em seus filmes, sugerindo cenas ousadas para os roteiristas de suas produções. Certa vez surgiu em cena vestido de mulher! Flagrado pela mãe de seu personagem assim, ele declamava um diálogo que era pura explosão, dizendo: "Não se preocupe mãe, é que hoje acordei me sentindo muito gay!". Na época a palavra gay ainda não era tão conhecida mundo afora como sinônimo de homossexual, mas em Hollywood todo mundo entendeu a piada! Grant dava grandes risadas quando lembrava desse filme e dessa cena! Foi um de seus clássicos!

Cary Grant teve vários relacionamentos gays ao longo de sua vida, inclusive com um figurão, um executivo da MGM, mas nada poderia se comparar à sua "amizade" com Randolph Scott. Em plenos anos 1930 eles resolveram alugar uma mansão nas colinas de Hollywood e foram morar juntos. Para atiçar ainda mais as fofocas eles fizeram uma célebre sessão de fotos plenamente à vontade na nova casa. Nelas vemos um casal, nadando na piscina, correndo seminus, até trocando olhares de flerte com o sol ao fundo! Eles riram muito das fofocas que surgiram na época, mas pressionados pelos estúdios de cinema, acabaram se afastando. Tanto Grant como Scott tiveram que se casar, para abafar os fuxicos! Eram casamentos falsos, mas que pelo menos rendeu uma filha que Grant realmente adorava. Já Scott resolveu adotar um filho. Dizia-se que sua esposa era lésbica, uma velha conhecida de muitos anos, e para ambos esse acordo viria bem a calhar. 

Montgomery Clift não teve a mesma sorte. Ele também era um gay no armário e relutou durante muitos anos em ir para Hollywood, justamente para evitar que sua vida privada fosse devastada. Depois de um momento embaraçoso em Nova Iorque, onde se apresentava na Broadway, finalmente decidiu ir embora daquela cidade, aceitando finalmente o convite de Hollywood. Ele havia sido flagrado com alguns homens em uma situação de homossexualidade em um club da cidade. Acabou sendo preso! Uma coluna de fofocas publicou que o jovem ator da Broadway havia sido preso ao lado de alguns "boys" (garotos), o que criou uma confusão enorme, pois Clift foi acusado até mesmo de ser um pederasta. Mas na verdade eram homens adultos, apenas a palavra foi usada de forma equivocada, segundo as melhores biografias sobre o ator. 

Em Hollywood foi parar em um filme de western com John Wayne! Republicano, conservador e homofóbico, o ídolo máximo do faroeste não deixou barato para Clift. Logo entendeu que seu novo parceiro de filme era gay. Numa tarde, durante um intervalo, virou-se para Monty, com um cigarro pendente na boca e disparou: "Porque você não toma vergonha na cara?". Clift ficou tão chocado que disse ao seu agente que nunca mais iria fazer outro filme com Wayne na sua carreira, promessa que aliás cumpriu. Já Marilyn Monroe foi mais sincera. Certa vez foi perguntada sobre Monty ela respondeu: "Ele foi a única pessoa que conheci na minha vida que tinha mais problemas emocionais do que eu!".

Montgomery Clift fez parte da trindade sagrada dos rebeldes de Hollywood ao lado de Marlon Brando e James Dean, mas no fundo nunca gostou deles. Chegou a dizer que Dean pessoalmente cheirava mal e que Brando era um egocêntrico incurável. Depois de uma acidente de carro, ao sair tarde da noite da casa de Elizabeth Taylor, sua carreira entrou em declínio. Seu rosto passou por uma terrível cirurgia plástica e ele perdeu a beleza de seus primeiros anos. Morreu bebendo muito e usando drogas em Hollywood. Dizia que o homem que vivia ao seu lado era seu enfermeiro, mas vários relatos que vieram após sua morte mostraram a verdade que aquele era na verdade seu companheiro de muitos anos. Não houve outra alternativa. Clift ficou no armário mesmo até seus últimos dias. 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 4 de março de 2025

Os Gays de Hollywood - Parte IV

Os Gays de Hollywood - Parte IV
Quando os filmes de Hollywood se tornaram sucesso mundial, os atores, atrizes e diretores logo ficaram imensamente ricos. E essa riqueza não era apenas mostrada pelos carros e figurinos de luxo, mas também pelas belas mansões. Havia revistas de cinema da época que mostravam as enormes casas desses astros e estrelas, então para um grande nome de Hollywood alcançar o verdadeiro status de sucesso era necessário também mostrar sua bela mansão, com grandes piscinas e dezenas de quartos. Ter uma revista publicando sua vida privada era sinônimo de sucesso absoluto no mundo do cinema da época. 

Quando não estavam posando para as revistas na beira de suas piscinas, astros e estrelas gays de Hollywood logo perceberam que tinham também o esconderijo perfeito para suas estripulias sexuais, claro, tudo escondido do público que ia aos cinemas assistir aos seus filmes. Para as pessoas em geral eles eram lindos, ricos e heterossexuais. Nada poderia "manchar" suas imagens trabalhadas pelos departamentos de marketing dos grandes estúdios. 

Alla Nazimova comprou uma enorme casa nas colinas de Hollywood e fez dessa mansão o point lésbico da indústria cinematográfica. Todo fim de semana ela reunia a comunidade "Lesbian" da cidade na sua enorme piscina. Ali rolava namoros, flertes, casos amorosos ocasionais e tudo mais que fosse possível, na segurança de uma mansão privada, longe da imprensa e dos fofoqueiros. Tão popular ficou a casa de Alla que dizem que ela deu uma grande festa onde foram convidadas mais de 600 lésbicas de Hollywood de uma só vez! Quase faltou espaço dentro de sua bela mansão com estilos florais para tanta gente junta, reunida. 

Algo bem parecido aconteceu com o famoso diretor George Cukor. Ele também transformou sua casa em um point gay, mas no caso dele, de encontro de homossexuais masculinos. Tantas pessoas passaram a frequentar sua mansão que ele mandou construir inúmeras pequenas casas ao redor, tipo bangalôs, onde os astros poderiam relaxar com seus namorados sem que fossem incomodados. A um amigo chegou a dizer que estava pensando em abrir um resort gay privativo. Ele tinha certeza que iria ficar rico e ganhar mais dinheiro com isso do que como diretor de cinema. Algo que ele realmente tinha razão. 

Outro que transformou sua mansão em point gay foi Rock Hudson. Durante anos o ator não ligou muito para onde morava. Chegou a morar por anos em seu pequeno veleiro em Malibu. Porém cansou dessa vida e começou a construir uma grande mansão a que chamou de "O Castelo". As festas que Rock deu nessa mansão se tornaram lendárias na velha Hollywood. Eram festas onde só homens eram convidados. Todos gays! Nesse ambiente Rock ficava totalmente à vontade, vivendo sua sexualidade sem receios, além de ser tratado como um verdadeiro monarca da comunidade LGBT em Hollywood. Dizem que era um ótimo anfitrião, providenciando para que cada convidado fosse muito bem tratado em sua residência rosada. 

Havia também festinhas em apartamentos por toda a Hollywood. Essas festas eram frequentadas por jovens atores. Eles ainda não tinham chegado ao estrelado, mas estavam na luta. James Dean não perdia nenhuma dessas festas. Estava sempre presente. Ele havia morado alguns meses com um famoso publicitário que trabalhava na TV e conhecia vários desses jovens aspirantes ao sucesso. Havia muito flerte, paquera, alguns declamavam poesias, outros dançavam com o rosto colado. Quando a festinha invadia a madrugada eles liam scripts, chegavam até mesmo a ensaiar algumas cenas, uns ajudando aos outros. Havia uma espécie de camaradagem (hoje conhecida como broteragem) entre todos esses artistas da atuação. Era um ambiente bem informal para todos esses jovens atores. 

Além do cinema o mundo da música também tinha seus redutos gays. Festas frequentadas principalmente por jovens cantores pop, que eram ídolos das adolescentes colegiais. A fofoca da época dizia que essas badaladas baladas gays eram bem frequentadas pela geração algodão doce da música dos Estados Unidos. Uma turma de jovens cantores que surgiram no final dos anos 50, começo dos anos 60. Artistas como Fabian, Frankie Avalon, Ricky Nelson, Paul Anka, Neil Sedaka, etc. Dizem que até o jovem Liberace costumava aparecer por lá. Ele vivia no armário desde sempre, mas praticamente todos em Hollywood sabiam que ele era gay! Assim havia gente bonita, jovem, escalando o sucesso e a fama, todos curtindo juntos nessas animadas festas coloridas. Justamente o que muitos deles procuravam.

Pablo Aluísio. 

domingo, 16 de fevereiro de 2025

Os Gays de Hollywood - Parte III

Os Gays de Hollywood - Parte III
Ramón Novarro foi um dos mais populares galãs de sua época. Era considerado o "Amante Latino" perfeito em Hollywood. Ele era mexicano, mas o estúdio mentia ao público, dizendo que ele era espanhol e de uma linhagem de nobres europeus. Tudo inventado pelo departamento de marketing da MGM. Tão popular ficou com seus filmes que logo bateu de frente com o grande nome da sua era, Rodolfo Valentino. Quando esse morreu, herdou toda a sua popularidade, se tornando o galã número 1 do cinema americano. 

Vieram grandes sucessos como "Ben-hur", "Scaramouche" e tantos outros sucessos. Só que havia um grande problema para os estúdios de Hollywood. Vendido para o público feminino como o homem perfeito, ele era na realidade gay! Tentaram até ofuscar esse fato inventando um falso romance com Greta Garbo, mas não deu muito certo. Foi de certo modo uma grande ironia, já que ela era lésbica e também estava precisando de um namoro de mentira para encobrir os rumores sobre sua sexualidade misteriosa, pois nunca era vista na companhia de homens. 

Ramón Novarro teve um final trágico. Ele foi assassinado por dois garotos de programa, dois irmãos, que queriam emplacar na carreira de atores de cinema. Não se sabe bem o que aconteceu na noite em que Novarro foi morto, apenas que foi esfaqueado por um desses michês. Provavelmente eles se sentiram traídos quando souberam que não iriam fazer teste nenhum em Hollywood. Novarro provavelmente mentiu para eles em troca de favores sexuais. Então os jovens o atacaram com uma faca! Ele morreu pedindo por socorro, coberto de sangue, na cozinha de sua bela mansão em Beverly Hills. Depois de uma intensa investigação os assassinos foram presos e condenados pela justiça da Califórnia. 

Outro galã da era de ouro do cinema que teve final trágico foi Tyrone Power. Ele era extremamente popular, principalmente após interpretar Jesse James em um clássico do western e o vingador mascarado Zorro em um filme de grande sucesso de bilheteria. O estúdio logo descobriu ter um grande astro em mãos, mas como havia acontecido no passado tinha que fazer esforço para esconder sua homossexualidade do grande público. 

Tal foi a invasão do estúdio em sua vida pessoal que ele acabou casando não apenas uma vez, mas duas! Tudo com o objetivo de lhe trazer uma estabilidade em sua reputação. Não adiantou muito. Power era apaixonado pelo ator Cesar Romero (que ficou muito famoso interpretando o Coringa na famosa série de TV do Batman). Tão apaixonado era por Romero que resolveu jogar o juizo fora e resolveu viajar ao redor do mundo ao lado de seu amante, passando inclusive pelo Rio de Janeiro nos anos 1950, onde levantou boatos de que era gay pela imprensa carioca. Quem encontrasse com os dois logo notava que se tratava de um casal gay em viagem de lua de mel! 

Em Hollywood todos sabiam que Tyrone Power era homossexual e que tinha hábitos bem pitorescos. Em saunas gays exclusivas ele era conhecido por ser um adepto da prática sexual conhecida como "Chuva Dourada". Só que fora de Hollywood esse era um grande segredo. Ninguém poderia saber. Se isso chegasse ao conhecimento do grande público sua carreira certamente seria arruinada. 

Com o passar dos anos Tyrone Power foi ficando cada vez mais infeliz com sua carreira de ator. Ele não aguentava mais fazer filmes de aventura ao estilo capa e espada, mas o estúdio só o escalava para filmes assim. Entristecido com seu destino,  acabou desenvolvendo uma depressão que piorou seus problemas de coração. Acabou morrendo de um ataque de coração ao terminar uma longa cena de lutas de espadas em seu último filme. Uma triste despedida para um galã que sempre procurou por algum papel mais importante em sua breve carreira. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Os Gays de Hollywood - Parte II

Os Gays de Hollywood - Parte II
Muitos astros de Hollywood eram gays. A maioria dos galãs da era de ouro realmente eram da comunidade LGBT. Com tantos gays circulando e fazendo pose de machões, não seria de surpreender que acabassem casando com algumas, digamos, desavisadas! Uma das mais conhecidas era Judy Garland. Ele não se casou apenas com um homem gay, mas bateu todos os recordes se casando quatro vezes com gays! Elizabeth Taylor compareceu a um desses casamentos e lamentou dizendo: "Pobrezinha, vai ter outra decepção!". Liz era uma das maiores conhecedoras do armário em Hollywood, sabendo exatamente quais atores eram gays e quais realmente gostavam de mulheres. 

Em Hollywood isso acabou virando uma espécie de piada dentro da comunidade. Certa vez um cronista anônimo perguntou: "Qual será o próximo marido gay com quem a Judy Garland vai se casar?" A coisa era tão caótica nesse sentido na vida de Judy que um de seus casamentos acabou quando ela pegou seu marido na cama com o marido de sua própria filha! Pois é, Liza Minnelli herdou esse lado estranho da mãe e também só se apaixonava por caras gays! Aliás Liza era filha de um dos maridos gays de Judy, o diretor Vincent Minnelli! 

Um dos agentes mais famosos de Hollywood nos anos 50 era Henry Wilson. Ele era muito bem sucedido, um agente especializado em galãs. Sua agência tinha muitos famosos em seus quadros, entre eles Rock Hudson, Tab Hunter e Montgomery Clift. O que Wilson nunca dizia para a imprensa, mas gostava de dizer nas festas privadas de Hollywood, é que ele só contratava atores gays! "Apenas os gays, homens bonitos e elegantes, funcionam nas telas como galãs! Você tem que ser gay para ficar tão bem em um filme" - costumava dizer aos amigos mais próximos. 

Um dos contratados de Wilson era o ator Anthony Perkins. Ele era gay, mas vivia no armário. Quando sua carreira começou a fazer muito sucesso várias atrizes tentaram ter casos amorosos com ele. Tudo em vão! A mais insistente foi Shirley MacLaine! Ela ficou obcecada pelo ator após fazer um filme com ele! Depois que o filme acabou a atriz continuou a assediar Perkins! Ele obviamente não queria nada com ela e chegou a dizer que iria na delegacia de polícia de Beverly Hills para dar uma queixa contra Shirley pois ela estava passando dos limites. Praticamente tinha virado uma stalker na vida do ator! Foi preciso Wilson abrir o jogo para ela parar com aquilo. Quando a encontrou nos corredores da Warner ele disse: "Shirley, minha querida, deixe o Tony em paz! Ele é gay!". A atriz ficou chocada com a revelação! 

Lana Turner chegou a ser considerada a atriz mais popular de sua época. Só que na verdade ele era bissexual e o estúdio precisou ter muito trabalho para esconder isso das revistas de fofocas! Embora também se envolvesse com outros homens, alguns deles casados (ela curtia esse tipo de "aventura"), Lana também levava para a cama várias mulheres. Ela teve um caso quente com Ava Gardner, outra atriz muito famosa. Nesse caso o estúdio teve trabalho em dobro para esconder tudo, pois a fofoca logo se tornou muito conhecida dentro dos estúdios, a ponto de Frank Sinatra, que era loucamente apaixonado por Ava, explodir na frente da equipe de filmagem quando pegou as duas conversando no escuro, falando baixinho, obviamente em pleno flerte homossexual. Ele gritou: "Saiam daí, suas lésbicas!!! São todas lésbicas nessa porcaria de cidade!". Depois desse vexame, saiu enfurecido do estúdio! 

E havia também os casamentos falsos para esconder a verdade da vida desses astros e estrelas. Geralmente um ator gay se casava com uma atriz lésbica para acabar com os rumores. Katharine Hepburn e Spencer Tracy era o casal mais famoso nesse tipo de acordo. Kathy era uma lésbica bem resolvida e que teve muitas amantes ao longo de sua vida. Já Tracy não parecia bem com sua orientação sexual. Ele era muito católico e sua fé batia de frente com o fato de gostar sexualmente de homens. Por isso acabou afundando no alcoolismo com os anos. São muitas histórias envolvendo esses grandes nomes da velha Hollywood. Histórias picantes até hoje relembradas em livros e filmes. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Os Gays de Hollywood

Um dos livros mais polêmicos lançados nos Estados Unidos sobre a Hollywood clássica se chama “Full Service: My Adventures in Hollywood and the Secret Sex Lives of the Stars” (Serviço Completo: Minhas Aventuras em Hollywood e o Segredo das Vidas Sexuais das Estrelas). Escrito por Scotty Bowers e Lionel Friedberg. O motivo de tanto alarde é até fácil de explicar. Em pouco mais de 260 páginas o autor expõe, como poucas vezes já foi visto, a vida sexual de diversos mitos da história de Hollywood. Ele afirma ter circulado entre a nobreza da classe artística do cinema americano nas décadas de 1940, 1950 e 1960. Conheceu de perto as preferências sexuais de muitos astros. Curiosamente ele nunca se declara nas páginas de seu livro como um profissional do sexo, afinal prostituição nos EUA é crime, principalmente para quem desempenha a função de “agenciador” de encontros sexuais. Ao ler seus relatos porém a única conclusão que o leitor tem é a de que Bowers era exatamente isso, uma pessoa a quem os grandes astros recorriam para arranjar uma transa rápida, sem consequências.

Em suas estórias poucos astros se salvam. A lista é longa: Rock Hudson, Errol Flynn, Cary Grant, Marlon Brando, Charles Laughton, Montgomery Clift, Katharine Hepburn, Spencer Tracy, Tyrone Power, Rita Hayworth, Mae West, Laurence Olivier, Vincent Price, Randolph Scott, Sal Mineo, Judy Garland e muitos outros. Bowers que está com 88 anos, diz que não queria levar todas essas picantes estórias que viveu para o túmulo e por isso agora. no final da vida, resolveu contar tudo, afinal a grande maioria dos astros já estão mortos. Alguns relatos são de primeira pessoa onde o autor afirma que vivenciou tudo, outros porém ele deixa claro que conhece apenas por “ouvir dizer”, até porque seria simplesmente impossível alguém ser próximo de tantos atores e atrizes ao mesmo tempo. Para gozar da intimidade da vida privada de tanta gente, Bowers teria que ser simplesmente o mais bem relacionado membro da comunidade em Hollywood naqueles anos e até mesmo ele sabe que ninguém acreditaria em tal coisa.

Do que afirma ter vivenciado realmente, um dos casos mais interessantes e chamativos é o que envolve a atriz Katharine Hepburn. Uma das profissionais mais premiadas da história, ela chamava a atenção por nunca ter se casado. Na boca miúda se dizia que tinha um caso escondido com Spencer Tracy, que era casado. Para Bowers tudo não passava de uma farsa. Ele afirma que Hepburn era lésbica e... voraz. Em seu texto o autor diz ter enviado a ela ao longo de vários anos mais de cem mulheres. O suposto romance proibido com Spencer Tracy era assim apenas uma desculpa para encobrir também a homossexualidade do veterano ator. Hepburn se vestia como homem, com ternos de longas ombreiras e não gostava da companhia de outras mulheres como amigas. Bowers vai mais longe e diz que ela tinha uma pele ruim e péssimos hábitos de higiene. Outro que não escapa das revelações de Bowers é o galã Tyrone Power. Embora gostasse também de mulheres (teve vários relacionamentos ao longo da vida com elas) Bowers diz que ele tinha mesmo era uma uma queda especial por jovens latinos, bem apessoados. Chegou a flertar com Rock Hudson, outro galã muito famoso da era de ouro do cinema americano, mas nunca tiveram um caso amoroso.

Por falar em Rock Hudson ele ocupa várias páginas do livro de Bowers. Esse era outro astro com grande apetite sexual. Geralmente dava festas só para rapazes em sua grande mansão nas colinas de Hollywood. Enchia a piscina de jovens aspirantes dispostos a tudo para ganhar um papel em algum de seus filmes. Seu fraco era por jovens loiros e altos, de preferência bronzeados de praia. Se tivessem bigode então cairiam no tipo perfeito na preferência de Hudson. Gostava de brincar dizendo que nem sabia o nome dos amantes, geralmente chamando os loiros de “Bruce” e os morenos de “Carl”. No fim da tarde todos iam para sua sauna particular onde aconteciam grandes orgias gays. Assim que se tornou o astro número 1 em popularidade em Hollywood o estúdio apressou-se em lhe casar com uma secretária de seu agente para encobrir sua homossexualidade, uma vez que sua fama de o “homem preferido da América” valia milhões de dólares.  A coisa não deu certo e Rock se separou em pouco tempo voltando para sua rotina de devassidão sexual. Só assumiu publicamente que era gay em seus últimos dias. O ator estava morrendo de AIDS e a imprensa não o deixava em paz. Para dar um bom exemplo e chamar a atenção de todos para o perigo da nova doença, ele finalmente saiu do armário, após ter ficado quase cinquenta anos dentro dele.

Os grandes atores também não escapam. Montgomery Clift seria um gay enrustido e esnobe. James Dean um bissexual porcalhão que tinha problemas com doenças venéreas. Brando um sujeito confuso que gostava de tratar as mulheres como objeto enquanto se apaixonava por homens mais velhos. Nem o mito dos filmes de terror Vincent Price escapa. Para Bowers ele era um gay metido a grã fino que colecionava obras de artes e encontros homossexuais furtivos. Já Randolph Scott e Cary Grant formariam um dos casais gays mais famosos de Hollywood segundo Bowers. Morando juntos e promovendo grandes festas em sua mansão discreta e luxuosa nos arredores de Beverly Hills. No tocante a esse suposto romance encontramos vários problemas. Grant sabia que era alvo de fofocas há muito tempo e no final da vida processou um humorista que fez uma piada na TV sobre sua suposta sexualidade. Ele teve inúmeros casos amorosos com atrizes famosas e se casou várias vezes. Recentemente sua filha lançou um livro negando que seu pai era gay. Outro que saiu em defesa do pai foi o filho de Randolph Scott, Christopher, que também negou veemente em suas memórias que o eterno cowboy do cinema fosse gay. Scott foi casado muitos anos com a mesma mulher e tudo leva a crer que nada de fato aconteceu, apenas amizade no começo de carreira de ambos. As fofocas porém até hoje são conhecidas.

Hollywood se orgulhava de ser livre de preconceitos, cosmopolita e avançada. Mesmo quando alguma história de homossexualidade se tornava notória dentro da comunidade muito raramente chegava na imprensa sensacionalista. Não havia dentro dos estúdios uma penalização ou punição apenas pelo fato do ator ou atriz serem gays, apenas tinha-se um certo cuidado para que sua vida privada não chegasse ao público, prejudicando sua popularidade. Por isso arranjou-se um casamento para Rock Hudson. Dentro da Universal todos sabiam que ele era gay, mas nada era dito sobre isso fora dos portões do grande estúdio. O grande cineasta George Cukor também é alvo nas páginas de Bowers, mas parece ser um caso isolado de diretor gay. O fato porém é que nem todo mundo era gay em Hollywood, nem mesmo na mente de Bowers. Escapam de sua escrita atores que eram obviamente heterossexuais naqueles dias como Paul Newman, Tony Curtis, Charlton Heston, Elvis Presley, Steve McQueen, John Wayne (imaginem esse símbolo do machão do velho oeste como gay!), entre outros.

Os galãs sempre foram muito visados. Nos anos seguintes surgiram boatos de que Richard Gere, John Travolta e até mesmo Tom Cruise eram gays. Richard Gere ficava extremamente aborrecido com essas fofocas. Ele teve romances com modelos internacionais, mas nem isso apagou essa fama de homossexual. Irritado, mandou publicar uma nota em um grande jornal americano negando tudo. Seu ato pegou muito mal entre a comunidade LGBT americana. Parecia que ele se defendia de um crime que havia cometido. Foi um erro lamentável de sua parte. Já John Travolta foi apontado como um gay no armário logo que começou a fazer sucesso. Boatos circulavam no começo de sua carreira. Depois ele entrou para uma religião chamada Cientologia e se casou com a atriz Kelly Preston. Com isso as fofocas foram aos poucos desaparecendo.

Do lado das mulheres houve casos famosos também. Jodie Foster conviveu por anos e anos com fofocas de que seria lésbica. Ela nunca era vista com namorados em eventos sociais de Hollywood e sua vida privada era fechada a sete chaves. Atriz e diretora de talento, parecia obcecada em esconder suas preferências sexuais. Conforme a carreira foi ficando mais bem sucedida, mais a imprensa marrom corria atrás de algum escândalo, até que anos depois, cansada da perseguição da imprensa, decidiu assumir que era lésbica e que vivia há anos com uma mulher. Foi um alívio sair do armário. Já a apresentadora de TV Ellen DeGeneres não apenas assumiu seu caso com a atriz Anne Heche, como se tornou ativista da causa. Pena que no caso dela seu relacionamento não tenha durado muito. Anne Heche se separou dela e depois se apaixonou por um homem, casando com ele e tendo filhos. Mesmo assim DeGeneres continuou seu ativismo em prol dos direitos dos homossexuais.

A melhor atitude em relação a esse tema parece ter sido mesmo a do ator George Clooney. Solteirão convicto, ele não escapou das venenosa línguas de fofoqueiras de Hollywood. A imprensa marrom sempre insinuava que ele seria um gay enrustido dentro do armário. Por que não se casa? Por que não tem filhos? O que o impede de se casar? Cansado desse tipo de boato, o ator foi direto ao ponto. Perguntado por uma jornalista no tapete vermelho do Oscar o ator abriu o sorriso e disse: "Eu sou gay mesmo! Pode publicar aí no seu jornal". Claro, não era verdade, mas sim um ato de solidariedade com a comunidade gay, sempre perseguida por publicações escandalosas. No final vale a resposta de Mae West ao ser informada de que Rock Hudson era gay. Ela sorriu e disse: "Ele era gay? Sorte dos gays. Deixem essas pessoas ser felizes!".

Pablo Aluísio.