Cary Grant era gay! Durante muitos anos ele teve que viver no armário pois se isso viesse ao conhecimento do grande público seria sua ruína como galã! O curioso é que tirando essa questão da imagem pública, Grant era completamente à vontade, na vida privada, com sua orientação sexual. E como gostava de humor chegava a debochar da questão em seus filmes, sugerindo cenas ousadas para os roteiristas de suas produções. Certa vez surgiu em cena vestido de mulher! Flagrado pela mãe de seu personagem assim, ele declamava um diálogo que era pura explosão, dizendo: "Não se preocupe mãe, é que hoje acordei me sentindo muito gay!". Na época a palavra gay ainda não era tão conhecida mundo afora como sinônimo de homossexual, mas em Hollywood todo mundo entendeu a piada! Grant dava grandes risadas quando lembrava desse filme e dessa cena! Foi um de seus clássicos!
Cary Grant teve vários relacionamentos gays ao longo de sua vida, inclusive com um figurão, um executivo da MGM, mas nada poderia se comparar à sua "amizade" com Randolph Scott. Em plenos anos 1930 eles resolveram alugar uma mansão nas colinas de Hollywood e foram morar juntos. Para atiçar ainda mais as fofocas eles fizeram uma célebre sessão de fotos plenamente à vontade na nova casa. Nelas vemos um casal, nadando na piscina, correndo seminus, até trocando olhares de flerte com o sol ao fundo! Eles riram muito das fofocas que surgiram na época, mas pressionados pelos estúdios de cinema, acabaram se afastando. Tanto Grant como Scott tiveram que se casar, para abafar os fuxicos! Eram casamentos falsos, mas que pelo menos rendeu uma filha que Grant realmente adorava. Já Scott resolveu adotar um filho. Dizia-se que sua esposa era lésbica, uma velha conhecida de muitos anos, e para ambos esse acordo viria bem a calhar.
Montgomery Clift não teve a mesma sorte. Ele também era um gay no armário e relutou durante muitos anos em ir para Hollywood, justamente para evitar que sua vida privada fosse devastada. Depois de um momento embaraçoso em Nova Iorque, onde se apresentava na Broadway, finalmente decidiu ir embora daquela cidade, aceitando finalmente o convite de Hollywood. Ele havia sido flagrado com alguns homens em uma situação de homossexualidade em um club da cidade. Acabou sendo preso! Uma coluna de fofocas publicou que o jovem ator da Broadway havia sido preso ao lado de alguns "boys" (garotos), o que criou uma confusão enorme, pois Clift foi acusado até mesmo de ser um pederasta. Mas na verdade eram homens adultos, apenas a palavra foi usada de forma equivocada, segundo as melhores biografias sobre o ator.
Em Hollywood foi parar em um filme de western com John Wayne! Republicano, conservador e homofóbico, o ídolo máximo do faroeste não deixou barato para Clift. Logo entendeu que seu novo parceiro de filme era gay. Numa tarde, durante um intervalo, virou-se para Monty, com um cigarro pendente na boca e disparou: "Porque você não toma vergonha na cara e vira um homem?". Clift ficou tão chocado que disse ao seu agente que nunca mais iria fazer outro filme com Wayne na sua carreira, promessa que aliás cumpriu. Já Marilyn Monroe foi mais sincera. Certa vez foi perguntada sobre Monty ela respondeu: "Ele foi a única pessoa que conheci na minha vida que tinha mais problemas emocionais do que eu!".
Montgomery Clift fez parte da trindade sagrada dos rebeldes de Hollywood ao lado de Marlon Brando e James Dean, mas no fundo nunca gostou deles. Chegou a dizer que Dean pessoalmente cheirava mal e que Brando era um egocêntrico incurável. Depois de uma acidente de carro, ao sair tarde da noite da casa de Elizabeth Taylor, sua carreira entrou em declínio. Seu rosto passou por uma terrível cirurgia plástica e ele perdeu a beleza de seus primeiros anos. Morreu bebendo muito e usando drogas em Hollywood. Dizia que o homem que vivia ao seu lado era seu enfermeiro, mas vários relatos que vieram após sua morte mostraram a verdade que aquele era na verdade seu companheiro de muitos anos. Não houve outra alternativa. Clift ficou no armário mesmo até seus últimos dias.
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
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