terça-feira, 25 de abril de 2006
Pistoleiros do Entardecer
É bom frisar porém que a estética da violência que seria marca registrada do diretor ainda não está presente nesse filme, o que era de se esperar. Filmado na primeira metade dos anos 60 o cineasta ainda não havia levado às últimas consequências suas escolhas estéticas e cinematográficas. Mesmo assim o filme é surpreendentemente bem roteirizado, com um clímax excelente, de tirar o chapéu. No final quem melhor define a essência do filme é a personagem Elsa (interpretada pela atriz Meriette Hartley). Ela explica que sempre foi levada a crer que havia o bem e o mal absolutos na vida, mas que depois de tudo o que passou compreendeu que na vida há pessoas que transitam de um lado ao outro, em uma zona cinzenta, tal como os personagens desse western. Uma conclusão simplesmente perfeita.
Pistoleiros do Entardecer (Ride the High Country, Estados Unidos, 1962) / Direção: Sam Peckinpah / Roteiro:N.B. Stone Jr./ Com Randolph Scott, Joel McCrea, Mariette Hartley, Ron Starr e Edgar Buchanan / Sinopse: Um envelhecido ex-xerife, Steve Judd (Joel McCrea), é contratado para transportar uma remessa de ouro através de um território perigoso. Ele contrata um velho parceiro, Gil Westrum (Randolph Scott), e seu protegido, o jovem Heck Longtre (Ron Starr), para ajudá-lo. Porém Steve não imagina que Gil e Heck planejam roubar o ouro, com ou sem a ajuda dele.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 24 de março de 2006
O Estouro da Manada
O filme tem lindas sequências ao ar livre. “O Estouro da Manada” foi rodado no Vale da Morte na Califórnia, um dos lugares mais secos do planeta. Mesmo assim a natureza em todo seu esplendor acaba proporcionando para a filmografia da produção um lindo cenário natural. No fundo o roteiro trata sobre o aprendizado de um jovem com um homem mais velho que acaba lhe ensinando grandes valores através de pequenas coisas que acontecem no cotidiano de um cowboy. Enquanto tenta chegar em Santa Fé para entregar a manada o cowboy Dan e seu pupilo vão aprendendo sobre a vida e os valores do homem que vive de seu trabalho, tocando o gado pelas terras sem fim do oeste americano.
Para os fãs do ator Joel McCrea o filme é uma ótima opção. Seu personagem é um vaqueiro que tem o sonho de abrir um rancho próprio para uma criação de cavalos. Por isso ele tentará durante todo o filme capturar Midnight, o cavalo selvagem puro sangue que sempre consegue lhe escapar. A seqüência final, com o estouro de uma enorme manada pelo deserto é maravilhosamente bem realizada. Um clímax mais do que adequado para esse filme que louva com muito sucesso o mais simbólico personagem do velho oeste americano: o cowboy!
O Estouro da Manada (Cattle Drive, Estados Unidos, 1951) Direção: Kurt Neumann / Roteiro: Jack Natteford, Lillie Hayward / Elenco: Joel McCrea, Dean Stockwell, Chill Wills, Leon Ames, Henry Brandon, Howard Petrie / Sinopse: Garoto rico e mimado é esquecido no meio de deserto após o trem que o transportava lhe esquecer durante uma parada. Perdido no meio do nada, ele é salvo por um cowboy, Dan (Joel McCrea), que está no local tocando uma manada de gado em direção a Santa Fé. Juntos, atravessando o deserto, o jovem rapaz irá começar a mudar sua atitude e mentalidade ao tomar conhecimento do modo de viver dos cowboys americanos.
Pablo Aluísio.
domingo, 12 de março de 2006
Chuva de Balas
Chuva de Balas (Gunsight Ridge -1957) que conta com uma direção regular do mediano diretor Frank Lyon, está longe de ser um clássido do gênero western, mas cumpre bem o seu papel, com um bom roteiro e uma ótima fotografia em preto e branco. Além disso tem a velha classe do ótimo Joel McCrea na pele de Mike Ryan. Como curiosidade o longa traz ainda o jovem Jody McCrea, então com 23 anos - filho de Joel - que faz uma pequena participação. Na verdade o filho de McCrea só iria ganhar uma certa fama em meados da década de 60 quando, depois de ganhar um corpanzil com exercícios de musculação, passou a atuar em filmes do tipo "praia dos músculos" que virou febre na época, inclusive com a participação quase onipresente do cantor Frank Avalon em vários desses filmes.
Chuva de Balas (Gunsight Ridge, EUA, 1957) Direção: Francis D. Lyon / Roteiro: Talbot Jennings, Elisabeth Jennings / Elenco: Joel McCrea, Mark Stevens, Joan Weldon / Sinopse: Procurando por uma nova vida um agente federal acaba indo parar numa pequena cidade do Arizona. Após ser assaltado durante a viagem acaba descobrindo que o ladrão é na verdade um rico e influente morador da comunidade para onde pretende se instalar para viver.
Telmo Vilela Jr.
terça-feira, 7 de março de 2006
Aliança de Aço
Título Original: Union Pacific
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Cecil B. DeMille
Roteiro: Walter DeLeon, Gardner Sullivan
Elenco: Barbara Stanwyck, Joel McCrea, Akim Tamiroff, Robert Preston, Lynne Overman, Brian Donlevy
Sinopse:
O Presidente Lincoln assina a autorização para a construção de uma grande ferrovia cortando todo o território dos Estados Unidos, com parada final na Califórnia. Isso cria uma série de intrigas entre diversas pessoas interessadas nesse novo empreendimento.
Comentários:
Foi um dos últimos trabalhos de Cecil B. DeMille no cinema. Esse diretor e produtor foi sem dúvida um dos mais importantes da história de Hollywood. Ele pensava seus filmes como espetáculos, como eventos. Para ele não havia espaço para o simples, o medíocre. Os filmes tinham que ser grandiosos, com produções milionárias, milhares de figurantes, cenários absurdamente caros, etc. Aqui ele fez da construção da ferrovia Union Pacific um espetáculo cinematográfico. Como tudo que dizia respeito a Cecil B. DeMille esse filme também se caracterizava pelo exagero. Ele trouxe trens de época, redobrou os custos da Paramount para reconstruir aquele dias perdidos no passado. O filme foi indicado na categoria efeitos especiais, mas a verdade é que praticamente tudo o que se vê na tela existia de fato. Já o roteiro tem alguns problemas. Há excesso de personagens, mas isso no final não tira os méritos de DeMille. Aqui ele deixou mais uma vez as marcas de sua conhecida megalomania. É cinema produzido para encher os olhos do espectador.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006
O Mustang Selvagem
Título Original: Mustang Country
Ano de Produção: 1976
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John C. Champion
Roteiro: John C. Champion
Elenco: Joel McCrea, Robert Fuller, Patrick Wayne
Sinopse:
Dan (Joel McCrea) é um velho cowboy, já na fase final de sua vida, que decide domar um belo mustang negro, um cavalo ainda selvagem nas pradarias da fronteira entre Estados Unidos e Canadá. Após uma tentativa mal sucedida de capturar o animal, ele é salvo por um pequeno jovem nativo que acabou de perder seu avô, um antigo chefe de sua tribo, há muito dispersada. Juntos decidem ir atrás do mustang, repartindo o lucro meio a meio caso consigam capturá-lo.
Comentários:
Um western bem bucólico que marcou a despedida do ator Joel McCrea das telas. Já bastante veterano, ainda tinha toda a dignidade e energia para interpretar um velho cowboy, ainda em busca de uma última aventura. Morando de favor nos fundos do rancho da filha após ter sua propriedade confiscada por bancos, ele decide sair pelo mundo, vivendo uma existência digna de todo grande homem do velho oeste. Ao seu lado apenas um esperto cão de pastoreio e seu cavalo. O filme tem uma fotografia muito bonita, pois o diretor John C. Champion resolveu aproveitar ao máximo a natureza ao seu redor. Assim ao lado da trama de Dan, vamos acompanhando também ataques de ursos, felinos selvagens e lobos, quase como se estivéssemos vendo um episódio do Animal Planet. Toda a produção foi rodada no Banff National Park, em Alberta, Canadá, um bonito lugar. É um entretenimento bem familiar, sem sustos, para toda a família. Não é para menos que foi premiado no Western Heritage Awards justamente nessa categoria. Um tipo de cinema que não existe mais e uma boa pedida para assistir em um fim de semana preguiçoso.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006
Suprema Decisão
Título Original: The Virginian
Ano de Produção: 1946
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Stuart Gilmore
Roteiro: Frances Goodrich, Albert Hackett
Elenco: Joel McCrea, Barbara Britton, Brian Donlevy, Sonny Tufts
Sinopse:
Molly Wood (Barbara Britton) é uma jovem professora de uma tradicional família de Vermont que vai até uma pequena cidade do oeste para ensinar crianças da região. Lá acaba se apaixonando pelo cowboy conhecido apenas como "o virginiano" (Joel McCrea), um homem honesto e trabalhador que luta contra o roubo de gado nas fazendas locais.
Comentários:
Um western romântico muito bem realizado na década de 1940. Na realidade o filme não pode ser considerado um faroeste tão tradicional já que o foco do roteiro se concentra muitas vezes mais no romance da professorinha com o cowboy do que propriamente nos temas mais clássicos do gênero. Obviamente há uma subtrama envolvendo roubo de gado na região - o que leva o protagonista interpretado por Joel McCrea a tomar uma decisão terrível em relação a um velho amigo que está envolvido no roubo - e como se sabe no velho oeste os ladrões de gado eram sumariamente executados, enforcados na árvore mais próxima. Barbara Britton que interpreta a mocinha era uma jovem linda, que em muitos aspectos me lembrou Marilyn Monroe no começo da carreira, quando ainda não havia pintado seu cabelo de loiro. Sua carreira no cinema nunca decolou, mas ela fez muito sucesso na TV americana nos anos 1960 participando de inúmeras séries. Em suma, para os fãs de Joel McCrea a película se mostrará bem interessante pois aqui ele está em um momento atípico em sua carreira, interpretando um cowboy romântico e dado a namoricos.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 10 de janeiro de 2006
Joel McCrea
Joel McCrea
Foi um dos atores mais populares do faroeste americano. Segue um pequeno resumo biográfico sobre ele. Uma das grandes estrelas dos faroestes americanos e também um protagonista muito popular em filmes convencionais. Ele nasceu e foi criado nos arredores de Hollywood e quando menino começou a se interessar pelos filmes que estavam sendo feitos por toda parte. Ele estudou atuação no Pomona College e teve alguma experiência no palco no Pasadena Community Playhouse, onde outras futuras estrelas como Randolph Scott, Robert Young e Victor Mature também teriam sua primeira experiência.
Joel McCrea trabalhou como figurante após se formar na University of Southern California em 1928 e fez alguns trabalhos de dublê. Em um raro caso de um figurante ser escolhido na multidão para desempenhar um papel importante, McCrea teve a chance de participar em filmes que fizeram sucesso nas bilheterias. Seguiu-se um contrato na MGM e, em seguida, um contrato melhor na RKO. Will Rogers gostou do jovem (eles compartilhavam o amor por fazendas e laços) e fez muito para elevar a carreira de McCrea.
Sua boa aparência, saudável e modos calmos logo foram procurados, principalmente em dramas e comédias românticas, e ele se tornou um protagonista cada vez mais popular. Ele esperava se concentrar nos faroestes, mas vários anos se passaram antes que ele pudesse convencer os diretores do estúdio a escalá-lo para um. Quando ele teve sucesso naquele gênero, mais e mais faroestes vieram em seu caminho. Mas ele continuou a deixar sua marca em outros tipos de filmes e mostrou-se particularmente adepto da comédia leve de Preston Sturges, para quem fez vários filmes.
No final dos anos 40, sua concentração estava voltada para os faroestes, e ele fez poucos fora desse gênero cinematográfico. Ele acabou ficando imensamente popular atuando em filmes de western. Joel McCrea e Randolph Scott, cuja carreira se assemelha fortemente à dele, saíram da aposentadoria para fazer um clássico do gênero, "Pistoleiro do Entardecer" de Sam Peckinpah, lançado no ano de 1962. Scott permaneceu aposentado depois disso; McCrea fez algumas aparições em pequenos filmes depois, mas se contentou principalmente em manter sua vida como um cavalheiro e um fazendeiro. Ele foi casado por cinquenta e sete anos com a atriz Frances Dee.
Pablo Aluísio.