Mostrando postagens com marcador James Spader. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador James Spader. Mostrar todas as postagens

sábado, 7 de novembro de 2015

Vingadores: Era de Ultron

O filme já começa com uma grande batalha envolvendo os Vingadores. Eles estão tentando tomar posse de uma pedra, uma jóia do universo, que estava sob domínio de Loki, irmão de Thor. Após conseguirem finalmente colocar as mãos nela Tony Stark (Robert Downey Jr) resolve usar JARVIS para analisar do que se trataria realmente o misterioso artefato. Chega-se a conclusão que seria uma espécie avançada de inteligência artificial. O problema é que essa criatura que se denomina Ultron começa a ganhar poder e força. Após subjugar JARVIS ele finalmente se espalha pelo mundo virtual, usando para isso a Internet. Virtualmente impossível de ser capturado Ultron começa a desenvolver seu objetivo maior: trazer paz para a Terra. Em sua forma de pensar porém isso só será alcançado com o fim da humanidade e a criação de uma nova raça de seres superiores sem os defeitos, erros e incoerências do ser humano. Para evitar que a espécie humana seja extinta os Vingadores se unem para destruir essa perigosa ameaça ao planeta. Segundo filme da Marvel a explorar os Vingadores no cinema. Como era de esperar nessa era de grande sucesso de personagens de quadrinhos no cinema, esse segundo filme dos Vingadores se tornou um grande campeão de bilheteria. Em pouco tempo a produção alcançou o posto de sexta maior bilheteria da história do cinema com 1.32 bilhão de dólares arrecadados. É muito dinheiro realmente. Não existe atualmente nenhum outro gênero cinematográfico que tenha tanto potencial de renda. Deixando um pouco de lado esse aspecto puramente comercial temos que reconhecer que o filme como diversão e produto da cultura pop é bem eficiente. Não é uma obra de arte nem tampouco uma obra prima, mas diverte bastante. O roteirista e diretor Joss Whedon resolveu de forma inteligente não complicar algo que no fundo é até bem simples. Usando os próprios quadrinhos como referência absoluta ele escreveu um enredo que se assemelha e muito a um arco narrativo do próprio universo das revistas dos heróis Marvel. Ponto positivo, sem dúvida. De quebra explorou ainda vários detalhes do mundo dos quadrinhos na tela, como por exemplo, a Hulkbuster, uma roupa especial usada pelo Homem de Ferro para enfrentar o Hulk no mano a mano. Essa cena de luta aliás é uma das melhores sequências do filme.

Sem a necessidade, muitas vezes enfadonha, de ter que sair apresentando personagem por personagem, o roteiro teve liberdade para contar um enredo com um melhor ritmo, sem se preocupar com bobagens desnecessárias. Além disso há um ótimo vilão em cena, o Ultron. Logo que ele começou a declamar suas falas em cena eu reconheci imediatamente aquela forma singular de falar. Não poderia ser outro ator a dublar que não fosse o ótimo James Spader. A sensação inconsciente que tive foi que aquele robô havia incorporado o personagem Raymond 'Red' Reddington da série "The Blacklist". O mesmo sentimento, a mesma maneira de se expressar. Até mesmo os técnicos de efeitos especiais se empenharam em trazer os trejeitos de Spader para aquela máquina. Sinceramente essa foi para mim a melhor coisa de todo o filme. Simplesmente impagável. Em relação aos demais Vingadores temos que reconhecer que aquele velho problema de filmes com muitos protagonistas se repete aqui. Há muitos heróis para explorar ao mesmo tempo, com isso todos eles acabam sendo mal aproveitados de uma forma ou outra. No fundo a ideia de uma equipe de super heróis só funciona mesmo nas cenas de ação quando eles se unem para combater o mal, aqui corporificado em um exército de robôs controlados remotamente por Ultron. Confesso que em relação a essas mesmas máquinas não senti muita credibilidade nos efeitos digitais. Eles não reagem à gravidade, não parecem ter massa ou peso algum e deixam a sensação que estamos vendo um videogame. Em um aspecto que não poderia haver falhas o filme realmente apresenta esse defeito. Os efeitos não são tão perfeitos como era de se esperar. Para os apaixonados por quadrinhos porém isso tem pouca importância. Eles querem mesmo é ver seus personagem preferidos em carne e osso, aqui com o bônus de encontrarem pela primeira vez uma nova galeria de heróis formado por personagens como Visão, Feiticeira Escarlate e Mercúrio. Provavelmente a Marvel vá aproveitar cada um deles em futuros filmes ou séries, afinal de contas se há algo lucrativo hoje em dia no mundo do cinema essa é a adaptação de quadrinhos em série para a sétima arte. Assim deixo a recomendação, mesmo que você não seja um leitor dessas histórias a diversão certamente estará garantida.

Vingadores: Era de Ultron (Avengers: Age of Ultron, Estados Unidos, 2015) Direção: Joss Whedon / Roteiro: Joss Whedon, baseado nos personagens criados por Stan Lee e Jack Kirby / Elenco: Robert Downey Jr., James Spader, Chris Evans, Mark Ruffalo, Scarlett Johansson, Chris Hemsworth, Samuel L. Jackson, Don Cheadle, Elizabeth Olsen, Paul Bettany / Sinopse: Um novo vilão chamado Ultron (James Spader) decide destruir a humanidade para em seu lugar recomeçar a história da Terra com uma nova raça de seres evoluídos, inteligentes e racionais. Para evitar que seus planos sejam levados em frente um grupo de super-heróis que se denomina de Vingadores resolve combater essa nova ameaça. Filme indicado a vários prêmios do Australian Film Institute, Golden Trailer Awards e Teen Choice Awards.

Pablo Aluísio. 

domingo, 1 de novembro de 2015

Lista Negra - The Blacklist - Primeira Temporada

The Blacklist 1.06 - Gina Zanetakos
Ainda se firmando "The Blacklist" vai aos poucos se tornando cada vez mais interessante. Ok, a fórmula é pouco inovadora e os episódios - que podem ser seguidos com certa independência entre eles - mostra sempre o personagem Raymond 'Red' Reddington (James Spader) ajudando a agente do FBI Elizabeth Keen (Megan Boone) a colocar as mãos em criminosos internacionais de alta periculosidade. Chamo a atenção para esse episódio em particular porque o noivo de Beth acaba virando alvo de investigações, afinal ele fora visto em lugares onde aconteciam diversos crimes. Para Reddington não resta dúvidas que ele é na verdade um espião infiltrado, embora Elizabeth Keen se recuse a acreditar inteiramente nisso. Seria uma armação de Red ou o moço é realmente envolvido em tretas internacionais? Apesar dessa trama ser até curiosa e manter a atenção o forte do episódio mesmo vai para uma nova personagem, Gina Zanetakos (interpretada pela bonita atriz russa Margarita Levieva), uma criminosa internacional que usa disfarces para trafegar bem no meio da chamada espionagem corporativa - onde empresas espionam outras empresas com o objetivo de destruir a concorrência. Bonita e perigosa, a jovem se disfarça de garota de programa para roubar informações vitais de seus clientes. Nesse episódio o objetivo dela é nada mais, nada menos, do que explodir uma "bomba suja" em plena capital dos Estados Unidos. Pena que em termos de conclusão o episódio derrape um pouco, pois os agentes do FBI resolvem contornar o problema de uma maneira nada convincente - Quem disse que uma bomba suja dentro da água não causa danos colaterais? Então é isso, "The Blacklist" ainda precisa de ajustes, mas já se torna um bom passatempo, sem dúvida. / The Blacklist - Gina Zanetakos (EUA, 2013) Direção: Adam Arkin / Roteiro: Jon Bokenkamp, Wendy West / Elenco: James Spader, Megan Boone, Diego Klattenhoff, Margarita Levieva.

The Blacklist 1.07 - Frederick Barnes
Ok, vamos direto aos fatos. Nesse episódio temos um criminoso diferente. Frederick Barnes (Robert Sean Leonard) é um ex-especialista em armas biológicas que um dia resolve pedir demissão da empresa onde trabalha. Seu filho desenvolveu uma doença rara e ele tenta levantar financiamentos dentro da indústria farmacêutica para procurar por uma cura. Como se trata de uma doença com pouquíssimos casos ao redor do mundo nenhum dinheiro é dado a ele. Desolado, decide radicalizar, indo trabalhar no mercado negro onde militam todos os tipos de mercenários e terroristas. Após desaparecer por longos cinco anos, ele volta à ativa promovendo um ataque no metrô de Washington. 37 pessoas morrem. Não foi um ato gratuito pois na realidade Frederick Barnes deseja mesmo é supostamente achar a cura para seu filho, mesmo com métodos absurdos. Novamente o que segura o episódio é o estilo ultra cool de Raymond 'Red' Reddington (James Spader). Ele pouco aparece aqui, mas duas de suas participações são vitais. Numa delas ele vai até Cuba para negociar um produto radioativo raro. Os fãs de Dexter terão uma surpresa e tanto já que o vendedor é interpretado pelo ator David Zayas, sim, o sargento Angel Batista! Sua participação é pequena, mas divertida. No final vem a cereja do bolo. Reddington visita uma casa bem suburbana, ao velho estilo americano. Lá ele tem lembranças de sua família e confessa ter memórias de sua filha. Gente, como eu vinha desconfiando ele provavelmente é o pai da agente Elizabeth Keen (Megan Boone) , embora até aqui o seriado não tenha aberto o jogo completamente. Em minha opinião não há outra explicação logica para seu estranho relacionamento com a agente. Só pode ser isso (embora eu possa também estar errado, veremos). The Blacklist - Frederick Barnes (EUA, 2013) Direção: Michael W. Watkins / Roteiro: Jon Bokenkamp, J.R. Orci / Elenco: James Spader, Megan Boone, Diego Klattenhoff.

The Blacklist 1.09 - Anslo Garrick
Sem dúvida um dos melhores episódios (se não for o melhor) da série "The Blacklist". No anterior, só para situar o leitor, Raymond 'Red' Reddington (James Spader) acelerou, vamos colocar nesses termos, a morte do pai da agente Elizabeth Keen (Megan Boone). Isso porque ele ameçou revelar um grande segredo envolvendo Red e ela, sua suposta filha. Pois bem, depois daquele momento crucial no seriado, Red é levado sob coação para o esconderijo do FBI. Uma vez lá descobre que ele e os agentes da agência cairam em uma grande armadilha. Um terrorista internacional, Anslo Garrick (Ritchie Coster), antigo desafeto de Red, invade o lugar com forte armamento e homens com treinamento de elite. O que se segue é praticamente um massacre. Tentando sobreviver Red usa de uma de suas poucas cartas, ao se isolar na mesma cela inexpugnável para onde foi levado no episódio piloto. O problema é que junto ele leva também o agente Ressler (Diego Klattenhoff), sangrando e ferido gravemente. Do lado de fora o famigerado Garrick começa um jogo de vida e morte para que Red saia de lá. A partir daí surge um dos melhores momentos de toda a série, com muita tensão e suspense à flor da pele. Impossível não se eletrizar com tudo. Esse é na verdade apenas a primeira parte pois continua no próximo programa, desde já imperdível. / The Blacklist 1.09 - Anslo Garrick (EUA, 2013) Direção: Joe Carnahan / Roteiro: Jon Bokenkamp, Joe Carnahan / Elenco: James Spader, Megan Boone, Diego Klattenhoff.

The Blacklist 1.10 - Anslo Garrick (No. 16) - Conclusion
Conclusão da trama que começou no episódio anterior quando Anslo Garrick (Ritchie Coster) invadiu as instalações do FBI para colocar as mãos em Raymond 'Red' Reddington (James Spader). Imediatamente Red se isolou em sua antiga "cela" à prova de fugas e balas de alto calibre, o que deu início a um jogo psicológico feroz entre ele e Anslo. Pois bem, no final do episódio passado o terrorista começou a chantagear Red usando os próprios agentes do FBI como alvos - ou Reddington abria a cela ou então ele começaria a executar um por um os policiais. A pressão aumenta, porém quando chega a vez de usar Elizabeth Keen (Megan Boone) como alvo, Red se desespera e finalmente consegue a senha que abre as portas do aparato onde se encontra. Isso demonstra para Anslo que Red finalmente tem um ponto fraco que pode explorar sempre que bem entender. Uma vez nas mãos de seus algozes ele é finalmente levado para um local inóspito e ideal para uma sessão de torturas. Após ser pendurado e sofrer todos os tipos de danos físicos e psicológicos finalmente entra em cena Alan Fitch (Alan Alda) que deixa claro para Red que ele pode ser encontrado e capturado em qualquer lugar do planeta, mesmo dentro das próprias instalações do FBI. Uma prova de força para que ele não tente mais enganar esse poderoso grupo de criminosos internacionais. O desfecho desse episódio, como não poderia deixar de ser, é bem violento e sangrento. Um dos melhores momentos acontece quando Red, sob intensa tortura física e psicológica, manda um irônico "beijinho" para Anslo, mostrando que se tem um cara durão naquela sala é ele mesmo. O ator Alan Alda, de tantos filmes marcantes no cinema, faz sua primeira participação na série, mostrando que há algo muito maior embaixo das operações de Red. Na verdade tudo parece ser apenas a ponta do iceberg. Outra cena que merece menção aqui nesse episódio acontece quando Red tem um diálogo vital com Elizabeth por telefone. Ela lhe pergunta se ele é o seu pai verdadeiro (algo que já vinha mais ou menos claro nos roteiros dos episódios anteriores). Após uma breve pausa Red nega que é o seu pai biológico (será mesmo que falou a verdade? Não me convenceu para falar a verdade). No geral é isso, mais um bom episódio de "The Blacklist" que parece demonstrar que vai procurar por novos caminhos em seus roteiros daqui para frente, fugindo um pouco da fórmula que vinha sendo empregada até agora. / The Blacklist 1.10 - Anslo Garrick (No. 16) - Conclusion (EUA, 2013) Direção: Michael W. Watkins / Roteiro: Jon Bokenkamp, Lukas Reiter / Elenco: James Spader, Megan Boone, Diego Klattenhoff, Alan Alda.

The Blacklist 1.11 - The Good Samaritan
Depois dos acontecimentos dos dois últimos episódios era de se esperar que Raymond 'Red' Reddington (James Spader) voltasse a caminhar pelo lado mais cruel do mundo do crime. E é justamente isso que ele faz. Inicialmente começa uma busca pelas pessoas envolvidas em seu sequestro e tortura. Sutilmente ele os encontra e após breves interrogatórios (com intensa pressão psicológica) as elimina sem maiores culpas. Uma enfermeira e um médico logo caem na mira de Red. Outro preocupação é rastrear o dinheiro dessa gente, o que ele faz com o auxílio de um hacker. Enquanto Red vai acertando contas com seus algozes a agente Elizabeth Keen (Megan Boone) vai atrás do psicopata conhecido como "O Bom Samaritano". Esse é um caso antigo em sua carreira, mas da última vez ele conseguiu escapar. Agora ela sente que pode ser a chance de finalmente o levar para atrás das grades. O criminoso recebeu esse apelido pelo fato de não matar suas vítimas, ligando para o serviço de emergência no último minuto, após promover intensas lesões e ferimentos naqueles que caem em suas mãos. O mais interessante nesse personagem é que ele foi vítima de abuso infantil quando era apenas uma criança e agora adulto, trabalhando como enfermeiro, atende casos parecidos com o seu. Vestindo uma roupagem de justiceiro procura vingar sua ira e raiva em cima de adultos abusivos, inclusive em relação aos seus próprios filhos. Pela boa composição desse criminoso em particular esse episódio acaba se tornando uma grata surpresa pelas boas ideias do roteiro. / The Blacklist 1.11 - The Good Samaritan (EUA, 2014) Direção: Dan Lerner / Roteiro: Jon Bokenkamp, Brandon Margolis/ Elenco: James Spader, Megan Boone, Diego Klattenhoff.

The Blacklist 1.12 - The Alchemist (No. 101)
O foco desse episódio gira em torno desse criminoso chamado "O Alquimista". Ele tem esse nome porque se especializou em forjar mortes de pessoas procuradas pelo FBI. Usando de manipulação genética ele muda o DNA de suas vítimas, fazendo o bureau a pensar que aqueles corpos pertenceriam de fato aos procurados pela agência. Seu rastro é dado por Red (James Spader) para a agente Elizabeth Keen (Megan Boone). Como Red está convencido que há uma informante dentro do FBI entregando os pontos ele resolve se distanciar o máximo possível da agência, o que não significa que deixará de ajudar Keen em futuras investigações. No fundo ele está mais do que certo pois suas suspeitas são verdadeiras. Os encontros entre eles agora se passam numa igreja (local mais improvável não haveria de ser). Confesso que desse episódio não consegui gostar muito. O roteiro foi previsível e sem maiores surpresas. Keen continua com problemas em relação ao seu noivo e se perde muito tempo com suas briguinhas pessoais. Falando sinceramente esses problemas dela quebram o ritmo da série. É tudo muito chato. Para piorar Red ficou meio de lado (uma falha imperdoável por parte dos roteiristas já que ele é o personagem que segura tudo nas costas, literalmente). Vamos esperar por melhoras daqui para frente. Mais Red e menos Keen e seu relacionamento xarope! / The Blacklist 1.12 - The Alchemist (EUA, 2014) Direção: Vincent Misiano / Roteiro: Jon Bokenkamp / Elenco: James Spader, Megan Boone, Diego Klattenhoff.

The Blacklist 1.13 - The Cyprus Agency
Surreal. Eu classificaria assim o enredo desse episódio de The Blacklist. Duvida? Então vamos lá. Mulheres jovens, universitárias, bonitas e inteligentes, começam a desaparecer inexplicavelmente. O que poderia ter acontecido com elas? Após Raymond 'Red' Reddington (James Spader) se encontrar com a agente do FBI Elizabeth Keen (Megan Boone) ele lhe pede que investigue uma agência de adoção chamada Cyprus.  Red tem certeza que há uma ligação entre uma jovem mulher que foi assassinada recentemente bem no meio da rua e os sujeitos que ganham rios de dinheiro com as adoções dessa empresa, onde bebês lindos, brancos, de olhos azuis e espertos - praticamente o sonho de muito casal por aí - são adotados por casais ricos que não conseguem ter seus próprios filhos. O problema é que as tais crianças que estão sendo adotadas não possuem uma origem certa. Oficialmente é informado aos casais que adotam que elas viriam do leste europeu ou de nações que fizeram parte da ex-União Soviética, como Lituânia, Estônia, etc. O que ninguém, mas ninguém mesmo, desconfia é que há por trás de tudo uma esquema muito bem montado (e mórbido) que transformou as jovens desaparecidas em verdadeiras incubadoras de crianças perfeitas para adoção. Tudo muito bem arquitetado, com uma fachada que leva a crer que a coisa é séria mesmo. Bom episódio, um pouco como já descrevi antes, surreal, mas mesmo assim bom, valorizado ainda mais pela cena final quando Red finalmente acerta contas com a pessoa que estava infiltrada no bureau conspirando contra ele, quase o levando a inclusive perder sua própria vida. Para ele certas traições não merecem perdão. / The Blacklist 1.13 - The Cyprus Agency (No. 64) (EUA, 2014) Direção: Michael W. Watkins / Roteiro:  Jon Bokenkamp / Elenco: James Spader, Megan Boone, Diego Klattenhoff.

The Blacklist 1.14 - Madeline Pratt (No. 73)
A bola da vez agora pertence a Madeline Pratt (Jennifer Ehle). De dia uma mulher respeitada na comunidade, com vários contatos importantes nos meios políticos e sociais. De noite uma ladra refinada, especializada em roubo de obras de arte. Agora ela está de olho em uma pequena peça, uma esfinge que contém em seu interior uma preciosa lista, que supostamente traz o nome dos principais agentes russos infiltrados dentro da sociedade americana durante a guerra fria. Claro que tal objeto também logo desperta a cobiça de Raymond 'Red' Reddington (James Spader) que pode fazer bons negócios com ela, caso chegue em suas mãos. Para isso Red acaba manipulando também o FBI, através da agente Elizabeth Keen (Megan Boone), colocando todos em busca da tal preciosidade arqueológica. Esse episódio chegou a me lembrar do grande clássico "Um Golpe de Mestre" com Paul Newman. Explico. Em determinado momento Red arma uma bem orquestrada farsa para enganar Madeline. Um truque que me recordou imediatamente do famoso filme, vindo em minha cabeça até mesmo a marcante musiquinha tema daquela produção. De resto o episódio ainda traz em seus momentos finais uma pequena reviravolta na trama de "The Blacklist", onde o FBI começa a mudar os rumos daquele departamento. Pelo visto depois do assassinato de uma de suas principais agentes do Bureau, Washington decidiu finalmente que era hora de mudar o comando das operações. / The Blacklist 1.14 - Madeline Pratt (No. 73) (EUA, 2014) / Direção: Michael Zinberg / Roteiro: Jon Bokenkamp, Jim Campolongo / Elenco: James Spader, Megan Boone, Diego Klattenhoff.

The Blacklist 1.15 - The Judge (No. 57)
'Red' Reddington (James Spader) decide revelar para a agente Elizabeth Keen (Megan Boone) que existe um sistema de punição extra oficial dentro da sociedade americana. A coisa funcionaria mais ou menos assim: pessoas inocentes que teriam sido condenadas pelo sistema judiciário seriam vingadas por um grupo que sequestraria os responsáveis por essas condenações injustas. Juízes, promotores, testemunhas, qualquer pessoa que tivesse colaborado com essa injustiça pagaria com suas próprias vidas por seus erros. O mais curioso desse roteiro é que ele coloca como mentores desse sistema de "justiça pelas próprias mãos" os membros de uma entidade de proteção dos direitos humanos e de direitos civis dos cidadãos. Outra revelação relevante desse episódio é sobre o marido da agente Keen. Por vários episódios Red sustentou que ele na verdade não seria quem dizia ser. Muito provavelmente seria algum agente infiltrado na vida dela. Pois bem, nesse episódio tudo finalmente fica claro. Red tinha mesmo razão com suas suspeitas. A vida definitivamente não é justa. / The Blacklist 1.15 - The Judge (No. 57) (EUA, 2014) Direção: Peter Werner / Roteiro: Jon Bokenkamp, Jonathan Shapiro / Elenco: James Spader, Megan Boone, Diego Klattenhoff.

The Blacklist 1.16 - Mako Tanida (No. 83)
O vilão da vez é Mako Tanida. Um assassino profissional oriental que estaria dando cabo de todos os agentes do FBI que teriam contribuído para uma operação que o teria tirado de circulação no passado. Para Red porém não é sensato acreditar apenas nas aparências. Para ele, apesar das investigações afirmarem o contrário, o verdadeiro assassino profissional Tanida já estaria morto há tempos. Tudo assim seria apenas uma cortina de fumaça, uma manobra para encobrir a identidade dos verdadeiros assassinos. Enquanto o FBI não coloca as mãos no responsável, Red contrata seu próprio profissional. Ele terá que investigar a fundo o marido da agente Keen. Red quer provas da verdadeira identidade do sujeito. O que se descobre mostra que ele realmente trabalha para alguma organização secreta do leste europeu, com ordens vindas de Berlim. Só não se sabe direito quem ele seria e qual seria seu objetivo na América. Há uma mulher estranha que o ronda, mas que precisa sumir sem deixar pistas. O que parecia apenas mais uma teoria da conspiração sem fundamento parece estar se confirmando cada vez mais. / The Blacklist 1.16 - Mako Tanida (No. 83) (EUA, 2014) Direção: Michael W. Watkins / Roteiro: Jon Bokenkamp, John Eisendrath / Elenco: James Spader, Megan Boone, Diego Klattenhoff.

The Blacklist 1.17 - Ivan (No. 88)

Ah, o amor platônico... Esse episódio tem tudo a ver com o tema que praticamente todo adolescente conhece muito bem. Após um agente da segurança nacional ser morto misteriosamente o FBI passa a acreditar que existe uma complexa rede de hackers liderados por um russo chamado Ivan com o objetivo de invadir o sistema de segurança dos Estados Unidos. Será mesmo? Para Red há mais coisas envolvidas do que levanta a investigação. Na verdade o responsável não seria Ivan, mas sim um adolescente apaixonado por uma garota do colégio que nem sabe que ele existe. Acontece que o pai da garota trabalha na segurança nacional e estaria para ser transferido para outra cidade. O jovem adolescente apaixonado então resolve invadir todos os sistemas para evitar que isso aconteça. Ele definitivamente não aceita ficar longe de seu amor! Tudo teria sido motivado mesmo por esse sentimento de um garoto tímido, imagine você! Enquanto isso Elizabeth Keen (Megan Boone) finalmente liga todas as pontas. Ao invadir um esconderijo usado por um suposto terrorista ela acaba reconhecendo um brinquedinho que havia dado ao próprio marido. Pois é, ela descobre que Red, que a tinha avisado por tanto tempo, estava mais do que certo. A charada havia sido finalmente revelada! / The Blacklist 1.17 - Ivan (No. 88) (EUA, 2014) Direção: Randall Zisk / Roteiro: Jon Bokenkamp, J.R. Orci / Elenco: James Spader, Megan Boone, Diego Klattenhoff.

The Blacklist 1.18 - Milton Bobbit (No. 135)
O vilão da vez responde pelo codinome de "Agente funerário". O apelido tem sua razão de ser. Ele se aproveita do drama de doentes terminais e lhes propõe algo tentador. Eles fazem seu serviço sujo e em compensação ele promete cuidar de suas famílias. O que ninguém desconfia é que o próprio criminoso também é um homem extremamente doente e com os dias contados. No passado ele se submeteu ao teste de uma droga experimental que prometia amenizar os efeitos da diabetes. O tiro acabou saindo pela culatra e ele acabou pagando alto pelo fato de ter sido uma verdadeira cobaia. Sua saúde foi praticamente destruída e agora ele entende ter chegado a hora de se vingar dos médicos e da equipe médica que o usou naquela ocasião. Para Raymond 'Red' Reddington (James Spader) também chegou a hora da verdade. Durante muito tempo ele alertou a agente Elizabeth Keen (Megan Boone) que seu marido não era quem alegava ser. Na verdade o passado nebuloso e misterioso demonstrava que havia algo errado naquele sujeito que sempre pareceu ser um bom homem, o marido ideal. Depois de tomar contato com filmagens feitas em sua própria casa, durante sua ausência, ela finalmente vê o castelo de cartas que foi seu casamento ruir completamente. Mesmo mantendo uma aparente normalidade ela então começa a investigar, usando a pessoa que supostamente seria seu cunhado. Aos poucos tudo vai caindo por terra, revelando uma misteriosa e estranha ligação com Berlim, o que acaba intrigando Red, muito embora ele ainda não saiba o que haveria por trás de tudo. / The Blacklist 1.18 - Milton Bobbit (No. 135) (EUA, 2014) Direção: Steven A. Adelson / Elenco: Jon Bokenkamp, Daniel Voll / Roteiro: James Spader, Megan Boone, Diego Klattenhoff.

The Blacklist 1.19 - The Pavlovich Brothers (No. 119-122)
Xiaoping Li (Natalie Kim) é uma cientista chinesa especializada em guerra biológica que é levada até os Estados Unidos pela CIA. Ela quer denunciar a pesquisa por parte de autoridades de Pequim no desenvolvimento de uma nova arma devastadora que em caso de guerra deveria ser usada em grandes dimensões, em larga escala, causando um desastre de proporções imprevisíveis para as populações civis do inimigo. Uma vez na América ela acaba sendo raptada pelos irmãos Pavlovich, velhos conhecidos de 'Red' Reddington (James Spader) que acaba criando um verdadeiro triângulo envolvendo os terroristas, a própria CIA e a agente Elizabeth Keen (Megan Boone). Se esse fosse o único problema para Lizzy... mas na verdade ela precisa ainda lidar com o marido, Tom (Ryan Eggold). Após dois anos de casamento ela acabou descobrindo com a ajuda de Red que ele nunca foi quem alegou ser. Na verdade é um sujeito que trabalha para alguma organização criminosa desconhecida do leste europeu. As coisas porém tomam outros rumos, já que a relativa tentativa de parecer tudo normal entre eles cai por terra finalmente. Ele descobre que Lizzy já sabe que ele tem uma outra identidade e por isso resolve ir embora, sem olhar para trás. Na cena final ambos finalmente resolvem colocar tudo em panos limpos e... não se trata de uma simples briguinha de casal, mas um quebra-pau digno dos melhores filmes de ação. Pelo visto o casamento perfeito deles não era definitivamente tão perfeito quanto parecia. / The Blacklist 1.19 - The Pavlovich Brothers (No. 119-122) (EUA, 2014) Direção: Paul A. Edwards / Roteiro: Jon Bokenkamp, Elizabeth Benjamin / Elenco: James Spader, Megan Boone, Diego Klattenhoff.

The Blacklist 1.20 - The Kingmaker (No. 42)
O vilão da vez atende pelo codinome de "Kingmaker". O sujeito é especializado em destruir ou erguer carreiras políticas. Para aniquilar adversários ele coloca seus alvos em situações embaraçosas, escandalosas, como na República Tcheca onde dopa e depois leva para um quarto de motel barato um influente ministro de Estado. Encontrado ao lado de um garoto de programa morto ele vê suas pretensões políticas serem tragadas pelo escândalo, praticamente da noite para o dia. Tudo obviamente armado pelo Kingmaker. Já nos Estados Unidos ele é contratado para transformar um jovem deputado no mais novo senador da República. Para isso dar certo vale tudo, desde forjar um acidente automobilístico para o transformar em um herói da mídia, seja matando um atual membro do senado para abrir uma vaga para seu cliente. Raymond 'Red' Reddington (James Spader) também está na mira do criminoso internacional, mas se vê impossibilitado de reagir à ameaça por não saber sua verdadeira identidade. Para piorar a agente Elizabeth Keen (Megan Boone) tem suspeitas sérias de que ele teria algo a ver com a morte do próprio pai. Conforme o tempo passa ela começa a juntar pistas da participação de Red no trágico evento, entre elas o fato de Red ter ido ao hospital onde seu pai estava internado no mesmo dia em que ele faleceu. Coincidência ou indícios de sua efetiva participação? Com sua credibilidade abalada dentro do FBI, onde não pode sequer contar com a ajuda de Liz, Red não vê outra saída que procurar por outros aliados, mesmo que eles venham a se juntar a ele por pura chantagem. Nesse mundo não existem mesmo mãos limpas. / The Blacklist 1.20 - The Kingmaker (No. 42) (EUA, 2014) Direção: Karen Gaviola / Roteiro: Jon Bokenkamp, J.R. Orci / Elenco: James Spader, Megan Boone, Diego Klattenhoff.

The Blacklist 1.21 - Berlin (No. 8)
A primeira temporada de "The Blacklist" vai chegando ao fim nesse penúltimo episódio. As coisas também vão ficando mais claras. Nesse episódio ficamos sabendo, por exemplo, as reais intenções camufladas de Raymond 'Red' Reddington (James Spader) em colaborar tão diretamente próximo com o FBI. Também vamos entendendo mais claramente sua conturbada relação com a agente Elizabeth Keen (Megan Boone). Nos Estados Unidos se falou muito desse final de temporada. A atriz Megan Boone ficou na berlinda no elenco por alguns episódios complicados de sua vida pessoal. Fotos íntimas dela vazaram para a internet o que causou constrangimento por parte dos produtores. Além disso sua complicada relação com James Spader no set de filmagens deixou sua posição meio complicada para seguir em frente na série. As más línguas afirmam que Spader perdeu várias vezes a paciência com a falta de talento de sua colega em cena. Provavelmente prevendo sua saída os roteiristas colocaram na história uma firme convicção da agente Keen em abandonar o FBI depois do desfecho do caso. Antes disso porém ela tentará de todas as maneiras descobrir a verdadeira identidade de Berlin (assim como Red) para descobrir para quem diabos afinal seu marido estaria trabalhando. O mote desse episódio também gira em torno de um vírus mortal que se torna uma maneira de chantagear os infectados em busca de um antídoto. Bem movimentado e divertido, o programa pavimenta assim o caminho até o último e definitivo episódio final. Ficaremos no aguardo. / The Blacklist 1.21 - Berlin (No. 8) (EUA, 2014) Direção: Michael Zinberg / Roteiro: Jon Bokenkamp, John Eisendrath / Elenco: James Spader, Megan Boone, Diego Klattenhoff.

The Blacklist 1.22 - Berlin (No. 8): Conclusion
Esse é o último episódio da primeira temporada. Começa com vários depoimentos dos sobreviventes da queda do avião em um dos rios que circundam Nova Iorque (fato que fechou o episódio anterior). São todos russos. E qual seria a ligação dessa gente com o tal Berlin, que todos desejam descobrir a verdadeira identidade, mas principalmente Red (Spader)? Ele está intrigado pois desde sempre sabe que é necessário em seu "ramo de negócios" conhecer todos os inimigos que o cercam, sejam eles reais ou imaginários. O problema crucial é que Red definitivamente não sabe quem o está caçando, simplesmente não tem ideia. Nesse episódio temos várias respostas a perguntas que vinham de muito tempo na série. Ao que tudo indica Berlin seria na verdade um ex-agente da KGB que estaria usando a fragilidade emocional de Red para com a agente Keen (Megan Boone) em seu favor. Nesse episódio em particular há duas excelentes cenas. Numa delas Red e Keen colocam as cartas na mesa sobre a verdadeira identidade do pai biológico dela. Na outra Red tem uma conversinha nada amigável com aquele que supostamente seria o verdadeiro Berlin (mas seria ele mesmo?). Um dos grandes destaques do que se passa nesse episódio - alerta de spoiler - é a morte violenta de Tom Keen (Ryan Eggold) baleado pela própria agente Keen. Óbvio que ela fica arrasada emocionalmente por ter atirado no ex-marido, causando sua morte, pois no fundo gostava dele e até tinha esperanças de construir uma bela vida ao seu lado. Isso fica bem claro na última cena quando ela finalmente deixa a casa vazia onde pretendia morar com ele. Sonhos destruídos de um futuro feliz. Pois é, pelo visto a felicidade ainda não bateu a porta da bela agente do FBI. Por fim, se você for bem atento, perceberá que na cena em que Red tira a camisa surgem várias cicatrizes de queimaduras em suas costas. Uma pista? Ora em um diálogo anterior bem revelador com Liz  ele havia dito a ela que o seu pai verdadeiro havia morrido em um incêndio quando ela era apenas uma criança. Ora meu amigo, alguma dúvida mesmo de que Red é na verdade o pai desconhecido de Liz? Eu particularmente tenho menos dúvidas a cada episódio que vejo. Espero que não seja pegadinha de roteirista esperto, mas enfim... Agora é conferir se é isso mesmo na segunda temporada de "The Blacklist". Até lá! / The Blacklist 1.22 - Berlin (No. 8): Conclusion (EUA, 2014) Direção: Michael W. Watkins / Roteiro: Jon Bokenkamp, John Eisendrath / Elenco: James Spader, Megan Boone, Diego Klattenhoff.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Stargate

Título no Brasil: Stargate
Título Original: Stargate
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Carolco Pictures
Direção: Roland Emmerich
Roteiro: Dean Devlin, Roland Emmerich
Elenco: Kurt Russell, James Spader, Jaye Davidson
  
Sinopse:
Um aparelho de teletransporte interestelar, encontrado nas areias escaldantes do Egito, leva todos os que nele entram a um estranho universo, em outra dimensão, a um planeta com seres humanos que se assemelham aos antigos egípcios e que adoram o deus Rá, na verdade uma entidade extraterrestre com poderes especiais. Filme vencedor do prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Filme de Ficção. Também indicado nas categorias de Melhor Figurino e Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Talvez seja o único filme assinado por Roland Emmerich que realmente valha a pena. Lançado há vinte anos no Brasil, "Stargate" era uma ficção que apostava alto na imaginação e na criatividade. Criando um elo direto entre civilizações extraterrestes e o antigo Egito, o roteiro realmente era muito original. Hoje em dia de forma curiosa o público em geral associa "Stargate" não tanto a esse longa-metragem, mas sim à série que durou longas dez temporadas (de 1997 até 2007). Confesso que esse seriado nunca me cativou, não acompanhei e os poucos episódios que assisti não me deixaram impressionado. Como eu já escrevi, bom mesmo é esse filme que acabou dando origem a tudo. Com um elenco muito bom, protagonizado pela dupla Kurt Russell e James Spader (antes de ficar careca e mais cool), o roteiro procurava explorar um universo todo próprio. Em termos de efeitos especiais não havia o que reclamar, principalmente quando tínhamos em cena antigos deuses da religião do Egito antigo disparando lasers de suas lanças históricas! Realmente tudo muito divertido e inovador. Longe dos excessos que iriam macular sua carreira nos anos que viriam, Roland Emmerich conseguiu acertar a mão, lidando com um argumento bem criado e bem desenvolvido. Assim deixamos a dica do verdadeiro "Stargate" que anda bem esquecido atualmente.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Dívida de Honra

Título no Brasil: Dívida de Honra
Título Original: The Homesman
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos, França
Estúdio: EuropaCorp, Javelina Film Company
Direção: Tommy Lee Jones
Roteiro: Tommy Lee Jones, Kieran Fitzgerald
Elenco: Tommy Lee Jones, Hilary Swank, John Lithgow, James Spader, Meryl Streep

Sinopse:
A vida no oeste selvagem era muito dura. Que o diga três mulheres que acabam enlouquecendo por causa das dificuldades de viver em uma terra tão hostil e perigosa. Diante dessa terrível situação o reverendo Dowd (John Lithgow) decide que pelo bem da comunidade as três devem ser enviadas para uma instituição psiquiátrica no distante Iowa. O problema é que até lá são cinco semanas de jornada a cavalo, bem no meio do nada. Mary Bee Cuddy (Hilary Swank) decide aceitar o desafio. No meio do caminho acaba encontrando o velho George Briggs (Tommy Lee Jones), que também decide seguir viagem ao seu lado. Juntos enfrentarão todos os desafios impostos pela complicada travessia.

Comentários:
Esse faroeste é um projeto muito pessoal de Tommy Lee Jones. Só para se ter uma ideia ele produziu, dirigiu e ainda escreveu o roteiro de "The Homesman". Seu personagem é um homem já cansado pela vida que por um acaso do destino acaba entrando numa jornada ao lado da mulher que o salvou de morrer enforcado. O objetivo é levar três mulheres com problemas mentais a uma cidade distante cinco semanas de viagem pela terras selvagens cheias de pistoleiros, nativos e bandoleiros de todos os tipos. Usando uma carroça adaptada eles partem rumo aos confins do oeste americano. Pode-se dizer que em certos momentos a trama se arrasta um pouco, mas no geral é de fato um bom filme. O elenco tem excelentes atores que interpretam pessoas que Briggs (Tommy Lee Jones) e Mary Bee (Hilary Swank) vão encontrando pelo caminho. James Spader, por exemplo, dá vida a um dono de hotel grã-fino que impede a entrada de Briggs e as mulheres em seu estabelecimento. A recusa não acaba muito bem. Não deixa de ser muito divertido encontrar Spader usando uma chamativa peruca ruiva, com jeito de irlandês, em um trabalho bem diferente que vem desenvolvendo na TV na série "The Blacklist". 

Já a premiada Meryl Streep tem uma pequena, mas importante participação, só surgindo na parte final do filme, como a esposa do pastor e reverendo que recebe as pobres mulheres para internamento no hospício da região. Bem envelhecida, ela provavelmente só aceitou o papel em consideração ao amigo Tommy Lee Jones, até porque recentemente trabalharam juntos no delicado drama de relacionamentos "Um Divã para Dois".  No final de tudo quem acaba roubando mesmo o show é a atriz Hilary Swank. Sua personagem é uma balzaquiana desesperada para se casar que não consegue encontrar o homem de sua vida. Com isso ela vai vivendo de decepção em decepção até chegar ao seu limite. O destino de sua personagem me deixou um pouco perplexo e surpreso, confesso, mas ela consegue trazer uma grande carga humana para seu trabalho. Em suma é isso, no geral não há nada de errado na direção de Jones, talvez o filme devesse ter uns vinte minutos a menos para ser mais fluente, dando mais agilidade aos acontecimentos, quem sabe. Provavelmente esse seria o corte ideal, mas enfim. De qualquer forma esse é apenas um detalhe que não compromete o espetáculo. "The Homesman" é assim um bom western, um pouco diferente, é verdade, mas mesmo assim cativante ao seu próprio modo.

Pablo Aluísio.

domingo, 13 de abril de 2014

The Blacklist

Título no Brasil: The Blacklist
Título Original: The Blacklist
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: NBC
Direção: Vários
Roteiro: Jon Bokenkamp (criador da série)
Elenco: James Spader, Megan Boone, Ryan Eggold

Sinopse:
Após longos anos desaparecido o ex-agente da inteligência americana Raymond 'Red' Reddington (Spader) ressurge na sede da CIA em Washington. Ele agora é um criminoso procurado mas decide se entregar para trair seus antigos companheiros de crime, terroristas e gente da pesada, que interessa ao governo americano. Sua única condição para ajudar a prender os membros do crime organizado é tratar tudo com exclusividade com a inexperiente agente Elizabeth Keen (Megan Boone). Que ligação misteriosa liga essas duas pessoas tão diferentes entre si?

Comentários:
Nova série que está sendo lançada no Brasil (nos Estados Unidos teve sua estréia no ano passado). Bom, o que podemos dizer? Logo de cara ficamos com um certo receio pois essa coisa de criminoso veterano e inteligente trocando figurinhas com agente do FBI inexperiente lembra demais o duelo de "O Silêncio dos Inocentes". Tudo bem, em termos de entretenimento nada se perde, tudo se recicla, mas o ponto inicial, o pontapé que dá começo ao jogo de fato é bem parecido com o famoso filme de Jonathan Demme. Infelizmente Anthony Hopkins não pode ser comparado com James Spader! Por falar nele o espectador que não teve muito contato com sua carreira nesses últimos anos certamente levará um choque ao encontrar o ator muito envelhecido, careca e um pouco acima da peso, em nada lembrando o jovem arrogante dos filmes de John Hughes dos anos 80. Mesmo assim devo dar o braço a torcer pois ele visivelmente está empenhado em fazer seu personagem dar certo o que era previsível pois não existe nada melhor para um veterano hoje em dia do que emplacar uma série de sucesso na TV americana. Dará certo? Continuará e se tornará um programa com muitas temporadas? Não sabemos ao certo, isso será determinado pelos índices de audiência que a série alcançar no concorrido mercado televisivo dos ianques. No saldo geral é uma série por enquanto apenas mediana mas que tem potencial de se tornar algo realmente muito bom. Só nos resta esperar pelo melhor.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de março de 2013

Lobo

Não deu muito certo essa incursão de Jack Nicholson no gênero terror. Para entender porque um ator consagrado como Nicholson resolveu fazer um filme de lobisomens é preciso fazer uma pequena retrospectiva em sua própria carreira. Quando era apenas um jovem sonhador, querendo um lugar ao sol no concorrido mundo do cinema, a única pessoa que lhe deu uma chance verdadeira foi o rei dos filmes B, Roger Corman. Dessa fase se destaca “A Loja dos Horrores” que depois iria virar um remake musical muito divertido na década de 80. Nem precisa informar que virou um cult desde o seu lançamento. Esse primeiro filme, o original, contava a conhecida estória de um balconista de floricultura que acabava tendo uma estranha relação com uma planta carnívora muito especial. Corman fez um filme pequeno, leve, mas muito eficiente e Nicholson recebeu suas primeiras críticas elogiosas. Quando o script de “Lobo” caiu nas mãos de Jack, décadas depois, ele pensou que seria uma boa idéia voltar ao gênero que foi tão importante para ele no começo de sua carreira. O problema é que a empolgação nostálgica do ator não ficou à altura do projeto em si, que sinceramente falando tinha um enredo muito fraco.

Jack Nicholson aqui interpreta Will Randall, um editor que descobre estar amaldiçoado, se tornando um lobisomem em noites de lua cheia. Acontece que ele está em uma situação bem ruim na carreira, envelhecido, está sendo passado para trás por um carreirista mais jovem. Agora, ele irá usar os seus novos instintos de lobo para enfrentar a concorrência dentro de sua empresa com toda a garra que sua nova situação lhe traz. Como se pode perceber a estória era clichê, sem novidades. Nem mesmo a presença da “Mulher-Gato” Michelle Pfeiffer melhorava o filme. Para piorar a maquiagem deixava muito a desejar. Ao invés de virar um monstro, Jack se limitava a fazer cara de mau, com algumas penugens em suas orelhas. Tudo bem ruim, o que deixou muita gente surpresa já que era mais um trabalho do premiado Rick Baker. O que parece ter acontecido foi que Nicholson, muito preocupado com sua imagem, evitou usar uma máscara de monstro completa, optando por algo mais light, soft. Bem, não funcionou! A direção de arte – essencial para produções como essa – também era feia e opaca. Assim o filme não poderia se tornar outra coisa a não ser um abacaxi na carreira de Jack Nicholson, que poderia perfeitamente passar sem essa. Revisto hoje em dia só vale como curiosidade aos fãs do trabalho do ator e nada mais. Como filme de terror ele deixa, e muito, a desejar. 

Lobo (Wolf, Estados Unidos, 1994) Direção: Mike Nichols / Roteiro: Jim Harrison, Wesley Strick / Elenco: Jack Nicholson, Michelle Pfeiffer, James Spader / Sinopse: Homem de meia idade, com problemas em seu trabalho, é mordido por um lobo selvagem. Em pouco tempo descobre estar acometido pela maldição do lobisomem. Diante da nova situação usa de seus instintos animais para derrubar a concorrência dentro de sua empresa.

Pablo Aluísio.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Lincoln

“Lincoln” é um belo filme. Não há outra conclusão. Steven Spielberg se supera e entrega um filme digno do grande político americano que entrou para a história por dois fatores essenciais: a abolição da escravidão e a vitória na Guerra Civil. Esses foram os pilares que fizeram de Abraham Lincoln (1809 – 1865) um dos maiores presidentes da história dos EUA. O filme começa com Lincoln conversando de modo bastante informal com dois jovens soldados negros da União em um acampamento lamacento. Já aqui podemos perceber a grandiosidade do trabalho de Daniel Day-Lewis. Ele literalmente incorpora o modo de agir, falar e pensar do político. Lincoln era um homem de fala suave, contemplativa, um sujeito que saiu da mais extrema pobreza para o cargo mais importante de sua nação. Era um intelectual que se fez praticamente sozinho, que se educou, foi em busca de conhecimento e se tornou advogado. Seu pai era um homem rústico do campo que não tinha educação formal. Lincoln foi atrás de cultura. Aprendeu a ler sem ir à escola e lendo um livro aqui e outro acolá foi trilhando o caminho da instrução. Um homem assim se conhece bastante pelo modo de ser, de se comportar. A postura contida, conciliadora foi captada com raro brilhantismo por Day-Lewis. Sua transformação é impressionante. Lincoln tinha traços fortes, que hoje soam tão bem conhecidas por todos. Day-Lewis não é fisicamente parecido com ele mas com sua inspirada atuação conseguiu absorver todos esses  aspectos. É realmente um trabalho impressionante que merece todos os prêmios e reconhecimentos.

Infelizmente o filme se foca apenas em um período específico da trajetória do Presidente, quando ele tentava de todas as formas aprovar a décima terceira emenda da Constituição americana. Seu teor era abolir qualquer forma de escravidão ou servidão involuntária dentro do solo norte-americano. O curioso aqui é ver o lado mais humano de Lincoln quando ele torna concreta a frase “Os fins justificam os meios”. Sem o número de deputados necessários ele se utiliza de todos os meios possíveis para passar a emenda, libertando assim milhões de seres humanos da escravidão racial. Há todo um jogo de bastidores, com troca de favores e cargos públicos para se chegar aos votos necessários. Se lá nos EUA isso ainda é motivo de espanto aqui no Brasil é coisa comum, corriqueira, da ordem do dia. De qualquer modo o momento chave é quando ele decide promover a abolição, mesmo com todas as pressões em sentido contrário. Essa foi uma decisão baseada em seus valores morais e de caráter e o filme mostra muito bem isso, expondo a personalidade de Lincoln de forma magistral. O Jogo político que se trava no congresso vai ser especialmente apreciado por estudantes de direito e ciência política pois mostra sem rodeios os mecanismos nada sutis que fazem nascer as leis de uma nação. Muitos reclamaram desse aspecto do filme, por acharem que isso o torna chato e arrastado, mas esse tipo de argumento é um absurdo pois o protagonista era um político e seria impossível fazer um filme sem adentrar nesse tipo de relação entre o parlamento e o presidente.

A produção e a reconstituição de época são, como não poderiam deixar de ser, perfeitas. O presidente surge em cena não apenas como o grande homem da história mas também como um ser humano normal, preocupado com o destino de seus filhos, enfrentando problemas de relacionamento com sua esposa e muitas vezes em grande dilema pessoal em suas decisões. Esse lado desmistificador é o grande achado do roteiro, pois humaniza o personagem histórico, que apesar de sua grandiosidade, se aproxima assim do espectador, que se identifica com ele, com seus pequenos dramas domésticos que acabam se misturando com os assuntos de Estado. Nunca esse presidente esteve tão humano como agora. O elenco de apoio é excepcional com destaque para Tommy Lee Jones, econômico e como sempre eficiente em suas atuações. Se há algo a se criticar em tudo o que vemos em Lincoln talvez seja apenas o fraco enfoque do assassinato do líder da nação. Tudo soa apenas sugerido e não mostrado. O diretor não mostra o momento em que é baleado e nem os acontecimentos que o levaram a tão trágico destino. Provavelmente Spielberg tenha tomado essa decisão para não macular o mito. Não faz mal pois não há nenhum grande problema nisso. O diretor realmente está de parabéns por essa obra excepcional. Um filme à altura do grande homem que foi Abraham Lincoln.

Lincoln (Lincoln, Estados Unidos, 2012) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Tony Kushner, John Logan, Paul Webb, baseados na obra “Team of Rivals” de Doris Kearns Goodwin / Elenco: Daniel Day-Lewis, Tommy Lee Jones, Joseph Gordon-Levitt, Sally Field, James Spader, Lee Pace / Sinopse: Abraham Lincoln, Presidente dos Estados Unidos, enfrenta duas questões cruciais em seu governo: aprovar a emenda à constituição americana que libertará os escravos negros da nação e vencer a Guerra Civil contra os Estados do Sul que formam a Confederação. Além de lidar com esses temas nacionais ainda terá que contornar os problemas domésticos de sua família pois sua esposa não aceita que seu filho mais velho vá a guerra, embora ele deseje ardentemente isso. Vencedor do Globo de Ouro de Melhor Ator para Daniel Day-Lewis. Indicado aos Oscar de Melhor Filme, Atriz Coadjuvante (Sally Field), Ator Coadjuvante (Tommy Lee Jones), Ator (Daniel Day-Lewis), Direção (Steven Spielberg), Fotografia, Figurino, Edição, Trilha Sonora, Efeitos Sonoros, Roteiro Adaptado e Direção de Arte.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Amor Sem Fim

É possível esquecer o primeiro amor? Essa é a pergunta central de “Amor Sem Fim”, clássico romântico da década de 80. No filme acompanhamos o namoro de dois jovens adolescentes, Jade (Brooke Shields, linda e na flor da idade) e David (Martin Hewitt). No começo os pais de Jade levam o namoro com uma postura liberal, sem receios. Os problemas começam a surgir quando David e Jade começam a ter uma vida não apenas sentimental mas sexual também. Como os pais de Jade posam de compreensivos e liberais não tarda para que a jovem – de apenas 15 anos – comece a trazer o namorado para dormir em seu quarto. Eles iniciam um tórrido relacionamento sexual o que começa a incomodar a todos. O paizão antes posando de moderno não aguenta e em um acesso de fúria expulsa David de sua casa e o proíbe de ver sua filha. O irmão de Jade, Keith (interpretado por um muito jovem James Spader) também perde a compostura e parte para as vias de fato com seu ex-amigo (ele havia trazido David para dentro da casa da família, algo que se arrependeu amargamente após ele começar a namorar sua jovem irmã). Inconformado com a expulsão David acaba cometendo um ato impensado, colocando fogo na casa da namorada. A partir daí sua vida desce ladeira, ele é condenado e impedido de voltar a ver o amor de sua vida. Mas mesmo após tantos anos não parece disposto a abrir mão dessa paixão adolescente.

Como se pode perceber as tintas são fortes no quesito drama. A intenção realmente era essa – mostrar um amor verdadeiro mas cheio de obstáculos para se concretizar tal como um Romeu e Julieta contemporâneo. Não é à toa que o diretor do filme é Franco Zeffirelli. Acostumado com tramas de amores impossíveis o cineasta demonstra muita familiaridade com o tema. A produção é de bom gosto e respeita o espectador. Mesmo tendo uma das atrizes mais bonitas da época em seu elenco o filme não apela ou parte para vulgaridades. O elenco está todo coeso, apenas o ator que interpreta David, o namorado de Jade, deixa um pouco a desejar. Como curiosidade o futuro astro Tom Cruise faz uma pequena ponta, em um parque aconselhando seu amigo David a dar um susto na namorada, começando um incêndio por pura brincadeira (incêndio esse que foge do controle e destrói a casa da amada). Em essência é uma releitura dos velhos mitos românticos, da paixão impossível e do amor que vence a tudo e a todos. Bem realizado “Amor Sem Fim” sobreviveu muito bem ao tempo. Sua trilha sonora cheia de sucessos da época ainda é bastante evocativa. Um bom romance para corações apaixonados que não aceitam barreiras entre si. 

Amor Sem Fim (Endless Love, Estados Unidos, 1981) Direção: Franco Zeffirelli / Roteiro: Judith Rascoe baseado na novela de Scott Spencer / Elenco: Brooke Shields, Martin Hewitt, Shirley Knight,  Don Murray, James Spader, Tom Cruise / Sinopse: Jovem casal de namorados tem que lutar por vários anos por seu amor que sempre parece encontrar barreiras para se concretizar. 

Pablo Aluísio.