terça-feira, 20 de agosto de 2013

Dexter

Estamos vivendo um momento excelente na história das séries americanas. O leque de opções que se abriu com o surgimento de canais a cabo é simplesmente fenomenal. Não é à toa que até mesmo a poderosa indústria de cinema dos EUA sentiu um certo baque por causa da enorme popularidade de séries extremamente bem sucedidas e inovadoras produzidas atualmente por emissoras de TV. E falar sobre esse contexto sem citar "Dexter" é simplesmente impossível. Essa é uma série que fiz questão de assistir praticamente todos os episódios até hoje, do primeiro ao último, com disciplina religiosa. Acho "Dexter" uma das melhores produções surgidas nos últimos anos. Tudo aqui se encaixa perfeitamente bem, tanto em termos de atuação (Michael C. Hall como Dexter é simplesmente perfeito) como em relação aos roteiros dos episódios, sempre muito bem escritos e trabalhados. E pensar que todo esse universo surgiu apenas de um bom livro, "Darkly Dreaming Dexter" de Jeff Lindsay, que de fato trazia todos os contornos do personagem já bem delineados mas que olhando sob um ponto de vista bem crítico não chega a ser nada excepcional.

Para quem ainda não conhece (acho que poucos) a série "Dexter" conta a estória de um garotinho que viu sua mãe ser morta de forma violenta e bárbara. Resgatado de uma poça de sangue ele é criado como se fosse filho por um policial que esteve envolvido nas investigações daquele crime sanguinário. Logo na infância seu pai adotivo descobre que Dexter tem todas as características que o tornarão no futuro um serial killer. Para evitar que pessoas inocentes venham a se tornar vítimas dele, o ensina uma espécie de código a seguir. Entre eles só eliminar criminosos cruéis que de uma forma ou outra escapem das mãos da justiça. O tempo passa e Dexter se torna perito na Miami Metro Police, local ideal para ele dar vazão a sua irresistível vontade de matar. Lá, entres os inúmeros casos criminais, ele seleciona aqueles que devem pagar com sua vida pelos crimes cometidos. Ao seu lado trabalham sua irmã mais jovem, a desbocada mas competente Debra Morgan (interpretada por Jennifer Carpenter, atriz que foi esposa de  Michael C. Hall durante vários anos). Claro que Dexter por ter se tornado um grande sucesso e por ter até o momento oito temporadas sofreu com um certo desgaste ao longo de todo esse tempo mas mesmo em seus mais fracos momentos a série ainda mantém um padrão de qualidade realmente admirável. O personagem principal, apesar de ser um assassino em série, tem um carisma excepcional, o que talvez explique todo esse sucesso de audiência. Em tempos passados provavelmente "Dexter" jamais seria produzido por um canal de TV aberta mas no momento em que vivemos, emissoras como a Showtime não tem esse receio. Sorte para todos nós que somos fãs desse cativante matador.

Dexter (Dexter, Estados Unidos, 2006 - 2013) Direção: John Dahl, Steve Shill, Keith Gordon / Roteiro: Jeff Lindsay, James Manos Jr, Scott Buck / Elenco: Michael C. Hall, Jennifer Carpenter, David Zayas, James Remar, C.S. Lee, Lauren Vélez, Desmond Harrington, Julie Benz / Sinopse: Dexter (Michael C. Hall) é um serial killer que trabalha no Metro Miami Police, onde escolhe suas vítimas pelos crimes que elas cometeram e não foram punidas.

Pablo Aluísio.

3 comentários:

  1. Pablo;

    Assim como você eu assisti todos os episódios do Dexter até hoje, no momento esotu acompanhado a última temporada e é realmente excelente, mesmo que agora nesta última temporada ele não mate mais ninguém, e isso é meio chato, ainda é muito boa.

    O que me preocupa é o que um grande amigo meu falou no auge da febre disco na década de 1970," a agente adorava a achavamos que iria durar para sempre e ele falou; tudo que é muito bom só pode piorar a qualquer momento", ou seja, toda a subida apenas prenuncia a descida.
    Quanto tempo será que isso vai demorar para acontecer com essas séries maravilhosas da TV a cabo, como está acontecendo agora com o cinema?

    ResponderExcluir
  2. É uma boa pergunta. Enquanto canais como AMC, HBO e Showtime tiverem realmente controle sobre o que produzem teremos qualidade e ousadia. O perigo é essas emissoras em busca de audiência se popularizarem demais, pois se isso acontecer certamente a produção vai ser voltada mais para um público médio menos sofisticado. Se isso acontecer teremos mais séries seguindo o velho e conhecido estilo "enlatado americano". Vamos torcer que esses canais continuem independentes e ousados, pois só assim teremos seriados tão bons como esses que estão sendo exibidos de forma regular nesses últimos anos. Abraços, Pablo Aluísio.

    ResponderExcluir