Eu não poderia deixar passar em branco aqui no blog a data dos 50 anos sem Marilyn Monroe. Eu sempre estou escrevendo sobre a atriz aqui, como todos os visitantes podem conferir. Também estou sempre trazendo textos sobre a atriz no blog Cinema Clássico. De fato é um prazer escrever sobre ela, um ícone que tenho especial carinho. Para relembrar que tal falar sobre "O Pecado Mora ao Lado"? Esse é um dos marcos de sua filmografia. Richard Sherman (Tom Ewell) é um maridão que fica sozinho em seu apartamento após sua esposa e filho irem passar as férias de verão fora de Nova Iorque. Adorando sua provisória liberdade ele começa a soltar a imaginação, imaginando diversas situações inusitadas. A nova vizinha do andar de cima, uma linda e sensual loira (Marilyn Monroe), atiça ainda mais seu imaginário.
“O Pecado Mora ao Lado” é um dos filmes mais lembrados de Marilyn Monroe. A cena em que ela deixa sua saia levantada com o vento vindo do metrô abaixo entrou definitivamente no inconsciente coletivo, virando símbolo de toda uma era do cinema americano da década de 50. Para a época a cena era muito ousada e chocou os conservadores. A imagem acabou virando a marca registrada da atriz, inclusive esse vestido sempre é copiado quando se quer fazer alguma referência a Marilyn em filmes, livros e até bonecos que reproduzem esse momento. Recentemente inclusive foi erguida uma estátua gigante da atriz nessa exata sequência. Apesar da importância em sua carreira da “saia ao vento” ela também trouxe vários problemas pessoais para a atriz. Acontece que justamente na noite em que filmaram essa cena o marido de Marilyn na época, o jogador de beisebol aposentado Joe Di Maggio, resolveu aparecer no set sem avisar. Como ele era um italiano casca grossa ficou chocado ao ver sua esposa exibindo as pernas e as calcinhas para um bando de marmanjos no meio da rua. Quando voltaram para casa ele a agrediu fisicamente, o que acabou virando o estopim da separação do casal.
Essa seria mais uma crise para o diretor Billy Wilder administrar durante as complicadas filmagens. Marilyn, como sempre, deu muito trabalho ao diretor. Chegava atrasada, esquecia diálogos e tinha acessos de pânico antes de entrar em cena. Uma atitude bem diferente de seu colega de elenco, Tom Ewell, sempre muito profissional. Mesmo assim, como sempre acontecia aliás, quando o resultado chegou nas telas todos viram novamente a estrela da atriz brilhar. Ela está magnífica nesse papel que sequer tem nome, sendo identificada apenas como “The Girl” (a garota). A estrutura do filme não nega sua origem teatral (o roteiro foi escrito em cima da peça "The Seven Year Itch" de George Axerold). Tudo se passa praticamente dentro do apartamento do personagem Sherman. Em 90% do filme temos apenas Tom Ewell em divertidos monólogos ou em dueto ao lado de Marilyn. Basicamente ele imagina diversas situações que podem ou não se materializar na realidade, tudo em cima da chamada “coceira dos sete anos”, quando os maridos caem na rotina de casamentos monótonos e procuram por aventuras com mulheres mais jovens e bonitas. Tudo é desenvolvido com muito humor e ironia, bem ao estilo de Wilder. “O Pecado Mora ao Lado” é um filme divertido, irônico e um marco na carreira do cineasta Billy Wilder, que com apenas uma cena despretensiosa conseguiu construir um verdadeiro ícone cultural da história do cinema americano.
O Pecado Mora ao Lado (The Seven Year Itch, Estados Unidos, 1955) Direção: Billy Wilder / Roteiro: Billy Wilder, baseado na peça de George Axeroid / Elenco: Marilyn Monroe, Tom Ewell, Evelyn Keys, Sonny Tuftis / Sinopse: Richard Sherman (Tom Ewell) é um maridão que fica sozinho em seu apartamento após sua esposa e filho irem passar as férias de verão fora de Nova Iorque. Adorando sua provisória liberdade ele começa a soltar a imaginação, imaginando diversas situações inusitadas. A nova vizinha do andar de cima, uma linda e sensual loira (Marilyn Monroe), atiça ainda mais seu imaginário. [
Pablo Aluísio.
O Pecado Mora ao Lado
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