quinta-feira, 22 de julho de 2010

Poemas Brancos - Parte IX

 
Essas Pessoas Nem Existem Mais...

Nas lembranças o rosto de pessoas do passado
Pequenos detalhes capturados em nossas mentes
Pequenos sorrisos capturados em nossos corações
O tempo é o senhor de tudo
Essas pessoas nem existem mais...

Algumas se foram, outras vivem
As que se foram embarcaram em grandes navios
As que vivem estão nas sombras, nos quartos escuros
Só ficou mesmo a lembrança pálidas
Dessas pessoas quem nem existem mais...

O que era juventude e brilho no olhar
O tempo apagou, a luz de outrora se tornou opaca
Nas vagas lembranças dos que não existem mais...

Nem me lembro do seu rosto com clareza
Apenas o detalhe dos cabelos negros e crespos aos ventos
Daquela jovem que nem existe mais...

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Poemas Brancos - Parte VIII

 
Poemas Brancos: Ribeirão, da minha infância feliz

Ribeirão, da minha infância feliz
Ribeirão dos anos 70, do frio no bosque
Do grande tapete estendido na sala
Das grandes janelas de vitral, com cortinas brancas
Da casa com decoração de pedras, da árvore na frente
Do quintal das brincadeiras, dos porquinhos da Índia

Ribeirão, da minha infância feliz
Das grandes rampas dos corredores da escola
Da bola oficial do futebol, dos times de botão
Dos brinquedos, dos bonecos Playmobil, do fusca vermelho
Do Falcon mergulhador, dos desenhos animados na TV

Ribeirão, da minha infância feliz
Das piscinas do Ipanema, dos mergulhos divertidos
Dos circos itinerantes nas tardes de domingo
Das brincadeiras no pátio da escola
Dos amiguinhos de infância, do primário do Musa

Ribeirão, da minha infância feliz
Dos discos de vinil dos Beatles
Da música discoteca, da Rita Lee, Do Dancing Day´s, do Abba

Ribeirão, da minha infância feliz
Dos hotéris e dos restaurantes de noite
Dos passeios de bicicleta na praça, dos jogos de Star Wars
Da felicidade de uma criança

Pablo Aluísio. 

Poemas Brancos - Parte VII


Acabei com minha vida, disse ela!

Acabei com minha vida, disse ela!
Disse no alto de seus mais de oitenta anos
Olhou para trás, para o passado, não gostou do que viu
Foi esposa e mãe, dona de casa, mulher direita
E não gostou do que viu!

Acabei com minha vida, disse ela!
Disse que deveria ter curtido mais a sua vida
Ter ido em mais festas, namorados mil
Aos 80, com casa própria e vida confortável
Mas nao gostou do que viu!

Acabei com minha vida, disse ela!
A futilidade de uma mente vazia não tem idade
A adolescência aos 80 anos existe mesmo, viu!

Acabei com minha vida, disse ela!
As areias do tempo se foram, falta pouco
A vida passou, se foi, e ela não gostou do que viu!

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 20 de julho de 2010

Poemas Brancos - Parte VI

Poesia Flaviana
Paixão escolar, paixão da juventude...
Loira dos poemas, nativa do mundo real
Cor de pele que nunca negou suas origens
Da selva vieste, conquistando meu coração selvagem...
Nunca nos deitamos, como eu gostaria que tivesse acontecido...

Gostaria de tê-la feito minha mulher...
Deitada em lençóis brancos, cor da ilusão
Eu teria coberto você com todo o carinho
Mas não deu, embora eu tenha tentado...
A vida tem seus próprios caprichos, lamentável

Eu me lembro de seu rosto e de suas feições...
De seu corpo bem delineado, do olhar miúdo 
Das calças colegiais que iam do paraíso, ao meio caminho...

Eu me recordo de seu rabo de cavalo...
De sua pele perto da minha, adoraria ter você
Nunca adentrei, gostaria de retornar um dia ao passado...

Pablo Aluísio. 

Poemas Brancos - Parte V


Simplesmente Val...
Val de mil novecentos e noventa e seis...
Onde andarás, onde rebolarás?
Vives ainda ou já morreste?
Vermes lhe comeram ou vermes ainda te comem?
Era Eva ou eras Adão?

O Olhar e as pernas eram do panteão das deusas...
O sorriso era sincero, plebe por natureza
A pele de marfim, o cabelo de Ogum...
Caminhos machucados pelo labor
Fostes mulher de muitos homens ou homem de muitas mulheres?

Como eu gostaria de ter tido você em meu leito...
Embora soubesse que seu panteão era farto
Teria feito carinho, entrado em suas entranhas

O gozo seria eterno, ainda hoje banhas meus sonhos do Eros...
Eu ainda lembro de suas vestes vermelhas
E suas pernas eternas, que ainda embalam meus sonhos inconfessáveis

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Poemas Brancos - Parte IV

 Poema Livre

Area livre de todo o preconceito
Area livre de toda a gente tóxica
Area livre para ser feliz
Area livre para a paz espiritual
Area para que te quero livre

Uma semente de paz 
Trazida por uma bela pomba branca
Semeia o campo
Que é o meu coração humano
Sou fugaz, sou breve, mas também sou livre

Poema livre de todas as amarras
Poeminha livre de todas as regras
A única regra é ser feliz e ter paz interior

Porque nossa vida é breve
Estaremos aqui por pouco tempo
Os nossos átomos livres é que serão eternos
Navegando pelo cosmos de forma infinita, livres para sempre

Pablo Aluísio. 

Poemas Brancos - Parte III

Soneto da Chuva
Mundo fechando, chuva chegando
Ar puro, clima lindo, medo da chuva!
A chuva que embeleza é a mesma que mata!
A chuva que traz vida, também traz a final cartada!

Mundo escuro, quarto escuro
Na sala, tecnologia da loucura
Muita gente fanatizada, no duro!
Quem era são, virou insano, loucura dominando o mundo!

E a bela casa no barranco pode deslizar...
E todos os sonhos de seguridade, desabar...
Vai chorar? Vai reclamar? O mundo é de barro!

Esse Deus só existe no papel...
Estamos todos à mercê do verdadeiro deus, o caos!
O resto é a esperança, que nunca virá!

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de julho de 2010

Poemas Brancos - Parte II

 
Eu não tenho saudades...

Eu não tenho saudades...
O que passou, passou...
Teve seu lugar na história e agora é passado
Também não houve assim pessoas tão marcantes
Havia muita toxicidade em pessoas que eu não via

Eu não tenho saudades...
Das duras rotinas, das duras disciplinas
A maioria dos tais líderes não passavam de idiotas
Gente de má índole, gente despreparada
Fingindo ser o que não eram na realidade...

Eu não tenho saudades...
Dos amigos falsos, dos invejosos disfarçados
Das falsas lindas garotas, mulheres em devassidão

Eu não tenho saudades...
Da irmandade tóxica e traiçoeira
Das paixões que eu felizmente nunca vivi... pois teria sido pior! 

Pablo Aluísio.