segunda-feira, 24 de maio de 2010

Elvis Presley - Elvis Today - Parte 5

"Fairytale" é o country do conto de fadas. Eu sempre considerei uma música agradável de se ouvir, onde Elvis incorporava mesmo o caipira do sul dos Estados Unidos. Um fato curioso é que segundo as pessoas mais próximas a ele, inclusive sua turma da máfia de Memphis, Elvis sempre sintonizava nas estações de música country quando estava em seu carro, saindo de um show ou então indo para algum hotel após seu avião pousar no aeroporto. Isso demonstrava que ele estava mais interessado no cenário da música country da época do que em rock.

Aliás Elvis parece ter parado de acompanhar os grupos de rock nos anos 60. Os discos dos Beatles tinham sido a última coisa que havia lhe chamado a atenção. Depois nos anos 70 ele passou a ouvir basicamente música religiosa e música country. Nada mais. Por isso não é de se admirar que seus discos quase sempre fossem nessa direção. Assim uma faixa como "Fairytale" soava muito natural em seu repertório de estúdio, muito embora fizesse os roqueiros torcerem o nariz quando ouviam esse tipo de sonoridade.

Um fato interessante sobre esse disco é que Elvis até demonstrou muita boa vontade em promover as faixas em seus shows, algo que não vinha acontecendo com LPs anteriores. A RCA Victor também decidiu se mover um pouco melhor, já que as vendas de cópias vinham caindo progressivamente nos últimos anos. Afinal Elvis sempre foi um dos grandes vendedores do selo, o seu maior astro comercial e não havia mesmo sentido em tratar com tanto descaso seus últimos lançamentos. Assim a faixa "Bringin' It Back" foi até bem trabalhada pela RCA, reforçando sua promoção nas estações de rádio. Só que todo o esforço foi em vão. Embora seja uma bela música ela nunca chegou a ser um sucesso, um hit.

E de todas as canções do estilo country desse álbum nenhuma era mais nostálgica e saudosista do que a bonita "Green Green Grass Of Home". Aqui Elvis não escondeu todo o seu sentimento de orgulho sulista. É curioso que mesmo após ficar rico e famoso, Elvis não abriu mão de continuar morando em Memphis, sua adorada cidade. Ele poderia ir morar em Nova Iorque, Los Angeles ou qualquer outra grande cidade dos Estados Unidos, mas não quis deixar de lado suas raízes. Sempre preferiu a suburbana e secundária Memphis de seus anos de infância e adolescência. Assim fica plenamente justificada a gravação de uma música como essa. Era o mais puro estilo do sul que Elvis tanto adorava.

Pablo Aluísio.

domingo, 23 de maio de 2010

Elvis Presley - Promised Land - Parte 1

Esse disco "Promised Land" fez parte da última fase da carreira de Elvis. No ano em que esse álbum chegou no mercado Elvis completou 40 anos de idade. Ele se sentia velho! Era algo que dizia abertamente para pessoas próximas, algo que o preocupava muito. Elvis achava que sua carreira não teria mais muitos anos pela frente. Os amigos lhe tranquilizavam dizendo que outros artistas mais velhos, como Frank Sinatra, continuavam na ativa, fazendo shows e gravando discos, mas Elvis não parecia convencido. "Eu não sou mais um garoto!" - costumava repetir.

No dia em que Elvis completou 40 anos ele decidiu se isolar em Graceland. Não queria receber ninguém, não dar entrevistas, apenas ficar em reclusão completa. A imprensa americana não ajudou. Inúmeras reportagens atacavam Elvis. Dizendo que ele estava acima do peso, chegando numa fase da vida em que não fazia mais sentido ser roqueiro. Como aquele cantor, que havia sido o ídolo da juventude, iria se comportar agora que estava com 40 anos? Hoje em dia achar que alguém com essa idade já é um velho soa como algo completamente absurdo. Porém o preconceito naquela época era bem maior.

O disco chegou nas lojas nesse ambiente meio hostil. A imprensa atacando, Elvis com a auto estima em baixa, críticas ruins por todos os lados. Era complicado manter uma postura otimista. Mesmo assim o álbum abria com um rock vibrante de Chuck Berry. A versão original de "Promised Land" era de 1964. Em pleno auge da Beatlemania, Berry mostrava porque era considerado um dos grandes nomes do rock ´n´ roll, um verdadeiro pioneiro do estilo. O curioso é que a faixa chegava no mercado através do disco "St. Louis to Liverpool", uma maneira marota de Chuck Berry em chamar a atenção para sua música em uma época em que todo mundo só falava dos Beatles.

A gravação de Elvis e a TCB Band era mais vibrante do que a própria gravação original de Berry. Mais bem tocada, melhor gravada. Elvis deu total liberdade para seu guitarrista James Burton, que improvisou como nunca. O grupo estava muito entrosado, fruto de anos de trabalho em estrada. Por isso não houve maiores problemas em estúdio. Elvis cantou a música com a letra na mão. Berry era um grande letrista, geralmente impondo uma narrativa quase cinematográfica em suas músicas. O saldo final foi excelente. Muitos fãs inclusive queriam que Elvis gravasse mais rocks nessa fase de sua vida, já que ele parecia muito concentrado em gravar música country e baladas românticas. A versão dele desse clássico de Chuck Berry acabou sendo a resposta que todos esperavam.

Pablo Aluísio. 

Elvis Presley - Promised Land - Parte 2

Eu gosto muito da melodia de "Mr. Songman". Essa é uma música para se cantar em coro, de forma coletiva. Elvis sabia disso e acabou fazendo uma excelente performance vocal. Qualquer fã de Elvis sabe que no final da carreira ele se aproximou muito desse estilo mais gospel, tentando de certa maneira voltar aos tempos de criança, aos cultos evangélicos em Memphis.

A canção havia sido escrito por Donnie Sumner e logo chamou a atenção do cantor que nem demorou muito para gravar sua própria versão. Quem escuta percebe que Elvis estava adorando tudo ali. Era bem o estilo de música que ele queria cantar no período final de sua vida.

Eu costumo afirmar que esse álbum "Promised Land" foi uma bela coleção de faixas românticas que acabou sendo ignorada pelo grande público. Os fãs de Elvis estavam sempre apreciando seus trabalhos em disco, mas como muitas dessas canções não fizeram sucesso acabaram sendo ignoradas pelas pessoas em geral. Uma pena pela qualidade envolvida no material.

"There's a Honky Tonk Angel" é um exemplo de belo momento que passou despercebido por muitos. A melodia é bem melancólica, temos que admitir, provavelmente teria poucas chances de ser um hit, um sucesso nas rádios, mas mesmo assim é um grande momento do álbum. Foi lançada pela primeira vez pelo cantor country Conway Twitty. Era a primeira música de trabalho do disco, chamado oportunamente de "Honky Tonk Angel". Dentro do universo country de Nashville até que acabou chamando um pouco de atenção, o que diminuiu ainda mais as chances de se destacar na voz de Elvis porque afinal não era mais uma novidade quando foi finalmente lançada pela RCA Victor. E é bom frisar que mais uma vez a versão de Elvis ficou bem superior. Basta ouvir as duas gravações para perceber bem isso.

Pablo Aluísio.

sábado, 22 de maio de 2010

Elvis Presley - Promised Land - Parte 3

"Love Song of the Year" foi composta pelo  compositor e produtor musical texano Chris Christian. É uma das canções mais melancólicas desse álbum. A letra tem uma frase muito expressiva que diz: "Então, eu confesso a minha solidão". É justamente esse o tema da canção, a solidão. Em primeira pessoa o autor olha para o passado e faz uma espécie de comparação com o seu presente, admitindo seus erros para a pessoa amada. É uma tristeza de cortar coração, para ser bem sincero. Imagino Elvis no estúdio cantando com a alma sobre esse tema tão triste, cantando sobre a solidão, o amor perdido, a percepção que deixou seus melhores anos para trás.

A canção acabou sendo recebida como uma original por Elvis Presley, pois não havia sido gravada por ninguém antes. O curioso é que nem Elvis e nem a RCA Victor não fizeram nenhum esforço pela faixa nos meses seguintes após sua gravação. Elvis não se interessou em levar a música para os palcos, talvez por ser intimista demais e a RCA, por sua vez, a lançou no disco "Promised Land" como um autêntico Lado B, ou seja, uma faixa para completar o álbum e nada mais. Uma pena, pois pela beleza triste de sua melodia poderia ter alcançado maior repercussão nas rádios, nem que fosse apenas para o público country e fã de Elvis, naqueles estados sulistas onde ele tinha seu fan club mais leal e apaixonado.

"You Asked Me To", escolhida para ser a última música da edição original do disco (em sua versão americana), também não mereceu destaque. Outro Lado B autêntico dentro da discografia de Elvis. Originalmente ela foi lançada como single, na voz de seu autor Waylon Jennings. Ele e Elvis gravaram praticamente na mesma época, mas Elvis teve sua versão arquivada pela RCA Victor por dois longos anos. Quando chegou no mercado o impacto já havia passado. Já Waylon Jennings colheu melhores frutos. A música fez sucesso no circuito de Nashville e ele alcançou um honroso oitavo lugar entre os mais vendidos da parada country. Isso significava não apenas um bom dinheiro vindo das vendas do compacto, como também oportunidade de fazer mais shows em rodeios de gado e festivais pelo sul.

Já a versão de Elvis gravada no Stax Records studios, em Memphis, era bem mais convencional. Como Elvis andava procurando letras com que se identificasse essa também viria bem a calhar, pois trazia o sentimento mais verdadeiro do homem comum, trabalhador, que resolvia, mesmo sendo um sujeito durão, confessar para seu amor tudo o que pensava após anos de relacionamento. Era um desabafo emocional. Alguém apaixonado (até mesmo tolo, como confessa) que ainda estaria disposto a fazer de tudo por esse amor desde que ela lhe pedisse. É a declaração de um homem sem medo de ser piegas no mundo rural em que vivia. Enfim, uma balada country bem enraizada. Ficou muito bom, inclusive com os devidos créditos aos solos de James Burton, aqui relembrando um pouco os tempos em que tocava na banda de Ricky Nelson.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Promised Land - Parte 4

"It's Midnight"  é a mais bela música romântica desse disco. Para alguns a canção pode até soar melancólica e triste em doses excessivas, mas particularmente gosto muito. Além disso é uma letra que tem muito a ver com o próprio Elvis. Não é segredo para ninguém que ele sofria de insônia desde a juventude. Isso o levava a ficar muitas horas acordado durante à noite, enquanto todos estavam dormindo. É uma situação solitária por si mesma. Algo que Elvis poderia se identificar facilmente.

As coisas pioravam ainda mais quando se sabe que Elvis não conseguia esquecer Priscilla. Certo, ele sempre tinha uma mulher por perto, em especial Linda, mas nem isso parecia acalmar seu lado emocional, algo que fica bastante claro em versos como esses: "Eu deveria tentar dormir / Descansar a minha cabeça e tentar esquecer você / Oh mas é meia-noite e eu sinto a sua falta!". Então podemos imaginar Elvis revirando em sua cama, tentando dormir, mas sem conseguir, sempre pensando na ex-esposa, na traição que sofreu, no novo relacionamento dela. Certamente era uma situação aflitiva para Elvis. Isso talvez explique também o constante uso de remédios para dormir em doses cada vez maiores ao longo dos anos. Não deve ter sido fácil.

E então vem de certa forma o pedido de ajuda, o pedido de socorro em "Help Me". É curioso porque essa canção, com seu bom ritmo gospel e boa performance vocal de Elvis, nunca me deixou um sentimento de melancolia. Ao invés disso sempre achei seu ritmo de bom astral, de boa índole. Elvis a usou bastante ao vivo, coisa rara em se tratando de músicas desse álbum. No geral ele gravou as faixas aqui em estúdio e depois não as utilizou em sua agenda de concertos. "Help Me" é uma exceção. Inclusive ela surgiria novamente em sua discografia no disco gravado ao vivo em Memphis, aquele mesmo que trazia a mansão Graceland na capa.

A letra é uma confissão, ou melhor dizendo, um diálogo com Deus. Elvis canta com o coração aberto em versos diretos como esses: "Senhor, ajude-me a caminhar / Outra milha, só mais uma milha / Estou cansado de andar sozinho / Senhor, ajude-me a sorrir / Outro sorriso, só mais um / Eu sei que não posso fazer isso sozinho". E ele continua, admitindo que já não pode mais resolver tudo sozinho, por ele mesmo: "Eu nunca pensei que precisasse de ajuda antes / Eu pensei que eu poderia fazer as coisas sozinho / Agora eu sei que eu não aguento mais / Com um coração humilde, de joelhos / Eu estou implorando, por favor, me ajude!". Eis aqui uma mensagem bem sincera por parte de Elvis. Juntando seu lado mais religioso com a coonfissão de seus anseios, medos e angústias. Ficou tudo muito sincero e bonito.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Promised Land - Parte 5

A primeira vez que ouvi o country "You Love's Been a Long Time Coming" não foi através desse disco, mas sim de outro, intitulado "Our Memories of Elvis" que trazia as músicas em versões mais limpas, cruas, tais como tinham sido gravadas em estúdio por Elvis. Não havia o dito "embelezamento" das gravações através do trabalho posterior do produtor Felton Jarvis.

Dito isso devo dizer que é uma daquelas canções do estilo country que mais aprecio por parte de Elvis. Certo, não há nada de muito especial em termos de letra ou melodia, mas aqui a performance vocal de Elvis faz toda a diferença do mundo. Ele parecia gostar mesmo da canção e se empenhou para dar o melhor de si em seu trabalho no estúdio.

"Thinking About You" é outro country do álbum. Essa já sempre achei apenas mediana, na média mesmo. Um autêntico Lado B da carreira de Elvis Presley, muito embora ele a cante com firmeza e concentração.  Ouvindo esse tipo de faixa gravada por Elvis nos anos 1970 fico com a sensação de que ele basicamente escolhia dois tipos de músicas para seus discos. O primeiro tipo era aquele que visava ser usado em shows, tentando transformar essas músicas em hits, sucessos. O segundo tipo - categoria que essa canção se enquadra - era gravado mais para ganhar a simpatia dos críticos de música. Era uma canção mais introspectiva, mais cadenciada. Provavelmente nunca fariam sucesso em cima de um palco e Elvis sabia disso.

Muita gente boa por aí, grandes fãs de Elvis ao redor do mundo, admiram bastante a música "If You Talk in Your Sleep". Para esses é uma das melhores do disco "Promised Land". Com influência até mesmo da black music de Nashville e Memphis, esse seria um dos pontos altos do LP. Penso um pouco diferente. Não nego as qualidades inerentes nesse tipo de canção dentro da discografia de Elvis, porém a considero apenas regular. OK, era um sopro de renovação dentro de seu repertório, porém Felton Jarvis a prejudicou um pouco depois ao acrescentar um arranjo mais exagerado, expressivo em demasia. Penso até que nem Elvis pensaria em colocar tantos instrumentos assim. Algo mais cru ficaria mais autêntico e vibrante.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Elvis Presley - Elvis as Recorded Live on Stage in Memphis - Parte 1

Esse disco de Elvis Presley só chegou no Brasil nos anos 1990. Originalmente ele foi lançado nos Estados Unidos em 1974. É um disco oficial, ao vivo, muito lembrado por trazer na capa a fachada de Graceland e na contracapa os portões musicais. Tudo de muito bom gosto, em minha opinião. Só que nunca foi lançado em nosso país na época (da discoteca), fruto, claro, do atraso que havia no Brasil aliado a uma filial da RCA Victor que não estava muito interessada com a discografia de Elvis no mercado americano. Uma lástima.

Pois bem, confesso que quando encontrei o disco finalmente nas lojas brasileiras (isso deve ter sido lá por volta de 1992), não fiquei muito animado em adquirir o disco. Havia outro fator interessante: a versão em CD (compact-disc) também estava sendo lançada. Assim o colecionador de Elvis ficava na dúvida entre comprar o vinil, um formato que comercialmente estava morrendo naquele momento ou então o tão elogiado CD.

Acabei comprando o vinil. Foi uma decisão que hoje em dia nem me recordo mais como explicar. A cópia em LP tenho até hoje. Provavelmente a capa maior e mais rica em detalhes me levou a tomar essa decisão, mas nada muito claro em minhas lembranças. O conteúdo também se revelou muito bom, acima das expectativas. Elvis estava com o vozeirão mais encorpado, mais poderoso. Isso deu um sabor extra ao disco. Provavelmente Elvis cantou tão bem por estar em Memphis, sua cidade do coração. Havia na plateia muitas pessoas próximas dele e ele queria obviamente mostrar todo o seu talento. Um rei não pode fraquejar diante de sua corte. Além disso ele queria provar que santo de casa também faz milagres!

Também foram inseridos efeitos sonoros, com o aumento da presença do público no disco. O que antes eram palmas mais contidas no final de cada música agora soava mais como um grande e ininterrupto delírio coletivo. O curioso é que muitos ainda afirmam que o disco não passou realmente por esse, digamos, potencializado efeito de áudio da reação dos fãs, mas em minha opinião houve sim por parte dos engenheiros de som da RCA uma mexida, uma balançada para deixar o disco mais vibrante, mais feroz! O resultado me agrada ainda hoje. Sempre que quero ouvir um disco mais forte ao vivo, o Memphis 74 sempre acaba sendo o escolhido. Prova que fizeram mesmo um bom trabalho na mesa de som.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Elvis as Recorded Live on Stage in Memphis - Parte 2

Vou me concentrar basicamente na edição original americana da década de 1970. Como se sabe esse álbum de Elvis teve várias edições posteriores, inclusive trazendo diversas músicas que não estavam no LP original. A era do CD trouxe mais espaço do que o antigo vinil, além é claro de que nas edições posteriores os interesses da RCA Victor eram bem outros, assim como o marketing também havia mudado, etc.

Pois bem, para quem era colecionador na época de seu lançamento original o que importava era ter novas canções, novas faixas, gravadas por Elvis ao vivo. Os LPs trazendo material "live" já tinham se tornado rotina dentro de sua discografia, então era natural que as novidades de palco se tornavam grandes atrativos de vendas nas lojas de discos. O problema é que Elvis vinha com um repertório mais engessado, desde que retornara aos shows em 1969. Assim a gravadora estava sempre sugerindo ao cantor para que ele inovasse mais na lista de músicas, pois assim o selo teria material mais atrativo para o colecionador de sua discografia.

Nesse quesito de novidades o disco trazia uma versão inédita e pouco conhecida da música "Help Me". Era uma canção gospel ainda não lançada nos discos do cantor. Só depois ela iria chegar ao mercado em sua versão de estúdio no álbum "Promised Land". Era conhecido o fato de que Elvis sempre procurava encaixar alguma canção com letra religiosa em seus concertos. Fazia parte de sua formação musical e de sua personalidade como homem de fé. E esse gospel em particular tinha bom ritmo, boa pegada, para apresentações ao vivo. A letra, como já comentei, era um diálogo pessoal entre ele e Deus, onde de forma humilde pedia por ajuda, uma vez que havia chegado na conclusão de que já não tinha forças suficientes para resolver todos os problemas de sua vida sozinho.

Outra novidade era esse medley de pouco mais de três minutos trazendo "Blueberry Hill / I Can't Stop Loving You", A primeira tinha sido gravada por Elvis nos anos 1950, fazendo parte de seus disco "Loving You" e a segunda era figurinha fácil desde que Elvis voltara aos palcos em 1969 no International Hotel. Ficou muito boa a junção dessas faixas, principalmente nos primeiros acordes de "Blueberry Hill", um clássico do surgimento do rock nos Estados Unidos, ainda na voz de Fats Domino. O piano sempre foi o grande diferencial, trazendo uma harmonia que era pouco explorada em discos de rock naqueles tempos pioneiros.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Elvis Presley - Elvis as Recorded Live on Stage in Memphis - Parte 3

Esse disco ao vivo tem uma boa quantidade de músicas dos anos 50 e Elvis usou o mesmo estilo de cantar daquela época, o que deu um sabor bem nostálgico em sua interpretação. Algo fácil de perceber em faixas como "My Baby Left Me", canção que marcou bastante a carreira do cantor em seus anos iniciais. A versão de 74 não dura muito, é verdade, mas serve como lembrete ao público que aquele que estava no palco naquele momento era conhecido como o Rei do Rock.

"Lawdy, Miss Clawdy" chegou na discografia de álbuns ou LPs da RCA Victor no "For LP Fans Only", uma coleção de músicas que a gravadora lançou enquanto Elvis cumpria serviço militar na Alemanha, no final dos anos 50. Na capa Elvis aparecia com seu cabelo na cor natural, loiro, o que surpreendeu muita gente na época que pensava ser o preto seu cabelo real. Na verdade Elvis vinha pintando o cabelo desde muito cedo. Ele não gostava muito do amarelo de sua mechas e preferia ser aquele cara de olhos azuis e cabelo bem preto, aliás uma combinação que Elvis parecia preferir também nas mulheres. Priscilla, por exemplo, tinha essa combinação, O que talvez explique sua paixão por ela.

"I Got A Woman" também era dos anos 50, de seu primeiro disco na RCA Victor. Nos anos 70 Elvis a modificou bem, fazendo uma dobradinha com "Amen", canção gospel. Havia virado uma rotina em seus concertos, um pequeno medley que ele cantava sempre no começo dos shows. Inicialmente era interessante, Elvis aproveitava para provocar um pouco o público feminino, porém com o passar dos anos esse momento foi ficando saturado, principalmente para os músicos de sua banda, tendo sempre que tocar a mesma partitura. E Elvis foi também "avacalhando" ainda mais, a transformando quase em uma paródia. Hoje em dia já passou da saturação excessiva, principalmente para quem gosta de colecionar seus trabalhos ao vivo. Cansou completamente.

Uma boa surpresa para o colecionador da época vinha com o extenso medley de rocks dos anos 50 trazendo "Long Tall Sally / Whole Lot-ta Shakin' Goin' On / Mama Don't Dance / Flip Flop And Fly / Jailhouse Rock / Hound Dog". É a tal coisa. Todos sabem que Elvis já não tinha mais muita paciência para essas músicas, não depois de as interpretar por anos a fio. Porém o público queria ouvir ele cantando esses momentos. Não havia saída, Elvis tinha que cantar seus clássicos. Assim ele acabou juntando tudo em um medley. Isso me faz lembrar também de um conselho de Frank Sinatra que havia dito a Elvis que não mudasse muito a lista das músicas de seus concertos, que apostasse nos sucessos para ninguém sair decepcionado de suas apresentações.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Elvis as Recorded Live on Stage in Memphis - Parte 4

A primeira vez que um fã de Elvis, ainda nos anos 70, ouviu em disco a música "See See Rider" foi no bom álbum "On Stage - February 1970". Depois a música iria passar um tempo sem aparecer em seus discos ao vivo. A RCA Victor evitava repetir uma mesma faixa várias vezes. Ela retornaria em sua discografia aqui nesse álbum de Memphis. A voz de Elvis estava bem mais encorpada, poderosa na opinião de alguns fãs. E a música, mesmo sendo usada por Elvis nos palcos à exaustão, não perdia o brilho. De certa maneira fácil de cantar, com letra simples e bom balanço, para levantar mesmo o público, era mesmo uma canção à prova de falhas no palco.

Já "Why Me Lord" era novidade, uma das inéditas que levaram os fãs a comprar o disco de todo jeito, mesmo se não estivessem muito a fim de ter outro disco ao vivo de Elvis. Sempre que a RCA mostrava interesse de lançar algum disco "Live" de Elvis no mercado lhe era sugerido que fossem colocadas músicas novas em seu repertório. Era a isca, o jeito de fisgar o colecionador. Em termos de interpretação nada o que criticar. Elvis em músicas religiosas colocava o coração em cada sílaba. Era impressionante ver como ele conseguia atingir notas altas, impossíveis mesmo para alguns cantores. Sempre que o gospel chegava no palco Elvis procurava dar tudo de si. Ele tinha realmente um grande sentimento religioso em seu alma. Era um homem de fé. Ninguém pode negar isso.

"How Great Thou Art" também estreava em álbuns na versão ao vivo, o que deve ter deixado muita gente surpresa. É fato bem claro que Elvis havia elevado o grau de dramaticidade nessa música quando a cantava em seus concertos. O refrão havia se tornado forte, bem mais espetacular do que se ouvia no disco original. Um crítico chegou a dizer que havia dado um pulo da cadeira quando Elvis soltou o vozeirão nessa canção em um concerto realizado no sul. Imagine, nesse lugares, na região conhecida como o "cinturão bíblico" dos Estados Unidos, Elvis realmente procurava caprichar pois sabia que o público era praticamente todo protestante.

"Let Me Be There" também era outra música que aparecia pela primeira vez na discografia de Elvis na época. O curioso dessa faixa é que a RCA Victor iria utilizá-la novamente no álbum "Moody Blue", inclusive usando da mesma gravação, da mesma faixa. Foi um caso bem único na discografia oficial de Elvis. Será que eles achavam que esse country iria passar como algo novo tendo em vista que o disco de Memphis não chegou a vender muito bem? Se foi esse o pensamento, então é mesmo de se lamentar tamanha artimanha para enganar os fãs. Afinal até parecia que não havia material inédito nenhum dentro da gravadora, algo que os anos iriam mostrar ser uma inverdade. De qualquer forma fica o registro. A música que você ouve no "Moody Blue" é a mesma que foi lançada inicialmente nesse disco. Um oportunismo não justificável por parte da gravadora de Elvis nos anos 70. Lamentável mesmo.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Elvis as Recorded Live on Stage in Memphis - Parte 5

Já que o show foi realizado em Memphis nada mais natural do que Elvis trazer bastante country music em seu repertório. E se fosse do começo de sua carreira, melhor ainda. Havia um toque de nostalgia envolvida nessa apresentação, até porque apos tantos anos, voltar a se apresentar em Memphis, a cidade que Elvis considerava seu lar, era muito importante para ele. Assim ele colocou "Trying To Get To You" na seleção musical do concerto. Ele de fato gostava mesmo dessa música, tanto que ela foi figurinha fácil em suas turnês durante os anos 70. Dentro de sua discografia ela fez parte de seu primeiro álbum na RCA Victor. Era uma volta ao passado.

E também por Memphis ser uma das cidades sulistas mais importantes dos Estados Unidos, Elvis não poderia jamais deixar de cantar "An American Trilogy" para esse público. Essa foi uma música histórica, na verdade um medley, que unia músicas tradicionais, ainda dos tempos da guerra civil americana. Como se sabe esse conflito foi um dos mais devastadores da história dos Estados Unidos. E dentro da tragédia sempre a arte se faz presente para captar corações e mentes daqueles que viveram esses tempos difíceis.

Nessa guerra havia dois exércitos. O do sul, chamado confederado (porque eles defendiam a ideia de uma confederação, onde os estados poderiam deixar os Estados Unidos, se assim quisessem) e o do norte (que defendia que a secessão, a saída dos estados da união, não era possível). Os soldados do sul, com casacos cinzas, cantavam sobre Dixieland nos campos de batalha. Dixieland era um lugar utópico, nostálgico, que no fundo representava todo o sul dos Estados Unidos. Memphis era Dixieland, assim como Atlanta, Nashville, também eram Dixieland. Qualquer cidadezinha do sul, por menor que fosse, era Dixieland. Dixieland era o sul inteiro. Era um sentimento de paixão pelas origens, não um lugar bem delimitado geograficamente. Por isso Elvis jamais poderia deixar essa canção de fora em seu concerto de Memphis.

Por fim, fechando o show, Elvis não saiu do que costumeiramente fazia em outras turnês. Ele sempre encerrava seus concertos com a balada do filme Blue Hawaii chamada "Can´t Help Falling In Love". Eu sempre fiquei com um pé atrás de todas as execuções dessa balada em shows ao vivo. Acontece que ela deveria ser executada de uma forma terna, romântica. Só que no excesso de adrenalina dos concertos Elvis e banda sempre a aceleravam demais. Com isso a canção perdia parte de sua beleza em termos de harmonia e desenvolvimento. Assim sempre preferi mesmo a versão de estúdio da trilha sonora original. Foi a melhor performance de Elvis em toda a sua carreira. Nada supera aqueles belos arranjos e aquela bela vocalização por parte do cantor.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Elvis Presley - Good Times - Parte 1

O LP "Good Times" não foi lançado no Brasil na época. Absurdo completo, mas essa era a nossa realidade em 1974. Nem tudo que era lançado nos Estados Unidos chegava nas mãos dos fãs brasileiros. Uma pena porque o disco era bom. Trazia finalmente material novo, inédito, gravado por Elvis no Stax Recording Studio, em Memphis. Como se sabe Elvis já não tinha mais a mesma disposição de ir até Nashville para fazer novas gravações. Preferia ficar por ali mesmo, nos arredores de Graceland. Era algo mais confortável para ele. Sem outra saída, a RCA Victor concordou com a mudança.

Esse é um álbum de boas baladas, country e um ou outro flerte com a black music, principalmente a produzida em Memphis. O Stax tinha longa tradição em gravações de artistas negros locais. Elvis que sempre bebeu dessa fonte ficou muito à vontade por ali. Reuniu basicamente sua banda de palco e foi para o estúdio em busca de material novo para seus discos. A primeira rodada de gravações aconteceu em julho de 1973.

"Good Time Charlie's Got The Blues" é certamente uma das músicas que mais aprecio dessa fase. Tecnicamente seria um blues com sabor country, escrito por Danny O'Keefe. Fez parte do primeiro álbum desse cantor e compositor em 1967. Ele era tipicamente um artista daquela época, do flower power, do chamado verão do amor. A guerra do Vietnã começava sua escalada rumo ao desastre e ele compôs essa balada de letra e harmonia bem melancólicas. Curiosamente o guitarrista James Burton diria anos depois que a faixa tinha sido um dos seus melhores trabalhos ao lado de Elvis, onde ele tocou seu instrumento apenas com a inspiração do momento, sem se importar muito com as partituras à sua frente. O solo ficou realmente muito bonito. Em seu lançamento original a canção chegou a um honroso nono lugar na parada Billboard Hot 100. Excelente posição!

Já "Spanish Eyes" era mais uma aproximação de Elvis com a música europeia. Ela havia sido gravada pela primeira vez em 1965 com seu título original, "Moon Over Naples". Al Martino foi quem a apresentou com sucesso pela primeira vez ao público americano. Andy Williams também conseguiu grande êxito de vendas com sua própria versão. Quando a música finalmente chegou nas mãos de Elvis já tinha outro nome, "Spanish Eyes", algo que atraiu Elvis desde que a conheceu anteriormente. É uma canção muito tradicional entre os descendentes latinos que vivem na América. Elvis realizou uma bela versão em estúdio, chegando a cantá-la também em concertos ao vivo. Em ambas as situações sua performance sempre foi das melhores. Era algo que claramente o inspirava a cantar bem.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Good Times - Parte 2

Certa vez li um artigo escrito por um crítico de música inglês em que ele dizia que "Loving Arms" era o mais próximo que Elvis tinha chegado de gravar uma valsa. Uma valsinha com sabor country. Essa opinião não deixou de ter seu fundo de verdade. A canção realmente tinha um pouco dessa antiga e tradicional escola musical. Se bem que ela não foi composta em Viena, mas sim em Yakima, uma cidadezinha do estado de Washington. Foi lá que nasceu Tom Jans, cantor e compositor folk, country, que acabou tendo sua obra gravada por Elvis alguns anos depois.

A versão de Elvis foi obviamente inspirada não na gravação original de Tom Jans, mas sim na que saiu no disco de Kris Kristofferson. Elvis já havia gravado antes músicas desse talentoso ator e cantor, em especial "Help Me Make It Through The Night" que já tinha sido lançada no álbum "Elvis Now" de 1972.

O grande sucesso do disco "Good Times" porém foi inegavelmente a canção "My Boy". Era uma versão em língua inglesa da música original francesa que havia sido composta pela dupla Jean-Pierre Bourtayre e Claude François. Para muitos autores a canção mexeu com Elvis por causa da letra, versando sobre um pai e seu filho, após o fim de seu casamento. Algo bem próximo do que Elvis vinha passando em sua vida pessoal. Embora tenha se divorciado de Priscilla em 1972, o fim desse relacionamento jamais foi superado por Elvis. Pior era saber que Lisa Marie, sua filha, iria crescer em um lar desfeito. Elvis jamais conseguiu se conformar com isso. Era algo muito doloroso para ele do ponto de vista emocional. Assim a canção vinha como uma forma de mensagem sincera para sua filha.

"If That Isn't Love" sempre achei um pouco coadjuvante, sem brilho próprio. Um autêntico Lado B da discografia de Elvis. É uma canção romântica, uma declaração de amor com versos até simples. "Se isso não for amor / Então o oceano está seco / E não há estrelas no céu / E os pássaros não podem voar / Sim, se isso não for amor / Então o céu é um mito / Não há sensação como esta", Como se pode perceber pelos seus versos é uma canção romântica bem singela, novamente com claro estilo country, onde o autor tenta trazer esse sentimento amoroso bucólico, misturando seus sentimentos com aspectos da natureza. Um autêntico poema da primeira geração romântica. De uma forma ou outra chamou a atenção de Elvis que quis gravar sua versão da música.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Elvis Presley - Good Times - Parte 3

Pois é, quem disse que a vida ia ser fácil? Elvis em 1974 tentava ainda superar o fim de seu casamento. O divórcio tinha acabado com seu sonho de casal feliz um ano antes. O cantor ainda procurava justificativas, fazia reflexões e tentava superar a depressão. Muitas vezes aproveitava para mandar mensagens do que pensava nas letras das músicas dos discos que gravava.

Em "She Wears My Ring" Elvis cantava uma letra que ia direto ao ponto, se referindo ao anel de casamento. Só que o seu matrimônio havia sido uma experiência ruim. Como ele poderia ser ao mesmo tempo nostálgico sobre tudo o que aconteceu? Provavelmente chorava por uma idealização que nunca chegou a se concretizar. Diante de tudo isso sempre achei a música a mais baixo astral do álbum. Não empolga e no fim das contas chega a cair na monotonia em alguns trechos.

Ainda falando sobre os bons e velhos tempos, Elvis soava mais uma vez como pura nostalgia em "Talk About The Good Times". Esse country rock de maravilhosa melodia deveria ter se tornado um dos grandes sucessos de Elvis nos anos 70. Também deveria ter sido explorada mais por Elvis em seus concertos. Iria funcionar muito bem, principalmente por causa de seu ritmo contagiante. Infelizmente nada disso aconteceu. A RCA Victor nunca promoveu a gravação e Elvis não a levou para seu repertório de shows. Com isso acabou muito restrita, sendo conhecida basicamente apenas por seus fãs de longa data. Que desperdício!

"Take Good Care of Her" voltava para a melancolia. Cantar essa letra deve ter sido um martírio psicológico para Elvis. Nela um homem apaixonado se lamentava pelo fim de seu relacionamento. Sem ter chance de fazer nada sobre isso apenas dizia para o novo casal (sua ex-mulher e o novo homem dela) que eles deveriam se cuidar mutuamente, para serem felizes. Desiludido, chegava ao ponto de dar parabéns ao novo casal! Que dureza hein? Era como se Elvis se dirigisse a Mike Stone para dizer a ele que cuidasse bem de Priscilla, porque ela havia sido o maior amor de sua vida! Resignação completa, um homem de joelhos por causa da nova situação, tentando superar tudo da melhor forma possível! Psicologicamente tenho certeza não foi nada bom para ele gravar uma canção como essa! Não me admira a depressão ir aumentando dia a dia, tornando a doença uma companheira constante e nada agradável em sua vida.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Good Times - Parte 4

"I Got a Feelin' in My Body" é uma das melhores músicas do álbum "Good Times". Em um disco de músicas mais voltadas para o romantismo, em um repertório de baladas country, essa faixa realmente se destacava por ser diferente. Ela foi composta por Dennis Linde, e oferecida quase que imediatamente para Elvis gravar. Para quem tinha composto o hit "Burning Love" era mais do que bem-vinda.

Porém como já havia virado tradição (negativa, é bom frisar) a gravadora RCA Victor nada fez para promovê-la nas rádios. Mal promovida, acabou não fazendo o sucesso que todos esperavam. O que é uma pena, já que ela tinha potencial, quase no mesmo nível que "Burning Love".

O curioso é que em 1979, já depois da morte de Elvis, a RCA decidiu relançá-la como lado A de um single com "There's a Honky Tonk Angel (Who Will Take Me Back In)". O resultado? Chegou ao sexto lugar na Billboard, parada country! Veja como a RCA cometia erros dentro da discografia de Elvis. Por que não a divulgaram em 1974? Sem palavras...

Do estilo mais dançante dentro do disco eu ainda prefiro "I've Got a Thing About You Baby". Nem preciso me repetir aqui. Essa é outra gravação ótima de Elvis que a RCA Victor não fez a menor questão de promover. O incrível é saber que a RCA (Radio Corporation of America) tinha centenas de estações de rádio ao seu dispor, fazia parte da mesma empresa. Só era necessário o envio de acetatos para essas rádios espalhadas por todos os Estados Unidos para transformar qualquer canção gravada por Elvis em sucesso instantâneo, mas ao invés disso a gravadora do cantor nada fez, não promoveu, não fez nada pelo disco. Assim ficava mesmo complicado se destacar nas paradas musicais da época.

Pablo Aluísio.