sexta-feira, 11 de novembro de 2005

Elvis Presley - Richmond / Black Tornado

Complicado mesmo é dar conta de tantos lançamentos envolvendo o nome de Elvis Presley. Há muito ele ultrapassou a marca de 4 mil títulos! É o cantor com o maior número de CDs e discos já lançados na história. Chega a ser impressionante. Comecemos falando das últimas novidades. Um dos novos lançamentos se chama "Elvis April 10, 1972 Richmond".

A primeira coisa que chama a atenção é essa capa. Já vi centenas de milhares de fotos de Elvis Presley, mas desconhecia essa foto. Muito interessante. No repertório não há maiores novidades. É um show de rotina de Elvis pelo sul, na antiga capital confederada, Richmond. Ele estava em casa. As resenhas até agora são as melhores possíveis. Muitos elogiando a qualidade sonora. Além disso vem com um livreto e encarte de 18 páginas, com muitas fotos raras - inclusive a da capa, como já citei.

Outra capa que me chamou a atenção é a do novo CD "Black Tornado". De todas as cores das roupas de palco de Elvis o preto era de fato a menos usada. Isso por causa do calor que esse tipo de vestimenta trazia. Elvis odiava passar calor. Assim qualquer foto dele usando traje negro chama a atenção, como na capa desse novo CD. O título traz dois shows realizados por Elvis na cidade de Cleveland, no ano do bicentenário, em novembro de 1976.

Nesse ano Elvis cumpriu longas agendas de concertos, Uma rotina pesada. Por isso nem sempre os shows traziam Elvis no melhor de si. Geralmente cansado, muitas vezes até doente, ele seguiu em frente, usando para aguentar as viagens cansativas uma série de estratégias, como alongar a apresentação dos músicos, encurtando o quanto podia suas apresentações.

E como se trata de um CD duplo temos também uma rara apresentação de Elvis em 1971. Essa turnê foi a última do cantor ao lado do grupo vocal The Imperials. Para se ter uma ideia da correria a que Elvis era submetido nessa época basta dizer que ele realizou em 12 dias nada mais do que 14 shows em 12 cidades diferentes! Uma loucura, algo impensável para grandes astros hoje em dia. De bom mesmo apenas a qualidade sonora (que foi gravada direta das mesas de som dos shows) e as boas versões cantadas por Elvis de músicas como 'How Great Thou Art', 'I´m Leavin', 'Bridge Over Troubled Water', 'Lawdy Miss Clawdy 'e' The Impossible Dream '.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 10 de novembro de 2005

Elvis Presley - Greensboro - April 14 1972

Greensboro é uma cidade da Carolina do Norte que teve a felicidade de ter assistido a vários shows de Elvis Presley nos anos 70. Estava na rota das turnês do cantor por essa época. Esse novo CD duplo que foi lançado em agosto nos Estados Unidos não traz material inédito. O concerto que está presente aqui no primeiro CD já havia sido lançado anteriormente, porém houve uma sensível melhora na sonoridade. A voz de Elvis e seu grupo vocal de apoio ganharam maior destaque. Penso que o resultado ficou muito bom. Já no CD 2 temos uma miscelânea de trabalhos feitos por Elvis, inclusive em estúdio. Em sua maioria são ensaios, pedaços de músicas, diálogos de Elvis com a banda TCB que foram capturados por microfones ligados pela RCA Victor. Nada muito diferente do que já ouvimos antes em outros CDs do selo Follow That Dream. De relevo mesmo destaco os ensaios envolvendo o grupo gospel J.D Sumner & The Stamps Quartet. Tem tanto material deles que um fã escreveu um texto dizendo que gostava mesmo era de Elvis e naõ do Stamps Quartet. Não era para tanto.

Enfim, é um material típico de 1972, onde Elvis parecia bem disposto, tanto nos palcos, como nos estúdios. Afinal de contas nesse mesmo ano ele ainda arranjou tempo para aparecer no documentário de shows da MGM denominado "Elvis On Tour" (Elvis Triunfal, no Brasil). O cantor parecia bem, de bom humor, com disposição para cumprir sua puxada agenda. Era um momento de leve brisa, antes da grande tempestade que estava se formando no horizonte.

Elvis Presley - Greensboro - April 14 1972 (2018)
CD 1 - 1. Also Sprach Zarathustra 2. CC Rider 3. Proud Mary 4. Never Been To Spain 5. You Gave Me A Mountain 6. Until It’s Tim For You To Go 7. Polk Salad Annie 8. Love Me 9. (Let Me Be Your) Teddy Bear 10. Hound Dog 11. Heart Break Hotel 12. A Big Hunk O’ Love 13. Bridge Over Troubled Water 14. Suspicious Minds 15. Love Me tender 16. Introductions 17. For The Good Times 18. An American Trilogy19. Burning Love 20. Release Me 21. Funny How Times Slips Away 22. Can’t Help Falling In Love

CD 2 - 01. Johnny B. Goode (Takes 1 - 3) 02. Always On My Mind (Rehearsal, with extra dialogue) 03. Separate Ways #1 (With Extra Dialogue - Raw outtake) 04. Separate Ways #2 (With Extra Dialogue) 05. Time Has Made A Change In Me (J.D Sumner & The Stamps Quartet) 06. I Should Have Been Crucified (J.D Sumner & The Stamps Quartet) 07. I John 08. Bosom Of Abraham - You Better Run 09. Lead Me, Guide Me 10. Turn Your Eyes Upon Jesus - Nearer My God To Thee 11. Sweet Sweet Spirit (By J.D Sumner & The Stamps - Rehearsal) 12. When It's My Time (By Bill Baize & The Stamps) 13. All Shook Up (April 9, 1972) 14. Teddy Bear - Don't Be Cruel (April 9, 1972) 15. Are You Lonesome Tonight (April 9, 1972) 16. I Can't Stop Loving You (April 9, 1972) 17. How Great Thou Art (April 9, 1972) 18. For The Good Times (April 9, 1972) 19. An American Trilogy (April 9, 1972 - This Is Elvis Overdub) 20. The Lighthouse (One-liner) - Hound Dog (April 5, 1972 - Rehearsal) 21. Bridge Over Troubled Water (April 5, 1972 - Rehearsal) 22. Funny How Time Slips Away (April 5, 1972 - Unedited);

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Onodaga Nights

Elvis Presley - Onodaga Nights
Elvis Presley era um cidadão americano que se via como um grande patriota. Assim quando os Estados Unidos completaram 200 anos em 1976 ele mandou confeccionar novas roupas de shows (as conhecidas jumpsuits) nas cores da bandeira e caiu na estrada. Nesse ano Elvis cumpriu uma agenda de apresentações bem puxada. É incrível notar também sua grande capacidade física, de trabalho, porque mesmo estando mais obeso, diria até ofegante, nunca deixou de assinar contratos e mais contratos para concertos pela América.

Esse novo CD traz dois concertos feitos por Elvis na cidadezinha de Syracuse em julho de 1976. É um material que só vai interessar mesmo aos colecionadores, aos fãs, porque a qualidade sonora não é boa. Como estava se apresentando numa cidade pequena Elvis também não se esforçou muito. Ele dá a impressão de ter subido ao palco apenas para cumprir seus contratos. Em algumas músicas chega ao ponto de cantar a meia voz, como se estivesse se preservando para alguma coisa maior - provavelmente queria se poupar para novas gravações pela RCA Victor. Também muito provavelmente por essa razão Elvis tenha usado de um velho truque que vinha utilizando por essa época. Ele muitas vezes fazia longas apresentações dos músicos de sua banda, assim não precisava se esforçar muito.

Elvis Presley - Onodaga Nights
CD-1: July 25 1976:
Also Sprach Zarahustra - See See Rider - I Got A Woman/Amen - Love Me - If You Love Me - You Gave Me A Mountain - All Shook Up - Teddy Bear/Don't Be Cruel - And I Love You So - Jailhouse Rock - Fever - America - Polk Salad Annie - Band Introductions - Early Morning Rain - What'd I Say - Johnny B. Goode - Drum solo - Bass solo - Piano solo - Keyboard solo - Love Letters - School Days - Hurt (w/reprise) - Hound Dog - Funny How Time Slips Away - Can't Help Falling In Love - Closing Vamp/Announcements

CD-2: July 27:
Also Sprach Zarahustra - See See Rider - I Got A Woman/Amen - Love Me - If You Love Me - You Gave Me A Mountain - All Shook Up - Teddy Bear/Don't Be Cruel - And I Love You So - Jailhouse Rock - Fever - America - Polk Salad Annie - Band Introductions - Early Morning Rain - What'd I Say - Johnny B. Goode - Drum solo - Bass solo - Piano solo - Keyboard solo - Love Letters - School Days - Hurt - Hurt - Hound Dog - Funny How Time Slips Away - Can't Help Falling In Love - Closing Vamp/Announcements

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

Elvis Presley - Omaha, Nebraska '74

É isso aí, Elvis Presley cantando na cidade de Marlon Brando, quem diria... Esse novo CD traz apresentações de Elvis nessa cidade símbolo do meio oeste americano no alucinado ano de 1974. Quem gosta desse tipo de CD ao vivo já sabe que algumas das mais extravagantes apresentações de Elvis aconteceram justamente nesse ano.

Alguns dizem que isso aconteceu porque Elvis aumentou seu consumo de drogas, outros que ele estava tão desiludido com sua vida que simplesmente chutou o balde. Qual é a verdade? Nunca saberemos. O que sabemos com certeza é que ele estava em um momento nada convencional.

Nessa turnê em especial Elvis presentou a cidade de Omaha com três concertos. Ele vinha em uma pequena maratona de 25 concertos ali mesmo por aquela região. Praticamente um show por noite, algo desgastante para qualquer artista. Some-se a isso ao fato dessa ser sua terceira turnê em 1974, ou seja, Elvis já estava na estrada, dando duro, já há um bom tempo. Essa correria ocasionou também seu afastamento dos estúdios de gravações. A RCA tentava gravar algo, mas Elvis parecia sempre estar cumprindo alguma agenda de shows, seja por Las Vegas, seja em Lake Tahoe ou em qualquer outro lugar que assinasse um contrato com Tom Parker.

No repertório poucas novidades. Poderíamos citar versões de novas músicas como 'Help Me', 'Let Me Be There' e 'Why Me Lord", mas isso ainda era muito pouco para quem procurava seguir uma linha básica de canções em cada show. Assim não espere por muitas novidades em termos de seleção musical. A boa notícia é que a qualidade sonora é muito boa. Os responsáveis pelos lançamentos mais recentes de Elvis estão sempre procurando tirar o melhor de velhas fitas gravadas nos anos 70 (é de se admirar que algo assim tão antigo ainda exista por aí!). Então é isso, se você gosta do Elvis mais excessivo, mais perto do caos, esse CD com certeza será uma boa opção de compra nesse ano. 

Pablo Aluísio. 

Elvis Presley - A Canadian Tribute

Elvis foi um artista internacional sem nunca ter colocado os pés nos principais países ao redor do mundo. Fora dos Estados Unidos o único país que teve o privilégio de vê-lo ao vivo em um palco foi o vizinho Canadá. Esse álbum aqui foi lançado pela filial canadense da RCA somente naquele país gelado ao norte dos Estados Unidos, por essa razão é também um dos mais cobiçados pelos colecionadores. "Um Tributo Canadense" (esse é o seu título original) ainda hoje desperta a curiosidade dos fãs.

A coisa fica ainda mais atraente ao sabermos que o vinil original vinha em uma bonita cor dourada - vinis coloridos causam muito interesse em quem monta sua própria coleção de discos de Elvis. A seleção musical, temos que admitir, não trazia maiores novidades. É de certo modo uma seleção aleatória de diversas fases da carreira de Elvis. De inédito mesmo apenas as entrevistas que Elvis deu quando visitava o Canadá nos anos 50. Isso realmente você não vai encontrar na discografia americana, a oficial. Mesmo assim por ser uma raridade - estou me referindo a edição original, claro - fica a dica. Se algum dia você achar por aí alguma cópia à venda, não deixe passar em branco de jeito nenhum!

Elvis Presley - A Canadian Tribute
1. Intro / Jailhouse Rock
2. Intro / (Let Me Be Your) Teddy Bear
3. All Shook Up
4. Loving You
5. Until It's Time for You to Go
6. Early Mornin' Rain - Elvis Presley with The Nashville Edition
7. I'm Movin' On
8. Snowbird
9. (That's What You Get) For Lovin' Me
10. Put Your Hand In the Hand
11. Little Darlin'
12. Beyond The Reef
13. My Heart Cries For You
14. Tumblin' Tumbleweeds
15. My Way
16. Vancouver Press Conference
17. CBC Ottawa Interview with Mac Lipson
18. Interview With Fans / Heartbreak Hotel

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de novembro de 2005

Elvis Presley - FTD Girls, Girls, Girls

Elvis Presley - FTD Girls, Girls, Girls
Outro CD interessante, já lançado há algum tempo, é a edição especial do selo FTD trazendo a trilha sonora do filme "Girls, Girls, Girls" (Garotas, Garotas e mais Garotas, no Brasil). Como é de praxe nos CDs desse selo temos aqui o resgate do álbum original com vários takes alternativos das sessões originais de gravação. O destaque para o colecionador vinha na adição de duas músicas que tinham sido originalmente gravadas para o disco original, mas que ficaram de fora. Em minha opinião ambas, "Mama" e "Plantation Rock", deveriam ter sido lançadas sem problemas, até porque a primeira, "Mama" tinha seu espaço dentro do filme, inclusive foi usada em cena, mas sem grandes explicações por parte da RCA Victor foi simplesmente cortada do álbum de 1962.

Esse "Girls, Girls, Girls" foi um filme sessão da tarde que Mr. Presley rodou nos anos 60. Tudo que já conhecemos bem, não precisando repetir palavras ao vento. A trilha sonora também é na média do que ele fazia naquela época. Sonoridade agradável, qualidade artística mediana. Uma boa novidade é assim ouvir o CD FTD Girls, Girls, Girls que traz muitos outtakes e takes alternativos dessa sessão. É ouvir o que ficou pelo chão de edição da RCA Victor - isso resumindo tudo em poucas palavras. Uma das novidade vem da presença, pela primeira vez em disco, do medley "Dainty Little Moonbeams / Girls! Girls! Girls!". Pois é, você ouviu isso no filme, mas quando chegou a hora de ouvir a trilha oficial ficou a ver navios ou veleiros, sendo mais exato. É o momento em que Elvis dança um pouco na praia, com as garotinhas chinesas e um grupo de bailarinas de verão. Lembra bastante de "Clambake"!

Uma das coisas que me irritaram nesse CD, mesmo ele trazendo algumas preciosidades sonoras, foi o sumiço de versões alternativas da música que deu título ao filme! A impressão é que nada sobreviveu, o que é bem trágico, já que a faixa é a melhor coisa da trilha. Ao invés disso encaixaram os takes 8 e 10 de "I Don't Wanna Be Tied". Praticamente perfeita, idêntica ao disco oficial, com apenas uma diferença crucial: sumiram com a ótima introdução percussiva desse take! Qual é a razão? Nunca saberemos! Pena. É um embalo daqueles, ótimo se tivesse se mantido no LP. Infelizmente não pensaram dessa maneira e editaram a gravação original. Pelo menos o final blues foi mantido.

Outra curiosidade é a capela de Elvis e seu grupo na vocalização de "Thanks To The Rolling Sea". Nesse take você não ouve o acompanhamento instrumental, nem a banda, apenas as vozes de Elvis e cia. E não é que a coisa funciona muito bem! Para falar a verdade a música ganhou uma grandiosidade que não tinha na versão original. O único instrumento que usaram foi um solitário violão ao fundo, sendo devidamente superado pela excelente performance vocal de Elvis e seus músicos. Ficou muito bom! Quem diria... O grupo vocal The Amigos (ao estilo mexicano) também ganhou seu próprio espaço, com uma versão solo de "Mama". Então é isso. Não é um título completo, que sirva como edição definitiva dessa trilha sonora, mas serve como ótima opção para quem deseja ter algo a mais dessas sessões.

FTD Girls, Girls, Girls
Girls! Girls! Girls! / I Don't Wanna Be Tied / Where Do You Come From / I Don't Want To / We'll Be Together / A Boy Like Me, A Girl Like You / Earth Boy / Return To Sender / Because Of Love / Thanks To The Rolling Sea / Song Of The Shrimp / The Walls Have Ears / We're Coming In Loaded / Mama / Plantation Rock / Dainty Little Moonbeams - Girls! Girls! Girls! / A Boy Like Me, A Girl Like You (Takes 1, 2)  / Mama (Takes 1, 2, 3, 4) / Thanks To The Rolling Sea (Take 3)  / Where Do You Come From (Take13)  / Earth Boy (movie splice 2/4) / We'll Be Together (Takes 8, 10)  / Mama (Takes 5, 6, 7, 8) / I Don't Wanna Be Tied (Takes 10, 8) / A Boy Like Me, A Girl Like You (Takes 3, 4)  / Thanks To The Rolling Sea (Take 10)  / Plantation Rock (Take 17 & insert) / Mama (Take 9) / Mama (The Amigos) / Mama (instrumental) / Mama (album version).

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Hillcrest Blues

O selo Madison lançou alguns dos CDs mais interessantes de Elvis dentro do mercado dos bootlegs. Esse aqui traz parte das sessões que Elvis realizou entre os dias 27 a 29 de março de 1972 no RCA Studio C em Hollywood, na Califórnia. Essa gravação ficou bem conhecida dos fãs porque foi a única, em toda a carreira do cantor, que foi filmada pelas câmeras da MGM que na ocasião estavam registrando cenas para o longa "Elvis On Tour". A intenção foi tentar captar as tentativas de Elvis em gravar seu novo single, que curiosamente deveria chegar nas lojas justamente durante o lançamento do filme. Em estúdio Elvis acabou gravando dois de seus maiores clássicos, "Burning Love" e "Always On My Mind". A primeira acabou se tornando um hit nas rádios, mostrando que Elvis ainda poderia ser um sucesso também fora do círculo de seus fãs mais devotados. A canção, um tipo de rock mais contemporâneo com nítidos toques da sonoridade de Nashville, caiu diretamente no gosto do público em geral. Já "Always On My Mind" só foi descoberta pelo grande público muitos anos após a morte de Elvis. Ela ficou numa injusta sombra enquanto Elvis viveu. Lançada como lado B do single "Separate Ways" não conseguiu fazer o menor sucesso durante a época de seu lançamento. É interessante notar também que na ocasião a música que deveria ser trabalhada pela RCA seria justamente "Separate Ways", algo que não deu muito certo pois o single não virou um campeão de vendas e nem se tornou tão marcante dentro da discografia do astro como um todo.

"Hillcrest Blues" tem poucas músicas, mas muitas faixas, mostrando as várias tentativas de Elvis em chegar nas versões definitivas, os conhecidos takes masters. Enquanto o grupo não se acerta o ouvinte também tem a oportunidade de ouvir Elvis conversando com o produtor, os demais músicos e o clima do ambiente onde ele estava. Esses registros são interessantes justamente por essa razão pois somos literalmente jogados para dentro do estúdio, como se também estivéssemos lá, compartilhando da companhia de Elvis e banda. Alguns takes que não foram aproveitados são praticamente perfeitos e só não foram utilizados por decisão de Elvis e o produtor Felton Jarvis que viram neles algum defeito ou algo que não os deixou plenamente satisfeitos. Também é interessante acompanhar como Elvis podia mudar a velocidade ou o estilo de interpretação em cada música, ora sendo mais sentimental, ora mais vibrante. Nos ensaios também podemos notar o clima de leve descontração por parte de todos, inclusive da máfia de Memphis que ficava ali por perto, tentando manter uma boa vibração sobre Elvis enquanto ele trabalhava. Um grande momento que para nossa sorte sobreviveu ao tempo. Não deixe de ouvir o CD clicando na janela abaixo. Boa audição.

Elvis Presley - Hillcrest Blues
01. Burning Love - take 1 (incomplete) / Here We Go Again (one liner)
02. Burning Love - take 2
03. Burning Love - take 3 / The Lord's Prayer (one liner)
04. Sweet Sweet Spirit (one liner)
05. For The Good Times (rehearsal)
06. For The Good Times - take 1 (incomplete)
07. For The Good Times (more rehearsal)
08. For The Good Times - take 2
09. For The Good Times - take 3 (false start)
10. For The Good Times - take 4
11. Anytime (one line) / dialogue
12. For The Good Times take 5
13. For The Good Times - take 6 (incomplete)
14. For The Good Times - take 7
15. Dialogue / El Paso (one liner)
16. Johnny B. Goode - take 1 (false start)
17. Johnny B. Goode - take 2 (false start)
18. Oh, How I Love Jesus (one liner)
19. Johnny B. Goode - take 3 / dialogue
20. A Big Hunk O' Love (incomplete) / dialogue
21. Always On My Mind (rehearsal)
22. Always On My Mind - take 1 (incomplete)
23. Always On My Mind - take 2
24. Separate Ways - take 1
25. Separate Ways - take 2

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

Elvis Presley - FTD Elvis Now

FTD Elvis Now
Segue sendo um dos mais queridos discos de Elvis Presley no Brasil. A razão não é tão complicada de entender. O álbum foi muito bem sucedido comercialmente em nosso país por causa do sucesso da faixa "Sylvia", além da presença de outro hit, "Hey Jude" dos Beatles. Como artista de alcance internacional isso era até mesmo de se esperar. Alguns títulos acabam fazendo bem mais sucesso em certos países do que em outros e não existe como entender completamente o gosto de cada povo, de cada nação. Por que "Sylvia" fez tanto sucesso no Brasil enquanto era completamente ignorada nos Estados Unidos? Esse tipo de pergunta simplesmente não tem uma resposta definitiva. Outro ponto que chama a atenção vem do fato de que, pela primeira vez em muitos anos, a filial da RCA no Brasil realmente se empenhou mesmo em divulgar um disco de Elvis nas rádios. Discos promocionais foram enviados para os principais radialistas e esse trabalho acabou gerando bons frutos. A divulgação foi mesmo o grande diferencial. De repente você tinha a oportunidade ouvir "Sylvia" em várias estações, algumas vezes inclusive ao mesmo tempo. Fazia muito tempo que isso não acontecia com uma gravação de Elvis Presley em nosso país. Pois bem, deixando de lado esse aspecto verde e amarelo desse disco tão apreciado pelos brasileiros vamos tecer breves comentários sobre essa edição especial dupla, com farto material de estúdio recuperado pelo produtor Ernst Jorgensen.

São dois CDs. Como é tradicão nos lançamentos do selo FTD o primeiro abre com as versões oficiais que estavam presentes no disco original de 1972. Todas apresentam uma sensível melhora em sua qualidade sonora pois foram trabalhadas com as modernas tecnologias de recuperação de áudio. Depois da faixa final do disco, a curiosa "I Was Born About Ten Thousand Years Ago", Ernst resolveu rechear o pacote com outras versões oficiais da mesma época e das mesmas sessões. Particularmente não gosto desse tipo de mistura, em minha opinião essa edição deveria se limitar exclusivamente em cima das canções do disco "Elvis Now" e nada mais. Misturar faixas, mesmo que sejam das mesmas sessões, me soa desnecessário e desconfortável. Apenas o ponto de vista comercial, para atrair mais a atenção do consumidor casual, justifica esse tipo de mix. Pois bem, depois da versão inédita de "Don't Think Twice, It's All Right" começa finalmente a segunda parte do CD e a que mais interessa aos colecionadores, aquela formada por takes alternativos e outtakes, ou seja, sobras que não foram aproveitadas na época, mostrando o processo de criação de Elvis dentro dos estúdios. Entre três takes realmente inéditos de "Help Me Make It Through The Night" e "Fools Rush In" aparece uma jam de aquecimento com Elvis mandando ver na bela "Lady Madonna" dos Beatles, mostrando que o cantor realmente apreciava o som da banda de Liverpool. Confesso que o CD 2 me deixou levemente decepcionado. Não existem versões alternativas de grandes canções como "We Can Make The Morning" e "Sylvia". Esqueceram justamente do grande hit que seria de especial interesse para nós, brasileiros. Vi pessoas reclamando da ausência também de "Hey Jude", mas a verdade é que a própria gravação é um registro praticamente informal por parte de Elvis que foi aproveitado pelo produtor Felton Jarvis no lançamento original. Então é isso. Não chega a ser o lançamento definitivo em termos de "Elvis Now", mas é um bom pacote, apesar dos pesares.

Pablo Aluísio.