domingo, 1 de maio de 2005

Elvis Presley - O Romance com Anita Wood

Apesar de todas as declarações de amor que Elvis havia feito para Priscilla antes de partir da Alemanha, o fato é que quando retornou para os Estados Unidos Elvis voltou para os braços de sua antiga namorada Anita Wood. Apelidada por alguns de ser a "Marilyn Monroe de Memphis", a loirinha sabia que quando Elvis colocasse os pés em Graceland, ele iria ficar com ela.

Claro que Anita Wood sabia que Elvis havia tido seus relacionamentos amorosos na Europa, mas resolveu adotar uma atitude de que não sabia de nada do que estava acontecendo. Preferiu agir assim para evitar brigas com Elvis, muito embora ela também fosse conhecida por ser uma garota de temperamento complicado, mercurial.

Elvis mantinha o relacionamento com ela a distância através de cartas que eram trocadas com bastante regularidade. Telefonemas internacionais também eram constantes. A própria Priscilla havia dito em seu livro de memórias que havia pilhas de cartas de Anita Wood no quarto de Elvis na Alemanha.

De uma maneira ou outra Elvis parecia feliz de estar de volta com sua namorada dos anos 50. Trazia a ele uma certa sensação de que as coisas iriam voltar ao normal, como estavam antes dele ir para o exército. Elvis inclusive ficaria com Anita Wood até meados de 1962. Ele continuaria a trocar longas cartas com Priscilla que havia ficado na Alemanha, mas não abria mão de ter Anita Wood ao seu lado em Graceland e em Hollywood quando foi para a costa oeste filmar seu primeiro filme na Paramount Pictures após sua volta.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Welcome Home Elvis

Esse foi o primeiro especial de TV que Elvis Presley realizou após seus anos como soldado no exército americano. A tão sonhada volta aos Estados Unidos.  A retomada de sua carreira. O problema é que olhando para o passado podemos chegar na conclusão que esse "comeback" de 1960 foi artisticamente bem fraco, diria até mesmo um tanto pífio. Por um belo cachê o Coronel Parker aceitou que Elvis cantasse três músicas no especial de Frank Sinatra. Duas de forma solo e uma ao lado de Sinatra, em dueto.

Era de se esperar muito de um dueto envolvendo dois dos maiores cantores populares do século XX, mas a realidade é que nem Sinatra e nem muito menos Elvis levaram isso muito à sério. O dueto trazendo Love Me Tender e Witchcraft não passou de uma mera brincadeira, uma cena quase cômica, com Sinatra tentando imitar de forma irônica os trejeitos e maneirismos de Elvis. Deveria ser um grande encontro musical, mas acabou sendo algo cômico. Decepcionante? Certamente, para dizer o mínimo.

Assim Elvis se saiu bem melhor sozinho. As fãs gritaram muito quando ele começou os primeiros acordes de "Stuck on You", seguindo da bela balada romântica "Fame and Fortune". Duas boas canções, relevantes, que iriam fazer muito sucesso de um jeito ou outro, simplesmente pelo fato de serem as primeiras gravações de Elvis ao retornar da Alemanha. O Single, nem preciso dizer, vendeu muitas cópias. Só que curiosamente essas canções foram sendo esquecidas com o passar dos anos. Nunca se tornaram clássicos eternos da carreira de Elvis.

Outro aspecto que sempre me incomodou foi a má qualidade das imagens. A produção de Frank Sinatra deveria ter filmado tudo em película, por causa da importância do evento, mas ao invés disso tudo foi registrado em vídeotape de péssima qualidade. Isso faz com que hoje em dia a qualidade das imagens seja péssima, inclusive no contraste entre o preto e o branco. Imagens mais antigas, como as de Elvis na TV nos anos 50, são bem melhores. O uso de vídeotape danificou muito a qualidade visual daquele momento. Enfim, é isso. Talvez um crítico da época tenha acertado ao dizer que o especial foi apenas morno, com um Elvis Presley muito polido e nada espontâneo em cena. Não poderia discordar hoje em dia de seu ponto de vista naquela época.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 29 de abril de 2005

Elvis Presley - He Touched Me / Boson of Abraham

Outro single que promovia um álbum lançado em 1972. A diferença é que o disco "He Touched Me" apresentava repertório completamente religioso. Sim, era um álbum gospel. Que seguia a tradição dos discos anteriores nesse gênero, ganhando resenhas e críticas positivas por parte dos especialistas. Eu particularmente prefiro os dois primeiros discos de Elvis nesse estilo. "He Touched Me" nunca considerei tão bem trabalhado e gravado como os originais. A própria faixa título do disco me soa pesada demais, com excesso de arranjos vocais. A introdução, por exemplo, parece algo mais sombrio. Não sei a razão, mas definitivamente sempre tive essa impressão desde a primeira vez que ouvi essa música. Soava pesadão mesmo, mas no mal sentido da palavra.

O lado B do single apresentava a boa "Boson of Abraham". Bem mais leve, mais fluída, com ótimo ritmo, do tipo que você provavelmente baterá os pés acompanhando ao ouvi-la. Poderia ser até mesmo comparada com um rockabilly dos anos 50, veja que coisa surreal. Pois, depois ainda surgem pessoas que não conseguem entender porque o gospel foi um dos ingredientes fundamentais no surgimento do rock. Ouça essa música que provavelmente você finalmente entenderá a razão. O resto é bobagem.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 28 de abril de 2005

Elvis Presley - Until It's time For You To Go / We can Make The Morning

Esse foi o primeiro single de 1972. Trazia duas músicas do álbum "Elvis Now". Esse disco fez bastante sucesso no Brasil por causa da faixa "Sylvia" que inclusive ganhou um compacto especialmente produzido para o Brasil. Foi caso único no mundo. O single americano original por sua vez vinha com essas duas canções. Gosto das duas. O lado A trazia a doce melancolia de "Until It's time For You To Go". uma música romântica adulta, explorando o relacionamento de um casal que vê seu sonho de amor eterno se desfazer no ar. Elvis vinha procurando bastante material sobre relacionamento destruídos, quase como um espelho de sua própria vida pessoal. O casamento com Priscilla, não podemos nos esquecer, acabou nesse mesmo ano, 1972. Não é por outra razão que ele se identificava tanto com esse tipo de letra.

O lado B do compacto apresentava "We can Make The Morning". Essa era uma original de Elvis, sendo lançado pela primeira vez no mercado. Não fez sucesso, mas como eu gosto de dizer, tinha qualidades para ser lembrada nos anos que viriam. Essa faixa tem um arranjo vocal poderoso, além da presença marcantes de baixo e guitarra. É um country com pitadas de rock. Em alguns aspectos poderia dizer que lembrava até mesmo algumas gravações do Eagles. Pena que não caiu nas graças do grande público na época, sendo praticamente esquecida após algumas semanas de seu lançamento original.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 27 de abril de 2005

Elvis Presley - Merry Christmas Baby / O Come, All Faithful

Esse foi o último single de Elvis no ano de 1971. Foi lançado para aproveitar as festas de Natal. Como se sabe um dos álbuns mais vendidos da carreira de Elvis foi o "Elvis Christmas Album". Em 71 a RCA Victor quis repetir a dose, procurando pelo mesmo sucesso do LP de 57. Não aconteceu. O álbum "Elvis Sings The Wonderfull World of Christmas" vendeu pouco e foi logo esquecido. Era um disco meio fraco, devo reconhecer. Os tempos eram bem outros. A inocência dos feriados de Natal dos anos 50 não existia mais. A Guerra do Vietnã destruiu a inocência da América.

Curiosamente uma faixa se sobressaiu nesse disco, ganhando elogios da crítica. Estou me referindo ao blues "Merry Christmas Baby", excelente momento de Elvis nessa sessão de gravação que foi praticamente toda desperdiçada. Aqui Elvis, em uma verdadeira Jam Session, esbanjou carisma e talento vocal. Dizem que era a única música natalina de Elvis que tinha algum valor por essa época. Eu penso um pouco diferente, há outras faixas de que aprecio, como a própria "O Come, All Faithful" que tem seu valor, com bela harmonia e vocalização. mas enfim, realmente era um óasis de qualidade em um disco de gosto bem duvidoso. Se tiver que ter apenas uma música desse disco, corra atrás de "Merry Christmas Baby" que você certamente não se arrependerá.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de abril de 2005

Elvis Presley - It's Only Love / The Sound Of Your Cry

Outro single de Elvis que passou em brancas nuvens. Pouco vendeu, pouco chamou a atenção. Vendeu poucas cópias em seu lançamento original, por isso um exemplar da época é algo raro de encontrar. O material era pura country music, demonstrando que Elvis havia mesmo deixado o bravo rock de lado. O pop também ficou lá atrás, nas trilhas sonoras dos filmes de Hollywood, algo que Elvis sinceramente não queria nem lembrar para falar a verdade. Assim, em seus anos finais, o cantor se jogou mesmo no country. Questão de raízes musicais. Afinal Elvis, tendo crescido em Memphis, obviamente tinha grande afinidade com esse estilo musical. E não podemos nos esquecer também que seus discos eram gravados nessa época em Nashville, a capital mundial do country. Não havia mesmo como escapar desse tipo de influência.

E as faixas desse compacto, são boas? Sinceramente nenhuma delas é marcante. Não tinha nada de muito especial. Eram bem gravadas, executadas, por Elvis e banda (A TCB Band), mas nada muito além disso. Penso que eram canções esquecíveis mesmo. A RCA Victor, meio sem pensar direito, não sabia em acoplar o pequeno disquinho com algum álbum. Pensou-se no Elvis Country, mas depois desistiram. Acabou que o single trazia em sua capa uma propaganha da coletânea "The Other Sides". Nada a ver mesmo, muito erro. A foto da capa também nunca me agradou. Parece mais uma foto amadora, tirada no susto. A RCA deveria ter caprichado melhor nesse single.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - )I'm Leavin / Heart of Rome

Esse single não fez sucesso comercial. Nessa fase da carreira de Elvis os singles jã não vendiam muito bem, alguns eram até ignorados pelo público. Isso não significava, em hipótese alguma, que era material de qualidade ruim. Muito pelo contrário. O Lado A do compacto trazia uma linda canção chamada ")I'm Leavin". O vocal de Elvis nessa faixa era pura melancolia nervosa. A letra, como era de se esperar, falava de um amor rompido, frases não ditas, decepção amorosa cortante. O que mais me entristece quando analiso singles como esse é o fato dessas músicas não terem êxito comercial. Tenho certeza que se o público tivesse ao menos conhecido essa bela faixa as coisas teriam sido bem diferentes. Infelizmente não foi o que aconteceu.

O Lado B já era mais modesto em termos de qualidade musical. Falando a verdade eu não aprecio muito "Heart of Rome". Há um exagero aqui, tanto da letra, extremamente voltada a um amor mais piegas, como também de Elvis que parecia ter se empolgado um pouquinho demais na hora de gravar a canção. Elvis parecia empolgado um pouquinho além da conta. Ele soava melhor quando surgia mais contido, com respiração sóbria, bom controle dos vocais. Aqui a emoção falou um pouco mais alto. Coisas de Elvis Presley.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de abril de 2005

Elvis Presley - Rags to Riches / Where did They Go, Lord

Esse single lançado em 1971 é uma raridade nos dias de hoje. Isso porque foi um compacto que vendeu relativamente pouco (alcançando apenas a trigésima terceira posição entre os mais vendidos) o que fez com que poucos colecionadores o tivessem em seu seu acervo. Quanto menos vendas, mais raro se tornavam os singles de Elvis com o passar dos anos. Efeito colateral simples de entender. Em termos de discografia sempre achei um erro a escolha dessas canções para compor um single pela RCA Victor. Certamente eram boas músicas e isso em uma fase bem country da carreira de Elvis até parecia bem adequado. Porém não tinham vocação para se tornarem hits de rádio. Nem no circuito do sul, ali entre Nashville, Memphis, desembocando no Delta do Mississippi. Tanto isso é verdade que o single acabou mesmo não fazendo sucesso nas lojas. Um aspecto curioso é que muitos anos depois Elvis se lembraria desse single ao cantar "Rags to Riches" ao vivo em um concerto realizado em Pitsburgh em dezembro de 1976. É o único registro ao vivo da música, o que a define como uma gravação realmente raríssima da carreira de Mr. Presley. Um momento de lembranças, cinco anos após seu lançamento original.

O lado B do single trazia o gospel "Where did They Go, Lord". Não era incomum esse tipo de dobradinha, trazendo no Lado A um country e no B uma música religiosa, de preferência inédita nos discos do cantor. Há quem considere a canção uma balada romântica, porém ao meu ver se trata de uma confissão, pois em primeira pessoa o autor conversa com Deus. Claro, é uma história contada de fim de relacionamento, tristeza, abandono e decepção. Porém temos que levar em conta que o tema não deixa de ser religioso pois é um homem amargurado, fazendo perguntas a Deus sobre o fim do amor, o fim da paixão, a melancolia do fim de um relacionamento que ele considerava eterno. Seria Elvis novamente se lamentando sobre Priscilla? Bom, quando a música foi gravada o casamento de Elvis ainda não havia chegado ao fim. Estava em crise, mas ainda não havia um ponto final. Parece que Elvis estava pressentindo algo ruim chegar, estava consciente que seu matrimônio estava com os dias contados. Que o amor teria terminado, para sua surpresa. Boa música, pouco conhecida, vale um resgate, principalmente para quem deseja conhecer a fundo a discografia oficial do canto

Pablo Aluísio.