segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

O Homem Invisível

A Universal Pictures investiu bastante, em seus primórdios, em filmes de terror. Foi criada toda uma galeria de filmes que posteriormente iriam ser chamados de "Os Monstros da Universal". Estão nessa lista o clássico filme de Drácula com Bela Lugosi e o primeiro filme sobre o Lobisomem. E foi justamente dentro dessa fase que surgiu essa adaptação para o cinema de "O Homem Invisível". Era uma ideia nova, que poderia ou não dar certo no cinema. O que iria acontecer é que não apenas o filme iria fazer muito sucesso como também iria abrir o caminho para outras adaptações do mesmo calibre. Afinal os produtores agora viam que havia público que tinha interesse em assistir a filmes assim. E havia mesmo muito público. As bilheterias e o lucro eram quase certos.

É impressionante saber que esse filme foi produzido em 1933, ou seja, está prestes a celebrar 100 anos de seu lançamento original! Tudo é tão criativo nesse filme, tão inventivo, que ficamos mesmo admirados em saber que tudo foi feito na distante década de 1930. Outro aspecto digno de nota é que embora fosse classificado na época como um filme de terror, essa produção não fica confinada apenas nesse gênero. É filme Sci-fi por excelência, dos bons e um clássico absoluto desse estilo. Enfim, o melhor de dois mundos.

O Homem Invisível (The Invisible Man, Estados Unidos, 1933) Direção: James Whale / Roteiro: R.C. Sherriff / Elenco: Claude Rains, Gloria Stuart, William Harrigan / Sinopse: Baseado na obra de H.G. Wells, o filme "O Homem Invisível" conta a história de um cientista que encontra uma maneira de se tornar invisível, mas ao fazer isso, ele se torna mortalmente louco.

Pablo Aluísio.

domingo, 21 de janeiro de 2024

A Morte de Alexandre I

O czar russo Alexandre I conseguiu vencer Napoleão Bonaparte. Ele teve o bom senso de entregar toda a estratégia aos seus generais, quando o imperador francês invadiu a Rússia. A tática usada ficou conhecida como "Terra arrasada", ou seja, não deixar nada para as tropas francesas. Nem comida, nem plantações, nem casas. Tudo destruído. Deu certo. Os franceses ficaram à mercê da natureza e foram duramente castigados quando se retiraram, em pleno inverno russo, sem comida, mantimentos e nem roupas adequadas. Milhares de soldados franceses morreram. Napoleão fora derrotado na Mãe Rússia, mostrando que ele não era invencível.

Depois disso as tropas russas tomaram a ofensiva e só pararam quando chegaram em Paris. Alexandre I acompanhou seus homens até a capital francesa. Uma vez lá sentiu-se como o dono do mundo. Um imperador que havia destruído Napoleão, não era realmente pouca coisa. Imediatamente o Czar propôs uma aliança de nações ao qual chamou de "Santa Aliança", uma maneira de impedir que novos líderes como Napoleão surgissem. Durante as negociações também foi decidido que Napoleão seria enviado para uma ilha distante, longe do continente europeu. Ele deveria ficar lá até sua morte. A intenção era não transformar o imperador francês em um mártir.

Depois da vitória o Czar Alexandre I aproveitou tudo o que podia da capital francesa. Promoveu bailes da vitória, se envolveu com mulheres lindas da corte, dançou, festejou, até não poder mais. A despeito de toda a farra havia também uma dualidade em sua alma. Fraco aos prazeres mundanos, o Czar começou a desenvolver uma mentalidade mística, se considerando um enviado de Deus ao mundo para destruir o diabólico Napoleão Bonaparte. A crise existencial entre aproveitar os prazeres da vida e o sentimento religioso iriam seguir com ele até sua morte.

De volta para a Rússia, Alexandre seguiu seu reinado, mas ele não viveu por muito tempo após a vitória sobre Napoleão. O imperador morreu aos 47 anos de idade, em dezembro de 1825, após apresentar uma estranha febre. A causa de sua morte segue sendo incerta. Para alguns ele morreu de febre tifoide, para outros malária que teria contraído no campo de batalha. Ele também faleceu longe de seu querido palácio, pois estava de viagem. Não foi uma morte feliz e nem tranquila. O imperador tinha ainda muitos planos para a Rússia.  Ele achava que viveria muitos anos ainda, porém seu destino era morrer cedo, cedo demais segundo alguns historiadores. De uma forma ou outra o Czar resolveu fazer de seu irmão, Nicolau, o seu sucessor. Na linha de sucessão o trono deveria ter sido passado para Constantino, mas esse já havia dito a Alexandre que não queria se tornar o imperador da Rússia. Assim Alexandre resolveu fazer de seu irmão mais jovem o próximo czar de todas as Rússias. Ele se tornaria o czar Nicolau I.

Pablo Aluísio. 

Napoleão Bonaparte e o Antigo Regime

Napoleão Bonaparte, conquistador de nações, quem diria, tinha vários complexos que ele foi adquirindo ao longo dos anos. O primeiro deles e mais enraizado vinha justamente de suas origens. O fato é que Napoleão havia nascido na ilha da Córsega, território que historicamente tinha laços com a Itália e não com a França. Isso o tornava um estrangeiro em solo francês? Não, porque em sua época a região estava sob domínio do Reino da França, porém culturalmente havia um fosso entre aquele que seria o futuro imperador e a nação que comandaria.

Na academia militar onde foi estudar era tratado pelos demais estudantes como "o corso", o que era de certa maneira uma maneira de rebaixa-lo dentro da hierarquia dos cadetes e uma barreira inequívoca para subir na carreira. Aliás em relação à sua terra natal o jovem Napoleão tinha sentimentos conflitantes. Seu pai era considerado um oportunista político por muitos. Se fosse interessante apoiar a libertação de sua terra natal ele o faria. Seria o líder pela independência. Porém o outro lado também era bem-vindo pois se fosse preciso abraçar o poder francês imperial  ele o faria também, sem remorsos ou culpas. Seria contra os republicanos sem nem piscar o olho. Mudava de lado quando era conveniente. Ele não tinha lados ideológicos, ele tinha apenas ambição pessoal. O que lhe fosse melhor, seria escolhido, independente de bandeiras ou nações. O importante era ele se dar bem de algum modo. Napoleão Bonaparte herdou muito da personalidade do velho, de seu pai.

Napoleão Bonaparte não foi um revolucionário de primeira ordem. Ele apenas surfou a onda revolucionária pois essa lhe era favorável. Como não tinha origens nobres e nem títulos importantes dentro da corte era conveniente a ele que o antigo regime viesse abaixo. Quando os principais líderes da revolução francesa foram executados na guilhotina, alvos de sua própria loucura ideológica, houve um vácuo de poder. Napoleão via tudo com interesse. Cada novo líder revolucionário que era jogado sem cabeça dentro de uma cova rasa lhe interessava. Era um concorrente a menos.. Foi nesse vácuo de poder absoluto que o jovem militar Napoleão Bonaparte tomou o destino em suas mãos. Aproveitou o momento, soube perceber que havia chegado sua oportunidade.

Porém pessoalmente ele nunca foi um fanático dos ideais da revolução francesa. Tanto isso é verdade que ao tomar outras nações procurou até mesmo formar alianças com antigas linhagens de nobreza, como a própria dinastia da casa de Habsburgo. Dentro da Europa poucas famílias representavam mais o antigo regime do que eles, mas Napoleão nem quis saber disso. Desposou uma das duquesas e teve um filho com ela. Agindo assim Napoleão procurava uma espécie de validação das linhagens nobres da antiga Europa. Nada poderia ser tão antirrevolucionário do que isso. Assim o que temos é realmente uma figura histórica contraditória, um misto de restos da revolução e busca por uma linhagem que nunca teve. O herói francês estava mesmo de calças curtas nesse aspecto pois os nobres da época o consideravam apenas um "vira-lata" vulgar, violento e obcecado pelo mesmo poder absoluto que um dia havia prometido combater.

Pablo Aluísio. 

sábado, 20 de janeiro de 2024

The Crown - Sexta Temporada

The Crown - Sexta Temporada
Outra série que finalizei nesse fim de semana. Aqui temos o final da sexta temporada e o final da série como um todo. Em relação a The Crown devo dizer que sempre preferi muito mais as primeiras temporadas e isso por uma questão conceitual. Elas traziam a juventude da rainha Elizabeth II, algo que não acompanhei e não vivenciei, bem ao contrário dessas últimas temporadas que já mostram o turbulento relacionamento entre Diana e Charles, a morte da princesa e a comoção mundial, algo que eu acompanhei na TV na época. Então essa sensação de certa familiaridade com os acontecimentos tira um pouco do charme da série. Já sobre a jovem Elizabeth tudo era novidade, tudo era informação histórica, muitas dos quais desconhecia. 

Nessa última temporada vemos os momentos finais de Diana, seu relacionamento conturbado com o filho de um imigrante milionário do Egito e sua morte naquele trágico acidente em Paris. Vemos também os momentos dramáticos de superação da morte da mãe por seus dois filhos e finalmente o casamento de Charles e Camilla Parker Bowles no episódio final. Sobre esse episódio final devo dizer também que a morte de Elizabeth II foi mostrada de uma forma bem poética e lírica, algo que me surpreendeu. Foi bonito, respeitoso e muito delicado. Não esperaria por nada muito diferente dessa série que se notabilizou pela elegância  em seu desenvolvimento. Uma pena que tenha chegado ao seu final. Agora é esperar por outras séries do mesmo tipo. Eu sou fã de carteirinha desse tipo de série. Enfim, baixem as cortinas para a rainha e toque a sua música final de despedida, claro, tudo no bom e velho estilo escocês. 

The Crown - Sexta Temporada (Reino Unido, 2023) Direção: Alex Gabassi, Stephen Daldry, dentre outros / Roteiro: Peter Morgan, Meriel Sheibani-Clare, dentre outros / Elenco: Imelda Staunton, Jonathan Pryce, Dominic West, Ed McVey / Sinopse: Temporada final da série The Crown. A princesa Diana, separada do marido Charles, morre em um acidente em Paris. A Rainha tenta manter a monarquia de pé, enquanto precisa lidar com uma nova crise causada pelo desejo de Charles de se casar com Camilla Parker Bowles. 

Pablo Aluísio.

Shameless - Décima Primeira Temporada

Shameless - Décima Primeira Temporada
Como termina a série Shameless? Pois é, depois de 11 temporadas a série finalmente chegou ao seu final. A pandemia parece ter contribuído para isso, uma vez que as filmagens dos últimos episódios foram meio conturbadas, com elenco e equipe técnica trabalhando com dificuldades. Mas vamos ao desfecho da história. Segura que vem spoiler por aí. Os episódios finais, trazem, como era esperado, os eventos que vão anteceder a morte de Frank Gallagher (William H. Macy). Anos de alcoolismo cobraram seu preço. Ele está com demência e com os dias contados. Eu gostei da cena final, após ele morrer. Sua alma paira sobre a velha Chicago, onde não há mais arrependimentos. Além do mais ele deixa claro que viveu como quis e isso foi o mais importante. Father Frank, Full of Grace é justamente o título irônico do último episódio da série exibido em abril de 2021. 

Já para os filhos que ficam, a batalha continua. Lip Gallagher (Jeremy Allen White) descobre que vai ser pai pela segunda vez pois a esposa está grávida de novo. Não é necessariamente uma boa notícia para um cara que está desempregado, sem ter onde morar com a mulher e os filhos. Por isso ele passa os últimos episódios tentando vender a velha casa da família de todo jeito. O que é uma péssima notíca para Debbie Gallagher (Emma Kenney), que é mãe solteira. Ela teme não apenas ficar sem ter onde morar como também ficar sem sua grande família, ficando abandonada com a pequena filha nos anos que virão. Ian Gallagher (Cameron Monaghan) resolve ir embora da zona oeste, indo morar na zona sul, onde só tem gente rica morando. Claro que ele não gosta muito e seu marido, o tosco Mickey Milkovich, fica louco para voltar para o velho caos do antigo bairro. E assim termina a série. O roteiro fica no meio do caminho, pois a casa não é vendida no final de tudo, mas fica a sensação que Lip vai tentar vendê-la depois, de qualquer jeito. E assim nos despedimos de todos os personagens. Eles se reúnem para assistir um carro pegando fogo no meio da rua. Mais Shameless do que isso, impossível. Então é isso, uma série que gostei muito de acompanhar por todos esses anos, só que é a tal coisa, nada é para sempre. Até as boas séries chegam ao final algum dia. 

Shameless - Décima Primeira Temporada (Estados Unidos, 2020) Direção: Christopher Chulack, Iain B. MacDonald, entre outros / Roteiro: John Wells, Paul Abbott, Corina Maritescu, entre outros / Elenco: William H. Macy, Jeremy Allen White, Ethan Cutkosky / Sinopse: Temporada final da série Shameless.  Nos episódios finais Frank finalmente encara seu final, mas não sem antes se envolver em muito problemas e confusões por toda a Chicago. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Meu Cunhado é um Vampiro

Meu Cunhado é um Vampiro
Esse filme brasileiro virou notícia nos portais da internet e nos telejornais da televisão porque ele conseguiu um feito e tanto na Netflix. Ficou em primeiro lugar em vários países mundo afora entre os mais assistidos! Para um filme falado em português é realmente algo digno de admiração! E o que podemos dizer dessa comédia ao melhor estilo "terrir", ou seja, um terror para rir? Olha, a despeito de certos probleminhas, é um filme dos mais simpáticos. Eu mesmo dei algumas risadas com o quadro geral de nonsense absurdo em que se passa a história. Até mesmo os vampirões ao modo trash que aparecem depois, não conseguiram estragar o filme.
 
O ator Leandro Hassum interpreta esse jogador de futebol aposentado do Vasco (logo esse time!) que passou a vida toda sendo acusado de ter entregado um jogo pro Flamengo. Só que o tempo passou, ele agora está no melhor estilo paizão e ganha uns trocados fazendo podcast para o Youtube. A vida vai levando, até que chega seu cunhado, um tipo bonitão, jovial e folgado, que logo chama sua atenção por ter um comportamento, digamos, fora dos padrões. Não vou me alongar muito na descrição da história porque isso iria estragar certas surpresas. Diria apenas que essa comédia é uma espécie de "A Hora do Espanto" carioca! Por mais estranho que isso tudo possa parecer!

Meu Cunhado é um Vampiro (Brasil, 2023) Direção: Ale McHaddo / Roteiro: Paulo Cursino, Sergio Martorelli / Elenco: Leandro Hassum, Edson Celulari, Antônio Fragoso, Eliezer Motta, Romulo Arantes Neto / Sinopse: Um sujeito aposentado no futebol precisa lidar com a chegada de seu cunhado, que ficou muitos anos na Europa, sem dar notíciais. Ele parece ser o mesmo folgado de sempre, mas definitivamente tem algo errado com aquele cara! 

Pablo Aluísio.

Joe e as Baratas

Título no Brasil: Joe e as Baratas
Título Original: Joe's Apartment
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: MTV
Direção: John Payson
Roteiro: John Payson
Elenco: Jerry O'Connell, Megan Ward, Billy West

Sinopse:
Um jovem sem grana se muda para Nova Iorque. Como não tem onde cair morto acaba alugando um apartamento bem ruinzinho, um verdadeiro muquifo infestado de baratas e para sua supresa ele descobre que elas são capazes de dançar e cantar, como se estivessem em um um show da Broadway. 

Comentários:
A MTV foi o canal jovem dos anos 90. Era algo inovador, um canal de programação exclusiva para a juventude, passando música e clips 24 horas por dia. O sucesso foi tão grande que eles migraram e investiram também no cinema. Assim foi feito esse primeiro longa-metragem da MTV. Dizia-se que era um filme muito legal e bem humorado, inclusive com muito humor negro, afinal era estrelado por um monte de baratas! Eu assisti na época embalado pela hype toda que foi criada, mas sendo bem sincero, já naqueles anos não gostei nada do que vi. Achei um filme boboca, sem graça e que provavelmente só iria agradar mesmo aquele tipo de adolescente meio desmiolado que passava o dia inteiro ouvindo bandas de heavy metal. Assim conferi, assisti e não gostei. E eu nunca mais perderia meu tempo em rever essa bobagem teen dos anos 90. Uma vez já bastou! 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Maestro

Maestro 
O filme se propõe a contar a história do maestro Leonard Bernstein. Bom, se você gosta de cinema vai saber quem é ele, pois escreveu algumas das trilhas sonoras mais marcantes da sétima arte. Só que sua carreira jamais se resumiu a isso. Ele era mesmo um grande nome no mundo da música clássica, tendo sido um compositor de renome, muito elogiado por seu trabalho musical ao longo de décadas trabalhando nesse meio. O roteiro conseguiu conciliar sua história pessoal com sua trajetória profissional. Assim acompanhamos não apenas sua ascensão regendo grandes orquestras, mas também aspectos de sua vida pessoal, familiar e íntima. 

Ele se casa com uma boa e doce esposa que lhe dá filhos amorosos. Tudo parecia correr muito bem nesse núcleo familiar. Mas havia um detalhe para borrar a fotografia de família em comerciais de margarina. Ele era na realidade bissexual. Enquanto foi levando esse seu lado escondido de sua esposa as coisas transcorreram sem maiores problemas, embora ela obviamente desconfiasse de certos comportamentos do marido. A coisa só desandou mesmo quando ele, já bem coroa e de cabelos brancos, se apaixonou por um bofe jovem e garotão. E ele decidiu trazer o namorado e amante para dentro de sua casa, para conviver inclusive com seus filhos. Imagine o drama dessa pobre mulher depois que isso aconteceu! Uma barra enfrentar uma situação constrangedora dessas! E para turvar ainda mais a situação ela acabou sendo diagnosticada com um câncer terminal. Enfim, já deu para ter uma boa ideia do drama e da história do filme. 

De minha parte gostei de praticamente tudo, do elenco, da reconstituição de época e até mesmo do bom roteiro, que surge bem escrito e coeso. Esse é um daqueles filmes feitos para ganhar muitos prêmios na noite do Oscar, mas a coisa toda parece que azedou depois que o ator e diretor Bradley Cooper resolveu falar algumas abobrinhas por aí. Reclamou que não foi premiado no Globo de Ouro. Falou mal dos vencedores. Pegou muito mal tudo que andou dizendo. E como o Oscar é um prêmio de votação, ele provavelmente vai ficar sem ganhar nada daqui pra frente. Assim penso que o filme vai acabar sendo indicado, mas sem vencer em nenhuma categoria importante. Como se diz por aí, em boca fechada não entra mosquito. Uma pequena licção que Bradley Cooper ainda parece não entender direito. 

Maestro (Maestro, Estados Unidos, 2023) Direção: Bradley Cooper / Roteiro: Bradley Cooper, Josh Singer / Elenco: Bradley Cooper, Carey Mulligan, Matt Bomer / Sinopse: O filme mostra a história do compositor e maestro Leonard Bernstein. Enquanto sua carreira profissional se torna cada vez mais gloriosa, seu casamento afunda, por causa de sua paixão por homens mais jovens. Ele era na realidade bissexual, o que colocou sua esposa em uma situação muito delicada. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Cavalo de Guerra

Eu adoro filmes clássicos, antigos, com todos aqueles grandes valores morais que hoje soam ultrapassados para as novas gerações. Esse "Cavalo de Guerra" me pareceu uma tentativa por parte de Steven Spielberg em reviver aquele tipo de cinemão dos anos 30, 40 e 50. Eu torci pelo filme durante suas duas horas e meia de duração, realmente quis gostar da produção mas tenho que confessar que ao final fiquei ligeiramente desapontado. O problema de "Cavalo de Guerra" em minha opinião não é de direção (Spielberg continua o mestre de sempre) e nem de produção (o filme tem, como não poderia deixar de ser, produção de luxo com tudo o que o dinheiro pode comprar). 

A grande falha aqui é realmente do roteiro. A trama é dispersa demais, o foco é inteiramente colocado em cima do animal e os personagens humanos nunca são bem desenvolvidos ou construídos. Como o cavalo vai passando de mão em mão durante o filme não temos tempo de criar vínculo com seus donos - mal nos acostumamos com alguns deles e de repente o Cavalo é passado para frente, vendido, trocado ou capturado por tropas, sejam inglesas ou alemãs. Sem personagens humanos fortes para nos identificarmos acabamos perdendo um pouco o interesse sobre o que acontece em cena.

Além da falta de bons personagens humanos o filme também sofre da falta de bons e marcantes atores. O elenco é supostamente liderado por Jeremy Irvine mas esse ator é tão sem carisma, tão inexpressivo que acabamos perdendo até mesmo a noção de sua existência no filme. Lá pela parte final quando ele retorna até levamos um pouco de tempo para reconhecer ele de novo - de tão apática que é sua participação. Spielberg também comete erros básicos de biologia. O cavalo Joey parece ter sentimentos humanos, com atos de bravura, de coragem, coisas que soam fora de propósito em um animal irracional. Como eu disse, focar tudo em cima dele não foi uma boa ideia. Enfim, é isso. O produto é muito bonito, bem agradável de ver, mas o diretor esqueceu que o público tem que ter algum personagem humano para criar vínculo, sem isso tudo soa vazio e sem cumplicidade por parte do espectador. Definitivamente não é nem de longe um dos melhores trabalhos do famoso diretor.

Cavalo de Guerra (War Horse, Estados Unidos, 2011) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Lee Hall e Richard Curtis / Elenco: Jeremy Irvine, Emily Watson, David Thewlis e Benedict Cumberbatch / Sinopse: Cavalo é enviado para o front da I Guerra Mundial, passando por diversos donos e vivendo muitas aventuras.

Pablo Aluísio.

O Justiceiro

Título no Brasil: O Justiceiro
Título Original: The Punisher
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Films, Marvel Enterprises
Direção: Jonathan Hensleigh
Roteiro: Jonathan Hensleigh, Michael France
Elenco: Thomas Jane, John Travolta, Ben Foster, Samantha Mathis

Sinopse:
Frank Castel (Thomas Jane) acaba tendo que lidar com a morte de sua esposa e filha. Inconformado pela falta de resultados por parte das autoridades resolve ele mesmo trazer justiça para as ruas da América. Disposto a varrer o crime da sociedade assume a identidade do Justiceiro, para isso porém terá que passar por cima de vilões ricos e poderosos, como o infame Howard Saint (John Travolta), que apesar do nome não tem nada de santo.

Comentários:
Esse personagem de segundo escalão da Marvel ainda não encontrou seu filme definitivo e olha que não foi por falta de tentativas. Embora muitos não gostem devo admitir que até gosto da versão realizada em 1998 com Dolph Lundgren no papel do justiceiro Frank Castle. O problema é que naquela época ainda não havia a moda da transposição dos personagens Marvel para o mundo do cinema. O filme é modesto mas bom, temos que admitir. Já esse aqui contou com um orçamento bem mais generoso, a ponto inclusive de ter um elenco de apoio de luxo com John Travolta brincando de vilão e Ben Foster, ótimo ator, dando uma canja com seu talento. Até achei acertado a escolha de Thomas Jane como o Justiceiro. Ele até pode não ser muito forte fisicamente mas tem cara de durão e poucos amigos, algo conveniente para seu personagem. O filme certamente poderia ter sido bem melhor, com um roteiro mais caprichado e menos apelações em relação aos clichês do gênero mas do jeito que ficou até que não está tão mal, vale a pena dar uma espiada.

Pablo Aluísio.