sexta-feira, 22 de março de 2019

Oh, Marieta!

A atriz Jeanette MacDonald tinha formação de cantora lírica e em determinado momento de sua carreira viu os estúdios se interessarem em produzir filmes musicais com ela, onde poderia soltar sua voz bem no estilo da ópera clássica, mas com uma verniz mais popular, para consumo das massas. Esse "Oh, Marieta!" foi um de seus sucessos de bilheteria. A historia começa na França de Luís XV. Jeanette MacDonald interpreta uma moça da nobreza que é destinada a se casar com um nobre bem mais velho do que ela. Obviamente a mocinha não quer de jeito nenhum se envolver nesse tipo de casamento arranjado. Só que naqueles tempos os casamentos eram determinados pelo rei e quando ele era desobedecido a pessoa tinha que fugir para não ser presa.

Assim a jovem nobre se disfarça de Marieta, uma identidade falsa. Se fazendo passar por uma mulher que é enviada para a colônia francesa da Louisiana ela finalmente consegue escapar de um destino infeliz, de um casamento forjado, sem amor. Só que a vida na América não será nada fácil, uma vez que seu navio é atacado por piratas durante a travessia, jogando Marieta numa série de eventos inesperados. Bom, o filme é um musical muito antigo, com aquela ingenuidade bem típica dos anos 30. É uma fita leve, que procura ser divertida a todo custo. Jeanette MacDonald tinha carisma suficiente para levar o filme em frente. Pena que ela teve vida breve, morrendo ainda muito jovem, de um ataque cardíaco. Provavelmente se tivesse vivido mais, tendo feito mais filmes, seria mais lembrada nos dias de hoje.

Oh, Marieta! (Naughty Marietta, Estados Unidos, 1935) Direção: Robert Z. Leonard, W.S. Van Dyke / Roteiro: Rida Johnson Young, John Lee Mahin / Elenco: Jeanette MacDonald, Nelson Eddy, Frank Morgan / Sinopse: Durante o reinado de Luís XV, jovem da nobreza francesa decide fugir, por causa de um casamento arranjado para ela. Assim ela embarca para o novo mundo, para a América, em busca de seus sonhos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de março de 2019

E o Sangue Semeou a Terra

Argumento e Roteiro: O filme mostra as lutas de um grupo de pioneiros que adentram o Oeste americano em busca de terras para lá se estabelecerem. No caminho encontram tribos de índios selvagens e comerciantes de provisões desonestos. O roteiro se foca bastante na briga entre o líder da caravana, Glyn McLyntock (James Stewart), e um comerciante desonesto que recebe por um carregamento de alimentos mas não o entrega no acampamento dos pioneiros na montanha conforme havia sido contratado. Para evitar que seu grupo morra de fome Glyn resolve pegar suas provisões à força, o que gera uma série de conflitos na região. A estória e o roteiro em si são simples e o filme curto, mas tudo muito bem realizado.

Elenco: O destaque fica obviamente com James Stewart em mais um de seus personagens íntegros e honestos. Curiosamente seu Glyn McLyntock também tem um passado nebuloso quando era um assaltante das fronteiras distantes. A caravana de carroças com os pioneiros se torna assim sua redenção pessoal rumo a uma nova vida. Outro ator que chama atenção no elenco é Rock Hudson. Em começo de carreira, ele aqui interpreta um jogador e aventureiro, Trey Wilson. Seu figurino é exótico, com roupas e chapéu em cores incomuns, como lilás. Tudo bem diferente do que estamos acostumados a ver em personagens de filmes de western. Como era muito jovem ainda, sua atuação se mostra muito fraca e vacilante. Rock está sempre com um sorriso no rosto, não importando a situação. Realmente o ator era ainda muito inexperiente e deixa transparecer isso em suas cenas.

Produção: Um dos pontos altos do filme. Apesar de ter cenas feitas em estúdio “E o Sangue Semeou a Terra” foi praticamente quase todo rodado em locações distantes. O Estado americano escolhido para as filmagens foi o bonito Oregon, com muitas montanhas nevadas e rios exuberantes, entre eles o Rio Columbia onde as cenas com o barco “The Queen River” foram realizadas. Já a montanha Hood se destaca por sua beleza natural, sempre ao fundo das cenas. Tudo muito bonito para o espectador se deliciar com as lindas paisagens naturais.

Direção: “E o Sangue Semeou a Terra” foi mais uma bem sucedida parceria entre James Stewart e o diretor Anthony Mann. Aqui eles repetem de certa forma a fórmula que havia dado tão certo em “Winchester 73”, um dos maiores sucessos de bilheteria da dupla. O curioso é que apesar de ambos terem trabalhado em muitos filmes, eles geralmente brigavam bastante durante as filmagens. Não que se odiassem ou algo assim, mas o fato é que criaram uma relação tão próxima de amizade que geralmente diziam o que pensavam um ao outro, sem rodeios. Isso inevitavelmente criavam atritos entre eles. Aqui em “O Sangue Semeou a Terra” o diretor surge acima de tudo econômico e eficiente. Conta sua estória da melhor forma possível mas sem exageros ou afetações. O resultado se mostra muito bom no final das contas.

E o Sangue Semeou a Terra (Bend of the River, EUA, 1952) Direção: Anthony Mann / Roteiro: Borden Chase, baseado no livro de William Gulick / Elenco: James Stewart, Rock Hudson, Arthur Kennedy, Jay C. Flippen, Julie Adams / Sinopse: O filme narra as lutas de um grupo de pioneiros que vão para o Oeste selvagem em uma caravana de carroças com a intenção de começar uma nova vida em terras distantes. Para vencer em sua jornada, eles terão que lutar contra tribos indígenas hostis e comerciantes de provisões desonestos.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 20 de março de 2019

Caravana do Ouro

Título no Brasil: Caravana do Ouro
Título Original: Virginia City
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Robert Buckner
Elenco: Errol Flynn, Randolph Scott, Humphrey Bogart, Miriam Hopkins

Sinopse:
Na fase final da Guerra Civil Americana, os confederados sofrem pela falta de recursos, dinheiro e equipamentos. A única solução é encontrar de forma urgente uma nova fonte de ouro. Ela existe em Virginia City, Nevada, porém a região está dominada pelas tropas da União. O alto comando do exército sulista decide então enviar o Capitão Vance Irby (Randolph Scott) para liderar uma caravana que traga o ouro até Richmond. A União por sua vez envia o Major Kerry Bradford (Errol Flynn) para deter os planos dos rebeldes. Começa a partir daí um jogo de traições, falsas pistas e acobertamentos envolvendo o valioso carregamento.

Comentários:
"Virginia City" é uma obra pouco lembrada do mestre Michael Curtiz. Com roteiro mais bem elaborado do que o habitual, envolvendo uma curiosa trama de espionagem protagonizada por dois militares se fazendo passar por espiões e agentes infiltrados, o filme acabou sendo considerado complexo demais para o público ao qual se destinava. Hoje em dia ganha muito em novas revisões, justamente por causa da bem arquitetada estória. Outro ponto que chama logo a atenção é o elenco, com três grandes mitos da história de Hollywood. O primeiro é Errol Flynn, eterna estrela das produções dirigidas por Michael Curtiz na Warner. Seu personagem tem ares de Robin Hood, a perícia de um Capitão Blood e a valentia do General Custer. De maneira em geral apesar de ser o protagonista do enredo é o personagem menos interessantes do filme, apenas uma mistura pouco criativa de vários outros papéis desempenhados por Flynn ao longo de sua carreira. 

Já o Capitão confederado Vance Irby, interpretado por Randolph Scott, é muito mais bem desenvolvido. Comandante de uma prisão militar no começo do filme, ele é enviado pessoalmente pelo presidente Jeff Davis para trazer o ouro para os cofres sulistas numa última e desesperada tentativa de vencer uma guerra que naquela altura já parecia estar perdida, pois como bem explica um dos generais rebeldes: "Guerras são vencidas com dinheiro e não apenas com bravura e honra". Randolph Scott está completamente à vontade, até porque o western sempre foi o seu gênero preferido no cinema. Humphrey Bogart surge em cena como John Murrell, líder de um grupo de bandoleiros que está de olho no ouro. É muito divertido assistir Bogart nesse papel porque ele é muito sui generis em sua carreira. Com um bigodinho bem estranho, ele mal pôde ser reconhecido por causa de sua caracterização. Além disso é um personagem bem coadjuvante, o único vilão verdadeiro da trama, que só foi aceito pelo ator por causa de sua amizade e gratidão para com Curtiz, cineasta a quem tinha enorme respeito. Então é isso, "Caravana do Ouro" é de fato um ótimo faroeste que merece ser desempoeirado após ficar tantos anos esquecido embaixo das areias do tempo.

Pablo Aluísio.

Arizona Violenta

Mais uma das produções de western de Randolph Scott da década de 1950: "Arizona Violenta". O filme é curioso por alguns motivos interessantes. O primeiro é que ele foi rodado nas mesmas locações em que "Sete Homens e um Destino" seria feito anos depois. Aquela mesma vilazinha ao pé da montanha. Produzido pelo próprio Randolph Scott que inclusive escolheu o local que depois ficaria famoso pelos fãs do gênero. Atuando ao seu lado no filme temos a atriz Jocelyn Brando, irmã de Marlon Brando. Para quem não sabe foi por causa da irmã Jocelyn que Brando resolveu ser ator ao se mudar para Nova Iorque após ser expulso da Academia Militar onde estudava. Jocelyn Brando porém nunca chegou a se tornar uma estrela. Era um atriz mediana, esforçada mas não muito brilhante. Aqui sua atuação soa exagerada, o que contrasta com a tranquilidade e a austeridade de Scott, sempre com boa presença de cena (embora ele modestamente não se considerasse um grande ator).

No filme Randolph Scott interpreta John Stewart, um rancheiro que tem problemas com um proprietário de terras (Richard Boone) que quer a todo custo dominar a região. O roteiro, muito eficiente por sinal, foi escrito por Irving Ravetch, um talentoso escritor que fez roteiros para grandes filmes como "O Mercador de Almas", "O Indomado" e um dos mais curiosos filmes da carreira de John Wayne, "Os Cowboys" onde ele virava um tipo de mestre para vários pupilos, garotos que queriam se tornar cowboys como ele. O diretor H. Bruce Humberstone (1901–1984) era um veterano que conseguiu imprimir ao filme uma excelente dose de aventura e ação. Não é para menos, ele era muito competente nesse aspecto, tanto que depois seria escalado para fazer filmes de Tarzan. A parceria com Scott daria mais frutos e ele voltaria a dirigir o ator no também eficiente faroeste "Colt 45". Enfim, "Arizona Violenta" é um western com cara de matinê - curtinho, divertido e eficiente. Vale a pena assistir.

Arizona Violenta (Ten Wanted Men, EUA, 1955) Direção: H. Bruce Humberstone / Roteiro: Kenneth Gamet, Irving Ravetch / Elenco: Randolph Scott, Jocelyn Brando, Richard Boone / Sinopse: Sinopse: John Stewart (Randolph Scott) é um bem sucedido rancheiro e criador de gado que procura tocar seu negócio com honestidade e honra. Seus problemas começam quando um rancheiro rival começa a criar atritos com ele, o que causará uma séria desavença entre ambos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de março de 2019

Fronteiras da Crueldade

Título no Brasil: Fronteiras da Crueldade
Título Original: Slaughter Trail
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Irving Allen
Roteiro: Sid Kuller
Elenco: Brian Donlevy, Gig Young, Virginia Grey

Sinopse:
Três assaltantes de bancos conseguem realizar um roubo bem sucedido numa pequenina cidadezinha do velho oeste. Na fuga percorrem centenas de milhas de distância, o que acaba levando seus cavalos à morte por exaustão. Precisando de novas montarias eles então roubam animais de uma tribo nas montanhas, o que desperta a fúria dos nativos. Novamente em fuga, os bandoleiros acabam buscando refúgio em um forte avançado da cavalaria americana, o que dá início a uma nervosa guerra psicológica entre as tropas federais e os índios da região!

Comentários:
Achei o roteiro desse faroeste muito perspicaz e bem escrito pois explora o choque cultural e jurídico existente entre a civilização do homem branco e os nativos americanos. Em determinado momento do filme três assaltantes se refugiam em um acampamento militar do exército dos Estados Unidos. O problema é que eles também roubaram cavalos dos índios, um crime muito sério em sua cultura ancestral, punível com a morte. É justamente isso que os Siouxs querem, que os soldados americanos entreguem os bandoleiros para que sejam enforcados na árvore mais próxima. O capitão Dempster (Brian Donlevy) porém pensa diferente. Para ele todo cidadão americano merece ter um julgamento justo, com o exercício do pleno direito de defesa, o que é completamente Incompatível com a tradição e forma de agir dos índios que o querem morto a qualquer custo! Isso acaba criando uma tensão incrível entre o forte americano e a tribo Sioux da região. É baseado justamente nessa premissa que o filme se desenvolve. Para estudantes de direito em geral a produção se tornar uma ótima pedida por mostrar em plena prática o princípio do contraditório e da ampla defesa. Western "jurídico" que surpreende pelas boas ideias e pelo final mais do que bem pensado.

Pablo Aluísio.

O Rio dos Homens Maus

Título no Brasil: O Rio dos Homens Maus
Título Original: Canyon River
Ano de Produção: 1956
País: Estados Unidos
Estúdio: Allied Artists Pictures
Direção: Harmon Jones
Roteiro: Daniel B. Ullman
Elenco: George Montgomery, Marcia Henderson, Peter Graves

Sinopse:
Steve Patrick (George Montgomery) é um rancheiro honesto e trabalhador do Wyoming que decide ir até o estado vizinho do Oregon para comprar bons reprodutores para seu rebanho. Os invernos severos de Wyoming exigem um gado muito resistente e ele pretende melhorar o nível de seu plantel. O que ele não sabe é que na viagem enfrentará muitos desafios, inclusive um complô de ladrões de gado que querem lhe assassinar para roubar todas as cabeças bovinas de sua propriedade.

Comentários:
Depois de assistir a centenas de filmes de faroeste dos anos 1950 me sinto seguro em dizer que você nunca vai se arrepender de assistir um western americano dessa época. O padrão de qualidade era realmente algo impressionante. E isso vale não apenas para grandes produções dos mais ricos estúdios de Hollywood como Universal, Warner ou MGM; vale também para as pequeninas companhias que se aventuravam em também produzir filmes de bangue-bangue. Esse "Canyon River" é um caso desses. O filme foi produzido pela pequena Allied Artists para ser exibido em cinemas interioranos dos Estados Unidos. Obviamente que o roteiro tem muito clichês, mas isso acaba fazendo parte de seu charme nostálgico. Estrelado pelo ator George Montgomery, esse western tem ótimas sequências de tiroteios, o que certamente vai deixar o fã de faroeste muito satisfeito. Não é nenhuma obra prima, mas apenas uma pequena fita B que fez a alegria de muitos garotos nos anos 50. Recentemente a Warner, que comprou os direitos de todos os filmes da Allied Artists quando ela faliu, tem relançado em pacotes produções como essa. Não é de se admirar que os fãs de faroestes americanos estejam tão contentes ultimamente, pois lá nos Estados Unidos a oferta de filmes raros e bons anda grande, bem ao contrário do Brasil, onde praticamente nada de novo surge no mercado. Uma pena!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de março de 2019

Chicago PD - Terceira Temporada

Aqui está uma pequena compilação de episódios que comentei da terceira temporada da série policial Chicago PD. Segue sendo ainda uma das séries que mais gosto no momento. Claro, tenho que admitir, que o formato é bem de acordo com o meio televisivo mainstream dos Estados Unidos, mas nem isso, essa convencionalismo, tira os méritos do programa. Por isso sigo assistindo ainda nos dias de hoje. Pretendo mais à frente publicar novas postagens sobre as temporadas que virão. Enquanto isso fiquem com essa coletânea de textos de Chicago PD.

Chicago PD 3.05 - Climbing Into Bed
Nos Estados Unidos esse episódio acabou sendo exibido em conjunto com o seguinte, intitulado "You Never Know Who's Who", em uma noite especial do canal para a série "Chicago PD". É a tal coisa, a série policial estrelada pelo sargento Hank Voight foi crescendo cada vez mais de audiência e agora é um sucesso (já está na quarta temporada em exibição). Nesse episódio aqui o detetive Adam Ruzek (Patrick John Flueger) resolve seguir uma quadrilha de assaltantes sem conhecimento do departamento, tudo de forma não oficial. Não precisa ser gênio para entender que tudo acaba saindo errado. Ao lado de um dos criminosos, ele acaba invadindo um pequeno restaurante, vizinho a uma joalheria. Um roubo de milhões é feito, pessoas são mortas e a corregedoria cai no seu encalço. Enquanto Voight e os demais homens de sua unidade tentam descobrir a verdadeira identidade dos criminosos e os autores intelectuais do roubo, Ruzek acaba na geladeira, sem distintivo e sem direito de executar com armas trabalho nas ruas. Voight que já tem problemas demais com a corregedoria certamente não vê com bons olhos tudo o que está acontecendo. Na cena final o jovem policial lhe pergunta se ele está na pior com tudo o que aconteceu. Seria expulso do departamento? "Não sei" - acaba sendo a resposta curta e grossa de Voight ao fechar a porta atrás de si. Pois é, fugir do protocolo pode ser uma grande dor de cabeça. Ande sempre na linha! / Chicago PD 3.05 - Climbing Into Bed (Estados Unidos, 2015) Direção: Lin Oeding, Mark Tinker / Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas / Elenco: Jason Beghe, Jon Seda, Sophia Bush.

Chicago PD 3.06 - You Never Know Who's Who
Esse episódio é extremamente curioso. imaginem um sujeito, completamente maluco, que consegue convencer outras pessoas que trabalha para a CIA e que na verdade as estariam recrutando para missões especiais, ultra secretas, da agência de inteligência do governo americano! Pois é justamente o que acontece aqui. Um corpo é encontrado dentro de um carro. As investigações demonstram que ao redor do homem que foi encontrado morto gira uma série de sujeitos que acreditam estar trabalhando para a CIA. Agora caberá ao sargento Hank Voight (Jason Beghe) e sua equipe localizar esses "agentes" para que eles parem com a fantasia e que também parem de cometer crimes - sim, muitos deles cometeram inclusive assassinatos, convencidos que estariam trabalhando para o governo! Uma coisa, literalmente, de louco! Nesse episódio também temos o lado mais sentimental, com um garotinho com câncer que sempre sonhou ser um policial. Os tiras de Chicago fazem uma bela homenagem a ele. Por fim a sargentona Trudy Platt (Amy Morton) consegue livrar a barra de um dos homens de Voight cobrando para isso certos "favorzinhos" que fez aos seus superiores no passado. Bom episódio, que foi exibido nos Estados Unidos na mesma noite, em sequência ao anterior. / Chicago PD 3.06 - You Never Know Who's Who (Estados Unidos, 2014) Direção: Mark Tinker / Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas / Elenco: Jason Beghe, Jon Seda, Sophia Bush, Amy Morton.

Chicago PD 3.07 - A Dead Kid, a Notebook, and a Lot of Maybes
Aos poucos estou retomando minha rotina de assistir séries. Aqui vão alguns episódios que assisti recentemente. Uma das minhas séries policiais americanas enlatadas preferidas é Chicago PD. Nessa semana assisti ao sétimo episódio da terceira temporada intitulado "A Dead Kid, a Notebook, and a Lot of Maybes". O enredo foi bem interessante. Tudo começa quando um garoto se mata perto de sua escola. Inicialmente as investigações mostram que ele poderia fazer parte de algum plano para assassinar outros estudantes, ao estilo do massacre de Columbine, só que depois Voight e seu grupo descobrem que as coisas são bem diferentes, envolvendo até mesmo um professor de natação pedófilo. Algo bem mais barra pesada do que eles inicialmente pensavam. O roteiro explora bem o ambiente, muitas vezes doentio, que impera dentro de algumas instituições de ensino nos Estados Unidos. Coisa de louco, literalmente. / Chicago PD 3.07 - A Dead Kid, a Notebook, and a Lot of Maybes (Estados Unidos, 2015) Direção:  Charlotte Brändström / Roteiro: Michael Brandt / Elenco: Jason Beghe, Jon Seda, Sophia Bush.

Chicago PD 3.08 -Forget My Name 
Traduzindo o título original desse episódio para o nome idioma teremos "Esqueça o Meu Nome!". É bem isso. O episódio começa quando vários homens são encontrados mortos em uma caçamba de camionete. Quem são, quem teria os matado, o que aquele crime significa? Bom, essas perguntas terão que ser respondidas por Hank Voight (Jason Beghe) e sua equipe de policiais. O curioso é que tudo havia sido descoberto através da dica de um informante, que depois descobre-se trabalha para a agência de segurança nacional! Isso por si só já seria bem estranho, mas as coisas ficam ainda mais nebulosas quando Voight e seus tiras descobrem que o caso envolve o roubo de informações do serviço de inteligência do governo. Coisa de peixe grande! Pois é, esse episódio é muito bom, "Forget My Name" mistura elementos de filmes policiais com espionagem. Para quem é fã da série é uma ótima pedida! / Chicago PD 3.08 -Forget My Name (Estados Unidos, 2015) Direção: Nick Gomez / Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas/ Elenco:Jason Beghe, Jon Seda, Sophia Bush.

Chicago PD 3.10 - Now I'm God
"Agora, eu sou Deus" diz o título original desse episódio. É de fato é o que temos aqui. O vilão é um médico, um especialista em pacientes de câncer. No passado ele tratou da esposa de Hank Voight (Jason Beghe). Agora descobre-se que ele receitava tratamentos de quimioterapia para pacientes que não precisavam dele. Tudo por questão de dinheiro e orgulho pessoal. Para outro médico o tal doutor não passaria de um perigoso psicopata! Quando Voight descobre sobre isso ele fica furioso. Em um primeiro momento, diante das dificuldades de se conseguir provas concretas, ele pensa em fazer justiça com as próprias mãos, porém depois, de forma mais sensata, resolve confiar na justiça, chegando até mesmo a testemunhar perante o tribunal. O enredo desse episódio me lembrou de um caso parecido acontecido no Brasil quando uma máfia de próteses amputava pessoas sem necessidade apenas pela razão de ganhar dinheiro com os equipamentos vendidos! Uma coisa atroz! / Chicago PD 3.10 - Now I'm God (Estados Unidos, 2015) Direção: Holly Dale / Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas / Elenco: Jason Beghe, Jon Seda, Sophia Bush.

Chicago PD 3.11 - Knocked the Family Right Out 
Os bandidos desse episódio formam uma quadrilha que usa gás para adormecer suas vítimas. Então eles entram e roubam tudo da casa dessas pessoas. Pior do que isso, enquanto todos os moradores perdem a consciência eles estupram as mulheres. A gota d´água acontece quando uma adolescente de apenas 14 anos de idade é violentada por um desses animais. A quadrilha é formada por jovens, psicopatas que vivem de roubos e festas rave, onde rolam muita droga e perversão. O tipo de vagabundo ideal para o sargento Hank Voight (Jason Beghe) colocar as mãos. No começo as investigações emperram, pois os marginais usam máscaras e luvas, o que dificulta a descoberta de suas identidades, porém aos poucos as pistas vão levando os policiais aos verdadeiros criminosos. Nesse episódio também vemos a saída de um velho conhecido de Voight. Um presidiàrio que ele conheceu quando estava atrás das grades. A parceria pelo visto vai continuar do lado de fora da prisão. / Chicago PD 3.11 - Knocked the Family Right Out (Estados Unidos, 2016) Direção: Mark Tinker / Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas/ Elenco:  Jason Beghe, Jon Seda, Sophia Bush.

Chicago PD 3.21 - Justice
Imagine atirar em um jovem negro sem ter a certeza de que ele seria o verdadeiro autor de um crime. É o que acontece nesse episódio. Durante uma patrulha a policial Kim Burgess (Marina Squerciati) atira em um suspeito. Ele supostamente havia atirado contra a viatura enquanto essa estava parada, em uma rua deserta. O sujeito veio por trás, na escuridão, e atirou no parceiro de Kim, praticamente à queima roupa. Depois desse incidente veio o que era o de se esperar. Muitos protestos por toda a cidade, principalmente porque o jovem alvejado seria um rapaz negro, sem antecedentes criminais, visto como um bom rapaz pela sua comunidade. Teria sido ele o verdadeiro autor dos disparos ou tudo não passaria de um engano - mais um - de um policial em serviço, que a despeito de tudo nem pensou duas vezes em atirar contra um negro? Bom episódio, inclusive com um bom desenvolvimento do caso no tribunal. / Chicago PD 3.21 - Justice (EUA, 2016) Estúdio: Universal Television / Direção: Jean de Segonzac / Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas / Elenco: Jason Beghe, Jon Seda, Sophia Bush, Jesse Lee Soffer, Marina Squerciati, LaRoyce Hawkins.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de março de 2019

Hannibal

Essa série é na verdade uma adaptação para a TV do famoso personagem Hannibal Lecter de "O Silêncio dos Inocentes". No cinema o famoso psicopata canibal foi interpretado por Anthony Hopkins. Por isso havia o receio da série afundar rapidamente. Afinal quem poderia substituir Hopkins? O incrível de tudo é que o ator Mads Mikkelsen conseguiu não apenas substituir o grande ator, como em certos aspectos superá-lo. Em uma série há maior tempo para desenvolver melhor cada personagem. No cinema há apenas um filme para isso. Com isso Mads acabou criando nuances bem mais elaboradas. O seu Hannibal não fica a dever em nada ao do cinema.

Essa série foi exibida entre os anos de 2013 a 2015, totalizando três temporadas. Não tive a oportunidade de assistir todas, ficando restrito mesmo à primeira, por isso não vou opinar sobre as demais. Do que assisti posso dizer que não há o reclamar. Bons roteiros, boa produção e como já deixei claro, uma excelente interpretação do ator Mads Mikkelsen. Aqui nessa postagem consegui reunir as resenhas que escrevi de alguns episódios que assisti. É o tipo de série obrigatória caso você seja um fã de um dos criminosos seriais mais famosos do cinema. Por isso não deixe passar em branco. Segue abaixo os textos compilados.

Hannibal 1.07 - Sorbet
Jantar de alto nível é isso aí. Belas iguarias servidas à mesa pelo sofisticado e elegante Dr. Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen). Com uma lista classe A de convidados ele capricha bem no menu. Receitas da mais fina cozinha gourmet. O que todos ignoram é que a carne servida é de... órgãos de seres humanos! Pois é, segue a série de um dos psicopatas mais famosos do cinema na TV. Devo confessar que comecei a acompanhar "Hannibal" com uma certa resistência, afinal o personagem já havia sido imortalizado em uma franquia de filmes realmente maravilhosos no cinema. Haveria espaço para ele no mundo das séries? O fato porém é que essa série televisiva conseguiu criar identidade própria e a cada novo episódio surpreende cada vez mais. Nesse em particular o inspetor Jack Crawford (Laurence Fishburne) quebra a cabeça para colocar as mãos no estripador que anda aterrorizando sua cidade. Quando um jovem é encontrado em uma banheira cheia de sangue, com ferimentos profundos e sinais de brutalização em seu corpo, ele logo associa aos crimes cometidos pelo psicopata que anda perseguindo (que a imprensa batizou de "Estripador de Chesapeake"). Essa porém não é a opinião de Will Graham (Hugh Dancy), pois em sua visão se trata de outro criminoso, com estilo diferenciado. Enquanto eles não chegam em uma conclusão o  Dr. Hannibal Lecter segue preparando seus pratos finos. Fígado cortado em fatias elegantes, baço no liquidificador e coração ao molho! Estão servidos? Ah, antes que me esqueça, nesse episódio temos a participação muito especial da atriz Gillian Anderson (de "Arquivo X"), interpretando a Dr. Bedelia Du Maurier, psiquiatra do próprio Hannibal! Quem diria... / Hannibal 1.07 - Sorbet (EUA, 2013) Direção: James Foley / Roteiro: Bryan Fuller, Thomas Harris  / Elenco: Hugh Dancy, Mads Mikkelsen, Laurence Fishburne, Gillian Anderson, Caroline Dhavernas.

Hannibal 1.08 - Fromage
Não é raro um tipo de psicopatia gerar algum tipo de interesse em outra. É basicamente isso que temos explorado nesse episódio da série "Hannibal". Perceba que o Dr. Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen) fica particularmente interessado nos métodos de Tobias Budge (Demore Barnes). E quem é ele? Um psicopata que usa as vísceras de suas vítimas para confeccionar delicadas cordas de instrumentos musicais clássicos como violoncelos e violinos. Tobias usa o intestino das pessoas que mata para criar finas e precisas cordas que acabam caindo no gosto dos mais exigentes músicos das principais filarmônicas dos Estados Unidos. O próprio Tobias é um sujeito refinado, extremamente culto e educado, que nas horas vagas se propõe a dar vazão a estranhas experiências, como por exemplo, tentar tocar in natura as cordas vocais de uma pessoa assassinada! Algo que logo chama a atenção de Hannibal que em determinado momento fica em dúvida se deve matar ele ou se tornar seu amigo, embora como saibamos é complicado para um psicopata ter amizade com quem quer que seja, já que a empatia não é algo presente na personalidade desses indivíduos. Outro fato curioso é que nesse episódio vemos que psicanálise demais também pode não fazer muito bem a uma pessoa! Acompanhe a razão: O assassino psicopata Tobias é paciente de um psiquiatra que por sua vez faz análise com Hannibal que por sua vez também é paciente da Dra Bedelia Du Maurier (Gillian Anderson, maravilhosamente fria no papel). E qual é o resultado desse ciclo nada evolutivo? Mais mortes e mortes em cada episódio para seu divertimento! / Hannibal 1.08 - Fromage (EUA, 2013) Direção: Tim Hunter / Roteiro:  Bryan Fuller, Thomas Harris / Elenco: Hugh Dancy, Mads Mikkelsen, Caroline Dhavernas.

Hannibal 1.09 - Trou Normand
Abigail Hobbs (Kacey Rohl) deixa mais ou menos claro para o Dr. Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen) que sabia do que acontecia ao seu redor, de todas as mortes e assassinatos das jovens e até mesmo ajudava nos crimes de forma indireta. Isso era algo que Hannibal já desconfiava por causa de sua experiência profissional com assassinos em série. Afinal de contas a insanidade completa também pode ser genética e a mente humana realmente guarda recintos completamente obscuros e sinistros. Enquanto isso Will Graham (Hugh Dancy) começa a perceber que ele próprio está perdendo sua sanidade, sofrendo lapsos mentais, surgindo em lugares sem nem saber como foi parar lá! Claro que ele nunca foi o que podemos chamar de um sujeito normal, mas agora os ataques parecem tomar um rumo totalmente diferente do passado! Para piorar ainda mais o que já anda bem ruim o assassino que ele persegue resolve fazer uma obra de "arte" surreal, uma espécie de totem composto de corpos humanos expostos em uma praia deserta, algo completamente bizarro e assustador. Pelo visto ele deseja não apenas ser descoberto como também reconhecido por seus inúmeros crimes, uma velha obsessão que persegue certos serial killers, sempre dispostos a ganhar alguns minutos de infâmia. O grande atrativo desse episódio em particular vem da presença do ótimo ator Lance Henriksen. Conhecido de tantos filmes e séries, ele aqui surge em um personagem completamente sombrio, um homem atormentado por seu passado. Sem freios morais e éticos, ele acaba cometendo um erro fatal ao eliminar uma pessoa sem saber que ele próprio tinha laços de sangue com ela. Nesse processo acaba descobrindo que sua próxima parada é realmente o inferno. / Hannibal 1.09 - Trou Normand (EUA, 2013) Direção: Guillermo Navarro / Roteiro: Bryan Fuller, Thomas Harris, baseados no livro "Red Dragon" / Elenco: Hugh Dancy, Mads Mikkelsen, Lance Henriksen, Caroline Dhavernas.

Hannibal 1.10 - Buffet Froid
Uma garota morando sozinha percebe, pouco antes de pegar no sono, estranhos sons vindos da casa. Para piorar pingos de água começam a cair vindos do sótão. Sem outra alternativa, ainda sonolenta, ela sobe as escadas para ver o que está acontecendo. Há um buraco no teto e ela nem desconfia que também há um invasor dentro de sua residência que entrou lá justamente por aquele buraco em seu telhado. Depois de tentar consertar, ela finalmente volta para seu quarto apenas para ser surpreendida pelo assassino que a espera na escuridão. A morte brutal da jovem se torna mais um caso para Will Graham (Hugh Dancy) sondar, com seus poderes sensitivos, o que teria de fato acontecido na cena do crime. Dessa vez porém ele nota algo estranho. Ele não apenas consegue ver o que aconteceu, como também sentir-se na pele do próprio assassino, algo que o assusta e o deixa desnorteado pois nunca havia acontecido antes. Para o Dr. Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen) tudo aquilo soa clinicamente muito interessante e ele resolve fazer novos exames em Will. Descobre-se, entre outras coisas, que Will sofre de encefalite, o que acabaria alterando sua percepção da realidade, justificando assim em parte suas estranhas visões. Hannibal porém decide preservar essa informação só para si, como algo valioso que poderá ser usado em um futuro próximo. Em relação às investigações, o modo em que a vítima é encontrada leva o Dr. Hannibal a levantar teses sobre a doença mental que estaria por trás das mortes. Pelo que deduz o assassino seria um portador de uma raro distúrbio mental chamado de Síndrome de Carton. Essa alteraria o modo de funcionamento do cérebro, fazendo com que o doente se convencesse de que na verdade já estaria morto! Além disso impediria ao paciente de reconhecer rostos humanos, o tornando violento e irracional. A brutalidade dos crimes seria assim apenas um efeito desse estado mental. Mais um bom episódio da série Hannibal, aqui valorizado por duas novidades: pela primeira vez o espectador verá Lecter brutalizando uma de suas vítimas e Will finalmente passa a ser encarado como um doente e não apenas como um "escolhido" com visões paranormais especiais. / Hannibal 1.10 - Buffet Froid (EUA, 2013) Direção: John Dahl / Roteiro: Bryan Fuller, Thomas Harris, baseados nos personagens criados no livro "Red Dragon" / Elenco: Mads Mikkelsen, Caroline Dhavernas, Hugh Dancy, Laurence Fishburne.

Hannibal 1.11 - Rôti 
O episódio começa quando o Dr. Abel Gideon, um assassino serial, é enviado para seu julgamento. Ele matou todas as pessoas de sua família. Em sua defesa ele alega que após passar por vários psiquiatras e psicoterapeutas acabou sendo induzido a acreditar que ele seria na verdade o próprio estripador de Chesapeake. Cirurgião respeitado, viu sua carreira e sua vida ruir após os crimes. Durante o transporte da cadeia para o tribunal ele consegue escapar. De volta às ruas começa uma insana jornada de vingança contra todos os psiquiatras que ele considera culpados por sua situação. Enquanto o matador psicopata sai cometendo seus assassinatos, Will Graham (Hugh Dancy) começa a perder o controle de suas visões, ficando aos poucos sem saber distinguir os delírios da realidade ao seu redor. Algo que intriga o Dr. Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen), Bom episódio de Hannibal. Esse roteiro explora um aspecto bem curioso, a do paciente que acaba ficando mais insano do que nunca após passar por terapias que deveriam lhe curar. A mente humana certamente pode ser um lugar bem misterioso. / Hannibal 1.11 - Rôti (EUA, 2013) Direção: Guillermo Navarro / Roteiro: Bryan Fuller, Thomas Harris / Elenco: Mads Mikkelsen, Hugh Dancy, Caroline Dhavernas.

Pablo Aluísio.

Stalker

"Stalker" (perseguidor) é um termo usado nos Estados Unidos para definir aquelas pessoas que criam obsessões por outras, literalmente as perseguindo por todos os lugares. É algo até muito comum no mundo das celebridades, onde os fãs mais obcecados começam a ir em todos os lugares aonde seus ídolos vão. Com o tempo a coisa pode piorar mais e mais, indo para um lado perigoso. Basta lembrar do caso envolvendo John Lennon que acabou sendo morto justamente por um stalker, um sujeito com problemas mentais que se dizia fã dos Beatles e de Lennon em particular. Todo cuidado é pouco.

Pois bem, essa série explora esse tema. O resultado ficou apenas decepcionante (para não dizer medíocre mesmo). É uma série muito mainstream, que tem medo de ir além, de ser mais ousada ou fora dos padrões. Esse formato quadrado ao extremo e convencional a prejudicou muito. E justamente por ser tão banal não conseguiu sobreviver ao teste da primeira temporada. Após 20 episódios foi cancelada. Esse sempre foi um velho problema que atinge muitas séries da CBS. Eu consegui assistir aos seis primeiros episódios (comentados nessa postagem). Depois me convenci que a série realmente não iria para lugar nenhum e a deixei de lado. Era caso perdido. Pelo tema me interessei inicialmente pela série, mas depois de um tempo cheguei na conclusão que realmente deixava bastante a desejar. Perda de tempo.

Stalker 1.01 - Pilot
Estou começando a assistir com certo atraso essa série "Stalker" que inclusive, se não estou enganado, já foi cancelada nos Estados Unidos. É outro programa assinado e criado pelo Kevin Williamson (da franquia "Pânico" e da série "The Vampire Diaries"). A marca registrada desse produtor é justamente esse tipo de terror mais adolescente, ao estilo horror enlatado para jovens. O foco aqui é desviado para esse tipo de criminoso denominado "perseguidor" (Stalker em inglês), que anda muito em voga atualmente, seja no mundo real ou virtual. São pessoas que se tornam obcecadas por outras e por essa razão passam a acompanhar todos os seus passos de forma oculta, escondida, nas sombras. O termo Stalker pode inclusive se referir tanto ao tipo mais inofensivo que apenas se contenta em ver tudo de longe o que acontece na vida de seu "crush" (um outro termo tirado do mundo adolescente que designa a pessoa perseguida) como também aos psicopatas que se tornam obcecados por determinadas pessoas e partem para a violência física contra elas após um certo tempo. Obviamente a série se concentra justamente nesse segundo tipo, caso contrário teríamos uma série sobre adolescentes apaixonadas e isso não faria muito sentido. Nesse primeiro episódio temos um grupo especializado em casos envolvendo stalkers da polícia de Los Angeles. Eles precisam lidar com dois casos: no primeiro um homem de meia idade, casado, careca e barrigudo, se apaixona por uma jovem que conheceu na academia. Em crise de meia-idade ele acaba se apaixonando e ficando obcecado por seu novo amor. Algo comum que acontece geralmente com homens que não conseguem lidar muito bem com a velhice que vem chegando. Após o breve romance chegar ao fim, ele se torna um stalker na vida da garota. No outro inquérito policial os agentes precisam resolver um estranho caso de obsessão envolvendo dois jovens que foram colegas de quarto numa faculdade. Embora esse primeiro episódio seja bem regular eu pude perceber que tudo caminha mesmo para o mais convencional. O formato é quadradinho, bem mainstream e nada inovador. Pode ser que os episódios seguintes tragam algum tipo de melhoria ou inovação, algo que não vemos nesse episódio piloto que é bem na média do que se vê costumeiramente em enlatados americanos de uma maneira em geral. Nada muito ousado ou inovador. / Stalker 1.01 - Pilot (EUA, 2014) Direção: Liz Friedlander / Roteiro: Kevin Williamson / Elenco: Dylan McDermott, Maggie Q, Mariana Klaveno.

Stalker 1.02 - Whatever Happened to Baby James?
A série "Stalker" é bem na média, feijão com arroz. Passa longe da qualidade de outros programas que atualmente estão em exibição na TV americana. Mesmo assim, para um fim de noite sem compromissos, pode servir como mero passatempo. Aqui uma adolescente começa a perceber que há um perseguidor à espreita. Ela sempre tem essa sensação de estar sendo observada o tempo todo. Suas suspeitas se confirmam quando alguém entra em sua casa, à noite, enquanto está sozinha ao lado do irmão, um garotinho de dez anos de idade. Desesperada, acaba fugindo para o meio da rua, pedindo socorro. As suspeitas da identidade do invasor recaem sobre um pedófilo que mora nas redondezas. As investigações porém se mostram equivocadas. Não se trata de um maníaco, mas sim de uma jovem mãe, acima de quaisquer suspeitas, que mora na vizinhança. Ela perdeu seu jovem filho há poucos meses e não conseguiu superar a perda. Na verdade ela não estava atrás da adolescente - que pensava estar sendo vítima de um stalker - mas sim de seu jovem irmãozinho, pois em sua mente deteriorada ela procura por um "substituto" para o filho morto. Pela sinopse você percebe que não há nada demais no enredo e nem o segredo é algo assim tão surpreendente. Isso porém tem pouca importância. "Stalker" é realmente apenas uma boa diversão sem pretensão. Afinal de contas Kevin Williamson passa longe de ser um Steven Soderbergh. PS: O título do episódio é uma bem sacada homenagem com o clássico estrelado por Bette Davis e Joan Crawford em 1962 chamado "What Ever Happened to Baby Jane?" (O Que Aconteceu com Baby Jane?, no Brasil). / Stalker 1.02 - Whatever Happened to Baby James? (EUA, 2014) Direção: Liz Friedlander / Roteiro: Kevin Williamson, Sanford Golden / Elenco: Dylan McDermott, Maggie Q, Victor Rasuk.

Stalker 1.03 - Manhunt
Para muitas mulheres o dia do casamento é o mais feliz de suas vidas. Pois é, algumas ainda associam casamento a felicidade absoluta! Mas enfim... Pois é justamente no dia de seu matrinônio que a filha de um renomado policial de Los Angeles encontra seu trágico destino. Ao subir no altar ela é atingida na cabeça por um tiro certeiro, dado por um sniper (um atirador de elite). Imediatamente todas as suspeitas recaem sobre um ex-namorado dela, um veterano dos fuzileiros navais, que jamais conseguiu se recompor após levar um fora dela (a clássica situação que dá origem ao Stalker, o perseguidor rejeitado, que passa a seguir os passos do amor perdido). Para piorar ele havia sido deixado para trás por causa de um amor lésbico! O detetive Jack Larsen (Dylan McDermott), do departamento especializado nesse tipo de caso da polícia de Los Angeles, logo passa a desconfiar desse tipo de solução que para ele parece ser óbvia demais. Mais um episódio de "Stalker" onde aqui os roteiristas focaram em um roteiro do tipo reviravolta, onde nada parece ser o que se pensava ser inicialmente. A série como um todo é na média, nada muito sofisticado ou surpreendente, mas como já escrevi antes tem potencial. Um caso curioso é que o próprio detetive Larsen é na verdade um stalker de sua ex-esposa, uma mulher que o detesta e o ameaça caso ele não vá embora de volta para Nova Iorque. Enfim, vale a pena acompanhar, até porque é mais uma que leva a assinatura de Kevin Williamson, o Workaholic mais obsessivo da TV americana. / Stalker 1.03 - Manhunt (EUA, 2014) Direção: Bronwen Hughes / Roteiro: Kevin Williamson, Brett Mahoney / Elenco: Dylan McDermott, Maggie Q, Mariana Klaveno.

Stalker 1.04 - Phobia
O Stalker (perseguidor) desse episódio é um tipo diferente de criminoso. Ele não se contenta apenas em seguir os passos, de longe, de seus alvos, mas ir além, explorando a fobia de cada uma para seu próprio prazer sádico pessoal. É um investidor do mercado financeiro que encontra suas vítimas em sites de encontros e namoros. Assim ele descobre que, por exemplo, determinada garota teria fobia do escuro, o que lhe inspira a fazer uma invasão às escuras ou então que tem pavor de serpentes o que o faz encher o quarto de sua vítima com víboras de todos os tipos. Enquanto as jovens se apavoram, gritam em desespero, ele filma tudo, se deliciando com tudo o que acontece. Parece insano demais para você? Pois é, os roteiristas queriam justamente isso. O mais curioso de Stalker é que o personagem principal, o policial Jack Larsen (Dylan McDermott), também é um stalker em sua vida privada, algo que piorou muito quando foi deixado por sua ex-esposa. Dessa maneira ninguém realmente escapa. / Stalker 1.04 - Phobia (EUA, 2014) Direção: Roxann Dawson / Roteiro:  Kevin Williamson, Heather Zuhlke / Elenco: Dylan McDermott, Maggie Q, Victor Rasuk .

Stalker 1.05 -  The Haunting
No começo parece ser um caso clássico de perseguição (stalking). Uma jovem e bonita garota universitária dispensa seu namorado por ele ser emocionalmente infantil e imaturo. Depois ela começa a perceber que ele anda à espreita. Quando é aterrorizada por um cara vestido de palhaço numa loja de fantasias (na verdade o amigo de seu namorado tentando passar uma peça nela), resolve procurar a polícia. O detetive Jack Larsen (Dylan McDermott) começa então a juntar todas as peças. Para sua surpresa ele descobre que na verdade o perseguidor não é seu ex-namorado, mas sim o antigo proprietário da velha casa onde moram. No passado o lugar foi palco de um crime horrível, envolvendo a morte de uma mulher e seu filho por seu próprio marido. Os anos passam e o tal criminoso finalmente é liberado do manicômio judicial. De volta às ruas ela volta para sua casa em busca de um passado que já não existe mais. Mais um episódio divertido de se acompanhar dessa série. Embora "Stalker" seja em muitos aspectos bem convencional ela traz algumas tiradas bem boladas em seus roteiros, como por exemplo o fato do investigador Jack ser ele próprio um stalker de sua ex-esposa! / Stalker 1.05 -  The Haunting (EUA, 2014) Direção: Brad Turner / Roteiro: Kevin Williamson / Elenco: Dylan McDermott, Maggie Q, Victor Rasuk.

Stalker 1.06 - Love Is a Battlefield
Situação clássica: Mulher se divorcia do marido e no divórcio acaba levando praticamente toda a sua fortuna. Acontece que ele a traiu com uma mulher bem mais jovem e por essa razão oitenta por cento de seus bens acabam indo para a ex-esposa traída. Coisa de contratos pré-nupciais bem elaborados. Agora ela denuncia que está sofrendo assédio de um perseguidor, que pode ser ou não ser ex-marido, mas que ao que tudo indica poderá ser ele mesmo, ainda mais agora que está financeiramente arruinado. Para investigar entram em campo os policiais do departamento especializado em stalkers, ou melhor dizendo, perseguidores que ficam obcecados por determinadas pessoas. Esse episódio usa e abusa das chamadas reviravoltas, o que no final das contas não é grande coisa, embora divirta bastante o espectador. A série inclusive é bem na média do que é exibido na TV americana. Kevin Williamson não parece ter se dedicado muito a essa sua nova criação e por essa razão talvez a série tenha ficado apenas na primeira temporada (foi cancelada recentemente). Eu também acho que ficou a dever bastante. Por isso muito provavelmente irei ficando por aqui. Valeu conhecer, mas ir em frente? Acho que não mais. / Stalker 1.06 - Love Is a Battlefield (Estados Unidos, 2014) Direção: Omar Madha / Roteiro: Kevin Williamson, Dewayne Darian Jones / Elenco: Dylan McDermott, Maggie Q, Victor Rasuk.

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de março de 2019

Yellowstone

Essa nova série é uma boa dica para quem gosta de western. Na falta de bons novos filmes de faroeste no cinema o jeito é procurar na TV por novidades. E aqui temos uma excelente opção. Kevin Costner é o pai de um clã de fazendeiros de Montana. A história da série se passa na atualidade. Ao mesmo tempo em que cuida de seus negócios, de seu maravilhoso rancho, ele também é a autoridade policial do local. Sim, Costner, que já interpretou Wyatt Earp no cinema, aqui volta a um papel de xerife. Só que ao invés de ser um homem da lei do século XIX, ele agora lida com os problemas atuais que um homem moderno precisa enfrentar.

E os inimigos são muitos. Desde um forasteiro que chega na cidade para promover uma grande corporação de apartamentos de luxo (na fronteira de suas terras), até mesmo um movimento de nativos que vivem em suas reservas e agora pedem por mais direitos. Para piorar o clima de tensão o próprio filho do personagem de Costner é casado com uma mulher descendente dos índios que no passado enfrentaram os pioneiros brancos que chegaram naquela região. Uma série muito boa, com bons roteiros e episódios caprichados. Nos Estados Unidos está sendo exibida no canal Paramount, algo que acredito seja repetido no Brasil. Vamos aguardar.

Yellowstone (Estados Unidos, 2018, 2019) Direção: Taylor Sheridan, Stephen Kay / Roteiro: John Linson, Taylor Sheridan, Ian McCulloch / Elenco: Kevin Costner, Luke Grimes, Kelly Reilly / Sinopse: A série acompanha a vida do rancheiro e xerife John Dutton (Kevin Costner). Ele mora em uma bela propriedade rural de Montana e precisa lidar com diversos problemas envolvendo suas funções de homem de família, xerife e dono de terras.

Pablo Aluísio.