Até que achei bom esse novo filme estrelado pelo ator Robert Pattinson. Ele deixou a imagem de vampiro ídolo dos adolescentes para interpretar um ladrão de bancos, um sujeito até bem desprezível que usa seu irmão deficiente mental nos crimes. Depois de mais um assalto as coisas acabam saindo muito mal. O ladrão de Pattinson consegue fugir da polícia, mas seu irmão acaba literalmente atravessando uma porta de vidro da agência bancária. Depois disso fim de papo. Ferido, com o rosto cheio de cortes profundos, acaba sendo preso pelos tiras. Sendo uma pessoa deficiente, com problemas até mesmo de comunicação com os outros, acaba sendo espancado brutalmente na prisão. Aí vem aquela coisa, levado ao hospital, acaba sendo alvo dos planos do irmão criminoso que quer tirar ele de lá, só que mais uma vez acontece tudo errado, desastre completo.
O filme pode ser considerado um thriller criminal. Todos os principais personagens são seres trágicos, sem esperança nenhuma. Também são desprovidos de valores morais. Bandidos de corpo e alma. Para salvar o irmão da cadeia Pattinson vai atrás de uma antiga namorada, uma mulher também com problemas mentais que mora com a mãe em um apartamento bem pequeno. Pior do que isso, pede que ela use os cartões de crédito de sua sofrida mãe para pagar a fiança. Um absurdo completo. No meio do caminho ainda há espaço para o sequestro de uma pessoa errada e a disfarçada invasão da casa de um velha senhora negra e sua neta. O inferno na Terra. Bom filme enfim, bem visceral e à sua maneira, cruel.
Bom Comportamento (Good Time, Estados Unidos, 2017) Direção: Benny Safdie, Josh Safdie / Roteiro: Ronald Bronstein, Josh Safdie / Elenco: Robert Pattinson, Benny Safdie, Jennifer Jason Leigh / Sinopse: Dois irmãos, um deles com retardo mental, assaltam um banco. O crime porém não dá muito certo. A polícia é chamada e um deles acaba encurralado. Preso, é espancado na prisão por um grupo de prisioneiros negros. Depois disso é levado a um hospital, onde o seu irmão vai tentar resgatá-lo de qualquer maneira.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 1 de agosto de 2018
Animais Noturnos
Esse filme no fundo tem algo que vai fazer todo e qualquer espectador se identificar. Sua mensagem subliminar é sobre as escolhas erradas que fazemos ao longo da vida; Arrependimentos? Sim, embora ninguém goste realmente de admitir que se arrependeu de algo feito no passado. A protagonista é Susan Morrow (Amy Adams). Uma mulher que começa a perceber que sua vida pessoal e profissional não vai bem. O marido é um sujeito cada vez mais distante e a galeria de arte onde ela trabalha vai de mal a pior a cada dia. Para enrolar ainda mais sua situação o ex-marido Edward Sheffield (Jake Gyllenhaal) surge com um novo livro que ele pretende publicar. Ela gostava dele, mas por pressão familiar o deixou. É a velha faceta do preconceito social. Como ele era pobre e sem dinheiro, a mãe dela tratou de colocar um fim no romance.
Outro ponto forte desse filme é o seu roteiro que se desdobra em duas linhas narrativas distintas que vão seguindo durante o filme. Na primeira acompanhamos a vida de Susan e no segundo mergulhamos na trama do livro que ela lê, justamente "Animais Noturnos" escrito por seu ex-marido. Tudo muito bem realizado e de bom gosto. Vale ressaltar também que essa dupla de atores centrais - Amy Adams e Jake Gyllenhaal - fazem toda a diferença. Eles estão ótimos, excepcionais em seus papéis. Diria até que Amy merecia ter sido indicada ao Oscar por esse trabalho, opinião compartilhada por muitos críticos de cinema quando esse filme foi lançado. Então é isso. Fica a recomendação desse drama muito bem escrito e atuado. Algo cada vez mais raro nos dias de hoje.
Animais Noturnos (Nocturnal Animals, Estados Unidos, 2016) Estúdio: Focus Features / Direção: Tom Ford / Roteiro: Tom Ford / Elenco: Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon, Aaron Taylor-Johnson, Laura Linney, Michael Sheen / Sinopse: O filme conta a história de Susan Morrow (Amy Adams). O casamento dela vai mal e a galeria de arte que administra está em um péssimo momento. Ela olha para o passado e se arrepende de várias coisas, entre elas a de não ter seguido em frente com seu relacionamento com Edward Sheffield (Jake Gyllenhaal). E para sua surpresa ele ressurge com um livro dedicado justamente a ela!
Pablo Aluísio.
Outro ponto forte desse filme é o seu roteiro que se desdobra em duas linhas narrativas distintas que vão seguindo durante o filme. Na primeira acompanhamos a vida de Susan e no segundo mergulhamos na trama do livro que ela lê, justamente "Animais Noturnos" escrito por seu ex-marido. Tudo muito bem realizado e de bom gosto. Vale ressaltar também que essa dupla de atores centrais - Amy Adams e Jake Gyllenhaal - fazem toda a diferença. Eles estão ótimos, excepcionais em seus papéis. Diria até que Amy merecia ter sido indicada ao Oscar por esse trabalho, opinião compartilhada por muitos críticos de cinema quando esse filme foi lançado. Então é isso. Fica a recomendação desse drama muito bem escrito e atuado. Algo cada vez mais raro nos dias de hoje.
Animais Noturnos (Nocturnal Animals, Estados Unidos, 2016) Estúdio: Focus Features / Direção: Tom Ford / Roteiro: Tom Ford / Elenco: Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon, Aaron Taylor-Johnson, Laura Linney, Michael Sheen / Sinopse: O filme conta a história de Susan Morrow (Amy Adams). O casamento dela vai mal e a galeria de arte que administra está em um péssimo momento. Ela olha para o passado e se arrepende de várias coisas, entre elas a de não ter seguido em frente com seu relacionamento com Edward Sheffield (Jake Gyllenhaal). E para sua surpresa ele ressurge com um livro dedicado justamente a ela!
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 26 de julho de 2018
O Doce Pássaro da Juventude
Título no Brasil: O Doce Pássaro da Juventude
Título Original: Sweet Bird of Youth
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Richard Brooks
Roteiro: Richard Brooks
Elenco: Paul Newman, Geraldine Page, Shirley Knight, Ed Begley, Madeleine Sherwood, Rip Torn
Sinopse:
Com roteiro baseado na obra de Tennessee Williams, o filme "O Doce Pássaro da Juventude" conta a estória de Chance Wayne (Paul Newman). Após muitos anos ele está de volta para sua cidade natal e não está sozinho. Ao seu lado viaja também a decadente estrela de cinema Alexandra Del Lago (Geraldine Page). De volta ao seu antigo lar Chance reencontra pessoas de seu passado e tenta superar os traumas de sua juventude. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Ed Begley). Também vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Drama (Geraldine Page).
Comentários:
Mais uma brilhante adaptação de um texto de Tennessee Williams. O roteiro é baseado em sua peça de teatro que causou grande repercussão de crítica e público desde que foi encenada pela primeira vez em Nova Iorque. Aqui somos apresentados ao casal formado por Chance Wayne (Paul Newman) e Alexandra Del Lago (Geraldine Page). Eles chegam numa pequena cidade chamada St Cloud e se hospedam num hotel barato. Ela está totalmente embriagada e ele a trata publicamente como uma princesa estrangeira. No decorrer do filme vamos entendendo aos poucos quem realmente são e a razão de estarem ali. A trama é tecida gradativamente, em camadas, com uso extremamente inteligente de flashbacks contando todo o passado dos personagens. É um ótimo instrumento narrativo para situar o espectador dentro do enredo. Nem é preciso dizer que o roteiro tem excelentes diálogos e é excepcionalmente bem interpretado por Paul Newman (em grande forma) e Geraldine Page (maravilhosa em cena, conseguindo imprimir em sua personagem doses exatas de sensibilidade, humanidade e crueldade psicológica).
Na realidade o texto tem um tema central: A extrema dificuldade que certas pessoas possuem em lidar com o fim da juventude e de encarar os fracassos pessoais de uma velhice em depressão. Alexandra Del Lago (Page) retrata muito bem isso. Uma antiga diva do cinema que vê seu mundo desmoronar após perder o encanto e a jovialidade. Seus filmes fazem parte do passado, praticamente ninguém a conhece mais. A fama que um dia a glorificou está definitivamente em um passado distante. Já Chance (Newman) é muito mais interessante. Correndo atrás de um sonho que jamais se realizará, ele vê seus anos (e sua juventude) passarem em branco, sem conseguir tornar realidade os objetivos que ele próprio determinou a si mesmo. Em certo aspecto é também um derrotado em sua vida profissional e pessoal. O texto é um dos melhores de Williams, embora não seja tão pesado como o que vimos em outras obras dele como "Gata em Teto de Zinco Quente". Além disso "O Doce Pássaro da Juventude" tem mais clima de cinema, deixando o aspecto teatral da obra original em segundo plano. Enfim, gostei muito e recomendo bastante. É uma verdadeira obra prima do cinema americano clássico.
Pablo Aluísio.
Título Original: Sweet Bird of Youth
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Richard Brooks
Roteiro: Richard Brooks
Elenco: Paul Newman, Geraldine Page, Shirley Knight, Ed Begley, Madeleine Sherwood, Rip Torn
Sinopse:
Com roteiro baseado na obra de Tennessee Williams, o filme "O Doce Pássaro da Juventude" conta a estória de Chance Wayne (Paul Newman). Após muitos anos ele está de volta para sua cidade natal e não está sozinho. Ao seu lado viaja também a decadente estrela de cinema Alexandra Del Lago (Geraldine Page). De volta ao seu antigo lar Chance reencontra pessoas de seu passado e tenta superar os traumas de sua juventude. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Ed Begley). Também vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Drama (Geraldine Page).
Comentários:
Mais uma brilhante adaptação de um texto de Tennessee Williams. O roteiro é baseado em sua peça de teatro que causou grande repercussão de crítica e público desde que foi encenada pela primeira vez em Nova Iorque. Aqui somos apresentados ao casal formado por Chance Wayne (Paul Newman) e Alexandra Del Lago (Geraldine Page). Eles chegam numa pequena cidade chamada St Cloud e se hospedam num hotel barato. Ela está totalmente embriagada e ele a trata publicamente como uma princesa estrangeira. No decorrer do filme vamos entendendo aos poucos quem realmente são e a razão de estarem ali. A trama é tecida gradativamente, em camadas, com uso extremamente inteligente de flashbacks contando todo o passado dos personagens. É um ótimo instrumento narrativo para situar o espectador dentro do enredo. Nem é preciso dizer que o roteiro tem excelentes diálogos e é excepcionalmente bem interpretado por Paul Newman (em grande forma) e Geraldine Page (maravilhosa em cena, conseguindo imprimir em sua personagem doses exatas de sensibilidade, humanidade e crueldade psicológica).
Na realidade o texto tem um tema central: A extrema dificuldade que certas pessoas possuem em lidar com o fim da juventude e de encarar os fracassos pessoais de uma velhice em depressão. Alexandra Del Lago (Page) retrata muito bem isso. Uma antiga diva do cinema que vê seu mundo desmoronar após perder o encanto e a jovialidade. Seus filmes fazem parte do passado, praticamente ninguém a conhece mais. A fama que um dia a glorificou está definitivamente em um passado distante. Já Chance (Newman) é muito mais interessante. Correndo atrás de um sonho que jamais se realizará, ele vê seus anos (e sua juventude) passarem em branco, sem conseguir tornar realidade os objetivos que ele próprio determinou a si mesmo. Em certo aspecto é também um derrotado em sua vida profissional e pessoal. O texto é um dos melhores de Williams, embora não seja tão pesado como o que vimos em outras obras dele como "Gata em Teto de Zinco Quente". Além disso "O Doce Pássaro da Juventude" tem mais clima de cinema, deixando o aspecto teatral da obra original em segundo plano. Enfim, gostei muito e recomendo bastante. É uma verdadeira obra prima do cinema americano clássico.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 25 de julho de 2018
Quo Vadis
Título no Brasil: Quo Vadis
Título Original: Quo Vadis
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Mervyn LeRoy
Roteiro: John Lee Mahin, S.N. Behrman
Elenco: Robert Taylor, Deborah Kerr, Peter Ustinov, Leo Genn
Sinopse:
Durante o governo do sanguinário e louco imperador romano Nero uma nova doutrina religiosa chamada Cristianismo avança entre a sociedade de Roma. Pregada por pessoas como o apóstolo Pedro e seus seguidores, a nova religião trazia uma mensagem de esperança, fé e amor ao próximo. Logo a nova crença em um Messias da Judeia chamado Jesus se torna um problema para o império e seus deuses pagãos, dando origem a uma série de perseguições violentas. Épico histórico baseado em fatos reais ocorridos nos primeiros anos do cristianismo em Roma.
Comentários:
Filme indicado a oito prêmios Oscar, incluindo melhor filme, ator (Peter Ustinov), fotografia, edição e música (a cargo do grande compositor Miklós Rózsa). Não restam dúvidas que é uma obra prima de Hollywood. Fazia bastante tempo que havia assistido "Quo Vadis" pela última vez, por isso resolvi rever essa grande produção épica dos estúdios Metro. Realmente o filme continua muito bom. Ele é um precursor dos vários filmes que seriam produzidos sobre a Roma imperial nos anos seguintes. Tem uma produção muito bonita e rica. Naquela época não havia como fazer nada por computador, então nas grandes cenas se utilizavam realmente de centenas de milhares de figurantes, dando um tom de grandiosidade a tudo que se via na tela. De fato tudo é impressionante, inclusive sua duração: mais de duas horas e quarenta minutos de metragem! É um épico típico de Hollywood naquela época. Tudo soa superlativo, inclusive a trilha sonora que é completamente suntuosa. Os personagens desfilam em cena com toda a pompa e a circunstância devidas.
Muito do que se vê na tela é pura ficção, embora haja também grandes trechos adaptados do novo testamento em sua parte chamada "Atos dos Apóstolos", ou seja, o filme se passa nos anos imediatamente posteriores à morte de Jesus Cristo, justamente quando seus seguidores se espalharam pelo mundo afora divulgando a boa nova (o Evangelho). Em termos gerais um dos grande atrativos em "Quo Vadis" vem da presença de um elenco muito bom, acima da média. Robert Taylor e Deborah Kerr estão bem, embora seus personagens não fujam muito do lugar comum. Quem brilha realmente é Peter Ustinov como Nero. Fazendo um imperador mimado, abobalhado, tirano, sanguinário e com ares de grandeza artística, Ustinov marcou para sempre o personagem, tanto que todos os atores que depois interpretaram o imperador louco de Roma foram pelo mesmo caminho desenvolvido por ele. Outro destaque vem da inspirada atuação do ator Finlay Currie como Pedro, o apóstolo pescador, dando toda a dignidade que o papel merece. Em conclusão é um grande épico da história do cinema americano, sempre lembrado, o que é justo haja visto sua excelente qualidade. "Quo Vadis" realmente merece ser descoberto (e redescoberto) sempre que possível, principalmente para quem gosta de épicos clássicos. Imperdível.
Pablo Aluísio.
Título Original: Quo Vadis
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Mervyn LeRoy
Roteiro: John Lee Mahin, S.N. Behrman
Elenco: Robert Taylor, Deborah Kerr, Peter Ustinov, Leo Genn
Sinopse:
Durante o governo do sanguinário e louco imperador romano Nero uma nova doutrina religiosa chamada Cristianismo avança entre a sociedade de Roma. Pregada por pessoas como o apóstolo Pedro e seus seguidores, a nova religião trazia uma mensagem de esperança, fé e amor ao próximo. Logo a nova crença em um Messias da Judeia chamado Jesus se torna um problema para o império e seus deuses pagãos, dando origem a uma série de perseguições violentas. Épico histórico baseado em fatos reais ocorridos nos primeiros anos do cristianismo em Roma.
Comentários:
Filme indicado a oito prêmios Oscar, incluindo melhor filme, ator (Peter Ustinov), fotografia, edição e música (a cargo do grande compositor Miklós Rózsa). Não restam dúvidas que é uma obra prima de Hollywood. Fazia bastante tempo que havia assistido "Quo Vadis" pela última vez, por isso resolvi rever essa grande produção épica dos estúdios Metro. Realmente o filme continua muito bom. Ele é um precursor dos vários filmes que seriam produzidos sobre a Roma imperial nos anos seguintes. Tem uma produção muito bonita e rica. Naquela época não havia como fazer nada por computador, então nas grandes cenas se utilizavam realmente de centenas de milhares de figurantes, dando um tom de grandiosidade a tudo que se via na tela. De fato tudo é impressionante, inclusive sua duração: mais de duas horas e quarenta minutos de metragem! É um épico típico de Hollywood naquela época. Tudo soa superlativo, inclusive a trilha sonora que é completamente suntuosa. Os personagens desfilam em cena com toda a pompa e a circunstância devidas.
Muito do que se vê na tela é pura ficção, embora haja também grandes trechos adaptados do novo testamento em sua parte chamada "Atos dos Apóstolos", ou seja, o filme se passa nos anos imediatamente posteriores à morte de Jesus Cristo, justamente quando seus seguidores se espalharam pelo mundo afora divulgando a boa nova (o Evangelho). Em termos gerais um dos grande atrativos em "Quo Vadis" vem da presença de um elenco muito bom, acima da média. Robert Taylor e Deborah Kerr estão bem, embora seus personagens não fujam muito do lugar comum. Quem brilha realmente é Peter Ustinov como Nero. Fazendo um imperador mimado, abobalhado, tirano, sanguinário e com ares de grandeza artística, Ustinov marcou para sempre o personagem, tanto que todos os atores que depois interpretaram o imperador louco de Roma foram pelo mesmo caminho desenvolvido por ele. Outro destaque vem da inspirada atuação do ator Finlay Currie como Pedro, o apóstolo pescador, dando toda a dignidade que o papel merece. Em conclusão é um grande épico da história do cinema americano, sempre lembrado, o que é justo haja visto sua excelente qualidade. "Quo Vadis" realmente merece ser descoberto (e redescoberto) sempre que possível, principalmente para quem gosta de épicos clássicos. Imperdível.
Pablo Aluísio.
A Águia Solitária
Título no Brasil: A Águia Solitária
Título Original: The Spirit of St. Louis
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Billy Wilder
Roteiro: Billy Wilder
Elenco: James Stewart, Murray Hamilton, Patricia Smith, Marc Connelly, Arthur Space, Charles Watts
Sinopse:
O ano é 1927. O piloto Charles Lindeberg (James Stewart) começa os preparativos de uma aventura ousada, inédita na história até aquele momento. Ele tentará pela primeira vez atravessar sozinho em seu avião "Spirit of St. Louis" o Oceano Atlântico, saindo de Nova Iorque com destino até a capital francesa, Paris. Não será algo fácil de realizar, mas Lindeberg se mostra confiante para atingir seus objetivos. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais (Louis Lichtenfield).
Comentários:
O filme enfoca a travessia do Oceano Atlântico por Charles Lindberg em 1927. Para quem andou esquecendo as aulas de história esse foi um evento histórico. O piloto virou automaticamente herói americano por sua proeza, sendo recebido por incríveis quatro milhões de pessoas quando retornou a Nova Iorque após o êxito de sua famosa aventura! Claro que um filme onde todos sabem como será o final perde um pouco seu atrativo, mas isso é o de menos. O importante é acompanhar como o piloto executou a incrível missão, os desafios que enfrentou e os perigos de se voar em um avião como aqueles em direção à distante Europa. Por seu feito ele foi consagrado, virando uma espécie de símbolo do próprio espírito americano! Em vista de todo esse clima, digamos, ufanista, não é de se admirar que o filme adote uma postura de reverência com o personagem principal. Para interpretar uma pessoa com toda essa reputação nada mais natural que chamar James Stewart, que naquele momento de sua carreira estava totalmente consagrado, não apenas por seus filmes ao lado de Frank Capra, mas também por uma invejável lista de sucessos que vinha colecionando. Ele personificava também o homem comum, símbolo do sentimento patriota daqueles anos. Por essa razão interpretar heróis ou virtuosos era bem adequado a ele naquele momento de sua carreira!
O roteiro pode ser chamado de burocrático, pois não toma nenhuma grande liberdade com o fato histórico. Vamos acompanhando a travessia e como o filme não poderia se concentrar apenas no que acontecia dentro da pequenina cabine do Spirit St Louis durante duas horas de duração, os roteiristas resolveram intercalar momentos em flashback da vida de Lindberg enquanto ele vai atravessando o oceano. Funciona muito bem uma vez que evita que o espectador fique entediado. O diretor aqui é o consagrado Billy Wilder, famoso por sua fina ironia e cinismo que usava em seus filmes. Porém aqui em "Águia Solitária" nada disso voltou a acontecer. Claro que ele coloca pequenos momentos de humor aqui ou acolá, mas em relação a Lindberg ele não arrisca e adota uma postura de respeito para com seu protagonista. Interessante é que anos depois a figura desse "herói" seria seriamente arranhada pois alguns historiadores afirmariam que ele tinha uma simpatia nada disfarçada pelo regime nazista! Claro que nada disso é mostrado no filme, pois foi algo que só veio a público muitos anos depois, mas mesmo que não fosse o caso duvido muito que alguém fosse mexer em um vespeiro desses na época da realização do filme. Enfim, apesar dos pesares, da longa duração, do ufanismo e da falta de leveza, "Águia Solitária" é um bom entretenimento - e serve também como aula de história.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Spirit of St. Louis
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Billy Wilder
Roteiro: Billy Wilder
Elenco: James Stewart, Murray Hamilton, Patricia Smith, Marc Connelly, Arthur Space, Charles Watts
Sinopse:
O ano é 1927. O piloto Charles Lindeberg (James Stewart) começa os preparativos de uma aventura ousada, inédita na história até aquele momento. Ele tentará pela primeira vez atravessar sozinho em seu avião "Spirit of St. Louis" o Oceano Atlântico, saindo de Nova Iorque com destino até a capital francesa, Paris. Não será algo fácil de realizar, mas Lindeberg se mostra confiante para atingir seus objetivos. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais (Louis Lichtenfield).
Comentários:
O filme enfoca a travessia do Oceano Atlântico por Charles Lindberg em 1927. Para quem andou esquecendo as aulas de história esse foi um evento histórico. O piloto virou automaticamente herói americano por sua proeza, sendo recebido por incríveis quatro milhões de pessoas quando retornou a Nova Iorque após o êxito de sua famosa aventura! Claro que um filme onde todos sabem como será o final perde um pouco seu atrativo, mas isso é o de menos. O importante é acompanhar como o piloto executou a incrível missão, os desafios que enfrentou e os perigos de se voar em um avião como aqueles em direção à distante Europa. Por seu feito ele foi consagrado, virando uma espécie de símbolo do próprio espírito americano! Em vista de todo esse clima, digamos, ufanista, não é de se admirar que o filme adote uma postura de reverência com o personagem principal. Para interpretar uma pessoa com toda essa reputação nada mais natural que chamar James Stewart, que naquele momento de sua carreira estava totalmente consagrado, não apenas por seus filmes ao lado de Frank Capra, mas também por uma invejável lista de sucessos que vinha colecionando. Ele personificava também o homem comum, símbolo do sentimento patriota daqueles anos. Por essa razão interpretar heróis ou virtuosos era bem adequado a ele naquele momento de sua carreira!
O roteiro pode ser chamado de burocrático, pois não toma nenhuma grande liberdade com o fato histórico. Vamos acompanhando a travessia e como o filme não poderia se concentrar apenas no que acontecia dentro da pequenina cabine do Spirit St Louis durante duas horas de duração, os roteiristas resolveram intercalar momentos em flashback da vida de Lindberg enquanto ele vai atravessando o oceano. Funciona muito bem uma vez que evita que o espectador fique entediado. O diretor aqui é o consagrado Billy Wilder, famoso por sua fina ironia e cinismo que usava em seus filmes. Porém aqui em "Águia Solitária" nada disso voltou a acontecer. Claro que ele coloca pequenos momentos de humor aqui ou acolá, mas em relação a Lindberg ele não arrisca e adota uma postura de respeito para com seu protagonista. Interessante é que anos depois a figura desse "herói" seria seriamente arranhada pois alguns historiadores afirmariam que ele tinha uma simpatia nada disfarçada pelo regime nazista! Claro que nada disso é mostrado no filme, pois foi algo que só veio a público muitos anos depois, mas mesmo que não fosse o caso duvido muito que alguém fosse mexer em um vespeiro desses na época da realização do filme. Enfim, apesar dos pesares, da longa duração, do ufanismo e da falta de leveza, "Águia Solitária" é um bom entretenimento - e serve também como aula de história.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 24 de julho de 2018
Os Corruptos
Título no Brasil: Os Corruptos
Título Original: The Big Heat
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Fritz Lang
Roteiro: Sydney Boehm, William P. McGivern
Elenco: Glenn Ford, Gloria Grahame, Jocelyn Brando
Sinopse:
O sargento e inspetor Dave Bannion (Glenn Ford) não mede esforços e nem procura apresentar muitos escrúpulos pessoais e profissionais no que diz respeito ao combate contra a criminalidade. Agora ele está no rastro de uma rede de corrupção envolvendo policiais e gangsters que mantém vários membros da corporação em sua "folha de pagamento". Em pouco tempo ele compreenderá que está dentro de um jogo sujo e sórdido, onde não existe espaço para os grandes valores como a honestidade.
Comentários:
Film-Noir que conta com algumas curiosidades interessantes. Primeiro foi dirigido pelo mestre no gênero, o austríaco radicado nos Estados Unidos, Friedrich Christian Anton Lang (1890 - 1976), ou como ficou conhecido Fritz Lang. O roteiro, como sempre acontecia nesse tipo de produção, procura explorar a essência cruel e sórdida dos seres humanos em geral. Olhando sob um ponto de vista detalhista não existem mocinhos ou bandidos em cena, apenas personagens que se equilibram entre boas e más ações de acordo com suas conveniências pessoais. É curioso também chamar a atenção para o fato que o Noir começava também a apresentar alguns sinais de desgaste, afinal seu auge havia se dado na década anterior. Já nos anos 1950 o público, encantado pelo cinema colorido, já não estava mais tão disposto a assistir filmes com fotografia em preto e branco, onde personagens obscuros desfilavam maldade em cada fotograma, escondidos em sombras e neblinas. O pessimismo e a crueldade inerentes ao homem estavam sendo substituídos por um colorido berrante, em filmes onde os bons era intrinsecamente bonzinhos e o maus eram vilões absolutos. Um retrocesso artístico, certamente. A era do cinza estava chegando ao fim. Assim "The Big Heat" foi um dos últimos exemplares de uma das páginas mais criativas e importantes da história de Hollywood.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Big Heat
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Fritz Lang
Roteiro: Sydney Boehm, William P. McGivern
Elenco: Glenn Ford, Gloria Grahame, Jocelyn Brando
Sinopse:
O sargento e inspetor Dave Bannion (Glenn Ford) não mede esforços e nem procura apresentar muitos escrúpulos pessoais e profissionais no que diz respeito ao combate contra a criminalidade. Agora ele está no rastro de uma rede de corrupção envolvendo policiais e gangsters que mantém vários membros da corporação em sua "folha de pagamento". Em pouco tempo ele compreenderá que está dentro de um jogo sujo e sórdido, onde não existe espaço para os grandes valores como a honestidade.
Comentários:
Film-Noir que conta com algumas curiosidades interessantes. Primeiro foi dirigido pelo mestre no gênero, o austríaco radicado nos Estados Unidos, Friedrich Christian Anton Lang (1890 - 1976), ou como ficou conhecido Fritz Lang. O roteiro, como sempre acontecia nesse tipo de produção, procura explorar a essência cruel e sórdida dos seres humanos em geral. Olhando sob um ponto de vista detalhista não existem mocinhos ou bandidos em cena, apenas personagens que se equilibram entre boas e más ações de acordo com suas conveniências pessoais. É curioso também chamar a atenção para o fato que o Noir começava também a apresentar alguns sinais de desgaste, afinal seu auge havia se dado na década anterior. Já nos anos 1950 o público, encantado pelo cinema colorido, já não estava mais tão disposto a assistir filmes com fotografia em preto e branco, onde personagens obscuros desfilavam maldade em cada fotograma, escondidos em sombras e neblinas. O pessimismo e a crueldade inerentes ao homem estavam sendo substituídos por um colorido berrante, em filmes onde os bons era intrinsecamente bonzinhos e o maus eram vilões absolutos. Um retrocesso artístico, certamente. A era do cinza estava chegando ao fim. Assim "The Big Heat" foi um dos últimos exemplares de uma das páginas mais criativas e importantes da história de Hollywood.
Pablo Aluísio.
Agonia e Êxtase
Título no Brasil: Agonia e Êxtase
Título Original: The Agony and the Ecstasy
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Carol Reed
Roteiro: Philip Dunne, Irving Stone
Elenco: Charlton Heston, Rex Harrison, Diane Cilento, Harry Andrews, Alberto Lupo, Venantino Venantini
Sinopse:
Durante o período da renascença, o Papa Julio II contrata o renomado artista, pintor e escultor Michelangelo (Charlton Heston) para pintar e ornamentar a capela Sistina no Vaticano. O choque de personalidades logo se instala entre ambos. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (Leon Shamroy), Melhor Direção de Arte (John DeCuir, Jack Martin Smith), Melhor Figurino (Vittorio Nino Novarese), Melhor Som (James Corcoran) e Melhor Música (Alex North). Indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Charlton Heston) e Melhor Roteiro (Philip Dunne, Irving Stone).
Comentários:
A história é das mais interessantes. O Papa Julio II contrata Michelangelo (Charlton Heston) para pintar e ornamentar a capela Sistina no Vaticano. Como se pode perceber são duas personalidades bem diferentes e obviamente com o tempo se instala um verdadeiro conflito pessoal entre eles. Esse filme é excelente, Mostra a história real entre o artista Michelangelo e o Papa Julio II. O curioso é que ambos eram turrões e brigões e por isso estavam sempre brigando sobre a capela Sistina. Existem diálogos fabulosos aqui, principalmente uma das cenas finais quando Julio e Michelangelo discutem a natureza do homem perante a famosa cena que mostra Deus e Adão fazendo o pacto durante o Gênesis. O filme é pontuado de cenas de extrema beleza, principalmente aquela em que Michelangelo visualiza sua pintura em nuvens que vê acima de uma montanha. Eu adoro arte renascentista e história, então o filme foi feito para pessoas que também tem gostos semelhantes ao meu. Apesar disso, acredito que quem gosta de filmes com roteiros históricos que capricham em diálogos inspirados irá igualmente apreciar. Julio II era um papa diferente, fazia guerras, ia pessoalmente nas batalhas e tinha três fihas. Era rabugento e gostava de uma boa discussão. Michelangelo era egocêntrico, arrogante e muito cioso de sua arte. Um filme que mostrasse personalidades tão ricas só poderia resultar mesmo em um filme tão bom quanto esse. Para cinéfilos que queiram aprender mais sobre a história da arte o filme é obrigatório. Cinema de primeira linha.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Agony and the Ecstasy
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Carol Reed
Roteiro: Philip Dunne, Irving Stone
Elenco: Charlton Heston, Rex Harrison, Diane Cilento, Harry Andrews, Alberto Lupo, Venantino Venantini
Sinopse:
Durante o período da renascença, o Papa Julio II contrata o renomado artista, pintor e escultor Michelangelo (Charlton Heston) para pintar e ornamentar a capela Sistina no Vaticano. O choque de personalidades logo se instala entre ambos. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (Leon Shamroy), Melhor Direção de Arte (John DeCuir, Jack Martin Smith), Melhor Figurino (Vittorio Nino Novarese), Melhor Som (James Corcoran) e Melhor Música (Alex North). Indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Charlton Heston) e Melhor Roteiro (Philip Dunne, Irving Stone).
Comentários:
A história é das mais interessantes. O Papa Julio II contrata Michelangelo (Charlton Heston) para pintar e ornamentar a capela Sistina no Vaticano. Como se pode perceber são duas personalidades bem diferentes e obviamente com o tempo se instala um verdadeiro conflito pessoal entre eles. Esse filme é excelente, Mostra a história real entre o artista Michelangelo e o Papa Julio II. O curioso é que ambos eram turrões e brigões e por isso estavam sempre brigando sobre a capela Sistina. Existem diálogos fabulosos aqui, principalmente uma das cenas finais quando Julio e Michelangelo discutem a natureza do homem perante a famosa cena que mostra Deus e Adão fazendo o pacto durante o Gênesis. O filme é pontuado de cenas de extrema beleza, principalmente aquela em que Michelangelo visualiza sua pintura em nuvens que vê acima de uma montanha. Eu adoro arte renascentista e história, então o filme foi feito para pessoas que também tem gostos semelhantes ao meu. Apesar disso, acredito que quem gosta de filmes com roteiros históricos que capricham em diálogos inspirados irá igualmente apreciar. Julio II era um papa diferente, fazia guerras, ia pessoalmente nas batalhas e tinha três fihas. Era rabugento e gostava de uma boa discussão. Michelangelo era egocêntrico, arrogante e muito cioso de sua arte. Um filme que mostrasse personalidades tão ricas só poderia resultar mesmo em um filme tão bom quanto esse. Para cinéfilos que queiram aprender mais sobre a história da arte o filme é obrigatório. Cinema de primeira linha.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 23 de julho de 2018
A Primavera de uma Solteirona
Título no Brasil: A Primavera de uma Solteirona
Título Original: The Prime of Miss Jean Brodie
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Twentieth Century-Fox
Direção: Ronald Neame
Roteiro: Muriel Spark, Jay Presson Allen
Elenco: Maggie Smith, Gordon Jackson, Robert Stephens
Sinopse:
Em Edimburgo, na fria e distante Escócia, em plenos anos 1930, uma nova professora, a senhorita Jean Brodie (Maggie Smith), escandaliza a tradicional sociedade local ao adotar métodos de ensino fora dos padrões da conservadora escola para moças na qual leciona. Filme vencedor do Oscar de Melhor Atriz para Maggie Smith. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Canção Original ("Jean" de Rod McKuen).
Comentários:
Esse filme é simplesmente obrigatório para quem acompanha atualmente a grande atriz Maggie Smith como a condessa Violet Crawley na série de enorme sucesso "Downton Abbey". Foi com esse papel, a de uma professora apaixonada por seu trabalho que começa a trazer inovações para o sistema educacional de seu tempo, que ela venceu o tão cobiçado prêmio da Academia. Não foi por acaso, pois Maggie de certa maneira é muito maior do que o próprio filme em si. O tema obviamente daria margens a muitas discussões e nuances interessantes, mas o diretor Ronald Neame não ousou ir muito além. Dessa forma "The Prime of Miss Jean Brodie" apesar de ser um excelente filme sobre educação não conseguiu se tornar uma obra prima da sétima arte. Mesmo assim o talento maravilhoso de Maggie Smith compensa qualquer eventual problema que o filme venha a apresentar. Curioso salientar ainda que a produção foi muito lembrada na ocasião de lançamento de outro filme famoso sobre um mestre que também inovava em sua forma de ensinar, "Sociedade dos Poetas Mortos". Muitos críticos ingleses inclusive chamaram a atenção para a semelhança entre as duas obras. Assim se você for fã do famoso filme com Robin Williams, não deixe de conferir também essa pequena jóia do cinema clássico dos anos 1960.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Prime of Miss Jean Brodie
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Twentieth Century-Fox
Direção: Ronald Neame
Roteiro: Muriel Spark, Jay Presson Allen
Elenco: Maggie Smith, Gordon Jackson, Robert Stephens
Sinopse:
Em Edimburgo, na fria e distante Escócia, em plenos anos 1930, uma nova professora, a senhorita Jean Brodie (Maggie Smith), escandaliza a tradicional sociedade local ao adotar métodos de ensino fora dos padrões da conservadora escola para moças na qual leciona. Filme vencedor do Oscar de Melhor Atriz para Maggie Smith. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Canção Original ("Jean" de Rod McKuen).
Comentários:
Esse filme é simplesmente obrigatório para quem acompanha atualmente a grande atriz Maggie Smith como a condessa Violet Crawley na série de enorme sucesso "Downton Abbey". Foi com esse papel, a de uma professora apaixonada por seu trabalho que começa a trazer inovações para o sistema educacional de seu tempo, que ela venceu o tão cobiçado prêmio da Academia. Não foi por acaso, pois Maggie de certa maneira é muito maior do que o próprio filme em si. O tema obviamente daria margens a muitas discussões e nuances interessantes, mas o diretor Ronald Neame não ousou ir muito além. Dessa forma "The Prime of Miss Jean Brodie" apesar de ser um excelente filme sobre educação não conseguiu se tornar uma obra prima da sétima arte. Mesmo assim o talento maravilhoso de Maggie Smith compensa qualquer eventual problema que o filme venha a apresentar. Curioso salientar ainda que a produção foi muito lembrada na ocasião de lançamento de outro filme famoso sobre um mestre que também inovava em sua forma de ensinar, "Sociedade dos Poetas Mortos". Muitos críticos ingleses inclusive chamaram a atenção para a semelhança entre as duas obras. Assim se você for fã do famoso filme com Robin Williams, não deixe de conferir também essa pequena jóia do cinema clássico dos anos 1960.
Pablo Aluísio.
Prisioneiro do Passado
Título no Brasil: Prisioneiro do Passado
Título Original: Dark Passage
Ano de Produção: 1947
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Delmer Daves
Roteiro: Delmer Daves, David Goodis
Elenco: Humphrey Bogart, Lauren Bacall, Bruce Bennett, Agnes Moorehead, Douglas Kennedy, Houseley Stevenson
Sinopse:
Vincent Parry (Humphrey Bogart) é um prisioneiro que consegue fugir da prisão. Depois de despistar os policiais ele chega em San Francisco, onde passa a contar com a ajuda de Irene Jansen (Lauren Bacall) que acredita em sua inocência. Só que para nunca mais voltar para a cadeia ele vai precisar mudar seu rosto, para que não seja mais reconhecido pelos policiais que o estão procurando.
Comentários:
Muito bom esse clássico dos anos 40. A primeira coisa que você vai perceber de inovador é que o diretor Delmer Daves resolveu levar até as últimas consequências a chamada visão subjetiva. Durante os 60 minutos iniciais do filme o espectador passa a ter o ponto de vista do personagem de Bogart, como se a câmera fosse seus olhos. Um efeito extremamente revolucionário para a época. Depois que Vincent, o fugitivo, resolve mudar de rosto com um cirurgião plástico clandestino, finalmente vemos a face de Humphrey Bogart na tela. Até então ele era apenas uma voz, ora falando em off, em seus pensamentos, ora interagindo com os demais personagens da trama, mas sempre numa visão subjetiva. O roteiro tem três atos bem nítidos: a fuga, a mudança de identidade e finalmente a busca pela redenção, quando Bogart tenta descobrir quem teria assassinado sua esposa, no crime que o levou injustamente para a prisão. Apesar de haver alguns elementos de cinema noir, o diretor Delmer Daves não optou pelas sombras, pela escuridão, para contar sua história. Ao contrário disso, grande parte do enredo se passa em uma San Francisco ensolarada, com várias reviravoltas que servem ainda mais para manter o interesse. Enfim, um filme realmente marcante da carreira do casal Humphrey Bogart e Lauren Bacall, que foram bem ousados em abraçar um projeto como esse, com uma narrativa tão fora dos padrões do cinema americano.
Pablo Aluísio.
Título Original: Dark Passage
Ano de Produção: 1947
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Delmer Daves
Roteiro: Delmer Daves, David Goodis
Elenco: Humphrey Bogart, Lauren Bacall, Bruce Bennett, Agnes Moorehead, Douglas Kennedy, Houseley Stevenson
Sinopse:
Vincent Parry (Humphrey Bogart) é um prisioneiro que consegue fugir da prisão. Depois de despistar os policiais ele chega em San Francisco, onde passa a contar com a ajuda de Irene Jansen (Lauren Bacall) que acredita em sua inocência. Só que para nunca mais voltar para a cadeia ele vai precisar mudar seu rosto, para que não seja mais reconhecido pelos policiais que o estão procurando.
Comentários:
Muito bom esse clássico dos anos 40. A primeira coisa que você vai perceber de inovador é que o diretor Delmer Daves resolveu levar até as últimas consequências a chamada visão subjetiva. Durante os 60 minutos iniciais do filme o espectador passa a ter o ponto de vista do personagem de Bogart, como se a câmera fosse seus olhos. Um efeito extremamente revolucionário para a época. Depois que Vincent, o fugitivo, resolve mudar de rosto com um cirurgião plástico clandestino, finalmente vemos a face de Humphrey Bogart na tela. Até então ele era apenas uma voz, ora falando em off, em seus pensamentos, ora interagindo com os demais personagens da trama, mas sempre numa visão subjetiva. O roteiro tem três atos bem nítidos: a fuga, a mudança de identidade e finalmente a busca pela redenção, quando Bogart tenta descobrir quem teria assassinado sua esposa, no crime que o levou injustamente para a prisão. Apesar de haver alguns elementos de cinema noir, o diretor Delmer Daves não optou pelas sombras, pela escuridão, para contar sua história. Ao contrário disso, grande parte do enredo se passa em uma San Francisco ensolarada, com várias reviravoltas que servem ainda mais para manter o interesse. Enfim, um filme realmente marcante da carreira do casal Humphrey Bogart e Lauren Bacall, que foram bem ousados em abraçar um projeto como esse, com uma narrativa tão fora dos padrões do cinema americano.
Pablo Aluísio.
domingo, 22 de julho de 2018
Jane Eyre
Título no Brasil: Jane Eyre
Título Original: Jane Eyre
Ano de Produção: 1943
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Robert Stevenson
Roteiro: Aldous Huxley
Elenco: Orson Welles, Joan Fontaine, Margaret O'Brien, Elizabeth Taylor
Sinopse:
Depois de uma infância dura, a órfã Jane Eyre é contratada por Edward Rochester, o dono e senhor de uma mansão misteriosa, para cuidar de sua filha. Não demora muito e ela logo se sente atraída pelo inteligente, vibrante e energético Mr. Rochester, um homem com o dobro de sua idade.
Comentários:
Mais uma bela versão para o clássico livro "Jane Eyre" de autoria da escritora inglesa Charlotte Brontë (1816 - 1855) que publicou seu romance pela primeira vez em 1847. Nesse filme temos algumas coisas relevantes para os amantes da sétima arte. A primeira delas é o fato de termos um elenco realmente excepcional, em especial o grande diretor Orson Welles no papel de Edward Rochester. Sua voz de trovão e maravilhosa presença cênica já vale o filme inteiro. Some-se a isso a bela atuação de Joan Fontaine como Jane Eyre e você terá seguramente um dos melhores elencos já reunidos para essa adaptação. Como brinde o cinéfilo ainda será presenteado pela atuação da pequena Elizabeth Taylor como Helen Burns. A atriz tinha apenas 11 anos quando realizou o filme, mas já mostrava todo seu talento em cena, não se intimidando com os monstros da sétima arte que contracenavam com ela. Algumas pessoas realmente já nascem como estrelas, independente da idade, que o diga a pequena Liz nesse "Jane Eyre".
Pablo Aluísio.
Título Original: Jane Eyre
Ano de Produção: 1943
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Robert Stevenson
Roteiro: Aldous Huxley
Elenco: Orson Welles, Joan Fontaine, Margaret O'Brien, Elizabeth Taylor
Sinopse:
Depois de uma infância dura, a órfã Jane Eyre é contratada por Edward Rochester, o dono e senhor de uma mansão misteriosa, para cuidar de sua filha. Não demora muito e ela logo se sente atraída pelo inteligente, vibrante e energético Mr. Rochester, um homem com o dobro de sua idade.
Comentários:
Mais uma bela versão para o clássico livro "Jane Eyre" de autoria da escritora inglesa Charlotte Brontë (1816 - 1855) que publicou seu romance pela primeira vez em 1847. Nesse filme temos algumas coisas relevantes para os amantes da sétima arte. A primeira delas é o fato de termos um elenco realmente excepcional, em especial o grande diretor Orson Welles no papel de Edward Rochester. Sua voz de trovão e maravilhosa presença cênica já vale o filme inteiro. Some-se a isso a bela atuação de Joan Fontaine como Jane Eyre e você terá seguramente um dos melhores elencos já reunidos para essa adaptação. Como brinde o cinéfilo ainda será presenteado pela atuação da pequena Elizabeth Taylor como Helen Burns. A atriz tinha apenas 11 anos quando realizou o filme, mas já mostrava todo seu talento em cena, não se intimidando com os monstros da sétima arte que contracenavam com ela. Algumas pessoas realmente já nascem como estrelas, independente da idade, que o diga a pequena Liz nesse "Jane Eyre".
Pablo Aluísio.
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