Em determinado momento do evangelho segundo Mateus 18:22, o apóstolo Pedro pergunta a Jesus sobre o perdão. Quantas vezes deveria se perdoar ao próximo? Sete vezes? Jesus respondeu: "Não digo que se deve perdoar sete vezes, mas sim setenta vezes sete!". Essa expressão "setenta vezes sete" significava no tempo de Jesus o mesmo que "sempre!", ou seja, deve-se perdoar sempre ao próximo, sem limites!
Ao longo da vida certamente alguém nos ofenderá, nos trairá, nos magoará. Faz parte da natureza humana. O que propõe Jesus é que o cristão perdoe sempre. Claro que a ofensa, a traição e a deslealdade não ficaram em vão. Aqueles que cometem esses tipos de atitudes responderão perante Deus, porém apenas a Deus. Não cabe ao homem a vingança, a justiça pelas próprias mãos e o justiçamento. A Deus cabe a punição, ao homem só caberá o perdão, porque a mágoa, a raiva, a ira e os sentimentos negativos apodrecem a alma do homem.
A expressão "setenta vezes sete" usada por Jesus nessa parte do evangelho pode ser encontrado em outras partes da Bíblia, principalmente no velho testamento. Em Gênesis 4:24 lemos o seguinte trecho: "Porque sete vezes Caim será castigado; mas Lameque setenta vezes sete." Em outras palavras, certamente Caim pagará por seu pecado, mas Lameque será castigado pela eternidade por aquilo que fez.
Assim Jesus segue os ensinamentos dos antigos profetas. Salmos já deixava claro que a Deus cabe a justiça, não ao homem. "O Senhor faz justiça e juízo a todos os oprimidos." Em Romanos 12:19 temos a essência de tudo o que foi escrito: "Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor." A vingança, a justiça divina pertencem a Deus. Não cabe ao homem se colocar no lugar de Deus, pois ao fazer isso estará infringindo as leis divinas. Cabe ao homem apenas perdoar e entregar a Deus tudo o que de mal lhe foi feito. A justiça de Deus não falhará jamais!
Pablo Aluísio.
domingo, 19 de junho de 2011
sábado, 18 de junho de 2011
Papa Pio IV
Com a morte do Papa Paulo IV começou a disputa pelo trono do Papa em Roma. Quatro grandes potências disputavam entre si para fazer o novo sucessor de Pedro. França, Portugal, Espanha e cidades italianas brigavam para apoiar o seu nome preferido nessa sucessão. O nome escolhido foi uma maneira de amenizar todas essas disputas. Depois de alguns anos o Papa voltou a ser um membro da família Medici. Giovanni Angelo Medici foi o escolhido e subiu ao trono em 1559. Ele adotou o título de Pio IV e começou a enfrentar os diversos problemas que atingiam a Igreja Católica naquele período.
Um deles era o velho problema do protestantismo, algo que quebrou a unidade do cristianismo na Europa. Inúmeras igrejas protestantes foram fundadas, criando tensões e conflitos em países do norte como Suécia, Holanda, Bélgica e Dinamarca. Algumas dessas guerras religiosas envolviam não apenas católicos contra protestantes, mas até mesmo entre seguidores de Lutero e outras vertentes dentro do próprio movimento dissidente. De repente a Europa não tinha apenas uma visão da doutrina cristã, mas dezenas, centenas delas, todas diferentes entre si.
O Papa Pio IV culpou esse estado de coisas à publicação de diversos livros que propagavam visões distorcidas da sociedade, do mundo e do próprio Deus. Assim ele mandou elaborar uma lista de livros hereges e mandou que todos os exemplares em circulação dessas obras fossem queimados em praça pública. O novo Index, ou índice de livros proibidos, baniu diversas publicações consideradas ofensivas ao verdadeiro pensamento do bom e fiel seguidor cristão. Curiosamente, em segredo, o Papa ordenou que pelo menos algumas cópias de cada livro proibido fossem preservadas dentro da biblioteca do Vaticano. A intenção não era erradicar completamente os livros proibidos, mas sim tirá-los das mãos de pessoas que poderiam se tornar subversivas ou perigosas. A criação literária em si deveria ser preservada.
Outro ponto de destaque de seu pontificado foi a conclusão do conturbado Concílio de Trento. Pio IV considerou bons os resultados, encerrando um árduo trabalho teológico dentro da Igreja. Em termos de diplomacia internacional Pio IV continuou a enfrentar problemas com a Inglaterra. Desde o rompimento com o rei Henrique VIII os conflitos continuavam. Londres e Roma não conseguiam chegar a uma saída diplomática para a crise. Depois de tentar uma aproximação com a filha de Henrique, Elizabeth I, o Papa resolveu romper relações de vez. Isso se deu em decorrência de um ofensa da Rainha ao Papa. Depois de tomar conhecimento dela o Papa então decidiu excomungá-la. O último ato do Papa foi a revogação e a proibição da simonia dentro da Igreja. A compra de perdão pelos pecados foi considerado uma indignidade para o pensamento cristão. Em 1565 o Papa foi encontrado morto em seus aposentos. Ele não era tão velho como seus antecessores, mas não gozava de muita saúde. Ele faleceu aos 66 anos de idade, após cinco anos como Papa.
Pablo Aluísio.
Um deles era o velho problema do protestantismo, algo que quebrou a unidade do cristianismo na Europa. Inúmeras igrejas protestantes foram fundadas, criando tensões e conflitos em países do norte como Suécia, Holanda, Bélgica e Dinamarca. Algumas dessas guerras religiosas envolviam não apenas católicos contra protestantes, mas até mesmo entre seguidores de Lutero e outras vertentes dentro do próprio movimento dissidente. De repente a Europa não tinha apenas uma visão da doutrina cristã, mas dezenas, centenas delas, todas diferentes entre si.
O Papa Pio IV culpou esse estado de coisas à publicação de diversos livros que propagavam visões distorcidas da sociedade, do mundo e do próprio Deus. Assim ele mandou elaborar uma lista de livros hereges e mandou que todos os exemplares em circulação dessas obras fossem queimados em praça pública. O novo Index, ou índice de livros proibidos, baniu diversas publicações consideradas ofensivas ao verdadeiro pensamento do bom e fiel seguidor cristão. Curiosamente, em segredo, o Papa ordenou que pelo menos algumas cópias de cada livro proibido fossem preservadas dentro da biblioteca do Vaticano. A intenção não era erradicar completamente os livros proibidos, mas sim tirá-los das mãos de pessoas que poderiam se tornar subversivas ou perigosas. A criação literária em si deveria ser preservada.
Outro ponto de destaque de seu pontificado foi a conclusão do conturbado Concílio de Trento. Pio IV considerou bons os resultados, encerrando um árduo trabalho teológico dentro da Igreja. Em termos de diplomacia internacional Pio IV continuou a enfrentar problemas com a Inglaterra. Desde o rompimento com o rei Henrique VIII os conflitos continuavam. Londres e Roma não conseguiam chegar a uma saída diplomática para a crise. Depois de tentar uma aproximação com a filha de Henrique, Elizabeth I, o Papa resolveu romper relações de vez. Isso se deu em decorrência de um ofensa da Rainha ao Papa. Depois de tomar conhecimento dela o Papa então decidiu excomungá-la. O último ato do Papa foi a revogação e a proibição da simonia dentro da Igreja. A compra de perdão pelos pecados foi considerado uma indignidade para o pensamento cristão. Em 1565 o Papa foi encontrado morto em seus aposentos. Ele não era tão velho como seus antecessores, mas não gozava de muita saúde. Ele faleceu aos 66 anos de idade, após cinco anos como Papa.
Pablo Aluísio.
João Paulo II - Uma pequena história na África
João Paulo II - Uma pequena história na África - Essa pequena história, desconhecida de muitos, está registrada no livro "Francisco: O Papa dos Humildes" de Andreas Englisch. Karol Wojtyla (hoje Sâo João Paulo II) estava em uma remota região africana, para a inauguração de uma nova igreja. O lugar era desolado, distante de tudo e de todos. Apenas um Papa peregrino como João Paulo II chegaria a um lugar tão distante e isolado.
O autor do livro na época trabalhava como jornalista correspondente e estava lá para acompanhar o Papa. Assim que desceu de seu automóvel o Papa pôde perceber o quanto era pobre aquela comunidade. A Igreja, recém terminada, ainda estava com cheiro de tinta fresca. As ferramentas dos pedreiros que a tinham construído estavam no chão, espalhadas. João Paulo II desceu do carro e foi sentar-se ao lado da entrada da Igreja, usando um pequeno caixote de frutas como cadeira improvisada. Todos ficaram admirados pela humildade daquele homem tão importante agindo de forma tão despretensiosa.
Ali estava o líder espiritual de mais de um bilhão e meio de seres humanos na maior humildade, como se fosse como qualquer outra pessoa. As crianças se aproximaram do Papa que foi muito receptivo. Elas começaram a brincar ao seu redor e João Paulo II parecia bem à vontade. Então o povo que estava ali para a inauguração da nova igreja começou a cercar o Papa. Todos à vontade, sem qualquer esquema de segurança, nem nada parecido. Uma limonada foi oferecida ao Papa que aceitou de boa vontade, afinal o calor era insuportável.
Enquanto o Bispo não aparecia o Papa ficou ali, se divertindo com as crianças que brincavam ao seu redor, conversando com o povo humilde em um grau de intimidade que deixou o jornalista espantado. Assim um trabalhador, um pedreiro que havia construído a Igreja, chegou ao lado de João Paulo II e esse lhe perguntou: "Agora que a Igreja está pronta, o que o senhor vai fazer?". O homem disse ao Papa que não seria fácil encontrar outro trabalho ali, o que era bem preocupante para ele pois era um pai de família, que tinha que sustentar sua esposa e seus filhos pequenos. O Papa ouviu atentamente. O desemprego era um problema sempre presente. João Paulo II sabia disso e se compadeceu dos problemas daquelas pessoas.
Quando o Bispo finalmente chegou o Papa terminou de beber sua limonada e juntos entraram na Igreja recém construída, mas antes o Papa lhe disse: "Não cuide dessa Igreja de pedra! Cuide do povo dessa região, que precisa muito de ajuda. Faça isso, senão vai se ver comigo!". Claro que as palavras do Papa não soaram como uma ameaça, mas sim como um direcionamento, demonstrando que o importante não era a Igreja em si, mas sim a comunidade ao seu redor. Não eram as pedras da nova construção que deveriam estar em primeiro lugar, mas sim os alicerces daquela comunidade. Uma amostra do lado mais humano de um Papa que marcou época e que hoje é considerado um dos grandes Papas da história.
Pablo Aluísio.
O autor do livro na época trabalhava como jornalista correspondente e estava lá para acompanhar o Papa. Assim que desceu de seu automóvel o Papa pôde perceber o quanto era pobre aquela comunidade. A Igreja, recém terminada, ainda estava com cheiro de tinta fresca. As ferramentas dos pedreiros que a tinham construído estavam no chão, espalhadas. João Paulo II desceu do carro e foi sentar-se ao lado da entrada da Igreja, usando um pequeno caixote de frutas como cadeira improvisada. Todos ficaram admirados pela humildade daquele homem tão importante agindo de forma tão despretensiosa.
Ali estava o líder espiritual de mais de um bilhão e meio de seres humanos na maior humildade, como se fosse como qualquer outra pessoa. As crianças se aproximaram do Papa que foi muito receptivo. Elas começaram a brincar ao seu redor e João Paulo II parecia bem à vontade. Então o povo que estava ali para a inauguração da nova igreja começou a cercar o Papa. Todos à vontade, sem qualquer esquema de segurança, nem nada parecido. Uma limonada foi oferecida ao Papa que aceitou de boa vontade, afinal o calor era insuportável.
Enquanto o Bispo não aparecia o Papa ficou ali, se divertindo com as crianças que brincavam ao seu redor, conversando com o povo humilde em um grau de intimidade que deixou o jornalista espantado. Assim um trabalhador, um pedreiro que havia construído a Igreja, chegou ao lado de João Paulo II e esse lhe perguntou: "Agora que a Igreja está pronta, o que o senhor vai fazer?". O homem disse ao Papa que não seria fácil encontrar outro trabalho ali, o que era bem preocupante para ele pois era um pai de família, que tinha que sustentar sua esposa e seus filhos pequenos. O Papa ouviu atentamente. O desemprego era um problema sempre presente. João Paulo II sabia disso e se compadeceu dos problemas daquelas pessoas.
Quando o Bispo finalmente chegou o Papa terminou de beber sua limonada e juntos entraram na Igreja recém construída, mas antes o Papa lhe disse: "Não cuide dessa Igreja de pedra! Cuide do povo dessa região, que precisa muito de ajuda. Faça isso, senão vai se ver comigo!". Claro que as palavras do Papa não soaram como uma ameaça, mas sim como um direcionamento, demonstrando que o importante não era a Igreja em si, mas sim a comunidade ao seu redor. Não eram as pedras da nova construção que deveriam estar em primeiro lugar, mas sim os alicerces daquela comunidade. Uma amostra do lado mais humano de um Papa que marcou época e que hoje é considerado um dos grandes Papas da história.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Os Filhos de Maria
Uma pergunta que sempre surge em sites e blogs de internet. Maria, mãe de Jesus, teve outros filhos após seu nascimento? Para a doutrina católica a resposta é negativa. Para justificar os teólogos católicos usam o próprio evangelho. Desde tempos imemoriais, ainda na fase meramente da tradição oral, a família de Jesus sempre foi representada como sendo formada apenas por José, Maria e o próprio Jesus. A tradição da família santa com apenas três pessoas também é seguida em várias outras tradições religiosas como, por exemplo, a da Igreja Ortodoxa e até mesmo de algumas igrejas protestantes históricas.
A dúvida porém ressurgiu quando certas vertentes protestantes passaram a pregar que Maria teria tido outros filhos, em especial Tiago, que é citado no texto bíblico como sendo irmão de Jesus. Há problemas nesse tipo de visão. A expressão "irmão de jesus" é interpretada de forma equivocada. Na antiguidade esse termo irmão tinha uma outra conotação. Muitas vezes os próprios primos eram designados como irmãos de uma mesma família maior, formada por tios, tias, avós e avôs. Assim Tiago não era filho de Maria (em nenhum lugar da bíblia isso é citado) e nem muito menos irmão de sangue de Jesus Cristo. Ele era muito provavelmente seu primo, assim como suas outras "irmãs". Naqueles tempos distantes nem mesmo a designação "primo" era utilizada. Sendo todos filhos de uma linha envolvendo avôs, pais e tios, eram assim considerados "irmãos" em um sentido diferente do que hoje usamos.
E ainda há mais. Aos pés da cruz Maria está acompanhada de João, discípulo de Jesus. O Filho de Deus olha para ambos e diz: "João, eis sua mãe. Maria eis o seu filho!". Fica óbvio que Jesus estava designando que João cuidasse de Maria dali em diante. Ela obviamente já estava em uma idade mais avançada e precisava de alguém para cuidar dela em sua velhice. Ora, se Jesus tivesse mesmo irmãos e irmãs, não haveria essa preocupação por parte do Messias, pois ela seria cuidada por seus próprios filhos. Na preocupação de Jesus descobrimos duas coisas importantes: a de que Maria não tinha outros filhos e a de que José, seu esposo, muito provavelmente já estava morto quando Jesus foi crucificado. Maria ficava sozinha no mundo, sem parentes próximos. Por isso Jesus, mesmo crucificado, não deixou ela desamparada. Mandou que seu apóstolo cuidasse dela a partir daquele momento.
O fato é que João cumpriu a determinação de Jesus e ficou ao lado de Maria até seu falecimento. João, o amado apóstolo, esteve ao lado da mãe de Deus até o fim de seus dias. Finalizando, aqui vão mais dois outros fortes argumentos sobre a não existência de outros filhos de Maria. Nenhum filho dela é citado mais na Bíblia, nem nos atos dos apóstolos e nem em nenhuma outra parte do evangelho cristão. Além da tradição histórica que atravessou os séculos outro fato vem reforçar a doutrina católica. Nas mais antigas representações da família de Jesus não existem irmãos ou irmãs ao lado de Jesus, Maria e José. Apenas os três são representados nessas imagens, demonstrando que os cristãos primitivos, aqueles que tiveram mais contato com a história real, também tinham a certeza e a convicção de que a família santa era formada apenas por um trio, envolvendo pai, filho e mãe. A história, além da teologia, confirmam assim que não havia mais irmãos e nem irmãs na vida de Jesus.
Pablo Aluísio.
A dúvida porém ressurgiu quando certas vertentes protestantes passaram a pregar que Maria teria tido outros filhos, em especial Tiago, que é citado no texto bíblico como sendo irmão de Jesus. Há problemas nesse tipo de visão. A expressão "irmão de jesus" é interpretada de forma equivocada. Na antiguidade esse termo irmão tinha uma outra conotação. Muitas vezes os próprios primos eram designados como irmãos de uma mesma família maior, formada por tios, tias, avós e avôs. Assim Tiago não era filho de Maria (em nenhum lugar da bíblia isso é citado) e nem muito menos irmão de sangue de Jesus Cristo. Ele era muito provavelmente seu primo, assim como suas outras "irmãs". Naqueles tempos distantes nem mesmo a designação "primo" era utilizada. Sendo todos filhos de uma linha envolvendo avôs, pais e tios, eram assim considerados "irmãos" em um sentido diferente do que hoje usamos.
E ainda há mais. Aos pés da cruz Maria está acompanhada de João, discípulo de Jesus. O Filho de Deus olha para ambos e diz: "João, eis sua mãe. Maria eis o seu filho!". Fica óbvio que Jesus estava designando que João cuidasse de Maria dali em diante. Ela obviamente já estava em uma idade mais avançada e precisava de alguém para cuidar dela em sua velhice. Ora, se Jesus tivesse mesmo irmãos e irmãs, não haveria essa preocupação por parte do Messias, pois ela seria cuidada por seus próprios filhos. Na preocupação de Jesus descobrimos duas coisas importantes: a de que Maria não tinha outros filhos e a de que José, seu esposo, muito provavelmente já estava morto quando Jesus foi crucificado. Maria ficava sozinha no mundo, sem parentes próximos. Por isso Jesus, mesmo crucificado, não deixou ela desamparada. Mandou que seu apóstolo cuidasse dela a partir daquele momento.
O fato é que João cumpriu a determinação de Jesus e ficou ao lado de Maria até seu falecimento. João, o amado apóstolo, esteve ao lado da mãe de Deus até o fim de seus dias. Finalizando, aqui vão mais dois outros fortes argumentos sobre a não existência de outros filhos de Maria. Nenhum filho dela é citado mais na Bíblia, nem nos atos dos apóstolos e nem em nenhuma outra parte do evangelho cristão. Além da tradição histórica que atravessou os séculos outro fato vem reforçar a doutrina católica. Nas mais antigas representações da família de Jesus não existem irmãos ou irmãs ao lado de Jesus, Maria e José. Apenas os três são representados nessas imagens, demonstrando que os cristãos primitivos, aqueles que tiveram mais contato com a história real, também tinham a certeza e a convicção de que a família santa era formada apenas por um trio, envolvendo pai, filho e mãe. A história, além da teologia, confirmam assim que não havia mais irmãos e nem irmãs na vida de Jesus.
Pablo Aluísio.
Papa Marcelo II
Após a morte do Papa Júlio III subiu ao trono de Pedro o cardeal romano Marcello Cervini, que resolveu usar seu nome de batismo como título Papal. Esse Papa ficou notório na história por algumas características. A mais famosa foi o fato dele ter sido Papa por um breve, na verdade brevíssimo, período de apenas 22 dias! Eleito em 9 de abril, morreu em 1 de maio de 1555. Mal houve tempo de fazer qualquer coisa que fosse historicamente relevante. Suspeitas de que teria sido assassinado voltaram a rondar o Vaticano após sua morte.
E o que poderia ter causada a morte tão rápida desse pontífice? Para muitos historiadores Marcelo II tentou ser bastante revolucionário nos poucos dias de seu pontificado. Assim que foi eleito resolveu doar todo o dinheiro que seria usado em sua festa de subida ao trono para os pobres de Roma. Homem estudioso, metódico, ele queria promover um Papado de extrema austeridade, procurando investigar as finanças do Vaticano.
Também procurou reforçar a doutrina católica, como seu antecessor, Júlio III. Marcello era o encarregado da biblioteca da Igreja antes de ser eleito Papa e tinha uma cultura excepcional do ponto de vista teológico. Também combateu o nepotismo que existia dentro da Igreja, com membros do clero sendo favorecidos por causa de suas linhas de parentesco e fortuna pessoal. Seu exemplo calou fundo dentro do povo que logo percebeu que o novo Papa estava disposto a combater toda a corrupção dentro do alto clero em Roma.
Infelizmente seus anseios de mudança foram em vão pois morreu muito rapidamente. Embora sempre tenha pairado sobre a morte de Marcelo II várias especulações de que ele fora envenenado, historiadores modernos defendem que ele provavelmente já era um homem doente do coração quando foi eleito Papa. Com o stress do cargo e as pressões inerentes a sua posição, ele acabou sofrendo um colapso cardíaco enquanto caminhava apressadamente pelos corredores do Vaticano. Tão rápida foi sua morte que nem sequer foi pintado um quadro oficial do novo Papa, só existindo atualmente figuras e gravuras com sua imagem. Apesar da brevidade de seu pontificado o Papa Marcelo II é bem conceituado entre historiadores da Igreja Católica. Para muitos deles esse foi um Papa que realmente queria limpar a Igreja das pequenas e grandes corrupções. Pena que não houve tempo para isso.
Pablo Aluísio.
E o que poderia ter causada a morte tão rápida desse pontífice? Para muitos historiadores Marcelo II tentou ser bastante revolucionário nos poucos dias de seu pontificado. Assim que foi eleito resolveu doar todo o dinheiro que seria usado em sua festa de subida ao trono para os pobres de Roma. Homem estudioso, metódico, ele queria promover um Papado de extrema austeridade, procurando investigar as finanças do Vaticano.
Também procurou reforçar a doutrina católica, como seu antecessor, Júlio III. Marcello era o encarregado da biblioteca da Igreja antes de ser eleito Papa e tinha uma cultura excepcional do ponto de vista teológico. Também combateu o nepotismo que existia dentro da Igreja, com membros do clero sendo favorecidos por causa de suas linhas de parentesco e fortuna pessoal. Seu exemplo calou fundo dentro do povo que logo percebeu que o novo Papa estava disposto a combater toda a corrupção dentro do alto clero em Roma.
Infelizmente seus anseios de mudança foram em vão pois morreu muito rapidamente. Embora sempre tenha pairado sobre a morte de Marcelo II várias especulações de que ele fora envenenado, historiadores modernos defendem que ele provavelmente já era um homem doente do coração quando foi eleito Papa. Com o stress do cargo e as pressões inerentes a sua posição, ele acabou sofrendo um colapso cardíaco enquanto caminhava apressadamente pelos corredores do Vaticano. Tão rápida foi sua morte que nem sequer foi pintado um quadro oficial do novo Papa, só existindo atualmente figuras e gravuras com sua imagem. Apesar da brevidade de seu pontificado o Papa Marcelo II é bem conceituado entre historiadores da Igreja Católica. Para muitos deles esse foi um Papa que realmente queria limpar a Igreja das pequenas e grandes corrupções. Pena que não houve tempo para isso.
Pablo Aluísio.
Papa Paulo IV
O Papa Paulo IV tinha origens humildes. Ele pertencia a uma família nobre, mas arruinada, de ascendência portuguesa, que morava há muitas décadas em Nápoles. Desde cedo a Igreja se mostrou ser uma boa carreira a seguir. Como seus pais não tinham mais terras e nem poder o jovem Giovanni Pietro Carafa viu nos estudos uma maneira de melhorar de vida. A instituição que tinha as melhores escolas e universidades da época era justamente a Igreja Católica. Carafa era um homem de fé, assim resolveu entrar no seminário. Jovem aluno muito estudioso, logo subiu na hierarquia católica, se tornando padre, bispo e arcebispo em Nápoles. Tornou-se homem próximo do Papa Leão X, que o nomeou embaixador na Inglaterra.
A morte muito precoce do Papa Marcelo II fez com que um novo conclave fosse convocado às pressas. Por suas qualidades pessoais Giovanni Pietro Carafa acabou sendo eleito Papa em maio de 1555. Assim que chegou ao trono Paulo IV precisou lidar com novos e velhos problemas. O poderoso Carlos V não gostava pessoalmente dele e fez de tudo para sabotar seu pontificado. Paulo IV resistiu, mas não sem antes trazer vários problemas políticos para a cúpula da Igreja.
Tendo sido embaixador na Inglaterra conhecia bem os problemas que a Igreja Católica enfrentava naquela nação, entre elas, a mais séria, a subida ao poder de Elizabeth I, que era filha de Ana Bolena e uma protestante feroz. Roma queria que Mary Stuart fosse a nova Rainha, não apenas por ser a filha legítima do Rei Henrique VIII, como também por ser a filha de Catarina de Aragão, rainha católica devota. Para o Vaticano Ana Bolena nada mais tinha sido do que uma amante do rei. A diferença de opiniões criou uma nova crise entre Roma e Londres, levando a mais um rompimento entre o Catolicismo e o Reino da Inglaterra.
Outra luta que o Papa teve que enfrentar foi contra a liberação dos costumes que havia na própria cidade de Roma naquela época. Na capital da fé cristã havia muitos prostíbulos, muitas jovens era prostitutas e a devassidão era completa. Mulheres sem maridos, órfãos jogados pelas ruas, miséria e pobreza moral. Para Paulo IV algo precisava ser feito. Foi assim que ele resolveu trazer a inquisição para Roma, para moralizar à força o povo da cidade. Isso criou para ele sérios problemas, entre eles a antipatia do próprio povo romano que passou a odiar o Papa.
Apesar da idade avançada, 83 anos, o Papa Paulo IV continuava sua problemática política diplomática internacional. Ele criou vários problemas com as mais diversas cortes da Europa. As brigas com Carlos V continuavam, os atritos com a Rainha Elizabeth I eram constantes e para piorar chegou a negar o reconhecimento do reinado de Fernando I. Com fama de austero, briguento e moralizante, o Papa morreu de forma inesperada numa manhã de agosto de 1559. Após quatro anos de um Papado turbulento ele não aguentou as pressões e morreu do coração. O velho Papa continuava muito impopular, mesmo após sua morte, o que fez com que seu túmulo fosse vandalizado. Suas ordens promovendo a moral e os bons costumes, interferindo na vida pessoal de muitos romanos, cobrou seu preço.
Pablo Aluísio.
A morte muito precoce do Papa Marcelo II fez com que um novo conclave fosse convocado às pressas. Por suas qualidades pessoais Giovanni Pietro Carafa acabou sendo eleito Papa em maio de 1555. Assim que chegou ao trono Paulo IV precisou lidar com novos e velhos problemas. O poderoso Carlos V não gostava pessoalmente dele e fez de tudo para sabotar seu pontificado. Paulo IV resistiu, mas não sem antes trazer vários problemas políticos para a cúpula da Igreja.
Tendo sido embaixador na Inglaterra conhecia bem os problemas que a Igreja Católica enfrentava naquela nação, entre elas, a mais séria, a subida ao poder de Elizabeth I, que era filha de Ana Bolena e uma protestante feroz. Roma queria que Mary Stuart fosse a nova Rainha, não apenas por ser a filha legítima do Rei Henrique VIII, como também por ser a filha de Catarina de Aragão, rainha católica devota. Para o Vaticano Ana Bolena nada mais tinha sido do que uma amante do rei. A diferença de opiniões criou uma nova crise entre Roma e Londres, levando a mais um rompimento entre o Catolicismo e o Reino da Inglaterra.
Outra luta que o Papa teve que enfrentar foi contra a liberação dos costumes que havia na própria cidade de Roma naquela época. Na capital da fé cristã havia muitos prostíbulos, muitas jovens era prostitutas e a devassidão era completa. Mulheres sem maridos, órfãos jogados pelas ruas, miséria e pobreza moral. Para Paulo IV algo precisava ser feito. Foi assim que ele resolveu trazer a inquisição para Roma, para moralizar à força o povo da cidade. Isso criou para ele sérios problemas, entre eles a antipatia do próprio povo romano que passou a odiar o Papa.
Apesar da idade avançada, 83 anos, o Papa Paulo IV continuava sua problemática política diplomática internacional. Ele criou vários problemas com as mais diversas cortes da Europa. As brigas com Carlos V continuavam, os atritos com a Rainha Elizabeth I eram constantes e para piorar chegou a negar o reconhecimento do reinado de Fernando I. Com fama de austero, briguento e moralizante, o Papa morreu de forma inesperada numa manhã de agosto de 1559. Após quatro anos de um Papado turbulento ele não aguentou as pressões e morreu do coração. O velho Papa continuava muito impopular, mesmo após sua morte, o que fez com que seu túmulo fosse vandalizado. Suas ordens promovendo a moral e os bons costumes, interferindo na vida pessoal de muitos romanos, cobrou seu preço.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Jesus e Isaías
Para os cristãos o profeta Isaías profetizou a chegada de Jesus, principalmente em Isaías 53. Nesse versículo, extremamente importante para a teologia cristã, vemos o profeta Isaías se referindo a um homem justo, que seria moído (martirizado) pelos pecados do mundo. Como todos sabemos a doutrina católica é categórica ao afirmar que Jesus foi crucificado para curar os pecados do mundo, para ser o supremo sacrifício divino em prol da redenção de toda a humanidade. O Salvador seria assim desprezado, humilhado, morto e sepultado por causa das iniquidades do povo (iniquidades no sentido de pecados). Jesus seria o cordeiro, aquele que daria a vida por amor ao próximo. Lendo Isaías vemos que isso combina perfeitamente com a história de Jesus. Para os cristãos é uma profecia definitiva sobre a vinda de Jesus (Deus) ao mundo. Para bem situar o leitor colocarei abaixo o inteiro teor do texto bíblico.
"Isaías 53 - 1 Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor? 2 Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. 3 Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. 4 Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. 5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. 6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
7 Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. 8 Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. 9 E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca. 10 Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. 11 Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre si. 12 Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores."
Apesar do texto ser bem claro a respeito de tudo o que aconteceria com Jesus no futuro (essa profecia foi escrita cinco séculos antes do nascimento de Jesus de Nazaré, profetizando o que lhe aconteceria), muitos rabinos judeus entendem que o longo trecho se refere não a um homem e nem a um Messias, mas sim ao próprio povo de Israel, Para eles o "servo sofredor" na verdade seria o próprio povo judeu, em uma referência que do ponto de vista histórico falava sobre a saída dos judeus do cativeiro da Babilônia. Nada a ver com a chegada de Jesus cinco século depois. É realmente muito complicado ler a profecia de Isaías e não pensar que ele está se referindo a um sujeito, a uma pessoa e não a uma coletividade. Como superar isso? Para os mestres do judaísmo isso seria explicado pelo fato de existir traduções equivocadas do original em hebraico. Não concordamos com esse ponto de vista, porém diante de uma postura de respeito a outras religiões e crenças, resolvemos colocar aqui também a opinião dos judeus, que até hoje não aceitaram a figura de Jesus (Yeshua em sua língua natal) como o verdadeiro Messias profetizado pelo profeta Isaías.
Pablo Aluísio.
"Isaías 53 - 1 Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor? 2 Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. 3 Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. 4 Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. 5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. 6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
7 Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. 8 Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. 9 E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca. 10 Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. 11 Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre si. 12 Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores."
Apesar do texto ser bem claro a respeito de tudo o que aconteceria com Jesus no futuro (essa profecia foi escrita cinco séculos antes do nascimento de Jesus de Nazaré, profetizando o que lhe aconteceria), muitos rabinos judeus entendem que o longo trecho se refere não a um homem e nem a um Messias, mas sim ao próprio povo de Israel, Para eles o "servo sofredor" na verdade seria o próprio povo judeu, em uma referência que do ponto de vista histórico falava sobre a saída dos judeus do cativeiro da Babilônia. Nada a ver com a chegada de Jesus cinco século depois. É realmente muito complicado ler a profecia de Isaías e não pensar que ele está se referindo a um sujeito, a uma pessoa e não a uma coletividade. Como superar isso? Para os mestres do judaísmo isso seria explicado pelo fato de existir traduções equivocadas do original em hebraico. Não concordamos com esse ponto de vista, porém diante de uma postura de respeito a outras religiões e crenças, resolvemos colocar aqui também a opinião dos judeus, que até hoje não aceitaram a figura de Jesus (Yeshua em sua língua natal) como o verdadeiro Messias profetizado pelo profeta Isaías.
Pablo Aluísio.
A Mensagem de Jesus e a Intolerância Religiosa
A Mensagem de Jesus e a Intolerância Religiosa
Devemos respeitar todas as religiões e suas doutrinas, caso contrário tudo o que nos tornaremos é mais um na longa fila dos intolerantes religiosos. Se você quer expor seu pensamento sobre Deus, ótimo, você é livre para isso, mesmo que sua doutrina religiosa seja diferente da minha. Agora tudo se deturpa quando você começa a apenas atacar as outras crenças. A fé em Deus é algo pessoal, bem subjetivo. No final é algo entre Deus e a pessoa. Cada um encontra seu caminho até chegar a Deus e se esse caminho é diferente do seu, não significa que você deve ofender as escolhas de cada um. A intolerância religiosa nasce quando alguém não aceita que as pessoas tenham sua própria religiosidade. A humilhação e a ridicularização são formas de intolerância religiosa. Repense suas posturas. Você poderia estar passando seu ponto de vista de um modo equilibrado, racional. Não seja mais um pregador de ódio contra os que pensam diferente de você! O ódio é o oposto do amor e Jesus pregou o amor. Quem prega o ódio contra a religião alheia não está obviamente seguindo a mensagem de Jesus que era acima de tudo de puro amor.
Deus não olha pequenas divergências de doutrina religiosa, Deus olha o coração de cada um. Um católico pode ser salvo, assim como um evangélico, um judeu, etc. Se essas pessoas forem puras de coração e sua ligação com Deus for sincera ela será salva. Não será por causa de picuinhas doutrinárias religiosas (muitas delas criadas pelos homens apenas) que alguém perderá a salvação. Detalhes de doutrinas são secundárias, Jesus deixou isso bem claro. Veja no evangelho. Ao ver que alguns judeus estavam preocupados em violar uma lei que dizia que não se deveria consumir certos alimentos em determinados dias da semana, que isso causaria a impureza da alma desses homens, Jesus disse: O que torna impuro o homem não é o que entra pela sua boca (os alimentos em questão), mas sim o que sai de sua boca (as ofensas aos outros, por exemplo).
Você acha que entre bilhões de pessoas no mundo, cada qual com sua própria cultura e religião, ninguém seria salvo apenas por questões doutrinárias secundárias? Os justos e puros de coração serão salvos pela misericórdia de Deus. Esse é ensinamento de Jesus de Nazaré. A condenação da alma apenas por pequenos detalhes religiosos é sem sentido. Esse tipo de pensamento é absurdo. Deus não punirá e nem condenará ninguém por causa desse tipo de questão. O que valerá no final é a pureza do coração em cada um. Esse é o pensamento que Jesus deixou bem claro em sua mensagem. Por isso te digo, se estão saindo coisas impuras da sua boca (como disse Jesus), isso não será bom para você no juízo. Repense e leia a palavra do Filho do Homem. Entenda bem o que ele quis passar. Reavalie a forma como você está agindo. Não condene a maneira de pensar diferente do seu irmão. Ele segue outra religião? Essa é uma escolha dele, apenas dele.
Apenas fique atento e procure evitar seguir aqueles que transformam a pregação em uma bandeira de ódio contra os outros, contra os que professam outro tipo de fé! Uma conduta negativa nada tem a ver com a mensagem do Cristo. E qual é a sua conduta? A de ofender outras formas de religião! Isso seria de acordo com Deus? Jamais! Jesus veio para divulgar a boa nova e a boa nova é o amor, a tolerância e a misericórdia. O católico deve considerar o evangélico seu irmão, assim como o judeu, o seguidor de religiões afro, os espíritas, os mórmons, as testemunhas de Jeová, os budistas! Qualquer pessoa religiosa merece respeito, acima de tudo! Jesus disse que na casa de seu Pai havia muitas moradas. Esse é o grande exemplo do cristianismo, o acolhimento de todos. O Nazareno deixou claro que a cortina do templo da antiga proposta religiosa (que só aceitava os seguidores da vertente religiosa judaica) estava rasgada com sua ressurreição. Se você ainda não entendeu isso, certamente não entendeu a verdadeira mensagem de Jesus de Nazaré. A mensagem de Jesus é para todos os homens, independente de suas religiões. Jesus veio para todos.
A ofensa e a perseguição contra outras religiões é algo absolutamente negativo e isso definitivamente não parte de Deus. Devemos amar todas as maneiras e expressões religiosas no mundo. Isso é positivo. Ofender, não. Como disse Jesus o que realmente torna impuro o homem é o que sai de sua boca. Eis o problema. Se você deseja mesmo seguir o exemplo do Filho do Homem é importante entender sua mensagem. Faço parte de uma comunidade católica e sou muito feliz na minha religião. Claro que sei que existem muitas outras religiosidades pelo mundo afora, mas procuramos respeitar todas elas, todas! O Papa Francisco sempre deixa isso bem claro em suas pregações. Trate aquele que professa outra fé como a um verdadeiro irmão. Talvez esse seja o grande segredo do sucesso do catolicismo pelo mundo inteiro, a sempre disposição de ajudar, de ser um braço amigo e fraterno.
A tolerância religiosa nos aproxima de Deus, nos tornam pessoas melhores. Esse tipo de postura não faz parte apenas da doutrina religiosa católica, mas das obras dos grandes filósofos clássicos da Grécia e de Roma. Aliás os grandes textos filosóficos clássicos da antiguidade só chegaram ao nosso conhecimento por causa dos mosteiros católicos espalhados por toda a Europa. Os monges copistas preservaram esse grande legado cultural. Não é à toa que na visita do Papa Francisco aos Estados Unidos o Presidente Obama disse em discurso que a Igreja Católica foi um dos mais importantes pilares da fundação da civilização. Ele tinha toda a razão.
Essa é a grande lição dessa mensagem. O próprio Jesus, se formos pensar bem, foi morto justamente por causa da intolerância religiosa. Sua mensagem era revolucionária, ia contra a visão tradicional da época. A forma de pensar de Jesus foi combatida com violência e ele foi crucificado. Quando você se torna intolerante religioso você pensa igualmente aos que mataram Jesus. Ser um intolerante faz de você uma pessoa que está colocando Jesus de novo na cruz! É isso o que você deseja ser? Claro que não! Quando geralmente encontro alguém cheio de ódio no coração tento deixar uma palavra de paz, de amor e de compreensão. Jesus deixou palavras de amor, seu mandamento é puro amor - amar uns aos outros como eu os amei - tão simples! Infelizmente as pessoas ainda preferem encher o coração de ódio ao invés de amor. Odiar o que pensa diferente, o que segue outra vertente religiosa. Isso não o levará perante Deus. De qualquer forma, fazendo um trabalho de formiguinha tento espalhar a mensagem pura do Nazareno que foi acima de tudo o amor ao próximo.
Pablo Aluísio.
Devemos respeitar todas as religiões e suas doutrinas, caso contrário tudo o que nos tornaremos é mais um na longa fila dos intolerantes religiosos. Se você quer expor seu pensamento sobre Deus, ótimo, você é livre para isso, mesmo que sua doutrina religiosa seja diferente da minha. Agora tudo se deturpa quando você começa a apenas atacar as outras crenças. A fé em Deus é algo pessoal, bem subjetivo. No final é algo entre Deus e a pessoa. Cada um encontra seu caminho até chegar a Deus e se esse caminho é diferente do seu, não significa que você deve ofender as escolhas de cada um. A intolerância religiosa nasce quando alguém não aceita que as pessoas tenham sua própria religiosidade. A humilhação e a ridicularização são formas de intolerância religiosa. Repense suas posturas. Você poderia estar passando seu ponto de vista de um modo equilibrado, racional. Não seja mais um pregador de ódio contra os que pensam diferente de você! O ódio é o oposto do amor e Jesus pregou o amor. Quem prega o ódio contra a religião alheia não está obviamente seguindo a mensagem de Jesus que era acima de tudo de puro amor.
Deus não olha pequenas divergências de doutrina religiosa, Deus olha o coração de cada um. Um católico pode ser salvo, assim como um evangélico, um judeu, etc. Se essas pessoas forem puras de coração e sua ligação com Deus for sincera ela será salva. Não será por causa de picuinhas doutrinárias religiosas (muitas delas criadas pelos homens apenas) que alguém perderá a salvação. Detalhes de doutrinas são secundárias, Jesus deixou isso bem claro. Veja no evangelho. Ao ver que alguns judeus estavam preocupados em violar uma lei que dizia que não se deveria consumir certos alimentos em determinados dias da semana, que isso causaria a impureza da alma desses homens, Jesus disse: O que torna impuro o homem não é o que entra pela sua boca (os alimentos em questão), mas sim o que sai de sua boca (as ofensas aos outros, por exemplo).
Você acha que entre bilhões de pessoas no mundo, cada qual com sua própria cultura e religião, ninguém seria salvo apenas por questões doutrinárias secundárias? Os justos e puros de coração serão salvos pela misericórdia de Deus. Esse é ensinamento de Jesus de Nazaré. A condenação da alma apenas por pequenos detalhes religiosos é sem sentido. Esse tipo de pensamento é absurdo. Deus não punirá e nem condenará ninguém por causa desse tipo de questão. O que valerá no final é a pureza do coração em cada um. Esse é o pensamento que Jesus deixou bem claro em sua mensagem. Por isso te digo, se estão saindo coisas impuras da sua boca (como disse Jesus), isso não será bom para você no juízo. Repense e leia a palavra do Filho do Homem. Entenda bem o que ele quis passar. Reavalie a forma como você está agindo. Não condene a maneira de pensar diferente do seu irmão. Ele segue outra religião? Essa é uma escolha dele, apenas dele.
Apenas fique atento e procure evitar seguir aqueles que transformam a pregação em uma bandeira de ódio contra os outros, contra os que professam outro tipo de fé! Uma conduta negativa nada tem a ver com a mensagem do Cristo. E qual é a sua conduta? A de ofender outras formas de religião! Isso seria de acordo com Deus? Jamais! Jesus veio para divulgar a boa nova e a boa nova é o amor, a tolerância e a misericórdia. O católico deve considerar o evangélico seu irmão, assim como o judeu, o seguidor de religiões afro, os espíritas, os mórmons, as testemunhas de Jeová, os budistas! Qualquer pessoa religiosa merece respeito, acima de tudo! Jesus disse que na casa de seu Pai havia muitas moradas. Esse é o grande exemplo do cristianismo, o acolhimento de todos. O Nazareno deixou claro que a cortina do templo da antiga proposta religiosa (que só aceitava os seguidores da vertente religiosa judaica) estava rasgada com sua ressurreição. Se você ainda não entendeu isso, certamente não entendeu a verdadeira mensagem de Jesus de Nazaré. A mensagem de Jesus é para todos os homens, independente de suas religiões. Jesus veio para todos.
A ofensa e a perseguição contra outras religiões é algo absolutamente negativo e isso definitivamente não parte de Deus. Devemos amar todas as maneiras e expressões religiosas no mundo. Isso é positivo. Ofender, não. Como disse Jesus o que realmente torna impuro o homem é o que sai de sua boca. Eis o problema. Se você deseja mesmo seguir o exemplo do Filho do Homem é importante entender sua mensagem. Faço parte de uma comunidade católica e sou muito feliz na minha religião. Claro que sei que existem muitas outras religiosidades pelo mundo afora, mas procuramos respeitar todas elas, todas! O Papa Francisco sempre deixa isso bem claro em suas pregações. Trate aquele que professa outra fé como a um verdadeiro irmão. Talvez esse seja o grande segredo do sucesso do catolicismo pelo mundo inteiro, a sempre disposição de ajudar, de ser um braço amigo e fraterno.
A tolerância religiosa nos aproxima de Deus, nos tornam pessoas melhores. Esse tipo de postura não faz parte apenas da doutrina religiosa católica, mas das obras dos grandes filósofos clássicos da Grécia e de Roma. Aliás os grandes textos filosóficos clássicos da antiguidade só chegaram ao nosso conhecimento por causa dos mosteiros católicos espalhados por toda a Europa. Os monges copistas preservaram esse grande legado cultural. Não é à toa que na visita do Papa Francisco aos Estados Unidos o Presidente Obama disse em discurso que a Igreja Católica foi um dos mais importantes pilares da fundação da civilização. Ele tinha toda a razão.
Essa é a grande lição dessa mensagem. O próprio Jesus, se formos pensar bem, foi morto justamente por causa da intolerância religiosa. Sua mensagem era revolucionária, ia contra a visão tradicional da época. A forma de pensar de Jesus foi combatida com violência e ele foi crucificado. Quando você se torna intolerante religioso você pensa igualmente aos que mataram Jesus. Ser um intolerante faz de você uma pessoa que está colocando Jesus de novo na cruz! É isso o que você deseja ser? Claro que não! Quando geralmente encontro alguém cheio de ódio no coração tento deixar uma palavra de paz, de amor e de compreensão. Jesus deixou palavras de amor, seu mandamento é puro amor - amar uns aos outros como eu os amei - tão simples! Infelizmente as pessoas ainda preferem encher o coração de ódio ao invés de amor. Odiar o que pensa diferente, o que segue outra vertente religiosa. Isso não o levará perante Deus. De qualquer forma, fazendo um trabalho de formiguinha tento espalhar a mensagem pura do Nazareno que foi acima de tudo o amor ao próximo.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Papa Paulo III
O cardeal Alessandro Farnese se tornou o Papa Paulo III em outubro de 1534, pouco tempo após o assassinato de Clemente VII, seu antecessor. Alessandro era um velho cardeal na ocasião, muito bem relacionado nos bastidores do alto clero do Vaticano. Romano de nascimento, ele conhecia toda a cúpula da Igreja Católica na intimidade. Ao subir no trono de Pedro, Farnese precisou lidar com alguns aspectos negativos que envolviam sua biografia no passado. Uma delas era o fato de ter sido muito próximo do corrupto Papa Alexandre VI. Muitos cronistas diziam que a ascensão desse Papa representava a subida novamente ao poder do grupo que cercava o Papa Bórgia.
Outro problema é que Alessandro Farnese tinha filhos! Ele formou uma família enquanto era cardeal, isso em uma época em que o celibato já era regra oficial da Igreja. Ele tinha quatro filhos com uma nobre chamada Silvia Ruffini. Todos eles eram bem conhecidos em Roma e de certa maneira a notícia de que o novo Papa era realmente pai de família não chocou muito as pessoas da época, pois isso era de certa maneira notório dentro daquela sociedade. O celibato ainda era contestado por vários membros do clero, muitos alegavam que não havia base bíblica para essa norma. Curiosamente os escritos de Paulo (ao qual o nome do novo Papa se inspirava) tinham servido de fundamento para os defensores do celibato clerical.
Os problemas de sua vida pessoal porém pareciam menores diante da crise que a Igreja vinha passando. O avanço do protestantismo começava a preocupar os líderes da Igreja Católica. Os papas anteriores não tinham se empenhado muito em deter esse avanço, mas Paulo III chegara na conclusão que a coisa toda havia saído do controle. Durante mil e quinhentos anos o cristianismo havia sido unido sob a bandeira do Vaticano. Era uma igreja única. Com as publicações de Martinho Lutero várias novas igrejas iam surgindo nas mais diversas sociedades da Europa. Mal um novo monarca subia ao trono e logo ele rompia com o catolicismo, criando sua própria igreja. Foi o que fez o Rei inglês Henrique VIII. Com a recusa do Papa Clemente VII em lhe dar o divórcio ele resolveu romper com Roma. Expulsou os membros do clero católico do país e fundou sua própria igreja, a Anglicana. Casou-se com sua amante Ana Bolena e acabou sendo excomungado justamente por Paulo III que o declarou herege, adúltero e pecador.
Para combater o avanço do pensamento Luterano pela Europa, Paulo III também tomou outras providências, dando início ao que ficou conhecido como Contra-Reforma, uma série de medidas que visavam parar a reforma protestante pelo continente. Uma dessas medidas foi a implantação da terrível inquisição que visava julgar e condenar todos os hereges da fé católica. Sob essa bandeira muitos foram mortos em fogueiras por toda a Europa. Paulo III também promoveu e incentivou a fundação da Companhia de Jesus, criada por Inácio de Loyola em 1540.
De certa maneira Paulo III foi um Papa contraditório. Ao mesmo tempo em que ele autorizou coisas terríveis como a inquisição ibérica, também foi um patrono das artes, servindo de Mecenas para que Michelangelo pintasse uma de suas maiores obras primas, o juízo final no altar da Capela Sistina. Também se mostrou muito humanista ao escrever e defender os direitos dos povos nativos das recentes colônias espanholas e portuguesas no novo mundo. Em 1545 também promoveu outra de suas grandes obras, a convocação do Concílio de Trento, que iria mudar a Igreja para sempre. Tudo porém acabou ruindo da noite para o dia. Um de seus filhos foi assassinado por causa de intrigas palacianas e brigas por direitos sucessórios. A morte dele arrasou o Papa. Ele nunca mais conseguiu ser o mesmo. Ao entrar em depressão acabou sofrendo um colapso do coração, pois já estava em idade avançada, com 81 anos. Depois de sua morte ele foi enterrado na Basílica de São Pedro, como havia se tornado tradição no século XVI.
Pablo Aluísio.
Outro problema é que Alessandro Farnese tinha filhos! Ele formou uma família enquanto era cardeal, isso em uma época em que o celibato já era regra oficial da Igreja. Ele tinha quatro filhos com uma nobre chamada Silvia Ruffini. Todos eles eram bem conhecidos em Roma e de certa maneira a notícia de que o novo Papa era realmente pai de família não chocou muito as pessoas da época, pois isso era de certa maneira notório dentro daquela sociedade. O celibato ainda era contestado por vários membros do clero, muitos alegavam que não havia base bíblica para essa norma. Curiosamente os escritos de Paulo (ao qual o nome do novo Papa se inspirava) tinham servido de fundamento para os defensores do celibato clerical.
Os problemas de sua vida pessoal porém pareciam menores diante da crise que a Igreja vinha passando. O avanço do protestantismo começava a preocupar os líderes da Igreja Católica. Os papas anteriores não tinham se empenhado muito em deter esse avanço, mas Paulo III chegara na conclusão que a coisa toda havia saído do controle. Durante mil e quinhentos anos o cristianismo havia sido unido sob a bandeira do Vaticano. Era uma igreja única. Com as publicações de Martinho Lutero várias novas igrejas iam surgindo nas mais diversas sociedades da Europa. Mal um novo monarca subia ao trono e logo ele rompia com o catolicismo, criando sua própria igreja. Foi o que fez o Rei inglês Henrique VIII. Com a recusa do Papa Clemente VII em lhe dar o divórcio ele resolveu romper com Roma. Expulsou os membros do clero católico do país e fundou sua própria igreja, a Anglicana. Casou-se com sua amante Ana Bolena e acabou sendo excomungado justamente por Paulo III que o declarou herege, adúltero e pecador.
Para combater o avanço do pensamento Luterano pela Europa, Paulo III também tomou outras providências, dando início ao que ficou conhecido como Contra-Reforma, uma série de medidas que visavam parar a reforma protestante pelo continente. Uma dessas medidas foi a implantação da terrível inquisição que visava julgar e condenar todos os hereges da fé católica. Sob essa bandeira muitos foram mortos em fogueiras por toda a Europa. Paulo III também promoveu e incentivou a fundação da Companhia de Jesus, criada por Inácio de Loyola em 1540.
De certa maneira Paulo III foi um Papa contraditório. Ao mesmo tempo em que ele autorizou coisas terríveis como a inquisição ibérica, também foi um patrono das artes, servindo de Mecenas para que Michelangelo pintasse uma de suas maiores obras primas, o juízo final no altar da Capela Sistina. Também se mostrou muito humanista ao escrever e defender os direitos dos povos nativos das recentes colônias espanholas e portuguesas no novo mundo. Em 1545 também promoveu outra de suas grandes obras, a convocação do Concílio de Trento, que iria mudar a Igreja para sempre. Tudo porém acabou ruindo da noite para o dia. Um de seus filhos foi assassinado por causa de intrigas palacianas e brigas por direitos sucessórios. A morte dele arrasou o Papa. Ele nunca mais conseguiu ser o mesmo. Ao entrar em depressão acabou sofrendo um colapso do coração, pois já estava em idade avançada, com 81 anos. Depois de sua morte ele foi enterrado na Basílica de São Pedro, como havia se tornado tradição no século XVI.
Pablo Aluísio.
O Deus dos Judeus e o Deus dos Cristãos
Esse é um aspecto polêmico, mas vale a reflexão. Antes de mais nada é importante frisar que estou nesse texto tratando de um aspecto teológico, ou seja, não é minha intenção criticar qualquer tipo de crença ou fé alheia. Dito isso vamos para a análise. A primeira é uma afirmação que não está livre de controvérsias. O Deus dos judeus não é o mesmo Deus dos cristãos. O Deus dos cristãos é Jesus. Jesus é Deus dentro da doutrina cristã. Deus se fez homem na figura de Jesus. O Deus dos judeus é apenas Deus, o eterno. Os judeus não acreditam que Jesus era Deus. Não acreditam nem que ele era o Messias. Assim muitos confundem esse tema. Jesus por ser judeu seguia em parte as leis do judaísmo e tecnicamente o Deus que ele adorava seria o mesmo Deus dos cristãos. Será mesmo? Não se deve confundir as bases do Judaísmo com as bases do Cristianismo. O Judaísmo é uma religião, o Cristianismo é outra. As regras de uma doutrina religiosa não valem necessariamente para a outra. Nem o Deus de uma das religiões é o mesmo da outra. Duvida? Então vamos lá.
Quem acha que o Deus do Judaísmo é o mesmo do Cristianismo nunca refletiu muito a fundo sobre os fundamentos do próprio cristianismo. Teologia é importante, justamente por essa razão, é algo importante para a vida! Assim vamos expor as bases de cada religião aqui. Jesus é Deus na doutrina do cristianismo (católico e protestante). Para o Judaísmo Jesus não é Deus. Ele foi apenas um judeu que viveu no século I e que tinha sua própria visão religiosa. Nada mais do que isso. Se Jesus é Deus dentro do cristianismo e não é Deus dentro do judaísmo, logo chegamos na conclusão lógica que as duas grandes religiões do mundo ocidental não seguem a mesma divindade. O Deus de uma religião não é o mesmo Deus da outra religião.
Claro que existirão aqueles que dirão que o Deus que Jesus adorou foi o mesmo Deus do judaísmo tradicional. Isso porém vai até um determinado momento histórico. Com a morte de Jesus e a crença em sua ressurreição temos uma clara ruptura entre o Judaísmo tradicional e a nova religião que nascia. Uma expressão muito interessante que expressa isso diz que a cruz de Jesus rasgou a cortina do templo, ou seja, sua morte e ressurreição rompe definitivamente com as amarras e leis do velho Judaísmo tradicional. O próprio Jesus ao longo de sua vida pregou vários temas que fugiam ao que era imposto pelas autoridades do templo. Basta lembrar do evento em que ele disse "Que atire a primeira pedra quem nunca pecou!" ao impedir o apedrejamento de acordo com as leis judaicas ou então quando rompeu com uma velha tradição sobre o não consumo de alimentos por parte dos judeus em determinado dia da semana. Nesse dia Jesus disse: "O que torna impuro os homens não é que entra de sua boca, mas o que sai dela!".
Então o que vemos é um Jesus que não estava disposto a seguir cada detalhe secundário da doutrina do judaísmo, muito longe disso. E por parte das autoridades do templo ele tampouco era o Messias e para sustentar essa posição alegavam e traziam de volta as antigas profecias que diziam o que o verdadeiro Messias deveria fazer. Não há salvação nesse ponto. O cristianismo apresenta muitos laços históricos com o judaísmo, mas em termos de identificação as semelhanças logo param e param justamente na figura de Jesus, o Deus dos cristãos. A Trindade, por exemplo, algo tão vital na crença dos cristãos não é também aceita pelos judeus. As diferenças são enormes e não cabe aqui expor todas elas.
O Judaísmo tem seus dogmas, doutrinas religiosas e sistema de crenças próprios. O cristianismo também. Não são ambos idênticos e por essa razão não são a mesma religião. Por isso vejo com espanto quando algum líder religioso cristão levanta regras do velho Judaísmo para criticar outras vertentes do cristianismo. Do ponto de vista teológico isso não faz o menor sentido. Um exemplo vem da tão falada idolatria dos católicos em relação às imagens. Ora, essa é uma velha regra do Judaísmo que sequer deveria ser levada em conta dentro do cristianismo. Pior do que isso, os católicos não veneram imagens, como já bem expliquei aqui no blog. Mesmo que adorassem imagens, não haveria em si mesmo nenhum problema. O catolicismo tem seus próprios dogmas religiosos, suas próprias doutrinas. Não segue literalmente tudo o que o velho Judaísmo prega. Como um evangélico pode levantar uma regra do velho Judaísmo contra os católicos se os judeus sequer acreditam que Jesus é o Messias? Não faz muito sentido não é mesmo?
Além disso a ignorância impera em muitos setores. O idolatrismo condenado pelos judeus era bem outro. Primeiro só se referia a idólatras dentro do próprio Judaísmo e segundo que os textos antigos se referem a cultos de idolatria onde havia até mesmo sacríficios humanos de crianças. Quem pode comparar algo assim tão terrível com a arte sacra dos católicos? É simplesmente absurdo. Dessa forma fica então esses aspectos que levantei para pura reflexão. Pense sobre tudo o que leu e reflita sobre tudo o que eu escrevi.
Pablo Aluísio.
Quem acha que o Deus do Judaísmo é o mesmo do Cristianismo nunca refletiu muito a fundo sobre os fundamentos do próprio cristianismo. Teologia é importante, justamente por essa razão, é algo importante para a vida! Assim vamos expor as bases de cada religião aqui. Jesus é Deus na doutrina do cristianismo (católico e protestante). Para o Judaísmo Jesus não é Deus. Ele foi apenas um judeu que viveu no século I e que tinha sua própria visão religiosa. Nada mais do que isso. Se Jesus é Deus dentro do cristianismo e não é Deus dentro do judaísmo, logo chegamos na conclusão lógica que as duas grandes religiões do mundo ocidental não seguem a mesma divindade. O Deus de uma religião não é o mesmo Deus da outra religião.
Claro que existirão aqueles que dirão que o Deus que Jesus adorou foi o mesmo Deus do judaísmo tradicional. Isso porém vai até um determinado momento histórico. Com a morte de Jesus e a crença em sua ressurreição temos uma clara ruptura entre o Judaísmo tradicional e a nova religião que nascia. Uma expressão muito interessante que expressa isso diz que a cruz de Jesus rasgou a cortina do templo, ou seja, sua morte e ressurreição rompe definitivamente com as amarras e leis do velho Judaísmo tradicional. O próprio Jesus ao longo de sua vida pregou vários temas que fugiam ao que era imposto pelas autoridades do templo. Basta lembrar do evento em que ele disse "Que atire a primeira pedra quem nunca pecou!" ao impedir o apedrejamento de acordo com as leis judaicas ou então quando rompeu com uma velha tradição sobre o não consumo de alimentos por parte dos judeus em determinado dia da semana. Nesse dia Jesus disse: "O que torna impuro os homens não é que entra de sua boca, mas o que sai dela!".
Então o que vemos é um Jesus que não estava disposto a seguir cada detalhe secundário da doutrina do judaísmo, muito longe disso. E por parte das autoridades do templo ele tampouco era o Messias e para sustentar essa posição alegavam e traziam de volta as antigas profecias que diziam o que o verdadeiro Messias deveria fazer. Não há salvação nesse ponto. O cristianismo apresenta muitos laços históricos com o judaísmo, mas em termos de identificação as semelhanças logo param e param justamente na figura de Jesus, o Deus dos cristãos. A Trindade, por exemplo, algo tão vital na crença dos cristãos não é também aceita pelos judeus. As diferenças são enormes e não cabe aqui expor todas elas.
O Judaísmo tem seus dogmas, doutrinas religiosas e sistema de crenças próprios. O cristianismo também. Não são ambos idênticos e por essa razão não são a mesma religião. Por isso vejo com espanto quando algum líder religioso cristão levanta regras do velho Judaísmo para criticar outras vertentes do cristianismo. Do ponto de vista teológico isso não faz o menor sentido. Um exemplo vem da tão falada idolatria dos católicos em relação às imagens. Ora, essa é uma velha regra do Judaísmo que sequer deveria ser levada em conta dentro do cristianismo. Pior do que isso, os católicos não veneram imagens, como já bem expliquei aqui no blog. Mesmo que adorassem imagens, não haveria em si mesmo nenhum problema. O catolicismo tem seus próprios dogmas religiosos, suas próprias doutrinas. Não segue literalmente tudo o que o velho Judaísmo prega. Como um evangélico pode levantar uma regra do velho Judaísmo contra os católicos se os judeus sequer acreditam que Jesus é o Messias? Não faz muito sentido não é mesmo?
Além disso a ignorância impera em muitos setores. O idolatrismo condenado pelos judeus era bem outro. Primeiro só se referia a idólatras dentro do próprio Judaísmo e segundo que os textos antigos se referem a cultos de idolatria onde havia até mesmo sacríficios humanos de crianças. Quem pode comparar algo assim tão terrível com a arte sacra dos católicos? É simplesmente absurdo. Dessa forma fica então esses aspectos que levantei para pura reflexão. Pense sobre tudo o que leu e reflita sobre tudo o que eu escrevi.
Pablo Aluísio.
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