Marilyn Monroe
Essa foto é simplesmente maravilhosa, captando toda a essência da eterna estrela de Hollywood. A jovem que havia criada em diversos lares por causa da internação de sua mãe em uma instituição psiquiátrica. Ela deu a volta por cima e se tornou uma verdadeira deusa da sétima arte em sua era de ouro.
domingo, 30 de setembro de 2007
Marilyn Monroe
Marilyn Monroe
Marilyn Monroe NYC
Famosa foto de Marilyn olhando para a imensidão de Nova Iorque lá embaixo. A atriz tinha um sentimento de amor e ódio com a grande maçã. Ora dizia amá-la, por causa da chance de estudar no Actor´s Studio, onde pretendia se tornar uma grande atriz dramática, ora dizia que o mar de cimento e prédios a sufocava. Como boa californiana, Marilyn nunca se adaptou direito em NYC. Embora tenha morado por uns tempos na cidade, em seu famoso apartamento branco (onde todos os móveis, cortinas e equipamentos eram brancos), assim que pôde Marilyn foi embora para Los Angeles, a cidade que realmente amava. Marilyn dizia sentir saudades das palmeiras, dos campos abertos e do cheiro do oceano. Nova Iorque poderia ser muito bom para visitar ou estudar, mas o coração da deusa loira pertencia mesmo à ensolarada California.
Marilyn Monroe
Essa foi uma das fotos mais populares e conhecidas de Marilyn Monroe. Quando a tirou ela já era um dos maiores símbolos sexuais do planeta. Ela estava no pique da glória - aproveitando todos os louros de sua carreira vitoriosa. Seus filmes rendiam excelentes bilheterias e ela começava a ser notada pela crítica - e não vista apenas como uma mulher bonita e sensual que só sabia interpretar loiras burras nas telas. Isso é curioso porque Marilyn passaria praticamente toda a sua vida tentando ser levada à sério como atriz dramática. Além disso foi uma das profissionais mais corajosas da época ao brigar abertamente com os estúdios por melhores papéis, que não ficassem apenas explorando a sua sensualidade à flor da pele para atrair público. Nesse aspecto Marilyn conseguiu se impor, ganhando respeito e dignidade profissional. Pena que o mesmo controle que teve para sua carreira não foi repetida na vida pessoal. Marilyn teve realmente uma vida pessoal conturbada - algo que iremos aos poucos tratar aqui em nosso blog. De qualquer maneira uma coisa é certa: ela entrou para a história da sétima arte como poucas atrizes. Sob esse ponto de vista ela sempre será eterna.
Marilyn Monroe, a modelo
Ótimo GIF animado com a eterna estrela Marilyn Monroe. Aqui uma sucessão de fotos de Marilyn tiradas durante uma sessão fotográfica realizada em Los Angeles no ano de 1962. Como se pode perceber Marilyn jamais esqueceu seus dias de modelo.
Marilyn Monroe e Frank Sinatra
Segundo um recente livro publicado nos Estados Unidos chamado "The Chairman" (escrito por James Kaplan), o cantor Frank Sinatra teria pedido Marilyn Monroe em casamento em 1962, no mesmo ano da morte da atriz. É sabido que Marilyn e Frank tiveram um relacionamento conturbado, com muitos excessos de ambos os lados. O envolvimento da atriz com os irmãos Kennedy porém teria jogado um balde de água fria nesse breve romance. Depois disso Marilyn teria guardado muita mágoa em relação a Frank, que teria abusado de sua confiança.
A informação me deixou um pouco surpreso por vários motivos, entre eles o fato de que em todas as biografias anteriores - que foram escritas embasadas em farto material de pesquisa - Frank nunca surge levando Marilyn muito à sério. Na verdade ele via ela quase como um affair passageiro, algo para não se dar importância. Fora isso existe aquela velha lenda muito difundida de que Sinatra teria abusado sexualmente de Monroe em uma noite quando ela estava embriagada e desnorteada por bebidas e pílulas. Segundo os relatos mais escabrosos dessa história um Sinatra fora de controle teria feito até mesmo uma orgia com a atriz que semi inconsciente não teria como se defender da situação. Vários homens teriam estuprado Marilyn em um triste momento de exploração sexual por parte do famigerado Frank Sinatra.
Ora, se algo assim tem algum fundo de verdade como Sinatra poderia pedir Marilyn em casamento depois de tudo o que aconteceu? A verdade obviamente foi para o túmulo com Marilyn e Sinatra, porém essa nova revelação me soa um pouco forçada, até sensacionalista. O caso entre Sinatra e Marilyn sempre pareceu ser uma aventura fugaz, sem qualquer tipo de profundidade. Em certos aspectos Marilyn via Sinatra como um colega de farras e vice versa e não como alguém que ela quisesse subir ao altar em algum momento de sua vida.
Marilyn Monroe e Billy Wilder
Marilyn nos estúdios da Fox é clicada e surpresa não consegue sequer fazer uma pose - mesmo assim se mostra linda para a lente da máquina. O diretor Billy Wilder dizia que Marilyn Monroe tinha um caso de amor com a câmera e sempre se surpreendia quando assistia suas cenas na tela. Wilder dizia que acompanhar Marilyn atuando - ou tentando atuar bem - no set de filmagens não era algo impressionante de se ver. Porém quando o filme era revelado a mágica acontecia, Marilyn ficava completamente deslumbrante no cinema.
Billy Wilder aliás foi um dos diretores que melhor entendeu o estilo de trabalhar de Marilyn. Para Wilder a atriz não deveria fazer todas aquelas sessões de psicanálise que ela era submetida. Para Wilder o grande segredo da musa eram "os seus dois pés esquerdos", ou seja, um jeito meio estabanado de ser, confuso, caótico, fora de sincronia. Para Wilder Marilyn tinha um grande talento para comédias em geral e a psicanálise que tentava "endireitar" sua personalidade só iria mesmo atrapalhar sua carreira no cinema.
"Veja, essas pessoas que fazem análise saem dos consultórios como pessoas duras, enquadradas, certinhas demais" - observava Wilder. "O grande diferencial de Marilyn são seus dois pés esquerdos. Marilyn não deve ser modificada, consertada! Ela é Marilyn por ser quem é - não tentem mudar essa realidade". Muitos autores parecem concordar com a visão de Wilder, sob um outro ângulo. Para eles as inúmeras sessões de psicanálise apenas serviam para confundir ainda mais sua cabeça. Marilyn passou a se absorver sobre si mesmo, numa viagem autodestrutiva com muitas pílulas, insegurança e ataques de auto piedade. Ela procurava pela felicidade com esses médicos, mas no final não encontrou paz e nem conseguiu ser feliz.
Pablo Aluísio.
Greta Garbo
Greta Garbo
Greta Garbo foi uma das maiores estrelas da história de Hollywood. Depois de uma sucessão de grandes sucessos de bilheteria, ela decidiu, ainda no auge de sua carreira, abandonar tudo e se refugiar em uma vida reclusa e isolada, bem longe da imprensa. Na época sua decisão causou perplexidade. Ninguém entendeu nada. Enquanto os estúdios ofereciam fortunas por seu trabalho, ela simplesmente decidiu que iria deixar tudo para trás. Nunca mais deixou se fotografar e procurou manter uma vida das mais discretas. No fundo ela queria que a imprensa, principalmente os jornais da época, a deixassem em paz.
Isso só aumentou ainda mais seu mito, pois os mistérios que rondavam sua vida pessoal despertavam a curiosidade e a imaginação de todos os seus admiradores. Espirituosa explicou suas escolhas ao dizer: "Eu nunca disse 'Quero ficar sozinha'. Eu disse 'Quero que me deixem sozinha'. Aí está toda a diferença. Há muitas coisas em seu coração que você nunca deve contar a ninguém. Seria baratear o seu íntimo sair espalhando-as por aí."
Anos apos sua morte algumas biografias levantaram a tese de que Greta Garbo era na verdade homossexual. Ela teria amado uma jovem que conheceu nos estúdios de cinema. Em uma época em que o preconceito era muito forte e sem barreiras legais, ela teria sido destruída publicamente por jornais sensacionalistas, caso fosse descoberto que ela seria lésbica. Assim ela na realidade se viu em um dilema. Acabou optando por viver esse "amor proibido" em sua vida pessoal. A escolha de deixar Hollywood ainda no auge da popularidade parece confirmar que ela optou por ter uma vida pessoal longe da atenção do público, o que foi uma decisão sábia. Afinal ela queria acima de tudo ser apenas uma pessoa feliz.
Pablo Aluísio.
A Morte de Peter O'Toole
A sorte só mudaria definitivamente quando o diretor David Lean o escolheu para ser T.E. Lawrence no grande clássico "Lawrence da Arábia". O papel seria de Marlon Brando mas ele desistiu ao descobrir que as filmagens no deserto seriam longas e exaustivas. Peter O'Toole até aquele momento não era um astro mas o diretor Lean confiou que ele faria um grande trabalho. Acertou em cheio. Essa foi a interpretação da vida do ator que, com o sucesso espetacular do filme, virou um astro de primeira grandeza praticamente da noite para o dia. Sua formação de ator clássico caiu como uma luva para seu personagem nesse que foi um dos mais marcantes épicos da história de Hollywood.
Após "Lawrence da Arábia" as portas do cinema americano e mundial se abriram para Peter O'Toole e ele acertou novamente no filme seguinte ao atuar de forma majestosa em "Becket, O Favorito do Rei". No lançamento do filme explicou que estava se sentindo um pouco pressionado pois depois do grande sucesso do épico de David Lean todos estavam ansiosos pela sua próxima atuação. Assim Peter decidiu ficar por longos dois anos fora das telas. O sucesso de crítica de "Becket" acalmou seus ânimos mas não sua vida privada. O ator tinha um sério problema com a bebida. Não raro passava semanas completamente embriagado. Isso, como ele próprio admitiu em sua autobiografia mais tarde, o prejudicaria muito em sua carreira.
Em 1965 voltaria a brilhar numa boa adaptação para o cinema de uma novela de Joseph Conrad chamada "Lord Jim". O roteiro explorava mais um roteiro histórico onde Peter O'Toole interpretava um nobre inglês na marinha britânica no começo do século XX. A boa fase seguiria pelos anos 60 adentro com mais pelo menos dois ótimos filmes, "A Noite dos Generais" (onde interpretava um oficial nazista psicopata) e "O Leão no Inverno" (onde teve a oportunidade de contracenar com outro grande mito da história do cinema, Katharine Hepburn). Sua interpretação do rei Henrique II nesse último filme é até hoje considerada uma das melhores encarnações do famoso monarca no cinema.
Nos anos 70 como ele próprio admitiu seus problemas etílicos lhe prejudicaram. As bebedeiras sem fim afastaram os grandes estúdios que tinham receios de o escalar para grandes e milionárias produções. Peter O'Toole começou a sentir que estava sendo deixado de lado. Mesmo assim ainda realizou bons filmes e alguns até marcantes. "O Homem de la Mancha", "Setembro Negro" e o polêmico "Calígula" onde interpretava o pedófilo imperador Tiberius marcaram época. Na década de 80 tentou enveredar por outros estilos como na comédia "Um Cara Muito Baratinado" ou na fracassada ficção "Supergirl". Nada que abalasse seu prestígio porém era fato que sua estrela começava a se apagar lentamente. Embora respeitado como um dos grandes atores do cinema ele sentia dificuldades em encontrar bons personagens em filmes relevantes. Apesar disso nunca ficou realmente preso ao ostracismo, procurando sempre trabalhar, mesmo em filmes muito abaixo de sua dignidade.
Seu último grande filme foi "O Último Imperador", o grande vencedor do Oscar em seu ano de lançamento. Seu papel de Sir Reginald 'R. J.' Johnston demonstrava que apesar de todos os grandes problemas enfrentados ao longo da vida seu talento ainda continuava lá, intacto. Depois de oito indicações ao Oscar, sem ganhar nenhum, a Academia resolveu lhe homenagear lhe dando um Oscar pelo conjunto da obra. Um reconhecimento tardio mais do que merecido. No total foram 94 películas, sendo a última, "Katherine of Alexandria", ainda inédita nos cinemas. Só nos resta em última homenagem conferir sua última atuação. Que o grande ator agora finalmente descanse em paz!
Pablo Aluísio.
sábado, 29 de setembro de 2007
A Morte de Marilyn Monroe
Ela então foi levado até o hospital, mesmo sabendo os paramédicos que já estava morta, sem sinais vitais. Dentro do hospital Marilyn Monroe ou Norma Jean (seu nome real) foi declarada morta por dois médicos de plantão, o que era uma exigência legal. Seu corpo então foi levado para o setor de autópsias do hospital onde se procurou pela causa, a razão de sua morte. Um fato triste aconteceu quando um funcionário do hospital foi subornado por dois jornalistas que tiraram duas fotos de Marilyn falecida. Uma foto foi tirada dela de frente, outra de lado. Uma clara falta de ética por parte da imprensa que já estava alucinada em busca de informações sobre a morte da atriz. Enquanto tudo isso acontecia os principais jornais do mundo noticiavam que Marilyn havia morrido de uma overdose acidental de pílulas para dormir, algo que depois seria confirmado pelos exames colhidos na autópsia. Ela morreu de uma combinação fatal de Nembutal (pentobarbital sódico) com Hidrato de cloral.
Após sua morte o corpo de Marilyn Monroe ficou por algumas horas à espera de algum familiar que cuidasse de seus documentos e funeral. Ninguém apareceu. Não era de se admirar. Marilyn praticamente não tinha mais parentes vivos e sua mãe estava internada em uma instituição para doentes mentais. Quando soube que ninguém havia reivindicado o corpo para o funeral, seu ex-marido Joe DiMaggio pegou o primeiro avião para Los Angeles. Ele assumiria os preparativos e o funeral de sua querida ex-esposa.
A primeira providência foi levar a equipe de maquiagem de Marilyn para a casa funerária. A autópsia pela qual havia passado tinha desfigurado a beleza de uma das mulheres mais belas da história do cinema. Seu cabelo estava queimado nas raízes e seu busto desaparecera após os procedimentos de necropsia. Marilyn havia pedido ao seu maquiador e amigo pessoal que quando morresse ele cuidaria de sua aparência. Whitey Snyder e sua esposa então começaram os trabalhos para trazer de volta à Marilyn Monroe que todos lembravam. Um peruca loira foi providenciada, a mesma que ela usara no filme "Os Desajustados", pois não havia mais como fazer nada em relação ao seu cabelo. Duas pequenas almofadas foram utilizadas para recriar o busto de que Marilyn tinha tanto orgulho. Marilyn então foi vestida com um modelo Pucci muito simples, que ela adorava em vida. Como toque final o maquiador enrolou em seu pescoço uma bonita echarpe de Chiffon.
Lá fora a confusão era enorme. A imprensa tentava tirar declarações de Joe DiMaggio mas esse se recusou a falar. Ao contrário disso providenciou uma cripta no cemitério Westwood Memorial Park, que tinha um sistema de urnas funerárias, ao contrário de covas. Marilyn tinha pavor de ser enterrada debaixo do chão e havia comentado com DiMaggio que gostaria de repousar após sua morte em uma urna como a de Westwood. Era um cemitério moderno para os anos 60, ao lado de uma avenida movimentada e uma loja de carros usados. Não se parecia em nada com um cemitério comum, pois tudo lembrava um lugar muito calmo, com amplas galerias, jardins e bancos brancos para os visitantes ficarem à vontade. Era uma cripta de parede de mármore, tudo com muito bom gosto. Ao lado havia um pequeno nicho para colocar flores. Enquanto esteve vivo Joe DiMaggio pagou a uma jovem senhora para levar flores todos os dias na urna da ex-esposa. Joe DiMaggio também soltou uma pequena nota para a imprensa que dizia: "O funeral de Marilyn Monroe será muito simples, de forma que ela possa ir para seu descanso final na paz que sempre procurou". Depois mandou avisar que qualquer doação deveria ser revertida para instituições de caridade de amparo a crianças carentes e órfãs, como a própria Marilyn Monroe havia sido em vida.
Todos os grandes figurões de Hollywood queriam comparecer ao funeral de Marilyn, mas Joe DiMaggio fez uma lista de apenas 24 convidados. Qualquer outra pessoa seria barrada. Frank Sinatra ficou de fora e sentiu-se ofendido. Rumou ao cemitério e forçou sua entrada, mas foi barrado aos safanões por grandalhões italianos contratados por DiMaggio. Ele considerava Sinatra um cretino, um calhorda, que havia explorado Marilyn Monroe. Além disso o fato de Sinatra ter sido amigo dos Kennedy o deixava imediatamente na lista negra de DiMaggio. Sobre a família Kennedy o ex-marido de Marilyn foi firme e incisivo: "Certifiquem-se de que nenhum maldito membro da família Kennedy esteja por aqui no funeral!". Sammy Davis Jr e a cantora Ella Fitzgerald também foram barrados nos portões do cemitério. Dean Martin, que conhecia muito mais o temperamento de DiMaggio se limitou a enviar uma pequena coroa de flores, gesto que foi imitado por Marlon Brando.
A cerimônia foi breve. Ao som de "Over The Rainbow" o corpo de Marilyn foi encomendado. Ela era fã de Judy Garland e por isso DiMaggio pediu que a canção fosse tocada. Depois disso seu caixão foi aberto por alguns minutos. O último a se despedir foi o próprio DiMaggio que em prantos beijou a ex-esposa pela última vez declarando: "Eu te amo!". Marilyn tinha um pequeno buquê de flores nas mãos. Depois disso um pequeno cortejo levou Marilyn até seu local de descanso eterno. Na lápide ao invés de "Norma Jean", DiMaggio preferiu colocar o nome pelo qual ela sempre será lembrada com a singela inscrição "Marilyn Monroe - 1926 - 1962". Tudo muito simples, mas elegante.
O local de descanso eterno de Marilyn rapidamente virou ponto turístico em Los Angeles. Todos os dias havia muita gente indo até lá para fazer uma oração ou prestar as últimas homenagens à memória da atriz. Com os anos outros astros famosos também foram sepultados perto de Marilyn, como por exemplo Natalie Wood que jaz a poucos metros da cripta da colega e Dean Martin que comprou sua urna após visitar pela primeira vez o lugar onde sua amiga havia sido sepultada.
Em 2009 foi realizado um leilão para venda da cripta acima da Marilyn Monroe. O maior lance de 4,6 milhões de dólares foi o vencedor. O local estava ocupado por um homem morto em 1981, chamado Richard Poncher. A viúva do sujeito então resolveu exumar o marido para ganhar essa pequena fortuna com a venda de sua urna funerária. Isso demonstrou bem bem que apesar de todos os anos passados, o mito de Marilyn Monroe ainda sobrevive, tão forte como na época de sua morte, afinal o sol nunca se põe sobre os grandes mitos do cinema.
Pablo Aluísio.
Sean Connery (1930 - 2020)
Sean Connery (1930 - 2020)
O mundo do cinema teve uma grande perda. Morreu no último dia 31 de outubro, aos 90 anos de idade, o grande ator Sean Connery. Ao longo de sua carreira o ator foi admirado por gerações de cinéfilos. Foram 94 filmes no total, contando essa longa e produtiva lista com filmes que já são considerados clássicos modernos da sétima arte.
Segundo informações repassadas pela própria esposa, Sean Connery lutava contra problemas sérios de saúde em seus últimos anos. Ele estaria sofrendo de demência e falta de consciência de si mesmo, o que fez com que a esposa fizesse o seguinte comentário: "Essa não era mais uma vida para ele viver. Para um ator que passou a vida decorando textos e interagindo com as pessoas, ele tinha perdido as coisas mais preciosas de sua existência".
Isso explicaria o fato de que Sean Connery ficou longos anos afastado das telas. Seu último filme foi "A Liga Extraordinária", um filme aliás que ele não gostou de fazer, tendo diversos atritos com os produtores por causa dos rumos que o filme tomou durante as filmagens. Ao longo dos anos temos escrito bastante sobre os filmes de Sean Connery em todos os blogs. Ele está e sempre estará presente em nossos textos. Muito obrigado por tudo Sir Sean Connery.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Paul Newman
Outro fato curioso é que o ator, ao contrário de outros famosos de Hollywood, conseguiu manter por longos anos um casamento estável e aparentemente feliz. Ele foi casado com a atriz Joanne Woodward. Apesar dos problemas e até mesmo de uma grande tragédia pessoal, quando um de seus filhos sucumbiu ao mundo das drogas, morrendo de uma overdose, o casamento seguiu firme e forte ao longo das décadas.
Recentemente porém um autor desvendou um dos segredos mais bem guardados de Hollywood. Ao contrário do que muitos pensavam Paul Newman não era um homem fiel com sua esposa. Na biografia intitulada "Paul Newman: Uma Vida" de Shawn Levy, os seus fãs e admiradores descobriram que o ator era infiel, tinha amantes e até mesmo um relacionamento fixo fora do casamento que durou anos. Até sua morte se pensou que ele era um homem casado exemplar, que nunca tivera romances extraconjugais em sua vida. Era considerado um exemplo dentro da comunidade de Hollywood.
De qualquer forma, se estivesse vivo, o ator certamente estaria contente com as eleições americanas realizadas nesse ano. Ele foi um ativista do Partido Democrata nos Estados Unidos, sempre levantando bandeiras contra o preconceito racial, em favor dos direitos das minorias, dos homossexuais, imigrantes, etc. Certamente, se ainda fosse vivo, ele teria atuado de forma positiva em todos esses movimentos políticos até os dias de hoje. O ator, infelizmente, nos deixou em 2008, vítima de um câncer de pulmão.
Pablo Aluísio.
Tyrone Power - Mergulho no Inferno
Assim essa produção pode ser vista como parte do esforço de guerra que Hollywood promovia na época, numa clara tentativa de manter a moral e o empenho dos militares em alta. Power interpretava um personagem que servia na marinha dos Estados Unidos. Aliás a produção do filme só foi possível com a plena colaboração das forças armadas daquele país.
Um aspecto interessante é que todos os navios e embarcações que aparecem no filme são históricos, realmente lutavam na guerra naquele momento. Dessa forma o filme ganha um interesse extra para quem aprecia história militar, pois tem a chance de ver esses navios de guerra em seu auge, ainda funcionais e prontos para batalhas navais. Certamente esse atrativo vai despertar ainda mais a curiosidade de quem ainda não viu esse bom filme de guerra, estrelado por um dos mais populares galãs de cinema de Hollywood naquela época.
Abaixo segue parte do material promocional desse filme clássico de guerra "Mergulho no Inferno" com Tyrone Power. Esse tipo de poster era enviado para os cinemas, para ajudar na publicidade e divulgação dos filmes que chegavam nas telas. Um souvenir hoje em dia para quem aprecia material vintage dos tempos da II Guerra Mundial.
Pablo Aluísio,
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Quem matou Marilyn Monroe?
Teoria 1: No dia em que Marilyn morreu ela ligou e conseguiu falar com Bob por telefone. Kennedy deixou claro que tudo estava acabado e que ela não deveria mais lhe procurar pois era um homem casado! Marilyn foi à loucura com isso e deixou claro para Bob que iria contar tudo sobre seus romances com ele e o irmão JFK para a imprensa americana. Segundo essa teoria Bob, temeroso pelo que poderia acontecer, ligou para o FBI. O todo poderoso chefe da agência, J. Edgar Hoover, então resolveu agir. Mandou alguns de seus melhores agentes que foram até a casa de Marilyn. Chegando lá eles a teriam matado com uma overdose de drogas. Para não deixar rastros usaram um enema. A morte teria ocorrido entre 00:00hs e 3:30hs. Depois do trabalho feito eles teriam ido embora, sendo que Marilyn oficialmente só seria encontrada às 3:30hs por sua empregada que ouviu o som ligado e a luz acessa. Quando olhou pela janela viu Marilyn sem vida com a mão no telefone. Tudo não passaria de uma farsa para enganar a polícia de Los Angeles.
Teoria 2: No dia em que Marilyn morreu ela ligou e conseguiu falar com Bob por telefone. Kennedy deixou claro que tudo estava acabado e que ela não deveria mais lhe procurar pois era um homem casado! Marilyn foi à loucura com isso e deixou claro para Bob que iria contar tudo sobre seus romances com ele e o irmão JFK para os jornais que iriam acabar com eles no dia seguinte. Preocupado Bob então teria rumado para a casa da atriz, mas chegando lá já a teria encontrado em estado de overdose. Desesperado, ligou para o FBI que enviou agentes. Marilyn teria sido levada às pressas para um hospital mas morreu no caminho. Então os agentes retornaram, limparam seu quarto e montaram uma cena de suicídio. Bob tomou um avião para San Francisco para não despertar suspeitas. Nesse quadro Marilyn teria deixado uma carta contando porque se matara. O FBI sumiu rapidamente com o escrito pois comprometia Bob e seu irmão JFK.
Teoria 3: No dia em que Marilyn morreu ela ligou e conseguiu falar com Bob por telefone. Kennedy deixou claro que tudo estava acabado e que ela não deveria mais lhe procurar pois era um homem casado! Marilyn foi à loucura com isso e deixou claro para Bob que iria contar tudo sobre seus romances com ele e o irmão JFK para a imprensa no dia seguinte. Nesse quadro Bob manda o ator Peter Lawford para a casa de Marilyn. Ao chegar lá encontra a atriz em coma. Desesperado chama o FBI. Eles limpam o cenário de sua morte, sumindo com qualquer evidência que comprometa os Kennedys. Isso acontece entre às 00:00hs e 3:30hs quando finalmente a polícia de Los Angeles é chamada ao local. Fatos parecem comprovar que alguém esteve na casa de Marilyn. Seu diário pessoal desapareceu e um cofre onde ela guardava documentos foi violado. O sumiço dos números discados por ela na noite de sua morte também desapareceram misteriosamente. Anos depois Peter Lawford teria confirmado tudo para uma de suas ex-esposas.
Teoria 4: No dia em que Marilyn morreu ela ligou e conseguiu falar com Bob por telefone. Kennedy deixou claro que tudo estava acabado e que ela não deveria mais lhe procurar pois era um homem casado! Marilyn foi à loucura com isso e deixou claro para Bob que iria contar tudo sobre seus romances com ele e o irmão JFK. Bob vai até sua casa e acalma a atriz. Promete que vai repensar sua vida sentimental e suplica para que Marilyn se controle. Por voltas das 22:00hs, após jantar com ela, vai embora mais aliviado. Nessa teoria a máfia resolve agir. Ela monitora a casa de Marilyn e registra com fotos o encontro de Marilyn e Bob. Quando Sam Giancana sabe do ocorrido manda seus homens para matarem Marilyn naquela mesma noite. A intenção é incriminar Bob e seu irmão JFK pela morte. Eles conseguem seus objetivos mas depois que vão embora o FBI entra na casa de Marilyn para destruir todas as provas deixadas pelos mafiosos, provas essas que ligariam Bob e seu irmão presidente John aos crimes. Esse jogo de plantação de provas e sumiço com elas acontece nas horas que vão da morte da atriz, às 00:00hs até às 3:30hs quando finalmente a polícia de Los Angeles é chamada ao local pela empregada de Marilyn.
Como se pode ver teorias não faltam. Até hoje pairam dúvidas sobre o que aconteceu naquela noite. O que se sabe com alguma certeza é que Marilyn entrou em um jogo perigoso, que envolvia ameaças aos irmãos Kennedys de que ela revelaria tudo para a imprensa. O romance entre Marilyn e os irmãos Kennedys, homens casados que posavam de bons maridos para a imprensa, era incendiário por si só. Agora, a verdade absoluta, acredito que essa nunca saberemos ao certo.
Pablo Aluísio.
Entrevista: Robert Mitchum
Ele está aqui no Festival de cinema de Virgínia, diz o programa, porque ele encarna "a alma do filme noir". Sim. Isso é certamente correto. Em suas inflexões irônicas, em seus olhos sonolentos cínicos, na forma lacônica como ele lida com uma arma ou uma dama, ele encarna a essência de um dos mais obscuros gêneros cinematográficos norte-americanos.
Tudo isso é verdade e Mitchum se diverte com o título que lhe deram. "Nós chamávamos aquilo de cinema B, filmes B", disse ele . "Simplesmente porque a pura verdade era que nós não tínhamos dinheiro para uma grande produção, não tínhamos os equipamentos, não tínhamos as luzes, nós não tínhamos nem tempo. A única coisa que nós realmente tínhamos eram algumas boas histórias para contar."
É o meu trabalho estar no palco com Mitchum, e entrevistá-lo depois da exibição do filme "Out of the Past" (1947), um dos maiores filmes noir já feitos, aquele em que Jane Greer diz para Mitchum: "Você não é bom, e eu não sou boa. Nós fomos feitos um para o outro". E o filme onde, brinca Mitchum, todos morrem, mais cedo ou mais tarde. "Mas bem que eu queria viver mais naquele filme" - sorri o ator.
Assim que chega e se senta para a entrevista no palco, Robert Mitchum agradece todos os aplausos. Sorrindo ele diz: "Que maravilhosa recepção! Muito obrigado. A última vez que vi algo assim foi quando Rin Tin Tin, o cachorro, você sabe, foi apresentado para a imprensa no salão de convenções da MGM. O totó foi uma das maiores estrelas do cinema! E pensar que Rin Tin Tin não passava de um truque de câmera!..." Os jovens estudantes de cinema morreram de rir com a ironia cínica de Mitchum.
Eu conheci Mitchum muitos anos antes. Em 1967, em Dingle, Irlanda, durante as filmagens de "A Filha de Ryan". Passei a noite em sua casa de campo à beira-mar, bebendo, e ele observou: "David Lean filmou por um dia inteiro hoje e olha que ele está oito dias atrasado nos cronogramas de filmagens. Daqui uns sete anos ele termina o filme!". Mitchum implicava com a data de seu aniversário onde, segundo ele, tudo dava errado. "Uma vez peguei uma carona no meu aniversário para ir até Pittsburgh e fui parar em Steubenville, Ohio!" Depois de beber mais uns goles completa: "Marilyn Monroe morreu no dia do meu aniversário. Gostava dela, assim toda vez que completo anos, lembro da loira". Depois observa: "Nasci no dia errado. No meu aniversário jogaram a bomba atômica sobre Hiroshima! Não falta mais nada para acontecer nesse dia!" - Depois disso o velho Mitchum soltou uma gargalhada sonora.
O que eu aprendi durante esses tempos em que convivi com Robert Mitchum foi que ele era um cara de ótimo papo, muito descontraído e certamente daria uma ótima entrevista, desde que você não fizesse nenhuma pergunta que lhe aborrecesse. Afinal Mitchum tem seu próprio ritmo, sua própria melodia. No palco, na Virgínia, ele acendeu um cigarro da marca Pall Mall sob aplausos, soprou a fumaça, e suspirou. Mitchum nunca fez média.
- "Você tem sido um ator de cinema por 50 anos" - eu disse.
Silêncio. Um encolher de ombros.
- "Bem, fazer caretas e falar linhas de textos escritos por outra pessoa não é realmente uma cura para o câncer, você sabe, mas eu sei fazer isso. Se você pode fazer com alguma graça, então melhor. Eu tive sorte. Fiz bons filmes por aí nesses anos todos. No final do dia você fica satisfeito com tudo"
- "Em "Out of the Past" você co-estrelou ao lado de Kirk Douglas. Você sempre foi muito descontraído e relaxado. Ele parecia ser mais focado, intenso"
- "Bem, Kirk era muito sério sobre tudo. Pouco antes de "Out of the Past", Betty Jane Greer e eu vi um roteiro que veio da Paramount chamado "O Estranho Amor de Martha Ivers". Kirk ficou muito interessante nele. Assim nós dissemos: "vamos deixar ele fazer esse filme, o estúdio tinha oferecido aquilo para nós mas eu disse, deixe pra lá, aparecerá outro texto bom". Ele passava o tempo todo com um lápis sobre o ouvido fazendo anotações em suas falas no script. Eu não estava nem aí para isso!" - afirma rindo bastante o ator.
- Você acha que houve alguma competição entre vocês?
- "Sim. Mas ele era um tipo diferente de ator. Eu era apenas um cara. É a tal coisa, por parte dele talvez. Eu era apenas o cara contratado"
O público em Virginia estava planejando assistir filmes noir durante todo o fim de semana: "The Big Sleep" (1946), "Detour", "Sunset Boulevard", "Ace in the Hole", "Os Imorais", "Gilda", "Chinatown" e outro filme com Robert Mitchum chamado "Farewell, My Lovely". Muitos dos filmes foram feitos há 40 ou 50 anos mas o interesse era enorme, o que comprovava que o filme noir não tem idade.
O público adorou as convenções sociais da época - como o hábito de fumar o tempo todo dos personagens. Sobre isso Mitchum não perdeu a piada: "Out of the Past (Fuga ao Passado, no Brasil) é talvez o maior filme já feito sobre o cigarro, eu fumo o tempo todo, Kirk também. Eu nem o via direto atrás de tanta fumaça" - o público cai na gargalhada.
- "Eu ainda fumo demais. A minha geração fumou muito. Pedir um cigarro era uma boa forma de puxar uma conversa." - resume sobre aqueles tempos o velho Mitchum.
- "Será que vocês tem alguma idéia de como fazer uma piada envolvendo o consumo de cigarros hoje em dia?" Eu perguntei.
- "Não, não... " - foi logo cortando Mitchum.
- "Porque há mais tabagismo neste filme do que em qualquer outro filme eu já vi" - completei.
- "Nunca pensei sobre isso. Era charmoso fumar naqueles tempos. Algumas atrizes tinham hálito de fumo! Para falar a verdade nem me lembro mais desse filme...mas me lembro dos cigarros, eram muito bons" - pisca o ator!
- "Você nunca reviu o filme?
- "Eu vi no cinema na época no dia de estreia, depois acho que o revi alguma vez, mas já faz tanto tempo que eu não sei... "
Depois de mais algumas perguntas, ele finalmente saiu para jantar com sua esposa, Dorothy, durante a exibição de mais alguns filmes noir. Depois, no restaurante, perguntei-lhe sobre "The Night of the Hunter" (O Mensageiro do Diabo, 1955), o grande filme dirigido por Charles Laughton, no qual interpretou o pregador sinistro que tinha em suas mãos tatuadas as palavras "Amor" tatuado de um lado, e "ódio" na outra.
- "Charles (Laughton) me ligou" - lembra Mitchum - "... e disse: Robert? Aqui quem fala é Charles. Ontem recebi um script horrível. Uma porcaria. Mas podemos fazer algo completamente diferente com ele. Com o dinheiro do estúdio faremos um grande filme. Deixem eles pensarem que estamos fazendo o filme que eles querem. Faremos algo nosso!. Então marcamos um encontro para discutir o projeto. Ele queria filmar em West Virginia ou Ohio mas o orçamento não permitia. Depois disse que chamaria Shelley Winters pois seu cachê era baixo, pouco mais de 25 mil dólares. Foi um filme feito com pouco dinheiro. Charles não era só diretor, às vezes era figurinista e até sonoplasta. Em compensação era um cineasta fantástico. Ele era como John Huston ou pessoas assim. Ele não lhe dizia o que fazer ou o que seu personagem estaria pensando. Alguém como Cukor diria: 'Agora, ele está pensando isso, e isso ...' E eu respondia: 'É Sério isso?!' Mas Charles era um cineasta sutil. Ele ajudava a montar a cena, junto com o ator, e depois agradecia pelo resultado. Era muito gratificante. As pessoas sempre querem saber por que ele nunca dirigiu outro filme. O que posso dizer? Ele morreu cedo demais, foi por isso"
Na volta da entrevista diante do público no festival Mitchum percebeu que já tinha o público na palma da sua mão. Ele contou sobre sua afeição por Charles Laughton, mas todos queriam saber sobre outros grandes diretores com que ele trabalhou.
David Lean, por exemplo. Então Mitchum relembrou o estilo do cineasta no set: "David iria sentar lá na cadeira, pensando, pensando e pensando um pouco mais. Ficava sentado, olhando o horizonte, pensando por horas e horas no set. Soube que quando estava filmando Lawrence da Arabia ele ficou tanto tempo na cadeira que pegou uma insolação! Depois tiveram que levar ele de lá às pressas porque uma guerra havia estourado perto do local das filmagens" - diz, divertindo-se Mitchum sobre o famoso diretor - "E ele estava na cadeira quando a guerra começou..." - mais uma vez o público caiu na gargalhada.
Perguntado sobre o que havia achado da refilmagem de seu filme de 1962 com Robert De Niro em seu antigo papel, Mitchum desconversou afirmando que não havia ainda assistido o filme de Martin Scorsese.
Alguém na plateia perguntou-lhe sobre de Marilyn Monroe e seu rosto se suavizou.
"Eu a amava" - disse ele - "Eu a conhecia desde quando ela tinha uns 15 ou 16 anos de idade. Era colega de trabalho de seu primeiro marido na linha na fábrica da Lockheed em Long Beach. Foi quando eu a conheci. E eu a conhecia muito bem. E ela foi uma linda menina.... muito, muito tímida. Ela teve o que hoje é reconhecido como agorafobia, tinha pavor de sair no meio das pessoas. Naquela época eles formavam um casal comum, como qualquer outro. Ela era muito doce e feliz. Mas daí o marido foi servir na Marinha longe de casa e o casamento acabou. A revi no estúdio, por acaso, anos depois. Fizemos filmes juntos e gostávamos de rir muito. Sei que muitos a exploraram em seus anos em Hollywood. Isso é triste".
E o que dizer de Humphrey Bogart? - alguém perguntou. Como ele era?
- "Sim, eu o conhecia. Bogey e eu éramos bons amigos. Uma vez ele me disse: 'Você sabe, a diferença entre você e eu e os outros caras, não sabe?... - o jeito dele falar isso foi muito engraçado. Bebia do café da manhã ao jantar e não ficava embriagado, impressionante. Lá pelas três da tarde eu já estava caído no chão, bêbado, quando ia na casa do Bogey e ele, que havia bebido tanto quanto eu, estava lá, sóbrio, com copo na mão e o terno impecável. Nunca vou entender aquilo!" - brinca Mitchum.
Havia um monte de alunos da Universidade de Virgínia na plateia, e um deles perguntou: " Ah, o Sr. Mitchum, dada a sua atitude despreocupada em direção de cinema, o que você acha de um festival como este, que estuda cinema de forma crítica e analiticamente? "
- "Minha o quê?"
- " Sua atitude ocasional ... "
- "Sim, sim, eu consegui o papel casual. Qual foi a outra parte?"
Todos riram.
- "O que você acha dos festivais de cinema?"
- "Eles são freak shows. É como um show de aberrações de um parque de diversões de quinta categoria. Assim que uma estrela de Hollywood confirma a presença as estações locais de TV são avisadas. É como se uma girafa fosse solta no seu quintal. As pessoas nunca vêem uma girafa tomando banho na piscina da sua casa, então todo mundo vai lá ver. Com os atores de cinema é a mesma coisa!"
Depois disso a plateia veio abaixo com palmas e risos. Robert Mitchum é muito simpático e brincalhão. Um dos grandes atores do cinema clássico que nunca se levou muito à sério. Foi um prazer entrevistar ele. Melhor do que ver uma girafa no quintal.