quarta-feira, 28 de março de 2007

Audrey Hepburn

Audrey Hepburn
A atriz foi durante décadas sinônimo de elegância, sofisticação e glamour. Em uma carreira tão marcante, de tantos filmes inesquecíveis, se destacam dentre outros “Bonequinha de Luxo”, “Sabrina”, “A Princesa e o Plebeu”, “Uma Cruz à Beira do Abismo”, "Infâmia" e “Minha Bela Dama”. Em todos esses seus clássicos foi bastante elogiada pela crítica. Foi um caso até raro de atriz que conseguia agradar igualmente ao público e aos críticos de cinema. Tinha praticamente unanimidade nesse aspecto. Todos pareciam gostar dela.

Sua filmografia não é longa. Comparada com os demais astros e estrelas de sua época ela realmente fez poucos filmes. Foram apenas 34 filmes como atriz. A estreia se deu na TV, em 1949, um filme simples. Era uma garotinha. Seu primeiro filme mesmo, considerada por ela mesma, foi "O Mistério da Torre", lançado em 1951.

 Ela foi indicada seis vezes ao Oscar! Por anos ela se considerou azarada pois nunca conseguia ser premiada. Já caminhava para o rol de grandes nomes da história de Hollywood que tinham sido injustiçados pela Academia quando sua sorte mudou. Finalmente em 1953 ela finalmente foi premiada por seu trabalho no filme "A Princesa e o Plebeu" onde contracenava com o ótimo Gregoy Peck. Reconhecendo o excelente trabalho dos demais envolvidos no filme dedicou o prêmio ao colega de cena e ao diretor William Wyler. Era considerada uma profissional disciplinada, amiga e humilde dentro do set de filmagens. Sua gratidão com quem havia lhe ajudado estava em toda parte por onde atuava.

Sua última aparição no cinema se deu pelas mãos de Steven Spielberg. Ela apareceu pela última vez em "Além da Eternidade" de 1989. Fazia anos que estava afastada do trabalho de atriz. Apenas após muita insistência de Spielberg ela finalmente aceitou voltar para uma despedida final do cinema. E foi um belo gesto de adeus.  Após a aposentadoria no cinema se destacou por seu empenho em causas humanitárias e de ajuda aos países mais pobres. Ela faleceu no dia 20 de janeiro de 1993 em sua casa na Suíça. Ela havia deixado os Estados Unidos em busca de um lugar mais tranquilo para viver. Tinha apenas 63 anos de idade quando partiu. Deixou saudades em todos os cinéfilos mundo afora. Audrey Hepburn foi um mito eterno da sétima arte.

Pablo Aluísio.

Ennio Morricone

Ennio Morricone (1928 - 2020)
Faleceu ontem o compositor e maestro romano Ennio Morricone. Ele foi um gênio da história do cinema. A sua música embalou diversos clássicos ao longo das décadas. Os números impressionam. Sua obra muscal esteve presente em mais de 520 filmes! É provavelmente um recorde em sua area de atuação. Além de ser um maestro de mão cheia, era também um profissional sério e querido por todos que trabalharam ao seu lado.

Para muitos seu auge se deu dentro do próprio cinema italiano onde compôs trilhas sonoras marcantes e inesquecíveis no chamado western spaghetti. Ao lado de Sergio Leone teve alguns de seus melhores momentos, principalmente em filmes como "Era uma vez no Oeste", "Era uma vez na América" e "Três Homens em Conflito". Soube se reinventar e compôs não apenas para filmes de faroeste, mas para todos os gêneros cinematográficos, inclusive sendo muito lembrado pela trilha sonora do clássico "Cinema Paradiso".

Foi indicado sete vezes ao Oscar. Ganhou um prêmio especial pelo conjunto da obra em 2007 e finalmente levantou a estatueta por uma trilha sonora para o filme "Os Oito Odiados". O diretor Quentin Tarantino ficou emocionado com sua premiação e chegou a dizer que ele seria "tão importante como Mozart". Quem poderia discordar?

Ennio Morricone faleceu após sofrer um acidente doméstico. Ele teve tempo de escrever uma carta de despedida, agradecendo a familiares e pessoas que o ajudaram ao longo de sua vida. Humilde, pediu que não fossem ao seu funeral, que as pessoas não precisavam mais se incomodar com ele, pois já estaria morto. Um último ato de despedida de um grande nome da história da música no cinema.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de março de 2007

Marilyn Monroe - Primeiros Filmes

Há bastante semelhança entre as carreiras de Marilyn Monroe e Grace Kelly. Ambas começaram como modelos, mas tinham desejo mesmo de se tornarem atrizes. Quando o primeiro marido de Marilyn saiu para uma longa viagem (ele era marinheiro da marinha mercante), Marilyn decidiu terminar seu casamento. Ela tinha muitos sonhos e não estava mais disposta a sacrificar sua vida sendo apenas uma dona de casa. Ela escreveu uma carta para o marido, colocou sua aliança dentro e deu adeus para a vida de jovem esposa que ficava cuidando de casa.

Depois disso colocou todas as suas roupas numa mala e pegou o primeiro ônibus para Los Angeles. Marilyn queria ser estrela em Hollywood, igual a Lana Turner, que ela admirava. Depois de fazer vários ensaios como modelo fotográfica de revistas da moda, Marilyn finalmente conseguiu sua grande chance em um novo filme da Columbia Pictures. Embora seu destino estivesse totalmente ligado à Fox, Marilyn surgiu pela primeira vez numa tela de cinema em uma produção da Columbia.

Não foi uma grande estreia. Marilyn Monroe recebeu 125 dólares (uma quantia irrisória) para apenas passar andando na frente da câmera. O filme se chamava "Idade Perigosa". O ano era 1947. Em pleno período do pós-guerra, Marilyn mostrava que não havia nada de errado em ser bonita, loira e insinuante. Ela era basicamente uma pin-up, uma garota do calendário, daquelas que tiravam fotos em poses sensuais para serem vendidas para os soldados americanos que lutavam no exterior. Embora não fosse grande coisa, sua personagem nem nome tinha, o fato é que aparecer no cinema já era a realização de um sonho para a jovem Norma Jean. Quem diria... Logo ela que tanto sonhava ser uma estrela de Hollywood, agora aparecia finalmente em um filme!

Marilyn costumava dizer que ela havia sido picada pela febre da vontade de se tornar uma artista com esse seu primeiro filme. Ela estava disposta a não parar nunca mais! Um ano depois ela teve outra chance. O filme se chamava "Nasceste Para Mim". Se o primeiro filme era um drama, sem muitas possibilidades para Marilyn chamar mais atenção, esse seu segundo filme era um musical romântico bem divertido, com muitas canções e cenas de dança (como era comum nos musicais da época, obviamente inspirados nas peças da Broadway). O roteiro se passava nos anos 1920 e mostrava parte da vida do bandleader Chuck Arnold. Um filme muito promissor, porém grande parte da participação de Marilyn acabou sendo cortada na sala de edição. Isso porém não atrapalhava suas ambições. Ela sabia que mais cedo ou mais tarde iria ter a grande chance que tanto esperava.

Essas primeiras experiências de Marilyn no cinema não foram muito animadoras. Muitas vezes ela não passava de uma figurante bonita, um elemento a mais no cenário. Porém ela era uma sonhadora. Costumava dizer que iria vencer porque era a garota que sonhava com mais força por uma vida melhor. Em Los Angeles, nos primeiros tempos, a vida não foi fácil. Os cachês dos filmes eram fracos e muitas vezes ela se via sem ter dinheiro para pagar o próprio aluguel. Segundo uma amiga que conheceu Marilyn nessa época ela era basicamente uma loira bonita com uma mala na mão. Assim que recebia o pedido de despejo ia para outro lugar, alugava outro quartinho e seguia em frente. Marilyn não tinha um contrato com nenhuma companhia cinematográfica e nem renda fixa. Para ganhar alguns dólares ela posava de modelo, o que na época lhe rendia mais dinheiro do que o cinema. Porém essa realidade iria aos poucos mudar para melhor.

Pablo Aluísio.

Marilyn Monroe


Marilyn Monroe
Marilyn Monroe em trajes de banho para uma foto promocional da Fox. A. Atriz não foi apenas uma deusa do cinema, mas também  um autêntica pin-up. Tanto isso é verdade que suas fotos publicadas para a Playboy foram uma das mais vendidas da história da revista adulta norte-americana. Aqui, ela mostra nessa foto toda sua boa forma física, uma mulher realmente belíssima. Que marcou época e trouxe padrões de beleza para a sociedade em geral.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de março de 2007

10 Curiosidades - O Vampiro da Noite

1. O Script de Christopher Lee no filme não era exatamente longo! Na verdade ele só tinha treze linhas de diálogo para dizer durante todo o enredo. Sobre isso Lee diria que o seu Drácula era na essência um monstro e monstros não são muito de bate papo. O Conde do filme só troca diálogos com um único personagem durante todo o filme, Jonathan Harker.

2. Depois de 30 anos desaparecida a capa que Christopher Lee usou no filme apareceu numa loja de fantasias de Londres. Uma relíquia para a história do cinema inglês ela seria vendida em um leilão por 50 mil dólares. Antes da ser colocada à venda porém a casa de leilões contratou Lee para reconhecer a peça e marcar sua autenticidade.

3. Houve um acidente durante as filmagens. Numa cena que deveria ser ao mesmo tempo aterrorizante e sensual o ator caiu em um buraco no set de filmagens, atingindo a dublê da personagem Mina. Apesar do constrangimento e da dor não houve ferimentos mais graves.

4. Em sua autobiografia o ator confessou que recebeu apenas 750 libras por sua atuação como Drácula no filme. A Hammer alegou não ter maiores recursos para pagar um cachê melhor. Lee, por outro lado, estava precisando de trabalho e aceitou o pouco que lhe ofereceram. Nos filmes seguintes ele iria endurecer o jogo, pedindo cachês cada vez mais altos a cada sequência, além de privilégios que não havia tido, como um camarim próprio, por exemplo.

5. O filme foi dirigido por Terence Fisher, veterano cineasta inglês que morreu em 1980. Ele iria dirigir ainda "As Noivas do Vampiro" (1960) e "Drácula, o Príncipe das Trevas" (1966). Também assinaria outros clássicos do terror com monstros famosos como Frankenstein em produções como "A Vingança de Frankenstein" (1958) e "Frankenstein Tem que Ser Destruído" (1969).

6. O Vampiro da Noite recebeu três prêmios do Hugo Awards nas categorias de Melhor Direção (Terence Fisher), Melhor Roteiro Adaptado (Jimmy Sangster) e Melhor História (dado como homenagem a Bram Stoker, autor do livro original).

7. Quando o filme foi lançado no mercado americano a distribuidora daquele país resolveu mudar o título do filme para "Horror of Dracula" por questões envolvendo direitos autorais. Também pesou em favor da decisão o fato de que os americanos responsáveis pela distribuição tinham receios que o filme fosse confundido com o clássico estrelado por Bela Lugosi, que inclusive estava para ser exibido pela primeira vez na TV americana pelo canal CBS.

8. Uma sequência do filme ficou perdida por anos até que finalmente foi reencontrada do outro lado do mundo, no Japão. Uma cópia original preservada pela National Film center de Tóquio conseguiu salvar essa cena da destruição pois ela não era mais encontrada em cópias na Inglaterra.

9. As filmagens duraram praticamente três meses, começando em 11 de novembro de 1957 e terminando em 3 de janeiro de 1958. Curiosamente o filme estreou antes nos Estados Unidos numa exibição em Milwaukee, Wisconsin. Só uma semana depois é que o filme iria finalmente surgir nas salas de cinema britânicas (apesar do filme ser inglês)!

10. O filme foi incluído na lista "Os 1000 Filmes Que Você Precisa Assistir Antes de Morrer" escrita por Steven Schneider.

Pablo Aluísio.

Marilyn Monroe na Coreia

Marilyn Monroe tinha acabado de se casar com o jogador aposentado Joe DiMaggio quando o departamento de Estado americano a convidou para realizar uma pequena turnê na Coreia para as tropas estacionadas naquele distante país. Era tradição em Hollywood desde a Segunda Guerra Mundial o uso de artistas e estrelas famosas do cinema como esforço de guerra, onde eles poderiam providenciar entretenimento e diversão para os combatentes. Marilyn adorou a ideia, mas seu marido odiou. O casamento mal tinha começado e ela e Joe já tinham desavenças sérias e conflitantes, algumas vezes tudo indo parar em agressão física. Mesmo com Joe dizendo para ela não ir, Marilyn pegou o primeiro avião para a Coreia.

Segundo algumas biografias na noite anterior da viagem de Marilyn houve uma séria briga na casa onde eles viviam em San Francisco. Joe teria agarrado Marilyn com força e ela acabou torcendo o polegar da mão. Isso obviamente não passou despercebido da imprensa pois quando Marilyn chegou no aeroporto de Seul todos puderam constatar que ela realmente estava com o dedo machucado que escondia usando um pequeno curativo. Joe era um italiano típico e não aceitava desaforos da esposa. Sua forma antiga de entender como um casal deveria se relacionar acabou sendo o estopim do fim do casamento. Marilyn era independente demais para aceitar esse tipo de coisa. Embora ela posasse para a imprensa como a esposa perfeita e dona de casa ideal todos sabiam que no fundo ela estava decepcionada e frustrada com o casamento.

Para manter as aparências Marilyn chegou a dizer para um jornal de San Francisco: "Adoro cuidar das coisas do meu marido. Estou sempre passando sua roupa e suas camisas. Quando vejo Joe com uma camisa nova passada por mim, fico muito feliz. As mulheres devem tratar muito bem seus maridos para que o casamento seja feliz". Tudo era mentira por parte dela. Marilyn contratou três empregadas domésticas e eram elas que afinal passavam a roupa do marido. Organização aliás não era com Norma Jean (seu verdadeiro nome). Marilyn deixava roupas espalhadas pelo chão da casa e não se importava com arrumação doméstica. Ela viveu quase toda a vida meio largada, em pequenos apartamentos de Los Angeles e nunca foi muito asseada. Já Joe DiMaggio era maníaco por organização. A diferença de personalidade deles certamente dava origem a muitas brigas violentas com gritos e agressões físicas.

Naquela altura de sua vida porém Marilyn não queria mais saber disso. Ela foi escalada para cantar na Coreia e isso a deixava nervosa. Marilyn nunca foi uma cantora segura de si. Desde os primeiros tempos na Fox, ainda nas aulas de canto, ela se sentia extremamente nervosa e insegura. Na frente daquele monte de soldados ela teve que dar o melhor de si e acabou não se saindo nada mal. As apresentações foram curtinhas, onde Marilyn subia ao palco, cantava meia dúzia de músicas, acenava para os militares, sorria, brincava, falava algumas piadinhas e ia embora. O ponto alto foi sua apresentação muito sensual de "Do It Again", que levantou a tropa. "Kiss" também contou com toda a malícia do mito. Por fim ela não poderia deixar de cantar sua música mais conhecida, "Diamonds Are a Girl's Best Friend". Foram quatro shows no total e Marilyn recebeu um agradecimento especial do comando militar americano. Esses shows serviram para Marilyn voltar a ter contato com o grande público. Depois deles, ela desistiu daquela coisa de ser uma dona de casa. A atriz queria voltar o mais rapidamente possível para os filmes. Pior para Joe DiMaggio que ficou para trás..

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de março de 2007

Marlon Brando


Marlon Brando
Em 1972, o ator Marlon Brando fez um dos seus filmes mais polêmicos. Estou me referindo ao hoje clássico o último tango em Paris. Um filme intimista, perturbador e polêmico desde sua estreia nas telas de cinema. A crítica adorou o resultado. O público ficou chocado. Principalmente depois que foi revelado que uma das atrizes havia sido propositalmente violentada, em plena cena. Verdade ou mentira? Até hoje, a questão levanta dúvidas em todos os cinéfilos.

Pablo Aluísio.


Rock Hudson e Doris Day

Rock Hudson e Doris Day brilharam nas telas durante a década de 60. Juntos realizaram três filmes de grande sucesso: "Confidências a Meia Noite", "Volta Meu Amor" e "Não Me Mande Flores". Além dos sucessos de bilheteria se deram muito bem também fora das telas. Rock e Doris se divertiram muito nos sets de filmagens. O ator relembra: "Fazer filmes com Doris Day era um enorme prazer. Para mim aquilo não era trabalho. Não havia um único dia em que eu não me divertia muito! Ela era espirituosa, alegre, animada e tinha um talento para comédias como eu nunca tinha visto antes".

Fazer comédias ao lado de Doris Day era naquela altura de sua carreira uma mudança e tanto. Rock vinha de vários sucessos em aventuras, alguns faroestes e principalmente em dramas dirigidos por Douglas Sirk. De ator dramático e sério para comediante era grande reviravolta nos rumos de sua filmografia mas Rock topou o desafio e não se arrependeu. De fato os filmes que realizou ao lado de Doris deram tão certo que o ator resolveu investir na década de 60 em filmes nessa linha como "Quando Setembro Vier", "O Esporte Favorito do Homem" e "Um Favor Muito Especial". De repente Rock havia se tornado o ator número 1 de Hollywood para comédias românticas e maliciosas.

Rock e Doris continuaram amigos até o fim de suas vidas. Na década de 80 Doris estava falida após diversos divórcios com homens que acabaram levando tudo o que ela tinha ganho em anos de trabalho. Tentando uma saída ela migrou para a TV. Na estreia de um de seus novos programas chamado "Doris Day and Friends" resolveu convidar o amigo Rock Hudson para dar uma força em sua audiência. Ela não sabia porém que Rock estava seriamente doente naquela ocasião. Corroído pela AIDS, muito magro e abatido se surpreendeu com o convite da amiga. Rock sabia que surgir publicamente com aquele aspecto físico seria terrível para sua imagem mas mesmo assim não recuou. Querendo ajudar Doris Day de todas as formas apareceu para gravar ao lado da amiga. Foi a última aparição pública de Rock Hudson. Um gesto de coragem sem dúvida, mas muito mais uma atitude de carinho e devoção para com sua querida amiga Doris Day. Foi um belo final para uma amizade muito especial.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de março de 2007

Marilyn Monroe - My Story

A vida de Marilyn Monroe já deu origem a diversos livros publicados ao longo de todos esses anos. Aliás a bibliografia sobre a atriz é tão grande que um fã dela poderia montar toda uma biblioteca apenas com os títulos enfocado a vida e os filmes dessa grande estrela de Hollywood. Todos os anos novos livros são lançados no mercado. Um dos mais interessantes e diferenciados foi justamente esse que recebeu o título de "Marilyn Monroe - My Story". O mais interessante aqui é o fato de que foi feito uma ampla pesquisa em busca de textos escritos pela próprio Marilyn Monroe. Uma forma de trazer a sua visão de mundo e os pensamentos que cultivava embaixo de seus famosos cabelos loiros platinados. E foi justamente esse material que serve de base para esse livro.

Para qualquer lugar que ia, Marilyn Monroe levava sempre a tiracolo um pequeno caderno de anotações. Era lá que ela deixava pequenos lembretes, frases interessantes que ouvira e, é claro, pensamentos diversos. Na vida diária Marilyn era bem bagunçada e muitas vezes as coisas que escrevia iam ficando pelo meio do caminho, papéis espalhados por seu camarim, na sua casa e nos sets de filmagem. De posse de grande parte desse material avulso surgiu esse livro "My Story" praticamente uma autobiografia da atriz que espalhou ao longo do livro várias impressões do mundo ao seu redor, além de aproveitar para contar um pouco de sua biografia.
 
Em primeira pessoa Marilyn vai relembrando da sua complicada infância, toda passada em lares adotivos (sua mãe enlouquecera quando ela era apenas uma garotinha) e os problemas que enfrentou ao longo de sua vida. Descobrimos, por exemplo, que a paixão de Marilyn pelo cinema nasceu de um fato curioso. Sua mãe adotiva na época queria se encontrar com algum namorado e por isso dava a ela o dinheiro para ir ao cinema, uma vez que era uma diversão barata e segura. O importante era deixar a garota fora de casa enquanto sua mãe adotiva recebia seu amante. Assim Marilyn acabou tomando gosto pela sétima arte ao ponto inclusive de pensar que um dia, quem sabe, poderia se tornar uma grande estrela das telas.

Depois de um casamento precoce e fracassado com seu primeiro marido ela pegou suas malas e partiu para Hollywood. Queria insistir em realizar seu sonho de adolescência. Em outros relatos Marilyn fala abertamente sobre o começo de sua vida sexual, inclusive contando abusos que sofrera enquanto ia passando pela adolescência. Alguns desses relatos são vistos hoje com certa reserva por biógrafos da atriz. Isso porque Marilyn muitas vezes fantasiava sobre seu próprio passado com clara intenção de angariar simpatias em sua escalada ao estrelado em Hollywood. Para Monroe o que importava era ganhar mais um aliado e por isso as histórias de órfã abandonada e abusada eram tão importantes, afinal elas também abriam portas na capital do cinema.

Anos depois da morte da atriz um grupo de historiadores procurou por evidências e pessoas citadas por Marilyn e se descobriu, por exemplo, que algumas delas citadas em seu livro não existiam na vida real. A atriz tinha verdadeira obsessão por seu pai e chegou a escrever que o procurou e o encontrou em um rancho na Califórnia, mas ele disse a ela que fosse embora. Para muitos biógrafos essa história contada por Marilyn a diversas pessoas, era completamente inventada por Marilyn, sem base nenhuma na realidade. Ela na verdade nunca chegou a conhecer seu pai e nem ter certeza sobre quem ele era. Apenas desconfiava que fosse um major que havia namorado sua mãe. Porém certeza sobre isso não havia.

Dessa maneira recomenda-se ao leitor que for passar pelas páginas desse livro de relatos "My Story" um certo discernimento. Quando a coisa lhe parecer mais um conto de fadas trágico é quase certo que a atriz simplesmente inventou tudo. Mesmo assim, com essa ressalva, o livro é bem importante, inclusive do ponto de vista histórico, pois as páginas escritas por Marilyn trazem o único registro documentado do que ela pensava, sentia e até mesmo inventava. Um registro importante de um dos maiores mitos da história do cinema.

Marilyn Monroe - My Story / Autora: Marilyn Monroe e Ben Hechet / Editora: Taylor Trade Publishing / Sinopse: Livro que procura resgatar textos escritos pelo atriz Marilyn Monroe ao longo de sua vida. O livro traz pela primeira vez grande parte desse material que estava disperso e espalhado por diversos outros livros e artigos publicados pela imprensa americana.

Pablo Aluísio.   

A Morte de Judy Garland

A eterna Doroth de "O Mágico de Oz" teve uma morte bem triste. Judy foi uma das estrelas mais populares da MGM. Ela começou a carreira artística muito cedo, pressionado pela mãe, uma pessoa má que a forçava trabalhar sem descanso, segundo suas próprias palavras. A verdade é que ela nunca chegou a ter infância e juventude, como outras pessoas de sua idade. Sempre havia a pressão do trabalho, dia após dia. Em determinados momentos das filmagens ela chegava a trabalhar por até 17 horas diárias! Um absurdo. Só com altas doses de anfetaminas ela conseguia cumprir todas as obrigações.

Com tanta cobrança ela acabou se viciando em pílulas dadas pelos próprios executivos da MGM. As tais bolinhas eram consumidas em grandes quantidades. Até porque Judy tinha que cantar, dançar e atuar de forma impecável. O tempo passou, inúmeros casamentos fracassaram e suas finanças quebraram. Quando passou dos trinta anos de idade ninguém mais queria contratá-la em Hollywood.  A outrora estrela da MGM começou a cantar em pequenos bares por cachês irrisórios, coisa de 150 dólares por noite. Segundo algumas informações ela tentou se matar mais de 25 vezes ao longo de sua vida.

No final de sua vida ela estava falida, endividada, tentando fazer seu quinto casamento dar certo. Foi a Londres em busca de uma proposta. Uma rede de cinemas queria usar seu nome, mas depois desistiu. Foi um baque para a pobre Judy pois ela estava contando com esse dinheiro para pagar suas dívidas. Pior do que isso, ela estava magra demais, frágil, sem estrutura física ou psicológica para enfrentar tanto stress. O relacionamento com os filhos era complicado. Nenhum deles compareceu ao seu último casamento. Nenhum dos filhos mais fazia parte de sua vida pois havia muitas brigas no passado a se superar.

E como morreu a estrela Judy Garland? A causa oficial foi overdose de drogas. Ela acabou sendo encontrada morta no banheiro de um apartamento, após o que se supõe ter sido uma overdose acidental de drogas prescritas. Ela não conseguia mais dormir direito e após anos e anos de abusos com drogas precisava sempre aumentar ainda mais as dosagens. Judy foi ao banheiro pela madrugada, mas perdeu a consciência e caiu para a frente. Seu marido não notou sua ausência e só no dia seguinte foi até lá, a encontrando morta. Segundo os peritos Judy já estava morta há horas, já apresentando sinais de rigidez cadavérica.

A autópsia revelou que ela tomou uma dose fatal de barbitúricos. Esse tipo de droga sempre foi extremamente prejudicial, viciante e perigosa pois até mesmo um pequeno erro na dosagem poderia ser fatal. Nos anos 60 ainda era receitada com certa regularidade, sendo que hoje em dia só é indicada em casos extremos. Também apresentou uma magreza extrema, pois provavelmente estava desnutrida. Amigos próximos disseram após sua morte que ela desenvolveu um trauma alimentar desde a adolescência, pois os produtores geralmente a acusavam de estar gorda. Com isso Judy passou a ter medo de comer, o que acabou arruinando seu organismo com o passar dos anos. Ela passava dias sem comer nada! Provavelmente sofria de uma bulimia não diagnosticada. Judy teve uma morte trágica, mas jamais será esquecida pelos amantes da sétima arte, pois ela estrelou alguns dos maiores clássicos da história do cinema.

Pablo Aluísio.