quinta-feira, 15 de março de 2007

Paul Newman - Somebody Up There Likes Me

Uma série rara de fotos de Paul Newman no set de filmagem e bastidores do filme "Marcado Pela Sarjeta" ("Somebody Up There Likes Me" de 1956). Na ocasião Newman teve a oportunidade de conhecer pessoalmente o próprio personagem que interpretava, Rocky Graziano, o que foi uma ferramenta a mais para ele em sua interpretação. 

Curiosamente Newman não queria conhecer o lutador com receios de não gostar dele - imagine o drama de se dar vida na tela a uma pessoa de quem não se tenha simpatia! Apesar desse receio no final se encontrou com Rocky e para seu alívio acabou gostando do sujeito - o que facilitou bastante no resultado final. Newman costumava chamar esse de "seu primeiro filme" pois queria esquecer a má experiência de "O Cálice Sagrado" em sua carreira.



quarta-feira, 14 de março de 2007

Elizabeth Taylor e James Dean


Elizabeth Taylor e James Dean
Na foto tirada no set de filmagens de "Giant" (Assim Caminha a Humanidade, no Brasil), James Dean e Elizabeth Taylor trocam figurinhas. É curioso que ambos tenham se dado tão bem pessoalmente. Dean era a anti-estrela por definição, odiava todo o sistema mais comercial do cinema americano e não gostava de fazer concessões, como dar entrevistas e promover nem seus próprios filmes. Andava mal vestido e era considerado um ator rude com jornalistas em geral. Já Liz Taylor era ao lado de Marilyn Monroe o exemplo máximo de uma estrela de sucesso em Hollywood. Sempre aparecendo nas mais prestigiadas capas de revistas, lançando moda, dando entrevistas e fazendo tudo o que se esperava de uma atriz como ela. Era naquele momento a queridinha dos estúdios por onde trabalhava. De qualquer maneira, apesar de serem artistas tão diferentes, Dean viu em Taylor uma amizade sincera. Ele certamente não se deu bem com Rock Hudson no set de filmagens mas com Liz criou um vínculo genuíno de amizade e aproximação. Foram amigos até o fim da breve vida de Dean, que morreria não muito tempo depois, de um terrível acidente de carro na estrada de Salinas.

Pablo Aluísio.

O churrasco de Rock Hudson

Na foto ao lado o ator Rock Hudson tenta fazer mais um churrasco em sua casa. Segundo seus amigos, em depoimento para o livro "Rock Hudson - Uma Vida", ele sempre queimava a carne nessa ocasiões. E qual seria a razão? Rock gostava de ficar conversando com os convidados, jogando conversa fora e bebendo (bebendo muito). Havia também uma ótima coleção de discos para se ouvir. Com isso Rock ia adiando o quanto podia o serviço do almoço. E quando a carne chegava, já estava toda queimada, de tanto ficar no forno assando!

Rock também curtia muito o natal, mas curiosamente gostava mais de dar presentes do que receber. Ele tinha verdadeira admiração pelo espírito de natal e por isso caprichava bem nessa ocasiões. Interessante é que apesar de Rock não ser nem um pouco religioso, amava o natal, as trocas de presentes e tudo mais. E ele era bom em fazer embalagens, pois já havia trabalhado como empacotador quando era jovem, numa loja de departamentos da sua cidade. Como se vê os astros da Hollywood clássica também tinham seus talentos e pequenos defeitos escondidos, como por exemplo presentear a todos no natal e queimar muitos quilos de bife em churrascos animados que pareciam nunca terminar e nunca ser servido o almoço.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de março de 2007

Marilyn Monroe em Nova Iorque


Uma série bastante rara de fotos de Marilyn Monroe em Nova Iorque. Ela foi para a "capital do mundo" para estudar no famoso e conceituado Actor´s Studio. Certa vez um jornalista americano perguntou a Marilyn porque ela estava agora estudando arte dramática já que ela tinha se tornado uma estrela de primeira grandeza em Hollywood. Marilyn, também muito bem humorada respondeu: "Estou estudando porque assisti a todos os meus filmes".





O Velho Oeste do Mundo Real

John Wayne em começo de carreira virou símbolo de toda uma era. De arma em punho enfrentando todos os bandidos. Alguns aspectos dos antigos faroestes merecem reflexão. Na realidade o velho oeste americano não foi tão violento como se pensa. Alguns historiadores estão revendo certos clichês que na verdade sempre foram puramente cinematográficos.

Os primeiros filmes de cowboy não foram baseados na história mas sim em literatura de bolso, que era muito popular naqueles tempos. Billy The Kid era muito diferente do que era retratado nesses produtos. Na verdade ele era um bandido pé de chinelo de um lugarejo perdido no meio do nada.

O mesmo vale para os famosos duelos nas ruas empoeiradas do oeste americano. Alguns pesquisadores encontraram registros reais de xerifes do velho oeste que mostram que qualquer cidade moderna era bem mais violenta que as famosas Dodge City ou Tombstone. Em Dodge City no ano de 1883 houve apenas 2 mortes!

Esse tipo de dado seria simplesmente comemorado em cidades brasileiras onde morrem milhares de pessoas todos os anos - ou para ser mais exato 50 mil mortes por ano. Então essa coisa de dizer que o Brasil está virando o velho oeste americano é injusto com o western, uma vez que lá, quem diria, era muito mais pacífico do que a realidade que vivemos em nosso dia a dia.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Rock Hudson: A Luta contra a AIDS

Em busca de algum tipo de tratamento para a AIDS, Rock Hudson pegou o primeiro avião para Paris. Ele não gostava da cidade, achava o clima ruim e desde que estivera por lá pela última vez não guardou boas lembranças. Agora porém o ator tinha que deixar isso de lado para tentar sobreviver a essa nova doença incurável. Na capital francesa Rock deu entrada no Hospital Geral. Após os primeiros exames se constatou que sua carga viral estava muito alta e seu organismo bem debilitado. Rock havia perdido muito peso apenas nos últimos dias e seu hábito de fumar e beber não estava ajudando em nada.

Ainda em fase experimental o ator foi submetido a um coquetel químico (que anos depois seria aperfeiçoado, dando sobrevida a muitos pacientes com AIDS). Naquele tempo porém tudo ainda era incerto. As agulhas deixaram hematomas nos braços de Rock e ele passou mal em todas as sessões do tratamento. Antes de ser submetido a essa bateria de medicamentos ele precisou assinar um termo de responsabilidade, isentando o hospital de futuros processos judiciais caso algo desse errado. De certa maneira Rock, desesperado por algum tipo de cura, acabou se colocando na delicada posição de ser uma cobaia humana. Apesar do desconforto inicial Rock foi percebendo que estava bem melhor do que antes. As náuseas frequentes e os ataques de insônia - que o deixaram sem dormir por vários dias - desapareceram. Diante disso Rock foi orientado a retornar para os Estados Unidos e depois voltar, dentro de um mês, a Paris, para uma nova sessão de terapia intensiva.

De volta à Los Angeles Rock começou a perceber que sua viagem a Paris havia despertado a curiosidade de alguns meios e jornais sensacionalistas. Começou a circular por Hollywood o boato de que ele estaria morrendo de câncer. Alguns amigos da indústria cinematográfica, antigas estrelas do cinema clássico americano, como Elizabeth Taylor, telefonaram a Rock para saber se estava tudo bem! Rock desmentiu todos os boatos, mas ficou preocupado com a possibilidade de que algum jornalista viesse a descobrir que ele estava com AIDS. Seu assistente Mark relembraria a situação dizendo: "A AIDS naquele tempo era associada aos gays de San Francisco, pessoas promíscuas que não se cuidavam. Era uma doença de rua, que atingia homossexuais pobres, que faziam programa! Por isso muitos chamavam a AIDS de o câncer gay".

Havia muitas dúvidas no ar também. Poderia a AIDS ser transmitida por talheres, copos e pelo uso de instalações em comum, como banheiros etc? Ninguém sabia. Por isso Rock mandou separar todos os seus pratos e utensílios para que ninguém mais os usassem. Também passou a limpar seu próprio banheiro em sua suíte no castelo. Não queria que nenhum de seus empregados fosse exposto a qualquer risco de contágio. Rock nesse aspecto só errou gravemente em um ponto: não ter mandado embora Marc Christian, o homem com quem supostamente vivia. Marc não estava com AIDS e depois processou o espólio de Rock, exigindo milhões em indenizações, por não ter sido avisado que Rock estava com AIDS. Ele alegou na corte de justiça que Rock continuou a ter relações sexuais com ele mesmo após saber que tinha AIDS. Fato esse que foi negado por Mark e Geoge Nader, os amigos mais próximos de Rock. Mark disse: "Rock havia ficado com aversão a Marc Christian depois que soube que ele havia sido garoto de programa para gays endinheirados da Califórnia. Na verdade Rock só não o expulsou de sua mansão, o castelo, com medo de que Christian se tornasse morador de rua, pois ele não tinha emprego e nem onde morar. Sua bondade foi recompensada com uma facada pelas costas! O processo de Christian após a morte de Rock foi completamente injusto. Ele não tinha gratidão a ninguém!"

Pablo Aluísio.

Marilyn Monroe


Marilyn Monroe 
A famosa atriz, em uma foto clássica, mas com um acabamento moderno, mostrando que pelo menos no mundo da moda, ela continua tão atual como sempre foi. É um ícone do cinema e do mundo da moda, sem a menor sombra de dúvidas.

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de março de 2007

Rock Hudson: Dinastia

Mesmo doente e diagnosticado com o vírus da AIDS, Rock Hudson se recusou a parar de trabalhar. O trabalho como ator era a base de sua vida e ele simplesmente não poderia deixar de atuar. Sua carreira no cinema havia entrado em um impasse e por essa razão Rock começou a trabalhar na TV, em séries de sucesso. Em 1984 ele recebeu o convite para aparecer na série de grande sucesso de audiência "Dinastia". Rock iria interpretar um personagem que aparecia em apenas cinco episódios, mas pelo sucesso do programa essa era uma ótima oportunidade.

Os roteiros eram entregues com poucos dias antes das filmagens, por isso Rock não sabia exatamente o que faria na série. Quando o estúdio enviou o roteiro do quinto episódio Rock se viu diante de uma situação delicada. Havia uma cena em que ele beijaria a atriz Linda Evans. Naquele momento ninguém sabia ao certo se a AIDS podia ser transmitida por um beijo, por isso Rock ficou apreensivo. Ao ligar para seu médico em Paris esse lhe esclareceu que o vírus da AIDS havia sido detectado na saliva humana, mas as pesquisas ainda não tinham chegado em uma conclusão definitiva se o beijo poderia transmitir a doença.

Rock ficou sem saber o que fazer. Se dissesse a verdade para a emissora certamente seria demitido. A imprensa com a notícia faria a festa em torno de seu nome e sua carreira estaria acabada. Se Rock pedisse que a cena fosse modificada ele despertaria suspeitas. O que fazer? Rock ficou uma semana em crise de consciência até que avisou ao seu secretário particular que faria a cena, beijaria a atriz, mas de boca fechada para evitar qualquer perigo de contágio. E assim a cena foi feita. Rock que sempre fora um ator conhecido por ter um ótimo beijo técnico acabou ficando completamente travado na hora de gravar. Apesar de tudo cumpriu sua promessa e beijou Linda Evans de boca fechada, dando um selinho inofensivo nela.

Isso porém não fez com que os boatos sobre sua saúde sumissem. Pelo contrário, eles só aumentaram. Durante as filmagens de "Dinastia" Rock deixou transparecer seus problemas de saúde. Ele começou a perder peso em um ritmo assustador. Também não conseguia fazer as refeições ao lado do resto do elenco pois tinha graves crises depois se comesse muito. Passou a parecer exausto em todas as situações. Pior do que isso, Rock começou perder sua capacidade de decorar seus textos, algo vital na profissão de qualquer ator. O diretor de "Dinastia" percebeu que algo estava errado e passou a distribuir pequenos cartões com os diálogos de Rock pelo cenário. Isso causava um embaraço para o ator que foi percebendo que sua capacidade de trabalhar estava chegando ao fim. Ao fim de nove episódios a emissora então resolveu encerrar o contrato com Rock. Esse seria seu último trabalho na carreira. Uma semana depois, muito mal, Rock resolveu voltar para Paris para uma nova rodada do tratamento experimental. Ao amigo Mark confidenciou: "Eu estou com a peste! É isso, estou com a peste! Eu vou morrer!"

Pablo Aluísio.

Rock Hudson


Rock Hudson 
Na primeira fase de sua carreira, ele se especializou em dramas emocionais e românticos, geralmente dirigidos pelo diretor. Douglas Sirk. Foi a fase em que Rock se tornou um grande astro em Hollywood.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de março de 2007

Frank Sinatra e Ava Gardner

Um cronista da época chegou a dizer que o casamento de Ava Gardner e Frank Sinatra era um casamento dos infernos, forjado mesmo nos porões do diabo. Isso pode soar bem forte ou vulgar, mas realmente olhando-se para a história não poderia haver definição melhor. O casamento deles teve tudo de ruim que um relacionamento pode ter: ofensas, brigas, agressões físicas, xingamentos públicos, traições, ameaças, todo o menu das desgraças que você possa imaginar.

E para se casar com ela Frank Sinatra colocou fim em seu próprio casamento com Nancy, uma mulher excepcional, que vinha lhe apoiando muito antes dele se tornar famoso. Parece que ao acabar com esse seu primeiro casamento o cantor estava também atraindo todos os tipos de maldições para seu novo casamento. O interessante é que Ava o tratava com um certo desprezo e desdenhava seu amor. Por outro lado Frank Sinatra era completamente apaixonado por ela. Esse desnível o levava muitas vezes a sofrer humilhações públicas. A um jornalista ela chegou a dizer a seguinte frase: "Frank Sinatra, um homem que não vale nada!"

Quando Ava estava na África filmando Mogambo, Sinatra lhe implorou que também queria estar no set de filmagens. Muito a contragosto ela lhe comprou uma passagem de avião. Quando Frank chegou foi humilhado na frente de todos. Ava olhou para ele e disse: "Ai está meu marido desempregado, que não consegue nem comprar uma passagem de avião!". Acontece que Sinatra estava numa das piores fases de sua carreira, se apresentando em pequenos bares para ter algum tostão. Era complicado a vida dele na época. Ava por outro lado não facilitou em nada, o desprezando sempre que podia.

As brigas eram tantas que Grace Kelly que estava em um quarto ao lado de Ava a chamou de "Doida" por causa dos gritos que ouvia do lado de lá. Era Ava brigando com Frank aos gritos. Mais complicado era saber que ela também o estava traindo sem muita cerimônia com um caçador profissional que prestava assistência técnica ao filme. A traição era óbvia para todo mundo. Ava engravidou e decidiu fazer uma viagem apressada para Londres para fazer um aborto. Ela sabia que o filho era do amante, porém de forma mordaz comentou que se o filho fosse de Frank Sinatra também não iria querer ter pois ele era um "fracassado". Claro que diante de um clima tão ruim o casamento acabou terminando. Não havia como continuar. Depois de algum tempo Ava disse que não suportava mais Frank e o dispensou sem problemas. Já ele pareceu ser apaixonado perdidamente por ela até o fim de seus dias. Vai entender a cabeça do velho Sinatra.

Pablo Aluísio.