O Rei apenas ficava curtindo a cena em seus aposentos, rindo e se divertindo com o jeito impaciente e ansioso de seu produtor. Mas entre uma risada e outra uma “loucura” apareceu na cabeça de Elvis. Lá em cima o cantor havia tido uma idéia assustadora. Elvis começou a espalhar seu arsenal de armas pelo chão do quarto e chamou os caras da máfia de Memphis. “Tive uma idéia, uma grande idéia, não há como dar errado!” - dizia Elvis empolgado! “Vamos exterminar os traficantes de Memphis hoje à noite!” Todos ficaram completamente atônicos com o que Elvis acabara de dizer! Como é que é!? Os caras da máfia de Memphis olhavam uns para os outros sem acreditar no que Elvis dizia!
“Esses caras estão por aí, a polícia há anos querem pegá-los, Rick está com problemas. Vamos pegá-los hoje. Faremos uma emboscada, depois volto para Graceland para gravar o disco. Será um álibi perfeito! Vamos explodir os miolos deles, onde está aquele meu distintivo?” Enquanto Elvis buscava sua insígnia de agente federal, todos ficavam pasmos! Era demais! Como é que todos iriam sair dessa?! Ninguém ali era um assassino!!! Elvis estava completamente fora de si, tagarelando e falando asneiras, uma atrás da outra! Joe percebeu que Elvis estava agindo daquela forma por causa dos remédios tomados por ele, como estimulantes e antidepressivos. Ao misturar tudo Elvis ficou elétrico, tendo idéias malucas, totalmente fora de propósito.
O Dr Nick foi chamado às pressas para Graceland, antes que Elvis pudesse fazer uma besteira. Quando o Dr Nick chegou na mansão percebeu a situação completamente caótica: lá embaixo o grupo de Elvis e a RCA esperando o cantor descer para gravar seu disco e lá em cima Elvis tentando convencer a máfia de Memphis a limpar as ruas dos traficantes de drogas. Era surreal! Logo o médico lhe aplicou uma injeção para tranqüilizá-lo e fazer com que voltasse ao normal. “Diabos, vamos lá pessoal, vamos limpar a cidade!” - ainda disse Elvis em um último apelo. Porém aos poucos, após tomar uma nova medicação, ele foi se acalmando e recuperando a razão.
O relógio chegava perto da meia noite quando finalmente Elvis desceu as escadas de seu quarto, devagar, lentamente, um degrau por vez...bem lentamente. Quando todos esperavam que a dose de confusões havia se esgotado, Elvis aprontou mais uma! Quando entrou no recinto todos levaram um susto. Elvis trazia à mão uma metralhadora privativa do exército israelense. Visivelmente alterado pelo abuso de drogas Elvis sentou-se e chamou os rapazes da banda para dar uma olhadinha na “belezinha” que ele havia acabado de comprar. Chegou ao ponto de apontar para o caríssimo equipamento da RCA e dizer ironicamente: “Não é um equipamento de milhares de dólares? Poderia fazê-lo em pedaços quando quisesse!”.
Felton Jarvis ficou totalmente assustado e não se atreveu a pedir a Elvis que ele começasse os trabalhos. O cantor olhou ao redor e percebeu que suas vocalistas estavam estarrecidas. “Não se preocupem queridas, é só uma arma. Uma lindeza, não é mesmo?... Acho que vou usar essas caixas de som como alvo... o que acham? Seria uma boa idéia? Vamos lá... digam o que acham...”. Ninguém sabia direito o que fazer: rir ou não? Ficar assustado ou não? Demonstrar nervosismo? Elvis levantou-se, apontou a metralhadora para as caixas e riu... “Esses caras da RCA gostariam disso, não é?...Não vou lhes dar esse gostinho”.
Finalmente Elvis entregou a metralhadora para Hambúrguer James dizendo: “Guarde-a com cuidado” e piscando o olho finalizou: “Podemos precisar dela mais tarde, hein?... Depois dispensou todos avisando: “Talvez só grave algo amanhã, hoje não estou com vontade de gravar nada, estou com dor de garganta...” Todo mundo sabia que era mentira, no fundo todos queriam mesmo que Elvis saísse dali, no estado em que ele estava podia ser perigoso... Felton quase teve um enfarte, pois cada dia que o equipamento ficava ocioso causava um tremendo prejuízo para a gravadora. No dia seguinte os músicos ficaram novamente o dia todo tomando banho de piscina e desfrutando da boa comida de Graceland,
Enquanto Elvis ficava lá em cima dormindo mais uma vez. Felton Jarvis ligou para a RCA em Nova Iorque, ele tinha chegado à conclusão de que as sessões em Graceland seriam um desastre completo, um grande desperdício de trabalho, tempo e dinheiro. Já tinha acontecido de tudo naquela semana, garotas iam e vinham, puxa-sacos assalariadas por todos os lados, músicos de calção de banho o dia inteiro, Elvis armado até os dentes (inclusive já tinha até mesmo planejado uma missão ao melhor estilo Charles Bronson em “Desejo de matar” para liquidar os traficantes de drogas em Memphis) mas... gravar que era bom, nada. Por um valete real Elvis mandou avisar seu produtor que naquela noite ele iria descer finalmente para gravar as canções. “Palavra de escoteiro!” mandou frisar o astro! Felton respirou aliviado, mas será que isso iria acontecer mesmo?...
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 9
No fundo, ao se envolver com uma adolescente, Elvis estava mesmo procurando exorcizar de uma vez por todas o fantasma da traição de Priscilla de sua vida. De qualquer forma não seria dessa vez. Ele nunca descobriu o que o Coronel Parker fez pelas suas costas e ficou pensando erroneamente que a garota não tinha mais interesse nele. A história deprimiu muito Elvis e jogou sua auto estima no chão. O amante lendário não conseguia nem mais conquistar uma garotinha, uma colegial qualquer? Esse pensamento foi mais um a adormentá-lo e assombrá-lo em seus momentos de solidão. Mas Elvis não ficaria sozinho por muito tempo.
“Ele sempre tinha dois tipos de estoques em sua vida: de pílulas e de garotas! Quando uma ia embora, ele a substituía por outra”, resumiu a situação Billy Smith, anos depois. Para curar sua depressão Elvis mandou chamar outra de suas “garotas de estoque” (apelido dado pelos caras da máfia de Memphis para as garotas de Elvis nessa época). Se antes ele tinha se envolvido com uma virgenzinha de 15 anos, agora sua companheira constante não seria nada pura. Tratava-se de Minde Miller, modelo profissional e segundo alguns boatos, uma concorrida companhia em Los Angeles
Pular de uma adolescente para uma garota de luxo demonstrava bem a roleta russa emocional que Elvis vivia naqueles dias. Minde era uma das antigas paixões de Elvis, uma garota que ia e vinha na vida dele, conforme sua vontade. Ela era uma mulher extremante atraente, morena, com uma beleza exótica que logo despertou admiração e desejo em Elvis. Na ocasião ela tentava se tornar atriz, mas enquanto não conseguia se firmar uma carreira sólida, fazia companhia a figurões e milionários (Após a morte de Elvis ela chegou a aparecer no famoso filme de Brian de Palma, “Dublê de Corpo”). Era em suma uma mulher de fazer padre abandonar a batina. Extremamente ativa sexualmente,
Minde veio para apaziguar e aliviar a constante fossa de Elvis por causa de Rise. Mas quem pensa que a vida afetiva e sexual de Elvis se resumia na época a essas duas beldades (fora aquelas que desempenhavam o papel de sua “namorada oficial” como Linda e Ginger) está muito enganado. Havia uma terceira garota na vida de Elvis chamada Alicia Gerwin. Essa última acabou sendo a mais regular “garota de estoque” de Elvis em seus últimos anos. Em seu último vôo para Las Vegas, por exemplo, Alicia foi a garota designada para acompanhar o cantor, aonde ficou todo o tempo ao lado de sua cama, cuidando dele, enquanto o avião cruzava os céus dos EUA.
Porém ao contrário de Linda, Alicia não se sentia confortável servindo de amante e enfermeira de Elvis ao mesmo tempo. Ela procurou enfrentar a situação e confrontou Elvis em relação aos remédios que enchiam o quarto de cantor em Memphis e em Las Vegas. O cantor se enfureceu: “Quem não está contente com o que está acontecendo aqui pode ir embora agora!”. Alicia foi embora, mas voltou depois de alguns dias, após Elvis lhe enviar um pequeno presentinho: um caríssimo colar de diamantes. Ela sabia que era considerada uma “garota de estoque” de Elvis, mas depois de um certo tempo resolveu aceitar sua posição. Esse constante vai e vem de mulheres na vida de Elvis causava um sério transtorno para todos à sua volta. Chamar também uma mulher de "garota de estoque" era algo cruel mas para os caras da máfia de Memphis as mulheres que rondavam Elvis por aquela época eram bem isso mesmo, meras mercadorias usadas para o seu bel prazer.
Os caras da Máfia de Memphis sempre estavam em aeroportos trazendo e levando “garotas de estoque” para Elvis. Não era raro o Rei dizer a um de seus valetes: “Leve essa garota daqui, mas não a perca de vista, pode ser que eu queira encontrá-la mais tarde”, ou então “Onde está aquela ruivinha que veio aqui na sexta? Qual era mesmo o nome dela? Enfim... não importa... Achem a garota, seus incompetentes!”. Enquanto Elvis se envolvia em suas incontáveis histórias de alcova, a banda TCB ficava o tempo todo hospedada em Graceland, esperando ele resolver descer para finalmente gravar o tal disco. “Ficávamos o dia todo na piscina de Graceland, nadando e comendo frango frito e batatas, aquilo começou a nos aborrecer!” - relembra James Burton.
Elvis nunca aparecia para gravar e isso aumentava a insatisfação, levando o grupo até mesmo a bolar um plano de “motim” para ver se Elvis dava o ar de sua graça no estúdio. O primeiro dia programado para o começo das gravações foi caótico. Elvis não apareceu na hora certa e Felton Jarvis e os músicos ficaram três horas a postos na sala de Graceland travestida de estúdio esperando o cantor descer para gravar. Elvis informou que estava doente e sendo atendido por médicos e que por isso todos deveriam esperá-lo mais ainda. Mentira. Elvis estava novamente assistindo pelo circuito interno de TV as reações nervosas de Felton Jarvis, que acendia um cigarro atrás do outro, testava os equipamentos pela milésima vez e resmungava com a banda e com os engenheiros de som, reclamando da “total falta de profissionalismo de Elvis”. Para Presley gravar novas músicas era um aborrecimento e tanto. Mas com medo de levar um processo milionário nas costas ele sabia que mais cedo ou mais tarde teria que gravar novas canções.
Pablo Aluísio.
“Ele sempre tinha dois tipos de estoques em sua vida: de pílulas e de garotas! Quando uma ia embora, ele a substituía por outra”, resumiu a situação Billy Smith, anos depois. Para curar sua depressão Elvis mandou chamar outra de suas “garotas de estoque” (apelido dado pelos caras da máfia de Memphis para as garotas de Elvis nessa época). Se antes ele tinha se envolvido com uma virgenzinha de 15 anos, agora sua companheira constante não seria nada pura. Tratava-se de Minde Miller, modelo profissional e segundo alguns boatos, uma concorrida companhia em Los Angeles
Pular de uma adolescente para uma garota de luxo demonstrava bem a roleta russa emocional que Elvis vivia naqueles dias. Minde era uma das antigas paixões de Elvis, uma garota que ia e vinha na vida dele, conforme sua vontade. Ela era uma mulher extremante atraente, morena, com uma beleza exótica que logo despertou admiração e desejo em Elvis. Na ocasião ela tentava se tornar atriz, mas enquanto não conseguia se firmar uma carreira sólida, fazia companhia a figurões e milionários (Após a morte de Elvis ela chegou a aparecer no famoso filme de Brian de Palma, “Dublê de Corpo”). Era em suma uma mulher de fazer padre abandonar a batina. Extremamente ativa sexualmente,
Minde veio para apaziguar e aliviar a constante fossa de Elvis por causa de Rise. Mas quem pensa que a vida afetiva e sexual de Elvis se resumia na época a essas duas beldades (fora aquelas que desempenhavam o papel de sua “namorada oficial” como Linda e Ginger) está muito enganado. Havia uma terceira garota na vida de Elvis chamada Alicia Gerwin. Essa última acabou sendo a mais regular “garota de estoque” de Elvis em seus últimos anos. Em seu último vôo para Las Vegas, por exemplo, Alicia foi a garota designada para acompanhar o cantor, aonde ficou todo o tempo ao lado de sua cama, cuidando dele, enquanto o avião cruzava os céus dos EUA.
Porém ao contrário de Linda, Alicia não se sentia confortável servindo de amante e enfermeira de Elvis ao mesmo tempo. Ela procurou enfrentar a situação e confrontou Elvis em relação aos remédios que enchiam o quarto de cantor em Memphis e em Las Vegas. O cantor se enfureceu: “Quem não está contente com o que está acontecendo aqui pode ir embora agora!”. Alicia foi embora, mas voltou depois de alguns dias, após Elvis lhe enviar um pequeno presentinho: um caríssimo colar de diamantes. Ela sabia que era considerada uma “garota de estoque” de Elvis, mas depois de um certo tempo resolveu aceitar sua posição. Esse constante vai e vem de mulheres na vida de Elvis causava um sério transtorno para todos à sua volta. Chamar também uma mulher de "garota de estoque" era algo cruel mas para os caras da máfia de Memphis as mulheres que rondavam Elvis por aquela época eram bem isso mesmo, meras mercadorias usadas para o seu bel prazer.
Os caras da Máfia de Memphis sempre estavam em aeroportos trazendo e levando “garotas de estoque” para Elvis. Não era raro o Rei dizer a um de seus valetes: “Leve essa garota daqui, mas não a perca de vista, pode ser que eu queira encontrá-la mais tarde”, ou então “Onde está aquela ruivinha que veio aqui na sexta? Qual era mesmo o nome dela? Enfim... não importa... Achem a garota, seus incompetentes!”. Enquanto Elvis se envolvia em suas incontáveis histórias de alcova, a banda TCB ficava o tempo todo hospedada em Graceland, esperando ele resolver descer para finalmente gravar o tal disco. “Ficávamos o dia todo na piscina de Graceland, nadando e comendo frango frito e batatas, aquilo começou a nos aborrecer!” - relembra James Burton.
Elvis nunca aparecia para gravar e isso aumentava a insatisfação, levando o grupo até mesmo a bolar um plano de “motim” para ver se Elvis dava o ar de sua graça no estúdio. O primeiro dia programado para o começo das gravações foi caótico. Elvis não apareceu na hora certa e Felton Jarvis e os músicos ficaram três horas a postos na sala de Graceland travestida de estúdio esperando o cantor descer para gravar. Elvis informou que estava doente e sendo atendido por médicos e que por isso todos deveriam esperá-lo mais ainda. Mentira. Elvis estava novamente assistindo pelo circuito interno de TV as reações nervosas de Felton Jarvis, que acendia um cigarro atrás do outro, testava os equipamentos pela milésima vez e resmungava com a banda e com os engenheiros de som, reclamando da “total falta de profissionalismo de Elvis”. Para Presley gravar novas músicas era um aborrecimento e tanto. Mas com medo de levar um processo milionário nas costas ele sabia que mais cedo ou mais tarde teria que gravar novas canções.
Pablo Aluísio.
domingo, 4 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 8
O contrato de Elvis com a RCA afirmava que ele tinha que colocar no mercado pelo menos três álbuns inéditos por ano. Para cumprir essa meta de gravar tanto material novo, muitas vezes eram lançados discos ao vivo. Isso era uma comodidade para o cantor porque ele cumpria duas obrigações com apenas um evento. Matava dois coelhos com uma cajadada só. Mas a RCA não aceitava mais essa solução, digamos “fácil” por parte de Elvis. As coisas iriam mudar. Ele teria sim que cumprir o contrato com discos de estúdio daqui pra frente. Depois do impasse inicial criado por Elvis a idéia de Tom Parker de levar os equipamentos de estúdio para dentro da casa de Elvis vingou.
E lá foi a RCA Victor instalar equipamentos de última geração no valor de 200 mil dólares dentro da mansão de Elvis. Tudo com o objetivo de colocar o cantor na frente de um microfone para ele gravar material novo e inédito. O Primeiro local escolhido pelo produtor da RCA Felton Jarvis foi a quadra de raquetebol. Elvis riu e comentou baixinho com os caras da máfia de Memphis: “Felton vai quebrar a cara, a acústica da quadra é péssima! (risos) mas vou ficar calado. Deixa ele instalar tudo lá, depois eles terão que desinstalar tudo de novo e assim ganho mais tempo! Além disso ganho uma história divertida para contar depois (risos)”.
Desse ponto em diante Elvis decidiu que queria se divertir com os técnicos da RCA. Quando tudo foi finalmente instalado na quadra, Elvis foi chamado ao “estúdio” improvisado. Ele chegou e se sentou bem no meio do equipamento. Estava mortalmente silencioso. Felton lhe mostrou onde ficariam os engenheiros de som e o equipamento principal, estava empolgado e quando finalmente perguntou o que Elvis achava, ele disparou: “Não, cara... tá tudo errado! Aonde estão os captores? Ali? Péssima localização! O que é aquilo ali? Aquele microfone está mal posicionado, vai vazar para o microfone vizinho! Tire isso daí! Qual é marca dessas caixas de retorno? Puxa! Elas são péssimas! Desmontem tudo! Coloquem tudo abaixo! Substituam o equipamento técnico, liguem para Nashville, Nova Iorque, sei lá... falem com os caras da RCA... Esse é o som mais fdp que eu já ouvi”.
Felton estava completamente atônico! Elvis piscou o olho para Felton e disparou: “Você já ouviu a acústica daqui? Impossível gravar nesse ambiente, as gravações vão ficar horrorosas! Coloquem tudo abaixo! Estarei dormindo em meu quarto, depois discutiremos um lugar melhor para montar toda essa parafernália. Não se preocupe, não é algo assim tão importante para ficar de cabeça quente, já tenho minha própria cabeça vermelha em meu grupo (Elvis estava se referindo a Red West, o ruivo da turma da máfia de Memphis)”. Felton Jarvis mal conseguia respirar de tanto desapontamento, decepção e raiva!
- “Elvis, vamos tentar gravar algo aqui! Vamos tentar uma vez só! Se der certo pouparemos um trabalho imenso de levar tudo para outro local!” sugeriu Jarvis. O cantor virou-se para ele e lhe deu seu famoso “Sorriso Elvis”, por fim disse : “Não eu, não irei desperdiçar minha voz aqui sabendo que tudo vai terminar por água abaixo. Tenho shows agendados, tenho que me preservar”. Dito isso, retirou-se da quadra. Mas não perdeu tempo em ir assistir a irritação de Felton Jarvis pelo circuito interno de Graceland instalado em seu quarto. Em sua suíte Elvis podia observar todos os cômodos de sua mansão por causa de um sistema de segurança instalado por ele.
Elvis se divertiu como nunca nessa noite: ele ria e ria ao lado dos caras da máfia de Memphis ao observar o pobre produtor Felton Jarvis coçar a cabeça antes de mandar desmontar todo o equipamento. Os problemas de Jarvis estavam apenas começando. RCA, discos, ameaças de processo, nada disso estava na realidade preocupando Elvis. Ele já tinha problemas aos montes em sua vida pessoal para ocupar seus pensamentos. Na verdade o foco principal de suas dores de cabeça nas duas últimas semanas tinha um nome: Rise Smith. Ela era uma garota que Elvis havia conhecido alguns dias atrás durante um de seus rotineiros passeios ao parque de diversões ao lado de sua filha Lisa Marie
Enquanto Lisa se divertia na roda gigante, Elvis ficou lá embaixo e acabou conhecendo Rise, que fazia um bico no parque para ajudar a pagar seus estudos. Rise era uma garota muito correta, católica, descendente de imigrantes irlandeses, extremamente bonita, alta e com vastos cabelos loiros. Era uma beleza, uma verdadeira simpatia, uma flor de pessoa. Nõo demorou muito e logo a espevitada Rise caiu nas graças de Elvis, que literalmente gamou por ela. “Ficou completamente apaixonado. Foi conhecer a família dela. Deu-lhe presentes. Era alta, tinha espesso cabelo louro e uma voz muito sexy. Foi a última grande aventura dele!”, relembrou David Stanley (filho de Dee, a madrasta de Elvis). Mas havia um problema sério nesse caso: Rise Smith tinha apenas 16 anos!
Quando o Coronel Parker soube por Joe Esposito que Elvis estava caindo de amores por uma ninfetinha de 15 anos ficou preocupadíssimo. Já imaginou o que aconteceria com Elvis, caso a imprensa descobrisse que o Rei do Rock, no alto de seus 41 anos, estava tendo um casinho com uma menina de quinze anos, uma mera debutante? Uma colegial que nem tinha ao menos completado o ginasial? Seria o fim da imagem pública dele. Tom Parker procurou agir. As coisas estavam começando a ficar sérias, principalmente depois que Elvis convidou Rise para jantar e passar a noite em sua mansão Graceland.
O Coronel Tom Parker sabia muito bem o que acontecia com astros que se envolviam com garotinhas, o caso de Jerry Lee Lewis era bem fresco ainda na mente do velho empresário. Segundo Albert Goldman em artigo publicado, o Coronel contratou os serviços de um detetive particular de Memphis chamado apenas de “Ted” para fazer um servicinho sujo para ele. Esse detetive teria que entrar em contato com a garota e lhe oferecer dinheiro para se afastar de uma vez por todas de Elvis. Parker sabia que Elvis nunca iria seguir suas ordens de terminar o romance com a ninfeta, então o último recurso que encontrou foi mesmo comprar a menina.
Por 5 mil dólares Rise, relutante e assustada demais com o acontecido, acabou aceitando o dinheiro de Ted. Quando soube que seu plano tinha tido êxito o Coronel ficou extasiado, chegando a comentar com seu assistente pessoal Tom Diskin: “Virtuosa, honesta ou não, essa garota não e burra! No fundo todos têm seu preço”. Quando Elvis a procurou no fim de semana e telefonou para sua casa notou que ela não queria mais falar com ele. Nem ao menos quis lhe encontrar pessoalmente novamente. Elvis tentou insistir, mas logo percebeu que tudo estava acabado. Ele logo notou que seu tão sonhado romance com a garota ideal de seus sonhos, tinha naufragado mais uma vez.
Pablo Aluísio.
E lá foi a RCA Victor instalar equipamentos de última geração no valor de 200 mil dólares dentro da mansão de Elvis. Tudo com o objetivo de colocar o cantor na frente de um microfone para ele gravar material novo e inédito. O Primeiro local escolhido pelo produtor da RCA Felton Jarvis foi a quadra de raquetebol. Elvis riu e comentou baixinho com os caras da máfia de Memphis: “Felton vai quebrar a cara, a acústica da quadra é péssima! (risos) mas vou ficar calado. Deixa ele instalar tudo lá, depois eles terão que desinstalar tudo de novo e assim ganho mais tempo! Além disso ganho uma história divertida para contar depois (risos)”.
Desse ponto em diante Elvis decidiu que queria se divertir com os técnicos da RCA. Quando tudo foi finalmente instalado na quadra, Elvis foi chamado ao “estúdio” improvisado. Ele chegou e se sentou bem no meio do equipamento. Estava mortalmente silencioso. Felton lhe mostrou onde ficariam os engenheiros de som e o equipamento principal, estava empolgado e quando finalmente perguntou o que Elvis achava, ele disparou: “Não, cara... tá tudo errado! Aonde estão os captores? Ali? Péssima localização! O que é aquilo ali? Aquele microfone está mal posicionado, vai vazar para o microfone vizinho! Tire isso daí! Qual é marca dessas caixas de retorno? Puxa! Elas são péssimas! Desmontem tudo! Coloquem tudo abaixo! Substituam o equipamento técnico, liguem para Nashville, Nova Iorque, sei lá... falem com os caras da RCA... Esse é o som mais fdp que eu já ouvi”.
Felton estava completamente atônico! Elvis piscou o olho para Felton e disparou: “Você já ouviu a acústica daqui? Impossível gravar nesse ambiente, as gravações vão ficar horrorosas! Coloquem tudo abaixo! Estarei dormindo em meu quarto, depois discutiremos um lugar melhor para montar toda essa parafernália. Não se preocupe, não é algo assim tão importante para ficar de cabeça quente, já tenho minha própria cabeça vermelha em meu grupo (Elvis estava se referindo a Red West, o ruivo da turma da máfia de Memphis)”. Felton Jarvis mal conseguia respirar de tanto desapontamento, decepção e raiva!
- “Elvis, vamos tentar gravar algo aqui! Vamos tentar uma vez só! Se der certo pouparemos um trabalho imenso de levar tudo para outro local!” sugeriu Jarvis. O cantor virou-se para ele e lhe deu seu famoso “Sorriso Elvis”, por fim disse : “Não eu, não irei desperdiçar minha voz aqui sabendo que tudo vai terminar por água abaixo. Tenho shows agendados, tenho que me preservar”. Dito isso, retirou-se da quadra. Mas não perdeu tempo em ir assistir a irritação de Felton Jarvis pelo circuito interno de Graceland instalado em seu quarto. Em sua suíte Elvis podia observar todos os cômodos de sua mansão por causa de um sistema de segurança instalado por ele.
Elvis se divertiu como nunca nessa noite: ele ria e ria ao lado dos caras da máfia de Memphis ao observar o pobre produtor Felton Jarvis coçar a cabeça antes de mandar desmontar todo o equipamento. Os problemas de Jarvis estavam apenas começando. RCA, discos, ameaças de processo, nada disso estava na realidade preocupando Elvis. Ele já tinha problemas aos montes em sua vida pessoal para ocupar seus pensamentos. Na verdade o foco principal de suas dores de cabeça nas duas últimas semanas tinha um nome: Rise Smith. Ela era uma garota que Elvis havia conhecido alguns dias atrás durante um de seus rotineiros passeios ao parque de diversões ao lado de sua filha Lisa Marie
Enquanto Lisa se divertia na roda gigante, Elvis ficou lá embaixo e acabou conhecendo Rise, que fazia um bico no parque para ajudar a pagar seus estudos. Rise era uma garota muito correta, católica, descendente de imigrantes irlandeses, extremamente bonita, alta e com vastos cabelos loiros. Era uma beleza, uma verdadeira simpatia, uma flor de pessoa. Nõo demorou muito e logo a espevitada Rise caiu nas graças de Elvis, que literalmente gamou por ela. “Ficou completamente apaixonado. Foi conhecer a família dela. Deu-lhe presentes. Era alta, tinha espesso cabelo louro e uma voz muito sexy. Foi a última grande aventura dele!”, relembrou David Stanley (filho de Dee, a madrasta de Elvis). Mas havia um problema sério nesse caso: Rise Smith tinha apenas 16 anos!
Quando o Coronel Parker soube por Joe Esposito que Elvis estava caindo de amores por uma ninfetinha de 15 anos ficou preocupadíssimo. Já imaginou o que aconteceria com Elvis, caso a imprensa descobrisse que o Rei do Rock, no alto de seus 41 anos, estava tendo um casinho com uma menina de quinze anos, uma mera debutante? Uma colegial que nem tinha ao menos completado o ginasial? Seria o fim da imagem pública dele. Tom Parker procurou agir. As coisas estavam começando a ficar sérias, principalmente depois que Elvis convidou Rise para jantar e passar a noite em sua mansão Graceland.
O Coronel Tom Parker sabia muito bem o que acontecia com astros que se envolviam com garotinhas, o caso de Jerry Lee Lewis era bem fresco ainda na mente do velho empresário. Segundo Albert Goldman em artigo publicado, o Coronel contratou os serviços de um detetive particular de Memphis chamado apenas de “Ted” para fazer um servicinho sujo para ele. Esse detetive teria que entrar em contato com a garota e lhe oferecer dinheiro para se afastar de uma vez por todas de Elvis. Parker sabia que Elvis nunca iria seguir suas ordens de terminar o romance com a ninfeta, então o último recurso que encontrou foi mesmo comprar a menina.
Por 5 mil dólares Rise, relutante e assustada demais com o acontecido, acabou aceitando o dinheiro de Ted. Quando soube que seu plano tinha tido êxito o Coronel ficou extasiado, chegando a comentar com seu assistente pessoal Tom Diskin: “Virtuosa, honesta ou não, essa garota não e burra! No fundo todos têm seu preço”. Quando Elvis a procurou no fim de semana e telefonou para sua casa notou que ela não queria mais falar com ele. Nem ao menos quis lhe encontrar pessoalmente novamente. Elvis tentou insistir, mas logo percebeu que tudo estava acabado. Ele logo notou que seu tão sonhado romance com a garota ideal de seus sonhos, tinha naufragado mais uma vez.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 7
A verdade era que Elvis estava tão absorvido em seu próprio mundo que nem sequer tomou conhecimento desses fatos. Na verdade ele não dava mais a mínima importância a isso. Provavelmente se não fosse pela questão econômica nem mesmo seria ainda artista nessa altura de sua vida. O prazer de cantar havia ficado em um passado muito, mais muito distante mesmo... A única coisa mesmo que impulsionava Elvis a seguir adiante era sua necessidade de ganhar dinheiro para pagar suas enormes dívidas, entre elas a compra de dois aviões num impulso consumidor típico de adolescentes imaturos. Mas nem isso, às vezes, conseguia tirar Elvis de sua cama.
Foi nessa altura que o Coronel resolveu ir à Memphis. Ultimamente ele não viajava mais para os domínios pessoais do Rei com tanta freqüência como antigamente, a não ser quando as coisas começavam a ficar realmente sérias. Com Elvis totalmente entorpecido em suas fronhas, sem nem ao mesmo conseguir atender aos insistentes telefonemas de Parker, o velho empresário resolveu ir à Graceland pessoalmente para ver o que estava afinal acontecendo. Parker andava preocupado com os rumos que as coisas estavam tomando ultimamente. O Coronel tinha inclusive recebido nos últimos dias um furioso telefonema dos executivos da RCA Victor avisando que, caso Elvis não cumprisse seus contratos de gravação nos próximos dias, seria processado pela gravadora por quebra de contrato!
Não era culpa da multinacional e nem de Parker, na verdade a paciência estava esgotada pois Já faziam nove meses que Elvis adiava ou cancelava sistematicamente qualquer sessão marcada pelo produtor Felton Jarvis em Nashville ou Memphis. Mal era marcado um dia que Elvis logo se apressava a informar que não poderia comparecer porque estava muito doente, exausto ou com problemas de garganta. A única coisa que sobrava para a gravadora era gravar seus shows, mas essa fórmula já estava esgotada, principalmente por Elvis insistir muito em repetir ad nauseam o mesmo repertório, concerto após concerto! Seu último disco ao vivo gravado em Memphis não tinha se saído bem nas paradas e era hora de tentar um novo caminho. Mesmo com tudo isso em jogo Elvis havia decidido que não iria entrar tão cedo em um estúdio. Sempre haveria uma desculpa para dar para os produtores e ninguém teria coragem de enfrentá-lo mesmo (pelo menos essa era a visão de Elvis)
A gota d’água aconteceu quando Elvis desmarcou uma sessão em cima da hora alegando estar doente, para depois se saber que, na mesma noite, ele havia comparecido a uma animada festa, onde não fez a menor questão de esconder que não estava nada doente (pois é, as três únicas coisas que despertavam ainda interesse em Elvis eram mesmo seus remédios, dormir e encontrar e conhecer mulheres bonitas, não necessariamente nessa ordem!). Depois da farra as coisas ficaram feias para Elvis e o Coronel foi colocado contra a parede pelos produtores. Sem saída ele pegou o primeiro avião para o Tenneessee para se encontrar com Elvis pessoalmente. Só Tom Parker mesmo para colocar Elvis nos eixos nessas situações.
“Pois então que me processem!” - estourou Elvis quando soube que a RCA exigia a gravação de novas músicas. O Coronel tentou amenizar ao máximo a situação e sugeriu uma solução um tanto quanto absurda, mas viável diante das circunstâncias. Se Maomé não vai a Montanha, então a montanha que venha a Maomé! Parker sugeriu a transferência do estúdio para dentro de Graceland, assim tudo o que Elvis tinha que fazer era descer as escadas de seu quarto (coisa que todos descobririam depois não ser tão fácil assim em se tratando de Elvis Presley!). Totalmente pressionado Elvis aceitou. No íntimo estava disposto a causar muita dor de cabeça para os executivos da RCA. A ameaça de um processo em cima logo dele, que tanto lucro e dinheiro trouxe à companhia durante sua inigualável carreira, seria devolvida na mesma moeda. Aquele ato dos executivos não iria sair barato. Elvis iria entrar em “estúdio” com a intenção de causar o maior número de problemas possíveis. Seus atos durante essas sessões iriam se tornar lendários e seriam lembrados nos anos seguintes em muitos livros e artigos. O que Elvis iria aprontar nos próximos dias certamente iria fazer inveja em muitas Divas dos dias de hoje. A “jungle Session” ainda iria dar muito o que falar!...
Pablo Aluísio.
Foi nessa altura que o Coronel resolveu ir à Memphis. Ultimamente ele não viajava mais para os domínios pessoais do Rei com tanta freqüência como antigamente, a não ser quando as coisas começavam a ficar realmente sérias. Com Elvis totalmente entorpecido em suas fronhas, sem nem ao mesmo conseguir atender aos insistentes telefonemas de Parker, o velho empresário resolveu ir à Graceland pessoalmente para ver o que estava afinal acontecendo. Parker andava preocupado com os rumos que as coisas estavam tomando ultimamente. O Coronel tinha inclusive recebido nos últimos dias um furioso telefonema dos executivos da RCA Victor avisando que, caso Elvis não cumprisse seus contratos de gravação nos próximos dias, seria processado pela gravadora por quebra de contrato!
Não era culpa da multinacional e nem de Parker, na verdade a paciência estava esgotada pois Já faziam nove meses que Elvis adiava ou cancelava sistematicamente qualquer sessão marcada pelo produtor Felton Jarvis em Nashville ou Memphis. Mal era marcado um dia que Elvis logo se apressava a informar que não poderia comparecer porque estava muito doente, exausto ou com problemas de garganta. A única coisa que sobrava para a gravadora era gravar seus shows, mas essa fórmula já estava esgotada, principalmente por Elvis insistir muito em repetir ad nauseam o mesmo repertório, concerto após concerto! Seu último disco ao vivo gravado em Memphis não tinha se saído bem nas paradas e era hora de tentar um novo caminho. Mesmo com tudo isso em jogo Elvis havia decidido que não iria entrar tão cedo em um estúdio. Sempre haveria uma desculpa para dar para os produtores e ninguém teria coragem de enfrentá-lo mesmo (pelo menos essa era a visão de Elvis)
A gota d’água aconteceu quando Elvis desmarcou uma sessão em cima da hora alegando estar doente, para depois se saber que, na mesma noite, ele havia comparecido a uma animada festa, onde não fez a menor questão de esconder que não estava nada doente (pois é, as três únicas coisas que despertavam ainda interesse em Elvis eram mesmo seus remédios, dormir e encontrar e conhecer mulheres bonitas, não necessariamente nessa ordem!). Depois da farra as coisas ficaram feias para Elvis e o Coronel foi colocado contra a parede pelos produtores. Sem saída ele pegou o primeiro avião para o Tenneessee para se encontrar com Elvis pessoalmente. Só Tom Parker mesmo para colocar Elvis nos eixos nessas situações.
“Pois então que me processem!” - estourou Elvis quando soube que a RCA exigia a gravação de novas músicas. O Coronel tentou amenizar ao máximo a situação e sugeriu uma solução um tanto quanto absurda, mas viável diante das circunstâncias. Se Maomé não vai a Montanha, então a montanha que venha a Maomé! Parker sugeriu a transferência do estúdio para dentro de Graceland, assim tudo o que Elvis tinha que fazer era descer as escadas de seu quarto (coisa que todos descobririam depois não ser tão fácil assim em se tratando de Elvis Presley!). Totalmente pressionado Elvis aceitou. No íntimo estava disposto a causar muita dor de cabeça para os executivos da RCA. A ameaça de um processo em cima logo dele, que tanto lucro e dinheiro trouxe à companhia durante sua inigualável carreira, seria devolvida na mesma moeda. Aquele ato dos executivos não iria sair barato. Elvis iria entrar em “estúdio” com a intenção de causar o maior número de problemas possíveis. Seus atos durante essas sessões iriam se tornar lendários e seriam lembrados nos anos seguintes em muitos livros e artigos. O que Elvis iria aprontar nos próximos dias certamente iria fazer inveja em muitas Divas dos dias de hoje. A “jungle Session” ainda iria dar muito o que falar!...
Pablo Aluísio.
sábado, 3 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 6
Elvis estava perdendo o controle. Sua vida fora da estrada se resumia em dormir muitas horas por dia em sua suíte imperial de Graceland, assistir TV e se auto medicar sem controle. Seu único contato com os demais residentes de sua mansão se resumia ao interfone de seus aposentos. Às vezes Elvis passava uma semana inteira sem descer para o andar térreo de sua outrora querida Graceland. Totalmente dopado, Elvis curtia sua eterna e interminável fossa existencial. Nas poucas horas de consciência Elvis mal conseguia manter uma conversação amigável com sua amada Linda, tão confusa ficava sua mente com tamanha quantidade de remédios (drogas) circulando em seu cérebro.
Às vezes, ao despertar, Elvis ficava completamente catatônico, imóvel, com o olhar perdido fixado em algum objeto, mais parecendo um autista, isolado do mundo exterior e absorvido em si mesmo, para em outras ocasiões acordar e ficar falando sem parar, tagarelando feito um louco, sem conseguir conectar direito as idéias em seus confusos pensamentos. Nesses momentos era logo chamado o Dr Nick ou alguém para ministrar algum remédio que o acalmasse ou lhe despertasse. Nesse ritmo Elvis ficava sob efeitos químicos 24 horas por dia. Só despertava mesmo para fazer suas necessidades fisiológicas ou se alimentar. Quando não estava sedado por uma quantidade enorme de barbitúricos ou narcóticos, Elvis ainda demonstrava alguma vontade de se divertir. Mas isso não era muito comum em seus últimos momentos.
Nem sua grande coleção de discos lhe despertava mais atenção. O antigo hábito de ficar ouvindo novos discos de outros artistas ficara para o passado. Elvis estava totalmente desinteressado por tudo, pela vida, pelo que acontecia à sua volta e tudo o mais. Desde que Priscilla o abandonou a depressão só aumentava. Elvis tinha formulado planos de casar com a mulher perfeita e ter uma linda família ao seu lado mas tudo havia sido destruído com a traição da esposa para Mike Stone, o professor que o próprio Elvis havia indicado para dar aulas de artes marciais para ela! O fato de ter sido traído assim, por um sujeito como Mike, devastava interiormente Presley em suas mais íntimas convicções pessoais. Afinal ele não era um homem cobiçado por milhões de mulheres? Como poderia ser trocado e traído assim tão facilmente?
Conforme a depressão aumentava Elvis ia perdendo o gosto pela vida. Seus únicos atos de vontade visíveis na intimidade de seu lar se resumiam àqueles em que esticava o braço para pegar o interfone ao lado de sua cama para pedir mais comida ou então mais remédios e era só. Nem sua magnífica carreira artística conseguia tirá-lo desse estado de torpor constante. Elvis não demonstrava mais ter interesse em gravar nada, em conhecer novas sonoridades, em se inteirar do mundo musical fervescente ao seu redor, nada mais lhe despertava atenção. A música para ele tinha virado apenas um trabalho, uma forma de ganhar a vida. Ele também não tinha mais muito interesse nela, para tragédia de seus milhões de fãs ao redor do mundo. Nem mesmo os mais simples atos de higiene pessoal conseguiam mais despertar Elvis de seu estado lamentável. Se não fosse pela supervisão constante de Linda Tompson, provavelmente Elvis ficaria todo esse tempo de retiro sem nem ao menos tomar banho ou escovar os dentes. O quadro depressivo de Elvis Presley era grave.
Seu estado era tão grave nesse período que Linda chegou ao cúmulo de comparar Elvis a uma criança pequena, tamanha era sua dependência das demais pessoas. Mas apesar de Elvis não demonstrar mais interesse pelo mundo à sua volta, o contrário não ocorria. Seus shows ainda eram feitos em locais com lotação esgotada e seus discos ainda conseguiam atingir bons índices de vendas, mesmo sendo ele agora considerado apenas um dos pioneiros do surgimento do Rock e não mais um artista renovador. Elvis era agora um Long Seller na opinião dos críticos, um artista que não precisava mais freqüentar as paradas de sucesso popular pois já tinha seu público formado, seu talento consolidado e uma base de admiradores que nunca iriam perder a chance de assistir seus espetáculos, sejam eles realizados da forma que fossem.
Elvis poderia estar bem doente, ofegante, confuso e desnorteado, errando as letras que deveria ter decorado há séculos, que nada disso importava. Ele era Elvis Presley e isso era o que importava. Quem iria perder a oportunidade de assistir ao vivo um ícone cultural como ele, mesmo que em situações adversas? Aliás esse era também outro atrativo para as pessoas: como será que Elvis iria aparecer no palco dessa vez? Vai fazer um grande show ou dar um vexame daqueles? Abençoado incrivelmente pela fama sem limites, Elvis ficou mais famoso ainda com sua decadência pessoal. Todos queriam saber a última fofoca: É verdade que ele dá tiros na TV? Que conseguiu comer quinze hambúrgueres de uma só vez em Dallas? Qual é a doença misteriosa dele? É verdade que é viciado em cocaína? Elvis era agora considerado mais uma celebridade de tablóide do que um artista que mudou o mundo através de sua música nos anos 50.
Pablo Aluísio.
Às vezes, ao despertar, Elvis ficava completamente catatônico, imóvel, com o olhar perdido fixado em algum objeto, mais parecendo um autista, isolado do mundo exterior e absorvido em si mesmo, para em outras ocasiões acordar e ficar falando sem parar, tagarelando feito um louco, sem conseguir conectar direito as idéias em seus confusos pensamentos. Nesses momentos era logo chamado o Dr Nick ou alguém para ministrar algum remédio que o acalmasse ou lhe despertasse. Nesse ritmo Elvis ficava sob efeitos químicos 24 horas por dia. Só despertava mesmo para fazer suas necessidades fisiológicas ou se alimentar. Quando não estava sedado por uma quantidade enorme de barbitúricos ou narcóticos, Elvis ainda demonstrava alguma vontade de se divertir. Mas isso não era muito comum em seus últimos momentos.
Nem sua grande coleção de discos lhe despertava mais atenção. O antigo hábito de ficar ouvindo novos discos de outros artistas ficara para o passado. Elvis estava totalmente desinteressado por tudo, pela vida, pelo que acontecia à sua volta e tudo o mais. Desde que Priscilla o abandonou a depressão só aumentava. Elvis tinha formulado planos de casar com a mulher perfeita e ter uma linda família ao seu lado mas tudo havia sido destruído com a traição da esposa para Mike Stone, o professor que o próprio Elvis havia indicado para dar aulas de artes marciais para ela! O fato de ter sido traído assim, por um sujeito como Mike, devastava interiormente Presley em suas mais íntimas convicções pessoais. Afinal ele não era um homem cobiçado por milhões de mulheres? Como poderia ser trocado e traído assim tão facilmente?
Conforme a depressão aumentava Elvis ia perdendo o gosto pela vida. Seus únicos atos de vontade visíveis na intimidade de seu lar se resumiam àqueles em que esticava o braço para pegar o interfone ao lado de sua cama para pedir mais comida ou então mais remédios e era só. Nem sua magnífica carreira artística conseguia tirá-lo desse estado de torpor constante. Elvis não demonstrava mais ter interesse em gravar nada, em conhecer novas sonoridades, em se inteirar do mundo musical fervescente ao seu redor, nada mais lhe despertava atenção. A música para ele tinha virado apenas um trabalho, uma forma de ganhar a vida. Ele também não tinha mais muito interesse nela, para tragédia de seus milhões de fãs ao redor do mundo. Nem mesmo os mais simples atos de higiene pessoal conseguiam mais despertar Elvis de seu estado lamentável. Se não fosse pela supervisão constante de Linda Tompson, provavelmente Elvis ficaria todo esse tempo de retiro sem nem ao menos tomar banho ou escovar os dentes. O quadro depressivo de Elvis Presley era grave.
Seu estado era tão grave nesse período que Linda chegou ao cúmulo de comparar Elvis a uma criança pequena, tamanha era sua dependência das demais pessoas. Mas apesar de Elvis não demonstrar mais interesse pelo mundo à sua volta, o contrário não ocorria. Seus shows ainda eram feitos em locais com lotação esgotada e seus discos ainda conseguiam atingir bons índices de vendas, mesmo sendo ele agora considerado apenas um dos pioneiros do surgimento do Rock e não mais um artista renovador. Elvis era agora um Long Seller na opinião dos críticos, um artista que não precisava mais freqüentar as paradas de sucesso popular pois já tinha seu público formado, seu talento consolidado e uma base de admiradores que nunca iriam perder a chance de assistir seus espetáculos, sejam eles realizados da forma que fossem.
Elvis poderia estar bem doente, ofegante, confuso e desnorteado, errando as letras que deveria ter decorado há séculos, que nada disso importava. Ele era Elvis Presley e isso era o que importava. Quem iria perder a oportunidade de assistir ao vivo um ícone cultural como ele, mesmo que em situações adversas? Aliás esse era também outro atrativo para as pessoas: como será que Elvis iria aparecer no palco dessa vez? Vai fazer um grande show ou dar um vexame daqueles? Abençoado incrivelmente pela fama sem limites, Elvis ficou mais famoso ainda com sua decadência pessoal. Todos queriam saber a última fofoca: É verdade que ele dá tiros na TV? Que conseguiu comer quinze hambúrgueres de uma só vez em Dallas? Qual é a doença misteriosa dele? É verdade que é viciado em cocaína? Elvis era agora considerado mais uma celebridade de tablóide do que um artista que mudou o mundo através de sua música nos anos 50.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 5
Tirando o aspecto econômico e financeiro (que já estava garantido) o show tinha tudo para se transformar em um desastre! Quando os primeiros acordes de Also Sprach Zarathustra soaram no enorme estádio, Elvis rapidamente tomou a direção do centro do palco. Quando chegou lá e olhou em volta balbuciou antes de começar a cantar: “Onde estão a porra dos meus músicos?” Ele parecia totalmente confuso. Cadê os cantores de apoio? Onde está a banda? Quando Elvis olhou para baixo finalmente os viu, eles estavam em um nível abaixo dele!!! Elvis estava totalmente desnorteado e surpreso! Ninguém havia tido a ele que seu show seria realizado assim. Elvis iria ficar completamente sozinho durante todo o concerto, uma situação completamente nova e surreal em toda a sua carreira. Por que não o avisaram que ele teria que cantar praticamente só?
Com 80.000 pessoas pela frente Elvis teve que levar o show à frente, mas estava visivelmente irritado e completamente irado com todos. Mas o pior ainda estava por vir. No meio do espetáculo, ao se abaixar para fazer uma típica pose de “Elvis”, sua calça rasgou na altura da virilha! Imagine a situação. Como estava muito gordo e a roupa muito apertada, quando ele resolveu se mexer além do normal a coisa desandou e Elvis ficou com as calças rasgadas na frente de uma multidão. Como tinha muita experiência de palco, procurou se posicionar de uma forma que o rasgão não aparecesse tanto. Conseguiu. No final da música ele simplesmente se mandou do palco para os bastidores. Quando James Burton olhou para o palco, tomou um susto daqueles! Cadê o cara!? Aonde Elvis se meteu!? Sem saber direito o que fazer a TCB Band começou a tocar qualquer coisa para disfarçar (se bem que disfarçar o sumiço da atração principal do palco não era a coisa mais fácil do mundo, ainda mais em um estádio lotado).
Nos bastidores a confusão era maior ainda! Elvis entrou esbravejando nos bastidores, gritando com todos, tremendamente nervoso e irritado. Enquanto as assistentes de palco corriam de um lado para outro atrás de novas roupas, Elvis ficava literalmente com as calças na mão, esperando que lhe trouxesse logo uma nova jumpsuit para ele então retornar ao concerto! Os caras da máfia logo ficaram ao redor do irritado superstar que não parava de gritar; “Entrei no palco e fiquei completamente perdido sem saber aonde estavam a porra dos meus músicos! Seus merdas!” - tão nervoso estava que ficou com o rosto completamente congestionado de sangue, com as veias saltando de seu pescoço. Charlie Hodge que entrou atrás dele quando ele deixou o palco, se lembra do estado emocional alterado de Elvis: “Rapaz, o homem estava quente, ele teria matado um se tivesse tido a oportunidade!” Logo suas assistentes entraram no camarim - Elvis vestiu a primeira roupa que não lhe serviu, trouxeram uma segunda, novamente Elvis não conseguiu entrar nela, nesse ínterim o Coronel começou a perceber que estava literalmente enfartando com tanta confusão!!! Na quarta tentativa finalmente Elvis achou uma roupa que lhe coubesse! Estava ainda um tanto desconfortável - mas em vista da hora tinha que ser aquela mesmo!
A roupa que Elvis vestira naquele momento não era adequada para o frio que estava fazendo no palco, que era ao ar livre. Elvis sentiu isso logo ao subir nele, mas era tarde, ele se desculpou e resolveu dar prosseguimento ao show de qualquer jeito. O importante agora era chegar vivo à meia noite, cantar a valsa da despedida e dar no pé. Jerry Wilkinson lembra da meia hora final do concerto: “Elvis estava encolhido, gelando no palco! Os músicos que tocavam trompete logo racharam seus lábios por causa da temperatura, nossas guitarras não mantinham a afinação por causa do frio polar que fazia, ninguém estava alegre de estar lá. Na verdade estávamos rezando para chegar logo meia noite e irmos embora!” Quando o show finalmente chegou ao fim, Elvis entrou nos bastidores mais nervoso do que estava quando teve que trocar as calças. Culpou e amaldiçoou todos que estavam ali. Seus gritos podiam ser ouvidos a distância! Linda Thompson logo tentou contornar a situação, falando que isso era normal, que todo artista um dia já passou por isso e tal.
Finalmente o Dr Nick foi chamado e receitou alguns calmantes para Elvis, que aos poucos foi se acalmando. Depois Linda trouxe seu lanche preferido e Elvis fez uma pequena refeição antes de deixar o estádio pelo portão dos fundos. “Este foi o pior show da minha vida, juro por Deus, nunca vi coisa igual, tudo o que tinha que dar errado, deu! Não sei como cheguei ao final vivo” Confessou Elvis para sua namorada. Alguns dias depois o resultado financeiro do espetáculo foi divulgado pela famosa revista de entretenimento Variety: Elvis havia quebrado naquela noite o recorde de público pagante que pertencia aos Beatles no Shea Stadium em 1964. No total mais de 82.000 pessoas haviam assistido o conturbado show de reveillon de Elvis Presley. Sozinho ele conseguiu embolsar quase um milhão de dólares por pouco mais de uma hora de apresentação (incluindo a saída para vestir novas calças!) Agora Elvis poderia pagar todas as suas dívidas e partir para mais um ano. Não seria dessa vez que seus credores iriam pegá-lo de calças curtas!
Pablo Aluísio.
Com 80.000 pessoas pela frente Elvis teve que levar o show à frente, mas estava visivelmente irritado e completamente irado com todos. Mas o pior ainda estava por vir. No meio do espetáculo, ao se abaixar para fazer uma típica pose de “Elvis”, sua calça rasgou na altura da virilha! Imagine a situação. Como estava muito gordo e a roupa muito apertada, quando ele resolveu se mexer além do normal a coisa desandou e Elvis ficou com as calças rasgadas na frente de uma multidão. Como tinha muita experiência de palco, procurou se posicionar de uma forma que o rasgão não aparecesse tanto. Conseguiu. No final da música ele simplesmente se mandou do palco para os bastidores. Quando James Burton olhou para o palco, tomou um susto daqueles! Cadê o cara!? Aonde Elvis se meteu!? Sem saber direito o que fazer a TCB Band começou a tocar qualquer coisa para disfarçar (se bem que disfarçar o sumiço da atração principal do palco não era a coisa mais fácil do mundo, ainda mais em um estádio lotado).
Nos bastidores a confusão era maior ainda! Elvis entrou esbravejando nos bastidores, gritando com todos, tremendamente nervoso e irritado. Enquanto as assistentes de palco corriam de um lado para outro atrás de novas roupas, Elvis ficava literalmente com as calças na mão, esperando que lhe trouxesse logo uma nova jumpsuit para ele então retornar ao concerto! Os caras da máfia logo ficaram ao redor do irritado superstar que não parava de gritar; “Entrei no palco e fiquei completamente perdido sem saber aonde estavam a porra dos meus músicos! Seus merdas!” - tão nervoso estava que ficou com o rosto completamente congestionado de sangue, com as veias saltando de seu pescoço. Charlie Hodge que entrou atrás dele quando ele deixou o palco, se lembra do estado emocional alterado de Elvis: “Rapaz, o homem estava quente, ele teria matado um se tivesse tido a oportunidade!” Logo suas assistentes entraram no camarim - Elvis vestiu a primeira roupa que não lhe serviu, trouxeram uma segunda, novamente Elvis não conseguiu entrar nela, nesse ínterim o Coronel começou a perceber que estava literalmente enfartando com tanta confusão!!! Na quarta tentativa finalmente Elvis achou uma roupa que lhe coubesse! Estava ainda um tanto desconfortável - mas em vista da hora tinha que ser aquela mesmo!
A roupa que Elvis vestira naquele momento não era adequada para o frio que estava fazendo no palco, que era ao ar livre. Elvis sentiu isso logo ao subir nele, mas era tarde, ele se desculpou e resolveu dar prosseguimento ao show de qualquer jeito. O importante agora era chegar vivo à meia noite, cantar a valsa da despedida e dar no pé. Jerry Wilkinson lembra da meia hora final do concerto: “Elvis estava encolhido, gelando no palco! Os músicos que tocavam trompete logo racharam seus lábios por causa da temperatura, nossas guitarras não mantinham a afinação por causa do frio polar que fazia, ninguém estava alegre de estar lá. Na verdade estávamos rezando para chegar logo meia noite e irmos embora!” Quando o show finalmente chegou ao fim, Elvis entrou nos bastidores mais nervoso do que estava quando teve que trocar as calças. Culpou e amaldiçoou todos que estavam ali. Seus gritos podiam ser ouvidos a distância! Linda Thompson logo tentou contornar a situação, falando que isso era normal, que todo artista um dia já passou por isso e tal.
Finalmente o Dr Nick foi chamado e receitou alguns calmantes para Elvis, que aos poucos foi se acalmando. Depois Linda trouxe seu lanche preferido e Elvis fez uma pequena refeição antes de deixar o estádio pelo portão dos fundos. “Este foi o pior show da minha vida, juro por Deus, nunca vi coisa igual, tudo o que tinha que dar errado, deu! Não sei como cheguei ao final vivo” Confessou Elvis para sua namorada. Alguns dias depois o resultado financeiro do espetáculo foi divulgado pela famosa revista de entretenimento Variety: Elvis havia quebrado naquela noite o recorde de público pagante que pertencia aos Beatles no Shea Stadium em 1964. No total mais de 82.000 pessoas haviam assistido o conturbado show de reveillon de Elvis Presley. Sozinho ele conseguiu embolsar quase um milhão de dólares por pouco mais de uma hora de apresentação (incluindo a saída para vestir novas calças!) Agora Elvis poderia pagar todas as suas dívidas e partir para mais um ano. Não seria dessa vez que seus credores iriam pegá-lo de calças curtas!
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 4
Elvis de Calças Curtas - O local? Pontiac. A data? Ano novo de 1975. Essa seria a primeira vez que Elvis trabalharia durante os feriados de inverno. Durante os anos 60 seus contratos sempre vinham com uma cláusula expressa imposta pelo próprio Elvis que determinava que ele não trabalharia no período compreendido entre as festas de fim de ano e seu aniversário, celebrado no dia 8 de janeiro. Mas agora lá estava Elvis, em pleno réveillon pronto para mais um concerto. Por que ele quebrou a tradição? Por que se sujeitou a executar um show de ano novo em Pontiac no último dia de 1975? A razão era simples de se explicar: Elvis estava quebrado financeiramente (mais um vez!) Suas finanças estavam novamente no vermelho. Mesmo ganhando enormes somas de dinheiro em suas infinitas e intermináveis excursões, Elvis não conseguia colocar sua vida financeira nos eixos!
Sua capacidade de ganhar enormes somas só era superada por sua também inesgotável capacidade de jogar dinheiro fora como se fosse um bilionário ou um dono de poços de petróleo do Oriente Médio. Mas ele não era. Seus gastos tinham um limite, que nem Elvis admitia existir. Por pensar dessa forma, Elvis muitas vezes se via obrigado a aceitar shows realizados em cidades insignificantes no meio do deserto ou então em locais nada apropriados para um superstar como ele colocar os pés. Agora suas contas bancárias estavam praticamente zeradas e Elvis tinha que se virar para conseguir ganhar mais dinheiro. Em vista disso, antigas condições visando seu bem estar, como não trabalhar nas festas de fim de ano, tinham que ser deixadas de lado.
Logo no começo de novembro o Coronel Parker espalhou a notícia de que Elvis iria pela primeira vez fazer um show de despedida de ano e que por essa razão estava aberto a ofertas das cidades que tinham interesse em levá-lo para animar uma festa de réveillon com o Rei do Rock. Prontamente um grupo de empresários do Michigan se interessou pelo evento e foi feita uma proposta muito interessante para Elvis: se apresentar em Pontiac, no grande estádio da cidade, com capacidade para mais de 80.000 pagantes. Seria uma salvação para o cantor. Ele já tinha esgotado seu crédito junto aos grandes bancos e chegou ao ponto de dar como garantia e fiança futuros cachês que receberia em shows que só realizaria no ano que viria.
O Coronel Parker já tinha também acertado com Elvis a venda dos direitos autorais de mais de 350 canções gravadas por ele até 1972 para a RCA. Parker não acreditava mais na possibilidade desse material antigo trazer ainda algum retorno e acertou a venda de mais de 50 álbuns do cantor para a gravadora, além de passar para a multinacional americana o controle das duas grandes editoras musicais que gerenciavam o catálogo do cantor, a Elvis Presley Music e a Gladys Music. O valor da venda foi acertada em seis milhões de dólares (hoje o catálogo de Elvis vale seguramente mais de 200 milhões, o que demonstra como o negócio feito pelo Coronel foi realmente uma péssima idéia!) . Apesar do volume de dólares chegando, isso ainda era pouco.
A verdade era que Elvis estava tão endividado que nem com essa enorme venda, de praticamente tudo o que produziu em sua carreira, iria trazer sossego para sua debilitada vida econômica. Por isso o show em Pontiac poderia ser finalmente sua salvação. Elvis mostrou total desinteresse pela apresentação. Ele foi aconselhado a conhecer o palco e a acústica do local antes do show, mas não quis saber de ensaiar. Ficou trancado em seus aposentos até a hora do concerto. A venda de ingressos demonstrou logo que a apresentação seria um sucesso. Rapidamente 80.000 entradas foram vendidas em poucas horas. Elvis agora podia relaxar. Ele iria embora de Pontiac com os bolsos cheios, sem dúvida.
O Coronel ignorou a cobrança de um cachê e foi ousado, fazendo com que Elvis recebesse parte da renda do espetáculo. Como as vendas foram mais do que satisfatórias, todos estavam tranqüilos e calmos - ou pelo menos quase todos! Os caras da TCB Band tinham visitado o palco do estádio e logo constataram que a acústica era muito ruim, que a temperatura estava muito baixa e que a posição dos músicos não seria do agrado de Elvis, que gostava de ver todo o grupo junto a ele. O pior de tudo era que Elvis não estava sabendo de nada disso, pois ele não quis ensaiar e nem checar tudo antes da apresentação. Caso tivesse feito uma pequena vistoria tudo poderia ter sido sanado rapidamente. Mas ele preferiu passar o dia dormindo mesmo. Erro fatal!
Pablo Aluísio.
Sua capacidade de ganhar enormes somas só era superada por sua também inesgotável capacidade de jogar dinheiro fora como se fosse um bilionário ou um dono de poços de petróleo do Oriente Médio. Mas ele não era. Seus gastos tinham um limite, que nem Elvis admitia existir. Por pensar dessa forma, Elvis muitas vezes se via obrigado a aceitar shows realizados em cidades insignificantes no meio do deserto ou então em locais nada apropriados para um superstar como ele colocar os pés. Agora suas contas bancárias estavam praticamente zeradas e Elvis tinha que se virar para conseguir ganhar mais dinheiro. Em vista disso, antigas condições visando seu bem estar, como não trabalhar nas festas de fim de ano, tinham que ser deixadas de lado.
Logo no começo de novembro o Coronel Parker espalhou a notícia de que Elvis iria pela primeira vez fazer um show de despedida de ano e que por essa razão estava aberto a ofertas das cidades que tinham interesse em levá-lo para animar uma festa de réveillon com o Rei do Rock. Prontamente um grupo de empresários do Michigan se interessou pelo evento e foi feita uma proposta muito interessante para Elvis: se apresentar em Pontiac, no grande estádio da cidade, com capacidade para mais de 80.000 pagantes. Seria uma salvação para o cantor. Ele já tinha esgotado seu crédito junto aos grandes bancos e chegou ao ponto de dar como garantia e fiança futuros cachês que receberia em shows que só realizaria no ano que viria.
O Coronel Parker já tinha também acertado com Elvis a venda dos direitos autorais de mais de 350 canções gravadas por ele até 1972 para a RCA. Parker não acreditava mais na possibilidade desse material antigo trazer ainda algum retorno e acertou a venda de mais de 50 álbuns do cantor para a gravadora, além de passar para a multinacional americana o controle das duas grandes editoras musicais que gerenciavam o catálogo do cantor, a Elvis Presley Music e a Gladys Music. O valor da venda foi acertada em seis milhões de dólares (hoje o catálogo de Elvis vale seguramente mais de 200 milhões, o que demonstra como o negócio feito pelo Coronel foi realmente uma péssima idéia!) . Apesar do volume de dólares chegando, isso ainda era pouco.
A verdade era que Elvis estava tão endividado que nem com essa enorme venda, de praticamente tudo o que produziu em sua carreira, iria trazer sossego para sua debilitada vida econômica. Por isso o show em Pontiac poderia ser finalmente sua salvação. Elvis mostrou total desinteresse pela apresentação. Ele foi aconselhado a conhecer o palco e a acústica do local antes do show, mas não quis saber de ensaiar. Ficou trancado em seus aposentos até a hora do concerto. A venda de ingressos demonstrou logo que a apresentação seria um sucesso. Rapidamente 80.000 entradas foram vendidas em poucas horas. Elvis agora podia relaxar. Ele iria embora de Pontiac com os bolsos cheios, sem dúvida.
O Coronel ignorou a cobrança de um cachê e foi ousado, fazendo com que Elvis recebesse parte da renda do espetáculo. Como as vendas foram mais do que satisfatórias, todos estavam tranqüilos e calmos - ou pelo menos quase todos! Os caras da TCB Band tinham visitado o palco do estádio e logo constataram que a acústica era muito ruim, que a temperatura estava muito baixa e que a posição dos músicos não seria do agrado de Elvis, que gostava de ver todo o grupo junto a ele. O pior de tudo era que Elvis não estava sabendo de nada disso, pois ele não quis ensaiar e nem checar tudo antes da apresentação. Caso tivesse feito uma pequena vistoria tudo poderia ter sido sanado rapidamente. Mas ele preferiu passar o dia dormindo mesmo. Erro fatal!
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 3
Em razão dos últimos acontecimentos a RCA resolveu pegar mais leve com Elvis. O número de músicas na pauta foi diminuída e um grupo mínimo foi escalado para trabalhar ao seu lado nas gravações. A RCA queria pelo menos um grupo de faixas para compor um novo disco, que seria lançado naquele mesmo ano. Um álbum inédito, nada muito além disso. Os planos iniciais incluíam cinco sessões de gravação, mas lá pelo terceiro dia Elvis se desinteressou completamente pelo material programado e simplesmente foi embora. Foram gravadas apenas 10 faixas, um número bem menor do que era esperado. No último dia em que foi ao estúdio Elvis se mostrou disperso, sem envolvimento. Para aliviar um pouco a tensão de vez em quando contava alguma piada, mas para seus amigos relatava estar sentindo dores e desconforto.
De volta a Los Angeles, Elvis começou a novamente abusar dos medicamentos. A RCA enviou todas as gravações para ele verificar o material antes do lançamento. Pegou ele em dia particularmente ruim, em que estava de péssimo humor, sem a menor paciência para absolutamente nada. Quando terminou de ouvir as fitas Elvis estava furioso. Ele tinha detestado tudo e explodiu num acesso de fúria na frente dos executivos de sua gravadora:
- Sabem de uma coisa? Esse foi o som mais cretino que eu já ouvi na minha vida... Uma porcaria! Sabem, se eu fosse esperto deixava vocês, seus desgraçados e ia procurar emprego em alguma outra gravadora de quinta categoria, como a White Wale... aposto que eu arranjo emprego em algum lugar, juro por Deus que eu arranjo, essa fita não vai voltar para Nova Iorque, enviem para Memphis, façam alguma coisa por lá... está tudo muito ruim, ruim... péssimo!
Então ele se levantou do sofá onde estava e expulsou todos de sua casa. A variação de humor por parte de Elvis já tinha virado uma rotina para os membros da Máfia de Memphis. Quando ele acordava, geralmente no fim da tarde, ninguém do grupo de arriscava a dizer algo antes de checar o humor dele. Elvis poderia aparecer de bom humor, contando piadas ou então o completo oposto disso, gritando e xingando a todos, dando tiros pra cima, vociferando palavrões a plenos pulmões. Certa vez Elvis acordou num mal dia e seu guarda costas Sonny West contou uma piada num momento inadequado. Elvis então, em um acesso de fúria, partiu para cima de Sonny e tentou espancá-lo violentamente. Em outra ocasião jogou um pesado cinzeiro de metal em direção a Red, que por pouco conseguiu se desviar, evitando se machucar. Mas o pior estava por vir. Elvis tinha que cumprir uma nova temporada em Las Vegas e no fim da vida isso tinha se tornado um tremendo aborrecimento. No dia anterior mandou a turma se arrumar e antes de sair para seus aposentos falou para todos: “Odeio Las Vegas, odeio essa cidade”...
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 2
O uso de drogas prescritas aumentou e Elvis passou dias em torpor. Era óbvio que estava sofrendo uma grande depressão. Nem seus amigos mais próximos lhe tiveram acesso. Elvis foi taxativo: "Não quero ver ninguém". Uma das poucas pessoas a entrar no bunker de Elvis foi Joe Esposito. Numa conversa franca em seu quarto Elvis lhe disse o que pensava de fazer 40 anos: "Joe, estou acabado. Quem vai ligar para um velho rebolando por aí?" Esposito tentou acalmar e lembrou o exemplo de Frank Sinatra, "Elvis, não é motivo para se preocupar tanto assim, veja o caso do Frank Sinatra, foi ídolo adolescente e hoje é mais popular do que nunca!"
Elvis não se convenceu. Vinte dias depois, Elvis entrou no hospital para se internar e se tratar de, entre outros problemas, um cólon inchado e paralisado, muito provavelmente causado pelo abuso de drogas a que se submeteu após seu aniversário de 40 anos de idade, mas esse fato foi escondido da imprensa. Uma versão bem mais amena foi divulgada para a mídia. Ao grande público foi informado que Elvis havia se internado para tratar de stress e pequenos problemas clínicos e de saúde. Ele estava com estafa após tantos shows e compromissos. Nada sério. A informação que foi ocultada da imprensa era que Elvis estava lá também para outra desintoxicação. Isto também seria confirmado anos depois por Dr. Nick [George Nichopoulos].
No julgamento que sofreu após a morte de Elvis, aonde era acusado de receitar doses excessivas de medicamentos, o Dr Nick relembrou esse dia. Ele afirmou que estava há muitos dias tentando convencer Elvis a se internar, pois ele estava relutante em ir para o hospital. Há dias ele estava doente em casa e se recusava a se internar. Finalmente no dia 28 de janeiro, às cinco horas da manhã o Dr Nick finalmente conseguiu levar Elvis para o décimo oitavo andar do hospital. Elvis entrou escondido da imprensa, usando pijamas azul marinho com barba de dias, se parecendo com o pai dele. Uma verdadeira operação de guerra foi montada para que os jornalistas não descobrissem nada. Ele entrou pela porta dos fundos, escondendo o seu rosto para não ser reconhecido por ninguém. Ao dar entrada no hospital Elvis estava péssimo, cambaleante e se segurando em seus guarda costas. Não falava coisa com coisa e parecia alheio ao que estava acontecendo.
Ao seu lado Joe Esposito, Linda Thompson e seus guarda-costas. Parecia muito doente e deprimido. O cólon aumentado e desintoxicação eram dois problemas sérios que teriam de ser tratados durante sua permanência. Elvis ficou três semanas hospitalizado. A imprensa ficou louca, queria saber de todos os detalhes. Funcionários foram subornados para revelar os exames sobre os verdadeiros males que atingiam Elvis. O Coronel Parker não deixou por menos. Montou uma verdadeira rede de segurança em torno de Elvis. Ninguém entrava ou saía do andar em que Elvis estava internado sem passar por um interrogatório. Todos os exames eram rastreados e os homens de Parker começaram a intimidar os funcionários que poderiam revelar alguma coisa. Os caras da máfia de Memphis estavam armados, andando pelos corredores, como se fossem da máfia italiana. A chegada de Elvis mudou a rotina do hospital. De uma hora para outra era fácil esbarrar em um guarda-costas do cantor pelo hospital.
Finalmente depois de três semanas, Elvis simplesmente se levantou e decidiu que já bastava para ele. Vestiu sua roupa, colocou suas armas debaixo do paletó e nas suas botas e caiu fora, sem autorização médica. Mais uma vez ele deixava um tratamento pelo meio do caminho. Mas dessa vez ele tinha deixado algo mais sério para trás. Foi diagnosticado um sério problema em seu cólon causado pelo abuso de drogas e por seus péssimos, péssimos mesmo, hábitos alimentares. Um dia antes de ir embora Elvis foi submetido a uma biópsia com tecido vivo retirado de seu cólon. A agulha que lhe enfiaram era tão grande que Elvis ficou assustado. Depois até brincou com o tamanho da agulha, mas não esperou para ver. Não pagou para ver. Ao sair da sala de exames ele decidiu que tinha que ir embora.
- “Ta louco! Vocês viram aquela agulha? Que se danem esses médicos!” - Griou Elvis aos seus guarda costas quando se dirigia para fora do hospital. O Dr Nick ficou desapontado com a atitude de Elvis. Ele sugeriu uma dieta nova para o cantor, longe de frituras e comidas gordurosas. Elvis prometeu seguir as prescrições médicas, mas nunca o fez. Também se recusou veementemente a receber qualquer tipo de crítica sobre o uso de drogas. Definitivamente Elvis não iria mudar seu estilo de vida. Uma semana depois ele estava na estrada novamente, ou melhor, na montanha russa. Ele sempre gostou mesmo de jogos perigosos, mesmo aqueles em que a sua vida estava na roleta.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 1
Era um tempo ruim para Elvis. Tudo parecia estar se desmoronando ao seu redor. Seu pai e a sua madrasta, Dee, estavam se separando depois de dez anos. "Vernon me tratou como uma criança; ele me manteve presa em uma gaiola" - afirmaria Dee depois. Mas esse era apenas um dos muitos problemas familiares enfrentados por Elvis naquele período. Priscilla também havia declarado que tinha se sentido sufocada e restringida em sua relação com Elvis. Agora, com Dee fazendo as malas e deixando a casa de Vernon ao lado de Graceland, Elvis tinha que dar todo o apoio ao seu pai. Mas se Vernon tinha problemas, Elvis não ficava atrás em sua conturbada vida amorosa. Ao mesmo tempo em que via Dee ir embora, Elvis ia percebendo que Linda aos poucos ia levando suas coisas para Graceland, se instalando lá! Elvis não disse nada, isso era uma coisa que Linda tinha decidido fazer por conta própria, pois essa ideia nunca havia sido sequer sugerida por ele. A relação entre ambos era muito passional pois tinham gênios parecidos.
No campo profissional Elvis também tinha perdido o seu pianista preferido, que estava com ele há um longo tempo. David Briggs, mesmo recebendo U$3000 por semana como membro da banda de Elvis, preferiu voltar à Nashville para se tornar um músico de estúdio. A saúde de Elvis também não ia nada bem. O cantor tinha grandes variações de peso ao longo dos meses. Em alguns shows Elvis conseguia se apresentar esbelto e em boa forma, para logo depois voltar a comer muito e aparecer muito obeso e cansado nos concertos seguintes, suando excessivamente. Um caso que retrata bem as dificuldades que Elvis estava enfrentando aconteceu na Universidade de Maryland no dia 27 de setembro de 1974, durante uma de suas inúmeras excursões. Quando ele chegou para se apresentar em Maryland, naquela manhã, ficou evidente que ele estava muito doente novamente, obeso e desnorteado. Quando as novas medidas da roupa de Elvis chegaram para os figurinistas logo se constatou que não havia uma só jumpsuit do guarda roupa de sua equipe que lhe caberia para fazer a apresentação! Foi feita uma às pressas naquela tarde, para Elvis fazer o show durante à noite. Ele estava tão mal, que alguns amigos daquela cidade, que não o tinham visto ultimamente nem sequer o reconheceram ao encontrá-lo pessoalmente no hotel. Elvis ficou visivelmente embaraçado com a reação deles!
O pior aconteceu depois quando Elvis foi para o ginásio fazer o show. Tony Brown, que estava no lugar de Briggs, se lembrou de ter visto Elvis caindo no chão, ao sair de seu carro, lá atrás, nos bastidores do concerto. Os guardas costas logo correram para acudir Elvis caído no chão, mas quando ele enfim se levantou empurrou cada um deles, gritando: “Não me ajudem! Saiam daqui!” Atrás do palco era óbvio que alguma coisa estava acontecendo com Elvis. Todos iam e vinham, entrando e saindo dos camarins do Rei. A agitação era enorme e o medo de cancelar a apresentação era visível. O Coronel e o médico particular de Elvis tentavam acima de tudo ressuscitar Elvis atrás do palco. Ele estava muito mal, não conseguia nem sequer falar! Os caras da banda comentaram entre si, baixinho: “Como é que ele vai se apresentar desse jeito?” Quando a banda deu os primeiros acordes do show, Elvis perdeu sua deixa e entrou atrasado. Na verdade ele mal conseguia caminhar em direção ao microfone. Olhou para frente, tentou visualizar para onde deveria ir e entrou, sendo ovacionado pelo público. Segurou o microfone como se estivesse se segurando nele para não cair!
Durante os trinta primeiros minutos Elvis ficou ali, parado, segurando o microfone como se fosse um poste em que ele se encostava para não cair. Todo mundo da banda ficou assustado. James Burton saiu de sua posição original para ficar mais perto de Elvis, para socorrê-lo, caso ele caísse para trás, por exemplo. Ficou a uns dois passos dele, esperando qualquer coisa e preparado para o pior. Percebendo a situação, John Wilkinson também foi para perto de Elvis. Era óbvio que alguma coisa estava muito errada com Elvis naquele dia. Havia algo terrivelmente errado com seu corpo. John relembra aquela factível noite: “Ele tinha problemas de intestino, entre outros males, e estava em um estado tão ruim que mal conseguíamos entender o que ele cantava ou dizia. As canções eram pouco inteligíveis. Apenas torcíamos para que ele terminasse as músicas! Era óbvio que Elvis estava muito medicado. Dessa vez era óbvio que os remédios estavam atrapalhando sua coordenação motora. Os músicos da banda estavam em estado de choque com o estado deplorável de Elvis” - relembrou Wilkinson. Elvis percebeu as coisas, fazendo uma apresentação curta e encerrou rapidamente o concerto. O resto da excursão foi uma montanha-russa, com muitos altos e baixos. Um dia tudo ia bem e no seguinte era um desastre.
Durante três noites em Detroit e em St Paul Elvis parecia sob controle, ainda havia vida em seus olhos nesses concertos, ele estava animado e os shows eram enérgicos, dando esperanças ao grupo de que as coisas iriam melhorar. Mas no último dia de Elvis em Detroit, quando ele voltou para a cidade para uma última apresentação, o cantor deslizou novamente. O mesmo guitarrista relembra: “Eu o encontrei no camarim, praticamente comatoso em cima de uma cadeira, incapaz de mover um único músculo de seu corpo. Fiquei muito assustado. Quando me viu ao seu lado Elvis fez um sinal de positivo para mim. Resolvi perguntar a ele: ‘Chefe, porque não cancela a excursão e tira um ano de férias?’ Elvis me deu um tapinha nas costas e disse: ‘Não se preocupe com isso. As coisas vão se acertar...” As coisas não melhoraram. Sempre havia muita confusão e tumulto em seus concertos. . Dayton, Wichita, San Antonio, Abilene... Limusines, quartos de hotel, gente gritando não deixando ninguém dormir, auditórios enormes e o jato da revista Playboy reservado para que o levassem de cidade em cidade. Isso se tornou o único ambiente em que ele vivia naqueles tempos. Era infernal e altamente estressante. Foi quando o próprio Elvis resolveu dar um tempo. Ele parou e por cinco meses não retornou aos palcos. Estava mesmo exausto, fisicamente e psicologicamente falando.
Pablo Aluísio.
No campo profissional Elvis também tinha perdido o seu pianista preferido, que estava com ele há um longo tempo. David Briggs, mesmo recebendo U$3000 por semana como membro da banda de Elvis, preferiu voltar à Nashville para se tornar um músico de estúdio. A saúde de Elvis também não ia nada bem. O cantor tinha grandes variações de peso ao longo dos meses. Em alguns shows Elvis conseguia se apresentar esbelto e em boa forma, para logo depois voltar a comer muito e aparecer muito obeso e cansado nos concertos seguintes, suando excessivamente. Um caso que retrata bem as dificuldades que Elvis estava enfrentando aconteceu na Universidade de Maryland no dia 27 de setembro de 1974, durante uma de suas inúmeras excursões. Quando ele chegou para se apresentar em Maryland, naquela manhã, ficou evidente que ele estava muito doente novamente, obeso e desnorteado. Quando as novas medidas da roupa de Elvis chegaram para os figurinistas logo se constatou que não havia uma só jumpsuit do guarda roupa de sua equipe que lhe caberia para fazer a apresentação! Foi feita uma às pressas naquela tarde, para Elvis fazer o show durante à noite. Ele estava tão mal, que alguns amigos daquela cidade, que não o tinham visto ultimamente nem sequer o reconheceram ao encontrá-lo pessoalmente no hotel. Elvis ficou visivelmente embaraçado com a reação deles!
O pior aconteceu depois quando Elvis foi para o ginásio fazer o show. Tony Brown, que estava no lugar de Briggs, se lembrou de ter visto Elvis caindo no chão, ao sair de seu carro, lá atrás, nos bastidores do concerto. Os guardas costas logo correram para acudir Elvis caído no chão, mas quando ele enfim se levantou empurrou cada um deles, gritando: “Não me ajudem! Saiam daqui!” Atrás do palco era óbvio que alguma coisa estava acontecendo com Elvis. Todos iam e vinham, entrando e saindo dos camarins do Rei. A agitação era enorme e o medo de cancelar a apresentação era visível. O Coronel e o médico particular de Elvis tentavam acima de tudo ressuscitar Elvis atrás do palco. Ele estava muito mal, não conseguia nem sequer falar! Os caras da banda comentaram entre si, baixinho: “Como é que ele vai se apresentar desse jeito?” Quando a banda deu os primeiros acordes do show, Elvis perdeu sua deixa e entrou atrasado. Na verdade ele mal conseguia caminhar em direção ao microfone. Olhou para frente, tentou visualizar para onde deveria ir e entrou, sendo ovacionado pelo público. Segurou o microfone como se estivesse se segurando nele para não cair!
Durante os trinta primeiros minutos Elvis ficou ali, parado, segurando o microfone como se fosse um poste em que ele se encostava para não cair. Todo mundo da banda ficou assustado. James Burton saiu de sua posição original para ficar mais perto de Elvis, para socorrê-lo, caso ele caísse para trás, por exemplo. Ficou a uns dois passos dele, esperando qualquer coisa e preparado para o pior. Percebendo a situação, John Wilkinson também foi para perto de Elvis. Era óbvio que alguma coisa estava muito errada com Elvis naquele dia. Havia algo terrivelmente errado com seu corpo. John relembra aquela factível noite: “Ele tinha problemas de intestino, entre outros males, e estava em um estado tão ruim que mal conseguíamos entender o que ele cantava ou dizia. As canções eram pouco inteligíveis. Apenas torcíamos para que ele terminasse as músicas! Era óbvio que Elvis estava muito medicado. Dessa vez era óbvio que os remédios estavam atrapalhando sua coordenação motora. Os músicos da banda estavam em estado de choque com o estado deplorável de Elvis” - relembrou Wilkinson. Elvis percebeu as coisas, fazendo uma apresentação curta e encerrou rapidamente o concerto. O resto da excursão foi uma montanha-russa, com muitos altos e baixos. Um dia tudo ia bem e no seguinte era um desastre.
Durante três noites em Detroit e em St Paul Elvis parecia sob controle, ainda havia vida em seus olhos nesses concertos, ele estava animado e os shows eram enérgicos, dando esperanças ao grupo de que as coisas iriam melhorar. Mas no último dia de Elvis em Detroit, quando ele voltou para a cidade para uma última apresentação, o cantor deslizou novamente. O mesmo guitarrista relembra: “Eu o encontrei no camarim, praticamente comatoso em cima de uma cadeira, incapaz de mover um único músculo de seu corpo. Fiquei muito assustado. Quando me viu ao seu lado Elvis fez um sinal de positivo para mim. Resolvi perguntar a ele: ‘Chefe, porque não cancela a excursão e tira um ano de férias?’ Elvis me deu um tapinha nas costas e disse: ‘Não se preocupe com isso. As coisas vão se acertar...” As coisas não melhoraram. Sempre havia muita confusão e tumulto em seus concertos. . Dayton, Wichita, San Antonio, Abilene... Limusines, quartos de hotel, gente gritando não deixando ninguém dormir, auditórios enormes e o jato da revista Playboy reservado para que o levassem de cidade em cidade. Isso se tornou o único ambiente em que ele vivia naqueles tempos. Era infernal e altamente estressante. Foi quando o próprio Elvis resolveu dar um tempo. Ele parou e por cinco meses não retornou aos palcos. Estava mesmo exausto, fisicamente e psicologicamente falando.
Pablo Aluísio.
Assinar:
Postagens (Atom)