Elvis Presley adorava armas de fogo! Quando era apenas um jovem adolescente ele pediu para sua mãe Gladys um revólver de presente em seu aniversário. Ela recusou e deu ao filho um violão. Com ele Elvis fez sua vida, mas nunca deixou o amor pelas armas de lado. Quando se tornou rico e famoso investiu pesado na compra de todos os tipos de armas, desde pequenos revólveres, até pistolas, rifles de grande calibre, passando até mesmo por potentes armamentos que ele adorava utilizar, fazendo de mira qualquer objeto que estivesse por perto.
Ele também era um ferrenho defensor do porte e posse de armas. Em determinado momento resumiu sua "filosofia" da seguinte forma: "Se todas as pessoas tivessem armas ninguém se meteria com ninguém. As pessoas ficariam protegidas e não haveria mais crimes". Embora fosse discreto em suas posições políticas, o fato é que Elvis tinha muita afinidade com o programa do partido republicano, o mais conservador, que lutava pelo direito de cada cidadão americano ter armas. Tudo garantido pela constituição americana. Para Elvis era um absurdo qualquer campanha que tolhesse esse direito.
Além de andar com no mínimo duas armas quando estava em turnês, Elvis mandou armar seus homens (seus seguranças) sempre quando colocava o pé na estrada para cumprir seus contratos. A morte da atriz Sharon Tate, de forma bárbara em sua casa em Los Angeles, aumentou ainda mais a paranoia de Elvis. Ele dizia que toda celebridade era um alvo em potencial de pessoas loucas. A profecia de Elvis iria se tornar realidade com John Lennon alguns anos depois, quando ele foi morto por um suposto "fã" em frente ao seu prédio em Nova Iorque.
Para seus seguranças Elvis deixava claro que qualquer ameaça deveria ser respondida com extrema violência. Depois ele, Elvis, garantiria qualquer proteção contra qualquer problema judicial que viesse a acontecer. "Matem o desgraçado! Não deixem ninguém vivo que possa dizer a frase "Eu matei Elvis Presley" - costumava repetir o cantor. Sua fixação com a polícia também aumentou com os anos. Elvis tinha um sonho de infância de se tornar patrulheiro rodoviário, algo que ele correria atrás mesmo após já ser uma lenda da música. Começou a colecionar distintivos policiais com orgulho e chegou a se nomeado pelo próprio presidente Nixon como agente federal do FBI. Foi a realização de seu sonho de criança.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 15 de junho de 2005
Elvis Presley - Elvis nos anos 1970
Elvis nos Anos 70
Os arranjos das músicas de Elvis nos anos 70, principalmente aqueles que ele utilizava em seus shows de palco em Las Vegas, foram produzidas por maestros e músicos que nunca tiveram tradição no estilo anterior de Elvis, dos anos 50 e 60. Era pessoal da tradição de Frank Sinatra e Tommy Dorsey. Eles colocaram todos aqueles naipes de metais, coisa que era inteiramente anacrônica na música de Elvis Presley até aquele momento. No final das contas eles não se adaptaram a Elvis, mas o contrário, Elvis é que se adaptou ao estilo deles. Os arranjos à La Sinatra conferem um sabor nostálgico e saudosista ao som de Elvis nos seus anos finais. Com poucas exceções não havia esse tipo de arranjo na música de Elvis até aquele ponto.
É importante também lembrar da influência da Motown de Berry Gordin na música de Elvis. Esse processo começou em 1969 nas sessões do American, mas se acelerou a partir nos anos 70. Além de apresentar músicas dessa conhecida gravadora negra americana, Elvis ainda acrescentou outra coisa inédita em seus discos: um acompanhamento feminino no melhor estilo Supremes. Estou me referindo ao grupo Sweet Inspirations, é claro. Não havia esse tipo de coisa na música de Elvis do passado, se me lembro e muito as únicas participações em coro feminino de Elvis nos anos anteriores se resumia a participações da Mila Kirkham e nada mais. Os grupos vocais no passado de Elvis eram todos ao estilo mais gospel, como os Jordanaires. Acrescentar Motown, símbolo da música negra americana dos anos 60 em seus próprios discos, é sem dúvida tomar uma atitude saudosista e nostálgica.
O Uso imoderado de grupos vocais gospel de apoio também é uma atitude de quem estava mesmo voltado para o passado e não para o futuro. É bom lembrar que de certa forma o gospel apreciado por Elvis era aquele dos anos 50, começo da década de 1960, coisa simples de se constatar ao tomar conhecimento dos conjuntos que estavam ao lado de Elvis em sua última década: JD Summer por exemplo e até o Voice, mesmo sendo um grupo novo, não deixavam nunca o velho repertório para trás. Usar músicas e canções gospel estilo anos 50 e 60 é uma atitude nostálgica e pouco atualizada. Em poucas palavras: nostalgia pura.
O mais evidente retorno para os standarts musicais. O uso excessivo de suas antigas músicas ou de canções clássicas do passado. As músicas de trabalho dos discos finais de Elvis quase todas eram antigas: Unchained Melody, Promised Land, Hurt, You´ve Lost That Lovin Feeling, My Way, são as músicas que ele se utilizava em seus shows para promover seus discos recentes. Mesmo que houvesse material inédito nos discos de estúdio a postura de Elvis ao apresentar essas músicas como as de trabalho, as que divulgavam seus discos perante seus fãs, afastava qualquer dúvida de como ele dirigia sua imagem nos anos 70. É um fato de certeza que ele se posicionara definitivamente como um ídolo fundado no passado. Na minha concepção não há dúvida que Elvis tinha uma imagem completamente voltada para a nostalgia de sua geração em seus derradeiros anos.
Pablo Aluísio.
Os arranjos das músicas de Elvis nos anos 70, principalmente aqueles que ele utilizava em seus shows de palco em Las Vegas, foram produzidas por maestros e músicos que nunca tiveram tradição no estilo anterior de Elvis, dos anos 50 e 60. Era pessoal da tradição de Frank Sinatra e Tommy Dorsey. Eles colocaram todos aqueles naipes de metais, coisa que era inteiramente anacrônica na música de Elvis Presley até aquele momento. No final das contas eles não se adaptaram a Elvis, mas o contrário, Elvis é que se adaptou ao estilo deles. Os arranjos à La Sinatra conferem um sabor nostálgico e saudosista ao som de Elvis nos seus anos finais. Com poucas exceções não havia esse tipo de arranjo na música de Elvis até aquele ponto.
É importante também lembrar da influência da Motown de Berry Gordin na música de Elvis. Esse processo começou em 1969 nas sessões do American, mas se acelerou a partir nos anos 70. Além de apresentar músicas dessa conhecida gravadora negra americana, Elvis ainda acrescentou outra coisa inédita em seus discos: um acompanhamento feminino no melhor estilo Supremes. Estou me referindo ao grupo Sweet Inspirations, é claro. Não havia esse tipo de coisa na música de Elvis do passado, se me lembro e muito as únicas participações em coro feminino de Elvis nos anos anteriores se resumia a participações da Mila Kirkham e nada mais. Os grupos vocais no passado de Elvis eram todos ao estilo mais gospel, como os Jordanaires. Acrescentar Motown, símbolo da música negra americana dos anos 60 em seus próprios discos, é sem dúvida tomar uma atitude saudosista e nostálgica.
O Uso imoderado de grupos vocais gospel de apoio também é uma atitude de quem estava mesmo voltado para o passado e não para o futuro. É bom lembrar que de certa forma o gospel apreciado por Elvis era aquele dos anos 50, começo da década de 1960, coisa simples de se constatar ao tomar conhecimento dos conjuntos que estavam ao lado de Elvis em sua última década: JD Summer por exemplo e até o Voice, mesmo sendo um grupo novo, não deixavam nunca o velho repertório para trás. Usar músicas e canções gospel estilo anos 50 e 60 é uma atitude nostálgica e pouco atualizada. Em poucas palavras: nostalgia pura.
O mais evidente retorno para os standarts musicais. O uso excessivo de suas antigas músicas ou de canções clássicas do passado. As músicas de trabalho dos discos finais de Elvis quase todas eram antigas: Unchained Melody, Promised Land, Hurt, You´ve Lost That Lovin Feeling, My Way, são as músicas que ele se utilizava em seus shows para promover seus discos recentes. Mesmo que houvesse material inédito nos discos de estúdio a postura de Elvis ao apresentar essas músicas como as de trabalho, as que divulgavam seus discos perante seus fãs, afastava qualquer dúvida de como ele dirigia sua imagem nos anos 70. É um fato de certeza que ele se posicionara definitivamente como um ídolo fundado no passado. Na minha concepção não há dúvida que Elvis tinha uma imagem completamente voltada para a nostalgia de sua geração em seus derradeiros anos.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 14 de junho de 2005
Elvis Presley - Las Vegas 1969
Elvis Presley, Las Vegas, 1969
Em 1969 Elvis voltou a se apresentar ao vivo. Desde a primeira metade da década ele estava ausente dos palcos. O motivo? O Coronel Parker colocou na cabeça que os fãs só pagariam uma entrada de cinema para ver Elvis cantando se não houvesse nenhuma outra forma disso acontecer, ou seja, para fazer sucesso em Hollywood Elvis deveria cair fora do mercado de turnês e shows ao vivo! Assim Parker isolou seu artista, quase como se fosse uma figura inalcançável, o colocando em um pedestal negado a meros mortais. Depois do esgotamento da fórmula dos filmes o jeito foi mesmo retornar aos shows. Como bem analisou anos depois David Stanley: "Os filmes de Elvis não estavam mais com nada e era muito mais lucrativo e vantajoso investir em concertos ao vivo, já que a casa sempre estava cheia, com ingressos esgotados e era bem mais barato de produzir".
Assim Elvis colocou o pé na estrada novamente... ou quase isso. Uma nova banda foi contratada e os antigos músicos que tinham tocado ao seu lado por anos foram definitivamente dispensados. Praticamente não sobrou ninguém da velha turma. Scotty Moore, por exemplo, foi descartado após pedir um cachê melhor ao empresário de Elvis. O Coronel Parker também adorava Las Vegas pois era um jogador contumaz das mesas de cassinos da cidade. Assim não pensou duas vezes em unir o útil ao agradável. Fechou contrato com o recém construído International Hotel. Na hora de assinar o contrato escrito Parker dispensou qualquer tipo de documento, assinando em uma toalha de mesa do restaurante do hotel, mandando que ela fosse depois recolhida aos seus aposentos! Imagine, assinar algo tão importante assim de forma tão surreal e fora dos padrões! Coisas do velho Coronel...
A agenda era puxada, com Elvis se apresentando todas as noites. O fato de ter que trabalhar tanto não o aterrorizou, mas sim o incentivou a perder peso, pegar uma cor e se apresentar com o melhor visual possível em seu reencontro com os fãs. O show da estreia foi realmente espetacular, com Elvis muito animado e empolgado, cantando muito bem e com afinco. Por mais absurdo que isso possa parecer o fato é que a RCA Victor, gravadora de Elvis, cochilou e ao que se saiba não gravou o concerto de forma profissional (o que existem são gravações feitas da plateia, com fraca qualidade sonora, os chamados CDs Audience). Pois bem, Elvis estava com muita vontade de cantar novamente ao vivo, ele sempre afirmara que amava mesmo era o palco. A crítica elogiou bastante e todos ficaram bem animados com os resultados. Elvis tinha planos de sair logo em turnê, pelas cidades americanas e depois, quem sabe, fazer sua tão sonhada turnê internacional (recentemente Priscilla Presley declarou em uma entrevista a um jornal americano que em 1977 Elvis estava preparando os últimos acertos para fazer seus primeiros concertos na Inglaterra - algo que deixou muita gente surpresa).
Mas voltemos a 1969. Esse foi realmente um grande ano para Elvis tanto dentro dos estúdios como também em shows. A volta do contato com o público rejuvenesceu o cantor. Ele parecia muito feliz com tudo, porém a esposa Priscilla também notou uma certa mudança em seu modo de agir. Ao retornar ao pique da glória, após tantos anos em baixa, Elvis começou também a ter uma postura mais arrogante, cheio de si, segundo sua mulher. Isso acabaria dando origem a diversos problemas com o casal. Presley não parecia muito se importar com esse tipo de coisa e decretou que namoradas e esposas só poderiam ir a Las Vegas para os shows de abertura e encerramento das temporadas. Priscilla ficou de orelha em pé, desconfiada - e ela tinha razão. A volta aos palcos levou Elvis de volta para a idolatria de seus fãs. Em pouco tempo ele começaria também a afundar pra valer nos prazeres e decadências que só a chamada cidade do pecado poderia lhe oferecer.
Pablo Aluísio.
Em 1969 Elvis voltou a se apresentar ao vivo. Desde a primeira metade da década ele estava ausente dos palcos. O motivo? O Coronel Parker colocou na cabeça que os fãs só pagariam uma entrada de cinema para ver Elvis cantando se não houvesse nenhuma outra forma disso acontecer, ou seja, para fazer sucesso em Hollywood Elvis deveria cair fora do mercado de turnês e shows ao vivo! Assim Parker isolou seu artista, quase como se fosse uma figura inalcançável, o colocando em um pedestal negado a meros mortais. Depois do esgotamento da fórmula dos filmes o jeito foi mesmo retornar aos shows. Como bem analisou anos depois David Stanley: "Os filmes de Elvis não estavam mais com nada e era muito mais lucrativo e vantajoso investir em concertos ao vivo, já que a casa sempre estava cheia, com ingressos esgotados e era bem mais barato de produzir".
Assim Elvis colocou o pé na estrada novamente... ou quase isso. Uma nova banda foi contratada e os antigos músicos que tinham tocado ao seu lado por anos foram definitivamente dispensados. Praticamente não sobrou ninguém da velha turma. Scotty Moore, por exemplo, foi descartado após pedir um cachê melhor ao empresário de Elvis. O Coronel Parker também adorava Las Vegas pois era um jogador contumaz das mesas de cassinos da cidade. Assim não pensou duas vezes em unir o útil ao agradável. Fechou contrato com o recém construído International Hotel. Na hora de assinar o contrato escrito Parker dispensou qualquer tipo de documento, assinando em uma toalha de mesa do restaurante do hotel, mandando que ela fosse depois recolhida aos seus aposentos! Imagine, assinar algo tão importante assim de forma tão surreal e fora dos padrões! Coisas do velho Coronel...
A agenda era puxada, com Elvis se apresentando todas as noites. O fato de ter que trabalhar tanto não o aterrorizou, mas sim o incentivou a perder peso, pegar uma cor e se apresentar com o melhor visual possível em seu reencontro com os fãs. O show da estreia foi realmente espetacular, com Elvis muito animado e empolgado, cantando muito bem e com afinco. Por mais absurdo que isso possa parecer o fato é que a RCA Victor, gravadora de Elvis, cochilou e ao que se saiba não gravou o concerto de forma profissional (o que existem são gravações feitas da plateia, com fraca qualidade sonora, os chamados CDs Audience). Pois bem, Elvis estava com muita vontade de cantar novamente ao vivo, ele sempre afirmara que amava mesmo era o palco. A crítica elogiou bastante e todos ficaram bem animados com os resultados. Elvis tinha planos de sair logo em turnê, pelas cidades americanas e depois, quem sabe, fazer sua tão sonhada turnê internacional (recentemente Priscilla Presley declarou em uma entrevista a um jornal americano que em 1977 Elvis estava preparando os últimos acertos para fazer seus primeiros concertos na Inglaterra - algo que deixou muita gente surpresa).
Mas voltemos a 1969. Esse foi realmente um grande ano para Elvis tanto dentro dos estúdios como também em shows. A volta do contato com o público rejuvenesceu o cantor. Ele parecia muito feliz com tudo, porém a esposa Priscilla também notou uma certa mudança em seu modo de agir. Ao retornar ao pique da glória, após tantos anos em baixa, Elvis começou também a ter uma postura mais arrogante, cheio de si, segundo sua mulher. Isso acabaria dando origem a diversos problemas com o casal. Presley não parecia muito se importar com esse tipo de coisa e decretou que namoradas e esposas só poderiam ir a Las Vegas para os shows de abertura e encerramento das temporadas. Priscilla ficou de orelha em pé, desconfiada - e ela tinha razão. A volta aos palcos levou Elvis de volta para a idolatria de seus fãs. Em pouco tempo ele começaria também a afundar pra valer nos prazeres e decadências que só a chamada cidade do pecado poderia lhe oferecer.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Sessão de gravação: Charro
Em outubro de 1968 Elvis foi até os estúdios Samuel Goldwyn em Hollywood para a gravação de mais uma trilha sonora. É curioso, nessa mesma época Elvis vinha produzindo muito bem em outras sessões, principalmente no American Studios em Memphis, para outros futuros projetos, mas agora que tinha que parar tudo e voltar para gravar mais músicas para filmes, algo que não o deixava muito animado. Além disso tinha que suspender as maravilhosas sessões em Memphis, em seu lar, para viajar até a costa oeste gravar canções de bangue-bangue!
Era demais! Na verdade ele só estava ali para cumprir seu contrato. Se havia algo que Elvis se orgulhava era de sempre cumprir suas obrigações contratuais, sejam elas quais fossem. Quem produziu a sessão foi o arranjador e maestro Hugo Montenegro, especialista em temas desse tipo e que nunca havia antes trabalhado ao lado de Elvis. Como o filme era um faroeste a sessão tinha que registrar canções de filmes western, algo que deixava Elvis ainda mais preguiçoso e desanimado. Mesmo assim ele foi em frente. Essas duas primeiras noites de sessão não renderam nada de útil. Elvis estava com uma banda nova, a maioria dos músicos ele mal conhecia e isso talvez tenha deixado tudo ainda mais complicado. Assim o engenheiro Kevin Cleary relembra: "Elvis gravou apenas alguns takes de Let's Forget About the Stars e Charro. O resultado não ficou bom. Uma nova sessão foi marcada para dali algumas semanas".
Elvis foi embora e a orquestra de Hugo Montenegro providenciou a parte instrumental. Em novembro Elvis voltou para os mesmos estúdios e encontrou tudo pronto, só sendo necessário mesmo colocar sua voz e assim o fez, terminando rapidamente as duas músicas. Ao lado do cantor no estúdio havia apenas a equipe vocal de apoio (composta por Sue Allen, Allan Capps, Loren Faber, Ronald Hicklin, Ian Freebairn-Smith, Sally Stevens e Robert Zwirn). Elvis não gostava de gravar sobre uma faixa previamente gravada. Ele apreciava a troca de ideias com os músicos da banda dentro do estúdio, além do clima de estar cantando ao lado de sua equipe musical de rotina. Ele queria sentir melhor a música, algo que não acontecia nesse tipo de sistema de gravação. De uma forma ou outra o maestro e produtor Montenegro até que realizou um bom trabalho. Ele enriqueceu o background, colocando e tirando outros instrumentos, tudo para deixar as faixas no ponto certo.
Depois os tapes foram enviados para a RCA Victor em Nova Iorque que nem se animou muito em lançá-las corretamente, afinal de contas era mais uma trilha sonora de filmes de Hollywood e esse tipo de material não animava mais aos executivos da grande multinacional do ramo fonográfico desde 1965. Logo a edição de um compacto apenas com canções de Charro foi deixado de lado. Também era impensável aproveitar aquele material em algum lançamento mais bem elaborado. As músicas seriam usadas nos cinemas, mas no mercado tinham pouca chance de fazer sucesso. Assim foram arquivadas para serem lançadas depois como meros tapas buracos dos discos e singles futuros (como a própria faixa título Charro que iria se tornar lado B do single Memories no ano seguinte).
Sessão de gravação da trilha sonora Charro
Data de gravação: 15 de outubro e 25 a 27 de novembro de 1968
Local de gravação: Samuel Goldwyn Studio, Hollywood, California
Produção: Hugo Montenegro
Engenheiros de som: Kevin Cleary
Músicos: Elvis Presley (vocais), Tommy Tedesco (guitarra), Ralph Grasso (guitarra), Howard Roberts (guitarra), Raymond Brown (baixo), Max Bennett (baixo), Carl O'Brian (bateria), Emil Radocchia (percussão), Don Randi (piano), The Hugo Montenegro Orquestra.
Pablo Aluísio.
Era demais! Na verdade ele só estava ali para cumprir seu contrato. Se havia algo que Elvis se orgulhava era de sempre cumprir suas obrigações contratuais, sejam elas quais fossem. Quem produziu a sessão foi o arranjador e maestro Hugo Montenegro, especialista em temas desse tipo e que nunca havia antes trabalhado ao lado de Elvis. Como o filme era um faroeste a sessão tinha que registrar canções de filmes western, algo que deixava Elvis ainda mais preguiçoso e desanimado. Mesmo assim ele foi em frente. Essas duas primeiras noites de sessão não renderam nada de útil. Elvis estava com uma banda nova, a maioria dos músicos ele mal conhecia e isso talvez tenha deixado tudo ainda mais complicado. Assim o engenheiro Kevin Cleary relembra: "Elvis gravou apenas alguns takes de Let's Forget About the Stars e Charro. O resultado não ficou bom. Uma nova sessão foi marcada para dali algumas semanas".
Elvis foi embora e a orquestra de Hugo Montenegro providenciou a parte instrumental. Em novembro Elvis voltou para os mesmos estúdios e encontrou tudo pronto, só sendo necessário mesmo colocar sua voz e assim o fez, terminando rapidamente as duas músicas. Ao lado do cantor no estúdio havia apenas a equipe vocal de apoio (composta por Sue Allen, Allan Capps, Loren Faber, Ronald Hicklin, Ian Freebairn-Smith, Sally Stevens e Robert Zwirn). Elvis não gostava de gravar sobre uma faixa previamente gravada. Ele apreciava a troca de ideias com os músicos da banda dentro do estúdio, além do clima de estar cantando ao lado de sua equipe musical de rotina. Ele queria sentir melhor a música, algo que não acontecia nesse tipo de sistema de gravação. De uma forma ou outra o maestro e produtor Montenegro até que realizou um bom trabalho. Ele enriqueceu o background, colocando e tirando outros instrumentos, tudo para deixar as faixas no ponto certo.
Depois os tapes foram enviados para a RCA Victor em Nova Iorque que nem se animou muito em lançá-las corretamente, afinal de contas era mais uma trilha sonora de filmes de Hollywood e esse tipo de material não animava mais aos executivos da grande multinacional do ramo fonográfico desde 1965. Logo a edição de um compacto apenas com canções de Charro foi deixado de lado. Também era impensável aproveitar aquele material em algum lançamento mais bem elaborado. As músicas seriam usadas nos cinemas, mas no mercado tinham pouca chance de fazer sucesso. Assim foram arquivadas para serem lançadas depois como meros tapas buracos dos discos e singles futuros (como a própria faixa título Charro que iria se tornar lado B do single Memories no ano seguinte).
Sessão de gravação da trilha sonora Charro
Data de gravação: 15 de outubro e 25 a 27 de novembro de 1968
Local de gravação: Samuel Goldwyn Studio, Hollywood, California
Produção: Hugo Montenegro
Engenheiros de som: Kevin Cleary
Músicos: Elvis Presley (vocais), Tommy Tedesco (guitarra), Ralph Grasso (guitarra), Howard Roberts (guitarra), Raymond Brown (baixo), Max Bennett (baixo), Carl O'Brian (bateria), Emil Radocchia (percussão), Don Randi (piano), The Hugo Montenegro Orquestra.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 13 de junho de 2005
Elvis Presley - Charro
Título no Brasil: Charro
Título Original: Charro
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: National General Pictures
Direção: Charles Marquis Warren
Roteiro: Charles Marquis Warren, Frederick Louis Fox
Elenco: Elvis Presley, Ina Balin, Victor French
Sinopse:
Jess Wade (Elvis Presley) é falsamente acusado de ter roubado um canhão das forças revolucionárias mexicanas. Para então limpar seu nome e restabelecer a justiça ele resolve tentar encontrar os verdadeiros culpados, um bando de criminosos e bandoleiros que espalham terror por onde passam. "Charro!" é o último western da filmografia do cantor e ator Elvis Presley (1935 - 1977) que em pouco tempo deixaria Hollywood para se dedicar exclusivamente à sua carreira como cantor em Las Vegas.
Comentários:
Existem filmes que nem deveriam existir. Lamento dizer, mas esse é o caso de Charro! O filme foi claramente uma tentativa de levantar a carreira do cantor Elvis Presley no cinema. Ele que havia começado tão bem em Hollywood na década de 1950, estrelando bons filmes musicais - e alguns clássicos como "Balada Sangrenta" de 1958 - acabou perdendo o rumo na década seguinte. Os estúdios não se interessavam mais com qualidade e assim Elvis foi jogado em fitas comerciais com baixo teor artístico, realizadas em ritmo industrial. Em média três filmes por ano, sem qualquer capricho em termos de roteiro, atuação ou direção. Quando os anos 60 foram chegando ao fim, Elvis e seu empresário tentaram renovar um pouco sua estagnada carreira cinematográfica e "Charro!" foi certamente um dos veículos que foram usados nessa direção. Infelizmente não deu certo.
Embora seja um faroeste americano o filme tenta seguir os passos da estética do chamado Western Spaghetti, com ênfase nos filmes italianos de bangue-bangue, como aqueles estrelados por Franco Nero, naquele período desfrutando do auge de sua popularidade. O problema básico era que Elvis Presley não era Franco Nero e nem Charro era Django. Mesmo de barba o grande astro do Rock não consegue convencer em seu papel. A produção mais lembra um telefilme, com orçamento restrito e problemas de ambientação. O roteiro também tem várias falhas, pois foi praticamente escrito no calor das filmagens. Enfim, nem o astro da música precisava de um filme assim em seu currículo e nem o mundo do Western estava precisando de uma cópia americana de filmes italianos de faroeste. Como eu disse, essa é realmente uma produção que não precisava ter existido.
Pablo Aluísio.
Título Original: Charro
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: National General Pictures
Direção: Charles Marquis Warren
Roteiro: Charles Marquis Warren, Frederick Louis Fox
Elenco: Elvis Presley, Ina Balin, Victor French
Sinopse:
Jess Wade (Elvis Presley) é falsamente acusado de ter roubado um canhão das forças revolucionárias mexicanas. Para então limpar seu nome e restabelecer a justiça ele resolve tentar encontrar os verdadeiros culpados, um bando de criminosos e bandoleiros que espalham terror por onde passam. "Charro!" é o último western da filmografia do cantor e ator Elvis Presley (1935 - 1977) que em pouco tempo deixaria Hollywood para se dedicar exclusivamente à sua carreira como cantor em Las Vegas.
Comentários:
Existem filmes que nem deveriam existir. Lamento dizer, mas esse é o caso de Charro! O filme foi claramente uma tentativa de levantar a carreira do cantor Elvis Presley no cinema. Ele que havia começado tão bem em Hollywood na década de 1950, estrelando bons filmes musicais - e alguns clássicos como "Balada Sangrenta" de 1958 - acabou perdendo o rumo na década seguinte. Os estúdios não se interessavam mais com qualidade e assim Elvis foi jogado em fitas comerciais com baixo teor artístico, realizadas em ritmo industrial. Em média três filmes por ano, sem qualquer capricho em termos de roteiro, atuação ou direção. Quando os anos 60 foram chegando ao fim, Elvis e seu empresário tentaram renovar um pouco sua estagnada carreira cinematográfica e "Charro!" foi certamente um dos veículos que foram usados nessa direção. Infelizmente não deu certo.
Embora seja um faroeste americano o filme tenta seguir os passos da estética do chamado Western Spaghetti, com ênfase nos filmes italianos de bangue-bangue, como aqueles estrelados por Franco Nero, naquele período desfrutando do auge de sua popularidade. O problema básico era que Elvis Presley não era Franco Nero e nem Charro era Django. Mesmo de barba o grande astro do Rock não consegue convencer em seu papel. A produção mais lembra um telefilme, com orçamento restrito e problemas de ambientação. O roteiro também tem várias falhas, pois foi praticamente escrito no calor das filmagens. Enfim, nem o astro da música precisava de um filme assim em seu currículo e nem o mundo do Western estava precisando de uma cópia americana de filmes italianos de faroeste. Como eu disse, essa é realmente uma produção que não precisava ter existido.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Joe É Muito Vivo
Título no Brasil: Joe é Muito Vivo
Título Original: Stay Away, Joe
Ano de Produção: 1968
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Peter Tewksbury
Roteiro: Dan Cushman, Michael A. Hoey
Elenco: Elvis Presley, Burgess Meredith, Joan Blondell, Katy Jurado
Sinopse:
A vida é uma grande curtição para Joe Lightcloud (Elvis Presley). Jovem e extrovertido ele ganha a vida em campeonatos de rodeio pelo oeste americano. Mestiço com bastante orgulho de sua origem nativa, Joe retorna para a reserva na qual nasceu e foi criado para provar para amigos e familiares que também pode ter uma atitude mais madura, com responsabilidades. Mas será mesmo que o bom e velho Joe está disposto a cumprir todas as suas promessas?
Comentários:
"Stay Away, Joe" sempre foi considerado um dos piores filmes de Elvis Presley. Na realidade foi uma produção realizada a toque de caixa, quase sem estrutura nenhuma, com um orçamento pequeno (quase mínimo) que mal sequer tinha um roteiro pronto quando começaram as filmagens. O clima de bagunça e desorganização no set foi tamanho que o próprio Elvis passou várias vezes por cima do poder do diretor ao colocar seus próprios amigos da Máfia de Memphis em cenas que nem estavam no script original. Michael A. Hoey, o roteirista, lembrou anos depois que de repente Elvis se levantava de sua cadeira e dizia: "Vamos fazer uma cena de briga agora!" - só que tal cena sequer existia no roteiro do filme. Mesmo assim ela era filmada! Em suma, uma bagunça e anarquia completas. Isso é facilmente percebido no filme, cujo enredo é disperso e mal estruturado. Elvis canta aqui e acolá, mas sempre com aquele tipo de atitude de desinteresse completo. O clima é de pastelão ao estilo dos antigos filmes dos Três Patetas, mas sem a mesma graça que outras comédias do tipo. A qualidade da produção deixa tanto a desejar que a própria MGM estudou a possibilidade de tirar seu nome dos créditos, tamanha a falta de relevância artística da fita. A carreira do diretor Peter Tewksbury só não foi destruída completamente porque o próprio Elvis deu uma força a ele um ano depois para dirigir mais um de seus filmes, a comédia musical romântica "Lindas Encrencas: As Garotas". Provavelmente Elvis gostou da liberdade que ele dava durante as filmagens, algo impensável para um cineasta sério como Michael Curtiz, por exemplo. Pena que esse tipo de coisa não se revertia em boa qualidade no resultado final. Em termos gerais não há como escapar pois "Joe é Muito Vivo" realmente é bem ruim, mais fraco do que o que os demais filmes com Elvis Presley nessa mesma época, que inclusive passavam longe de serem considerados bons. Um desperdício completo.
Pablo Aluísio.
Título Original: Stay Away, Joe
Ano de Produção: 1968
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Peter Tewksbury
Roteiro: Dan Cushman, Michael A. Hoey
Elenco: Elvis Presley, Burgess Meredith, Joan Blondell, Katy Jurado
Sinopse:
A vida é uma grande curtição para Joe Lightcloud (Elvis Presley). Jovem e extrovertido ele ganha a vida em campeonatos de rodeio pelo oeste americano. Mestiço com bastante orgulho de sua origem nativa, Joe retorna para a reserva na qual nasceu e foi criado para provar para amigos e familiares que também pode ter uma atitude mais madura, com responsabilidades. Mas será mesmo que o bom e velho Joe está disposto a cumprir todas as suas promessas?
Comentários:
"Stay Away, Joe" sempre foi considerado um dos piores filmes de Elvis Presley. Na realidade foi uma produção realizada a toque de caixa, quase sem estrutura nenhuma, com um orçamento pequeno (quase mínimo) que mal sequer tinha um roteiro pronto quando começaram as filmagens. O clima de bagunça e desorganização no set foi tamanho que o próprio Elvis passou várias vezes por cima do poder do diretor ao colocar seus próprios amigos da Máfia de Memphis em cenas que nem estavam no script original. Michael A. Hoey, o roteirista, lembrou anos depois que de repente Elvis se levantava de sua cadeira e dizia: "Vamos fazer uma cena de briga agora!" - só que tal cena sequer existia no roteiro do filme. Mesmo assim ela era filmada! Em suma, uma bagunça e anarquia completas. Isso é facilmente percebido no filme, cujo enredo é disperso e mal estruturado. Elvis canta aqui e acolá, mas sempre com aquele tipo de atitude de desinteresse completo. O clima é de pastelão ao estilo dos antigos filmes dos Três Patetas, mas sem a mesma graça que outras comédias do tipo. A qualidade da produção deixa tanto a desejar que a própria MGM estudou a possibilidade de tirar seu nome dos créditos, tamanha a falta de relevância artística da fita. A carreira do diretor Peter Tewksbury só não foi destruída completamente porque o próprio Elvis deu uma força a ele um ano depois para dirigir mais um de seus filmes, a comédia musical romântica "Lindas Encrencas: As Garotas". Provavelmente Elvis gostou da liberdade que ele dava durante as filmagens, algo impensável para um cineasta sério como Michael Curtiz, por exemplo. Pena que esse tipo de coisa não se revertia em boa qualidade no resultado final. Em termos gerais não há como escapar pois "Joe é Muito Vivo" realmente é bem ruim, mais fraco do que o que os demais filmes com Elvis Presley nessa mesma época, que inclusive passavam longe de serem considerados bons. Um desperdício completo.
Pablo Aluísio.
domingo, 12 de junho de 2005
Elvis Presley - O Barco do Amor
Título no Brasil: O Barco do Amor
Título Original: Clambake
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Arthur H. Nadel
Roteiro: Arthur Browne Jr.
Elenco: Elvis Presley, Shelley Fabares, Will Hutchins
Sinopse:
Scott Hayward (Elvis Presley) é um jovem rico, filho de um magnata da indústria do Petróleo do Texas, que decide trocar de lugar com o pobretão Tom Wilson (Will Hutchins) durante uma viagem de férias. Ele quer conhecer a garota certa, que não esteja atrás dele apenas por causa de sua fortuna. Assim um assume a identidade do outro. Além disso Scott pretende vencer uma disputa de barcos de velocidade nas praias da região, algo que não será muito fácil, já que agora ele está completamente sem grana. No caminho acaba conhecendo a gentil Dianne Carter (Shelley Fabares) e logo entende que está perdidamente apaixonado por ela.
Comentários:
Elvis Presley não queria fazer esse filme. Eu não o condeno sobre, ao contrário, me solidarizo. Perceba que Elvis por essa época de sua vida estava estudando filosofias e religiões orientais, procurando entender os mistérios do universo. Agora imagine uma pessoa com essa mentalidade sendo colocada para cantar músicas ruins ao lado de garotas de bikinis salientes sem nenhum talento! Terrível, não é mesmo? Pois é, há uma ruptura entre o homem que Elvis estava se tornando e o artista que ia se afundando cada vez mais em produtos sem qualquer relevância artística. É triste porque Elvis se entupiu de pílulas para emagrecer e remédios contra depressão para encarar as estúpidas filmagens. Assim que chegou em Hollywood o produtor Arthur Gardner o achou gordo demais e o mandou emagrecer rapidamente. Elvis não encontrou outra alternativa e exagerou nos comprimidos para emagrecimento, o que o deixou meio desnorteado, o levando até mesmo a sofrer uma séria queda no quarto onde estava hospedado. Uma sucessão de erros e fatos infelizes em sua vida. "Clambake" é um filme de verão, de praia, que não se sustenta. Claro que não chega a ser tão ruim e pavoroso como "Harum Scarum", por exemplo, mas tampouco deixará o fã de Elvis feliz. Há uma sucessão de piadas fracas e cenas musicais sem qualquer interesse. De bom mesmo apenas a presença carismática da doce Shelley Fabares. Uma atriz que era uma simpatia em pessoa e que ajuda a tornar mais suportável esse musical romântico de rotina. Por essas e outras que Elvis, em pouco tempo, chegaria na conclusão que teria que ir embora de Hollywood. Dois anos depois ele realmente daria no pé, após cumprir seus últimos contratos com os estúdios. Olhando sob esse ponto de vista até que "Clambake" não é assim um atraso de vida tão completo.
Pablo Aluísio.
Título Original: Clambake
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Arthur H. Nadel
Roteiro: Arthur Browne Jr.
Elenco: Elvis Presley, Shelley Fabares, Will Hutchins
Sinopse:
Scott Hayward (Elvis Presley) é um jovem rico, filho de um magnata da indústria do Petróleo do Texas, que decide trocar de lugar com o pobretão Tom Wilson (Will Hutchins) durante uma viagem de férias. Ele quer conhecer a garota certa, que não esteja atrás dele apenas por causa de sua fortuna. Assim um assume a identidade do outro. Além disso Scott pretende vencer uma disputa de barcos de velocidade nas praias da região, algo que não será muito fácil, já que agora ele está completamente sem grana. No caminho acaba conhecendo a gentil Dianne Carter (Shelley Fabares) e logo entende que está perdidamente apaixonado por ela.
Comentários:
Elvis Presley não queria fazer esse filme. Eu não o condeno sobre, ao contrário, me solidarizo. Perceba que Elvis por essa época de sua vida estava estudando filosofias e religiões orientais, procurando entender os mistérios do universo. Agora imagine uma pessoa com essa mentalidade sendo colocada para cantar músicas ruins ao lado de garotas de bikinis salientes sem nenhum talento! Terrível, não é mesmo? Pois é, há uma ruptura entre o homem que Elvis estava se tornando e o artista que ia se afundando cada vez mais em produtos sem qualquer relevância artística. É triste porque Elvis se entupiu de pílulas para emagrecer e remédios contra depressão para encarar as estúpidas filmagens. Assim que chegou em Hollywood o produtor Arthur Gardner o achou gordo demais e o mandou emagrecer rapidamente. Elvis não encontrou outra alternativa e exagerou nos comprimidos para emagrecimento, o que o deixou meio desnorteado, o levando até mesmo a sofrer uma séria queda no quarto onde estava hospedado. Uma sucessão de erros e fatos infelizes em sua vida. "Clambake" é um filme de verão, de praia, que não se sustenta. Claro que não chega a ser tão ruim e pavoroso como "Harum Scarum", por exemplo, mas tampouco deixará o fã de Elvis feliz. Há uma sucessão de piadas fracas e cenas musicais sem qualquer interesse. De bom mesmo apenas a presença carismática da doce Shelley Fabares. Uma atriz que era uma simpatia em pessoa e que ajuda a tornar mais suportável esse musical romântico de rotina. Por essas e outras que Elvis, em pouco tempo, chegaria na conclusão que teria que ir embora de Hollywood. Dois anos depois ele realmente daria no pé, após cumprir seus últimos contratos com os estúdios. Olhando sob esse ponto de vista até que "Clambake" não é assim um atraso de vida tão completo.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Canções e Confusões
Título no Brasil: Canções e Confusões
Título Original: Double Trouble
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM
Direção: Norman Taurog
Roteiro: Jo Heims, Marc Brandel
Elenco: Elvis Presley, Annette Day, John Williams
Sinopse:
Guy Lambert (Elvis Presley) é um cantor americano de rock que conhece a jovem Jill Conway (Annette Day) em um night club de Londres. Ambos acabam ficando apaixonados, mas há um problema: Jill tem apenas 17 anos! Além disso é uma rica herdeira cujo tio segue seus passos de perto. Sem querer se envolver em novas confusões Guy decide ir para a Bélgica, para se apresentar em uma boate local. Jill porém não desiste dele e resolve lhe seguir. Ao mesmo tempo uma dupla de contrabandistas coloca uma pequena fortuna em diamantes na mala de Guy sem que ele saiba, dando origem a muitos problemas, problemas em dobro!
Comentários:
Mais um filme B, de baixo orçamento, rodado por Elvis na Metro. O resultado infelizmente é bem decepcionante. O enredo se passa todo na Europa, mas ao invés dos produtores aproveitarem isso em seu favor acabaram economizando demais nos custos, fazendo com que o filme fosse todo rodado nos Estados Unidos, em cenários não muito convincentes, criando uma constrangedora sensação no espectador de que está assistindo a um filme pobre, sem maiores recursos. O roteiro pretende fazer humor o tempo todo, porém a imensa maioria das gags não apresentam a menor graça. Elvis chega a sentar em cima de uma bandeja com chá quente para arrancar algumas risadas, mas é tudo em vão. A atriz Annette Day, que contracena com ele, não tem charme, carisma ou talento. Uma jovem inglesa muito chatinha para ser bem sincero. Junte a tudo isso um monte de personagens caricatos, com cenas que mais parecem de uma comédia pastelão dos anos 1920 e você terá uma ideia do que vai encontrar pela frente. O próprio Elvis não parece muito convencido, atuando preguiçosamente, surgindo mais canastrão do que nunca na tela. Sua expressão de tédio fica clara em todos os momentos. O roteiro é primário e sem qualquer direção, com diálogos pobremente escritos e forçados. As sequências musicais não empolgam e demonstram que não foram ensaiadas devidamente como era de se esperar. As músicas não são boas e mesmo sendo curto (meros 90 minutos de duração) o filme dá bocejos em que se arrisca a assistir até o fim. "Double Trouble" assim se resume a mais um desperdício de Elvis em Hollywood. Um desperdício em dobro!
Pablo Aluísio.
Título Original: Double Trouble
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM
Direção: Norman Taurog
Roteiro: Jo Heims, Marc Brandel
Elenco: Elvis Presley, Annette Day, John Williams
Sinopse:
Guy Lambert (Elvis Presley) é um cantor americano de rock que conhece a jovem Jill Conway (Annette Day) em um night club de Londres. Ambos acabam ficando apaixonados, mas há um problema: Jill tem apenas 17 anos! Além disso é uma rica herdeira cujo tio segue seus passos de perto. Sem querer se envolver em novas confusões Guy decide ir para a Bélgica, para se apresentar em uma boate local. Jill porém não desiste dele e resolve lhe seguir. Ao mesmo tempo uma dupla de contrabandistas coloca uma pequena fortuna em diamantes na mala de Guy sem que ele saiba, dando origem a muitos problemas, problemas em dobro!
Comentários:
Mais um filme B, de baixo orçamento, rodado por Elvis na Metro. O resultado infelizmente é bem decepcionante. O enredo se passa todo na Europa, mas ao invés dos produtores aproveitarem isso em seu favor acabaram economizando demais nos custos, fazendo com que o filme fosse todo rodado nos Estados Unidos, em cenários não muito convincentes, criando uma constrangedora sensação no espectador de que está assistindo a um filme pobre, sem maiores recursos. O roteiro pretende fazer humor o tempo todo, porém a imensa maioria das gags não apresentam a menor graça. Elvis chega a sentar em cima de uma bandeja com chá quente para arrancar algumas risadas, mas é tudo em vão. A atriz Annette Day, que contracena com ele, não tem charme, carisma ou talento. Uma jovem inglesa muito chatinha para ser bem sincero. Junte a tudo isso um monte de personagens caricatos, com cenas que mais parecem de uma comédia pastelão dos anos 1920 e você terá uma ideia do que vai encontrar pela frente. O próprio Elvis não parece muito convencido, atuando preguiçosamente, surgindo mais canastrão do que nunca na tela. Sua expressão de tédio fica clara em todos os momentos. O roteiro é primário e sem qualquer direção, com diálogos pobremente escritos e forçados. As sequências musicais não empolgam e demonstram que não foram ensaiadas devidamente como era de se esperar. As músicas não são boas e mesmo sendo curto (meros 90 minutos de duração) o filme dá bocejos em que se arrisca a assistir até o fim. "Double Trouble" assim se resume a mais um desperdício de Elvis em Hollywood. Um desperdício em dobro!
Pablo Aluísio.
sábado, 11 de junho de 2005
Elvis Presley - Meu Tesouro é Você
Título no Brasil: Meu Tesouro é Você
Título Original: Easy Come, Easy Go
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: John Rich
Roteiro: Allan Weiss, Anthony Lawrence
Elenco: Elvis Presley, Dodie Marshall, Pat Priest
Sinopse:
O mergulhador e aventureiro Ted Jackson (Elvis Presley) decide dar baixa na Marinha americana para se lançar em uma busca ousada por um tesouro há muito desaparecido nas profundezas do oceano sem fim. No caminho porém acaba se apaixonando perdidamente por uma linda garota, mostrando que o verdadeiro tesouro certamente não é aquele afundado nas águas cristalinas da costa azul.
Comentários:
Esse filme marcou a despedida de Elvis Presley na Paramount Pictures. Durante anos o estúdio e o produtor Hal B. Wallis investiram na carreira de Elvis em Hollywood e foram muito bem sucedidos em termos de bilheteria. Em 1967 porém os filmes estrelados pelo cantor já não davam mais o mesmo retorno financeiro esperado. Veja os números desse aqui. O filme custou meros dois milhões de dólares, mas só faturou um milhão e novecentos mil, trazendo um prejuízo de cem mil dólares ao estúdio. Assim a Paramount não mais quis renovar com Elvis para futuras produções. O interessante é que seus filmes faziam sucesso enquanto sua carreira musical ia bem e quando os discos e as músicas deixaram de frequentar o topo dos mais vendidos Elvis foi deixando de ser interessante também para a indústria do cinema americano. De uma forma ou outra a Paramount pode ser parabenizada por sempre ter colocado à disposição do cantor o que havia de melhor em termos de produção na época. Ao contrário da MGM que jogava Elvis em qualquer abacaxi, a Paramount procurava caprichar, até mesmo aqui no final da carreira do cantor no estúdio. Um exemplo? O figurino de Elvis no filme foi todo desenhado pela ótima estilista Edith Head, considerada uma das mais marcantes profissionais da moda no cinema americano durante sua época de ouro. Infelizmente mesmo com a boa vontade dos produtores o filme não consegue decolar. O maior problema de "Easy Come, Easy Go" vem de seu fraco roteiro, com pequena carga dramática, o que deixa o espectador com a impressão de que a estória não avança para lugar nenhum. Elvis até tenta, mas não há como salvar um roteiro fraco, uma lição que todos os grandes astros de Hollywood sabiam muito bem desde sempre.
Pablo Aluísio.
Título Original: Easy Come, Easy Go
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: John Rich
Roteiro: Allan Weiss, Anthony Lawrence
Elenco: Elvis Presley, Dodie Marshall, Pat Priest
Sinopse:
O mergulhador e aventureiro Ted Jackson (Elvis Presley) decide dar baixa na Marinha americana para se lançar em uma busca ousada por um tesouro há muito desaparecido nas profundezas do oceano sem fim. No caminho porém acaba se apaixonando perdidamente por uma linda garota, mostrando que o verdadeiro tesouro certamente não é aquele afundado nas águas cristalinas da costa azul.
Comentários:
Esse filme marcou a despedida de Elvis Presley na Paramount Pictures. Durante anos o estúdio e o produtor Hal B. Wallis investiram na carreira de Elvis em Hollywood e foram muito bem sucedidos em termos de bilheteria. Em 1967 porém os filmes estrelados pelo cantor já não davam mais o mesmo retorno financeiro esperado. Veja os números desse aqui. O filme custou meros dois milhões de dólares, mas só faturou um milhão e novecentos mil, trazendo um prejuízo de cem mil dólares ao estúdio. Assim a Paramount não mais quis renovar com Elvis para futuras produções. O interessante é que seus filmes faziam sucesso enquanto sua carreira musical ia bem e quando os discos e as músicas deixaram de frequentar o topo dos mais vendidos Elvis foi deixando de ser interessante também para a indústria do cinema americano. De uma forma ou outra a Paramount pode ser parabenizada por sempre ter colocado à disposição do cantor o que havia de melhor em termos de produção na época. Ao contrário da MGM que jogava Elvis em qualquer abacaxi, a Paramount procurava caprichar, até mesmo aqui no final da carreira do cantor no estúdio. Um exemplo? O figurino de Elvis no filme foi todo desenhado pela ótima estilista Edith Head, considerada uma das mais marcantes profissionais da moda no cinema americano durante sua época de ouro. Infelizmente mesmo com a boa vontade dos produtores o filme não consegue decolar. O maior problema de "Easy Come, Easy Go" vem de seu fraco roteiro, com pequena carga dramática, o que deixa o espectador com a impressão de que a estória não avança para lugar nenhum. Elvis até tenta, mas não há como salvar um roteiro fraco, uma lição que todos os grandes astros de Hollywood sabiam muito bem desde sempre.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Dez curiosidades do filme "Double Trouble"
1. Annette Day, que contracena com Elvis no filme, não era atriz! Ele foi encontrada por acaso e escolhida pelo produtor Judd Bernard. Ele estava fazendo compras em Londres quando a avistou em uma loja de antiguidades da cidade. Depois a convidou para jantar junto. Ao lado do ator Lee Marvin acabou convencendo a garota a ir para Hollywood filmar ao lado de Elvis Presley em seu novo filme.
2. Elvis acabou dando parte de seu figurino de presente para fãs que acompanhavam as filmagens. Isso causou alguns problemas pois Elvis resolveu presentear seu único casaco para uma jovem fã que lhe pediu um autógrafo. A produção então teve que se virar para comprar uma roupa igual para não comprometer a continuidade das cenas.
3. Sobre o filme Elvis Presley comentou ironicamente: "Não era exatamente um filme de James Bond, até porque nem Sean Connery conseguiria cantar um monte de canções enquanto escapava de uma chuva de balas"!
4. "Double Trouble" acabou sendo o primeiro e último filme da novata Annette Day, que não quis seguir carreira artística.
5. Embora a história de "Double Trouble" fosse ambientada na Europa Elvis não precisou sair de Hollywood. Com cenas de segunda unidade filmadas previamente na Bélgica ele apenas atuou na frente de uma grande tela presente em um estúdio da MGM em Culver City na Califórnia.
6. Esse foi o primeiro filme produzido por Irwin Winkler. Anos depois ele se notabilizaria por produzir filmes como "Rocky, Um Lutador", "New York, New York", "Touro Indomável" e "O Lobo de Wall Street".
7. Elvis se deu muito bem com Annette Day no set apesar dela ser apenas uma amadora bem intencionada. No final das filmagens lhe deu um carro esportivo de presente. Anos depois ela deu o mesmo carro para seu irmão mais jovem.
8. O diretor Norman Taurog queria inserir propagandas de biscoitos nas filmagens, mas o Coronel Tom Parker soube a tempo e disse que Elvis deixaria o filme caso fosse realizado o merchandising.
9. Norman Rossington do elenco foi o único ator da história a trabalhar em um filme dos Beatles e outro de Elvis Presley.
10. O casaco vermelho que Elvis usou no filme seria vendido anos depois em um leilão pelo preço de 11 mil dólares.
Pablo Aluísio.
2. Elvis acabou dando parte de seu figurino de presente para fãs que acompanhavam as filmagens. Isso causou alguns problemas pois Elvis resolveu presentear seu único casaco para uma jovem fã que lhe pediu um autógrafo. A produção então teve que se virar para comprar uma roupa igual para não comprometer a continuidade das cenas.
3. Sobre o filme Elvis Presley comentou ironicamente: "Não era exatamente um filme de James Bond, até porque nem Sean Connery conseguiria cantar um monte de canções enquanto escapava de uma chuva de balas"!
4. "Double Trouble" acabou sendo o primeiro e último filme da novata Annette Day, que não quis seguir carreira artística.
5. Embora a história de "Double Trouble" fosse ambientada na Europa Elvis não precisou sair de Hollywood. Com cenas de segunda unidade filmadas previamente na Bélgica ele apenas atuou na frente de uma grande tela presente em um estúdio da MGM em Culver City na Califórnia.
6. Esse foi o primeiro filme produzido por Irwin Winkler. Anos depois ele se notabilizaria por produzir filmes como "Rocky, Um Lutador", "New York, New York", "Touro Indomável" e "O Lobo de Wall Street".
7. Elvis se deu muito bem com Annette Day no set apesar dela ser apenas uma amadora bem intencionada. No final das filmagens lhe deu um carro esportivo de presente. Anos depois ela deu o mesmo carro para seu irmão mais jovem.
8. O diretor Norman Taurog queria inserir propagandas de biscoitos nas filmagens, mas o Coronel Tom Parker soube a tempo e disse que Elvis deixaria o filme caso fosse realizado o merchandising.
9. Norman Rossington do elenco foi o único ator da história a trabalhar em um filme dos Beatles e outro de Elvis Presley.
10. O casaco vermelho que Elvis usou no filme seria vendido anos depois em um leilão pelo preço de 11 mil dólares.
Pablo Aluísio.
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