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quinta-feira, 12 de março de 2015

Campo dos Sonhos

Kevin Costner já era um astro consagrado por causa do enorme sucesso de “Os Intocáveis” quando chegou aos cinemas esse “Campo dos Sonhos”. É curioso porque a trama do filme se utiliza de um dos maiores símbolos da cultura americana, o beisebol, e Costner naquele período era apontado como ele próprio um símbolo dos velhos ideais da América. Não era à toa que ele era considerado o “novo Gary Cooper”. Unir Costner com sua imagem de bom moço e símbolo do American Way of Life com o Beisebol, esporte maior da nação, foi mais do que providencial. A trama se apóia em um argumento de realismo fantástico onde Costner interpreta um fazendeiro com dificuldades financeiras chamado Ray que certo dia tem uma visão onde surge uma voz que lhe diz para construir um campo de beisebol em seu milharal. Estaria ele enlouquecendo? Contra tudo e contra todos Ray (Costner) decide então construir o tal campo de beisebol pois algo lhe diz que uma vez construído os antigos ídolos do esporte voltarão para aquela que seria sua última partida! Heróis do passado, ídolos há muito falecidos, retornarão para um jogo final de despedida. Surreal? Espiritualista? Sensorial? Simples loucura? Bom, tudo isso se pode dizer sobre filme, no mínimo. É aquele tipo de estória que o espectador tem que aceitar e embarcar nela, caso contrário o filme em si não fará o menor sentido.

Como era de se esperar a produção não despertou o menor interesse no público brasileiro por causa de seu tema muito americano. Filmes sobre esportes como beisebol ou futebol americano e outros que o brasileiro médio desconhece ou ignora geralmente não fazem sucesso por aqui. É de se lamentar já que “Campo dos Sonhos” apesar de ter como pano de fundo o esporte não gira apenas em torno dele, pelo contrário, o roteiro na realidade centra seu foco na realização dos sonhos de cada pessoa, individualmente. O personagem de Kevin Costner nada mais é do que uma alegoria representativa da capacidade de cada pessoa em sonhar e tornar esses sonhos uma realidade. O livro em que o filme foi inspirado, escrito pelo autor W.P. Kinsella é exatamente sobre isso. O personagem principal da estória nada mais é do que um alter ego do escritor que queria apenas escrever uma fábula sobre os sonhos de cada um, por mais impossíveis ou improváveis que eles sejam. A produção tem bom gosto e requinte e Costner tem no elenco de apoio grandes atores, entre eles um inspirado James Earl Jones e um jovem Ray Liotta como um dos jogadores de beisebol que chegam do além para uma partida final no milharal ou como o próprio nome do filme diz, no campo dos sonhos. E o que dizer da presença mais do que digna do veterano Burt Lancaster? Simplesmente maravilhoso. Esse filme é assim um bom e lírico passeio pelos ideais mais caros ao povo americano – as terras de cultivo do meio oeste, o beisebol, os valores de persistência e luta e por fim a concretização dos sonhos de infância. Um retrato amigável e simpático do homem comum daquele país. “Campo dos Sonhos” é de fato louvação à alma dos Estados Unidos como nação. Assista sem receios.

Campo dos Sonhos (Field of Dreams, Estados Unidos, 1989) Direção: Phil Alden Robinson / Roteiro: Phil Alden Robinson baseado no livro escrito por W.P. Kinsella / Elenco: Kevin Costner, James Earl Jones, Ray Liotta,  Amy Madigan, Burt Lancaster / Sinopse: Fazendeiro do meio oeste americano recebe através de um visão o desejo de construir um campo de beisebol no milharal de sua fazenda. Mesmo em dificuldades financeiras ele resolve transformar esse sonho em realidade para que antigos ídolos do esporte possam voltar pela última vez para um jogo final de despedida.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

A Soma de Todos os Medos

Título no Brasil: A Soma de Todos os Medos
Título Original: The Sum of All Fears
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Phil Alden Robinson
Roteiro: Paul Attanasio, baseado na obra de Tom Clancy
Elenco: Ben Affleck, Morgan Freeman, Ian Mongrain

Sinopse:
Jack Ryan (Ben Affleck) é um agente da CIA que precisa impedir um plano de grupos neo-nazistas europeus que colocam em risco a segurança e a vida de milhões de americanos. Após tomarem posse de uma antiga bomba nuclear esses terroristas almejam detonar a arma durante a final do futebol americano (Super Bowl). O plano é matar milhões de americanos para depois atribuir a culpa aos russos, para que assim seja reacendido o fogo da antiga guerra fria. Filme vencedor do prêmio da Visual Effects Society Awards, na categoria Melhores Efeitos Digitais.

Comentários:
Gosto bastante desse "The Sum of All Fears". Acredito até que seja o melhor filme com Jack Ryan, ficando atrás apenas de "Caçada ao Outubro Vermelho". Não sabe quem é Jack Ryan? Bom, se você ficou os últimos trinta anos hibernando culturalmente isso até seria aceitável, caso contrário não! Jack Ryan nasceu dos escritos do autor de best sellers Tom Clancy. Em essência é uma espécie de James Bond americano, com tramas mais realistas e enredos mais complexos. Uma revitalização e modernização sobre um velho conceito, vamos colocar assim. Tem dúvidas sobre isso? Se você parar para pensar nesse enredo, por exemplo, vai perceber que ele é praticamente igual ao que vimos no livro "Thunderball" de Ian Fleming. Mesmo assim se torna bom entretenimento por causa das belas cenas de ação e efeitos digitais, dando vida a essa megalomania terrorista em forma de celulóide. Ben Affleck, que está prestes a ser o novo Batman, está muito bem no papel. Ele certamente nunca foi um bom ator, tem até fama de canastrão, mas como Jack Ryan é basicamente um personagem meio caricato e nada complexo do ponto de vista psicológico, não há maiores problemas. No geral vale conhecer, se divertir e depois comparar as "coincidências" com os filmes de Bond, James Bond.

Pablo Aluísio.