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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

Eu particularmente adoro a trilogia inicial de Indiana Jones. Acho aqueles filmes um excelente resgate do sabor dos antigos seriados das décadas de 1930 e 1940 que dominavam as matinês nos cinemas. Eram aventuras escapistas, muito imaginativas e bem boladas. Aqueles filmes faziam a alegria da garotada da época. James Bond resgatou de certa forma aquele espírito e na década de 1980 Indiana Jones consolidou de uma vez o estilo. A idéia foi fruto da parceria entre dois grandes nomes, George Lucas e Steven Spielberg, que queriam realizar o filme definitivo de aventura. A trilogia inicial foi maravilhosa e encerrou um ciclo inesquecível para quem cresceu vendo as aventuras de Indiana Jones na década de 80. Infelizmente Lucas e Spielberg não contentes em fechar com chave de ouro aquela série resolveram estragar tudo com essa continuação tardia e desnecessária. Tudo tem seu tempo certo na vida. O tempo de Indiana Jones no cinema já passou. Eu sempre gostei bastante da trilogia inicial e a achava bem fechada entre si. Era para terminar ali, já que não estamos mais nos anos 80 e Harrison Ford está chegando na terceira idade. Mas o dinheiro falou mais alto. Provavelmente Spielberg tenha ficado com ambição de voltar ao topo das bilheterias. Ele foi o diretor de maior sucesso dos anos 70 e 80 e depois que virou um diretor "sério" perdeu espaço nesse aspecto. Então ele resolveu que queria voltar ao velho sucesso só que... já passou o tempo dessa franquia.

Esse Indiana Jones é muito ruim. Não há outra definição. O filme é ruim, simples assim. Até mesmo o totem do filme é ruim (a tal Caveira de Cristal, uma tremenda bobagem). Para piorar os roteiristas resolveram fazer um péssimo argumento, misturando ETs com arqueologia - um roteiro completamente esquecível, bobo, sem inspiração, chato. No elenco muitos problemas: Ford já passou da idade de dar uma de aventureiro, Shia LaBeouf é seguramente o pior ator a surgir no cinema desde os filmes da Xuxa e a Cate Blanchett some no meio de tanta ruindade. Ela é excelente atriz e profissional e não merecia se perder no meio desse abacaxi. Assim como não dá para voltar aos anos 80 também não há como requentar certas coisas como Indiana Jones. Se fizerem o quinto então correrão o risco de perderem até mesmo a dignidade pois o respeito já se foi com essa produção. Tomara que não saia do papel. Enfim, "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" foi seguramente uma das piores decepções que tive no cinema nos últimos anos. Certo estava Pelé que saiu por cima, na hora certa. Spielberg e Lucas certamente não aprenderam essa lição.

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull, Estados Unidos, 2008) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: David Koepp, George Lucas, Jeff Nathanson, Philip Kaufman / Elenco: Harrison Ford, Cate Blanchett, Karen Allen, Shia LaBeouf, Ray Winstone, John Hurt / Sinopse: Indiana Jones (Harrison Ford), o famoso arqueólogo agora se vê no meio de uma complicada teoria da conspiração envolvendo Estados Unidos e União Soviética em plena guerra fria. A chave de todo o mistério parece estar em uma rara caveira de cristal de origem desconhecida.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Hellboy

Nesse universo de adaptações de quadrinhos para o cinema há personagens extremamente famosos e conhecidos, verdadeiros ícones da cultura pop como Batman, Superman e Homem-Aranha e há aqueles considerados secundários, que são apenas conhecidos pelos leitores desse tipo de publicação. Curiosamente os do segundo tipo acabam dando origem a filmes bem mais interessantes como por exemplo Blade e esse Hellboy (o garoto do inferno numa tradução livre). O que difere de Hellboy desses demais personagens é sua personalidade muito cativante onde convivem em um só sujeito a força muscular de um monstro das trevas e a mentalidade de um jovem adolescente, que se apaixona pelas garotas, leva foras, gosta de roupas e acessórios de grife, etc. Na transposição para o cinema há outro grande atrativo: a ótima caracterização do ator Ron Perlman. Ele é aquele tipo de intérprete que você conhece automaticamente quando surge nas telas mas que nem sempre recorda seu nome. Durante anos ele fez personagens coadjuvantes em bons filmes e só recentemente tem tido maior chance de mostrar seu talento. Nos cinemas ele se firmou com essa franquia Hellboy e na TV tem desenvolvido um excelente trabalho na ótima série do FX, "Sons of Anarchy".

Na trama de Hellboy somos levados ao front da II Guerra Mundial. É lá no meio de escombros que os aliados descobrem essa estranha criatura, um misto de garoto com demônio. Acontece que no meio do conflito as forças nazistas não se furtaram a usar de magia negra para tentar vencer a guerra e nesse processo acabaram trazendo seres sobrenaturais ao nosso mundo. Hellboy é um desses monstros que ganham vida em nossa dimensão. Ele é levado pelos militares e acaba sendo treinado por uma agência especial do governo dos EUA para combater outros seres tais como ele que por ventura surjam nas grandes cidades do país. Apesar de sua  origem Hellboy é tipicamente um jovem americano, que gosta de música, cinema e cultura pop em geral. Tem sentimentos e passa por crises emocionais. Sua adaptação para o cinema como se vê deu muito certo. O filme é charmoso, tem ótimo timing de humor e um roteiro bem escrito, redondinho, onde tudo se encaixa. Para completar os efeitos digitais são de bom gosto e bem aplicados dentro da estória. Não me admira em nada que tenha ganho uma continuação, bem inferior é verdade, mas que mesmo assim não maculou o personagem. Em suma, fica a dica para os fãs de quadrinhos em geral e para os cinéfilos que gostam de uma boa aventura sci-fi. Hellboy, uma grata surpresa.

Hellboy (Hellboy, Estados Unidos, 2004) Direção: Guillermo del Toro / Roteiro: Guillermo del Toro / Elenco: Ron Perlman, Doug Jones, Selma Blair, John Hurt, Rupert Evans / Sinopse: Criatura descoberta no final da guerra é levada pelas forças aliadas para os EUA para combater as forças sobrenaturais do mal.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Tron O Legado

Título no Brasil: Tron O Legado
Título Original: Tron Legacy
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Joseph Kosinski
Roteiro: Edward Kitsis, Adam Horowitz
Elenco: Jeff Bridges, Michael Sheen, Olivia Wilde, John Hurt
  
Sinopse:
Décadas após os acontecimentos do primeiro filme e do desaparecimento de Kevin Flyyn (Jeff Bridges), seu filho Sam (Garret Hedlund) resolve desvendar o mistério de seu sumiço. Não tardará para que ele também consiga adentrar o universo virtual de Tron para enfrentar inúmeros perigos. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Sonoros (Gwendolyn Yates Whittle e Addison Teague).

Comentários:
“Tron Uma Odisséia Eletrônica” foi considerado um projeto ousado na época de seu lançamento há exatos 30 anos. Esse “Tron O Legado” tenta seguir o fio da meada do primeiro filme, obviamente se aproveitando do avanço atual em que se encontra os efeitos digitais no cinema. O problema é que já se passou muito tempo do primeiro filme e os que gostaram dele na época já não são mais os mesmos que frequentam as salas de cinema hoje em dia. Como se sabe o grande público hoje é formado basicamente por jovens e adolescentes. Logo a maioria nunca assistiu ao primeiro filme e só conheceu Tron de nome mesmo (isso se conhecer realmente). Assim estamos na presença de uma continuação muito tardia que tenta seguir os eventos do filme anterior sem muito sucesso. Por essa razão o roteiro se torna um pouco confuso e truncado – personagens surgem do nada e o roteiro conta com o fato, pouco provável, de que o espectador conheça ou se lembre de todos eles lá do filme de 1982. Não é o caso da esmagadora maioria dos que pagaram para ver esse “Tron o Legado”. O que se salva no meio de tudo isso realmente é a qualidade inegável de suas cenas no aspecto técnico. Se em 1982 tudo soava como algo bem primitivo, agora os efeitos se mostram bem mais eficientes e absurdamente bem produzidos. A Disney também optou por uma escolha inteligente pois ao mesmo tempo em que abraça a nova tecnologia também procura respeitar o design da primeira produção, tentando manter o mesmo universo, com as mesmas ideias e praticamente a mesma direção de arte. Claro que se formos comparar com o filme original a diferença será substancial em termos de qualidade dos efeitos, mas isso é, de qualquer forma, um mero detalhe. O roteiro desse novo Tron não é muito inspirado. No fundo é a velha trama envolvendo o bem contra o mal só que em um mundo cibernético e virtual. Ao custo de 170 milhões de dólares – um orçamento robusto – o filme aos trancos e barrancos e amparado por marketing agressivo conseguiu se tornar um sucesso apenas razoável de bilheteria, não talvez ao ponto de virar uma nova franquia. De qualquer modo o filme é indicado tanto para os quarentões que viram o primeiro filme na sua infância como também para os que estão chegando agora nesse mundo singular.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Imortais

Fui assistir a esse filme com o fiasco de "Fúria de Titãs" na cabeça. Por isso não tinha a menor fé em nada - pensei que seria mais um lixo Hollywoodiano. Para minha surpresa acabei achando interessante. Talvez por estar com expectativas quase a zero acabei ao final achando um blockbuster decente. Obviamente não aconselho aos estudiosos de mitologia grega, esses ficarão desapontados. O roteiro toma enormes liberdades com os mitos originais. Teseu, por exemplo, virou um rebeldinho revoltado, sem consistência. Monstros famosos como o Minotauro foram relegados a um simples grandalhão com máscara de touro feito de gravetos e por aí vai. O que salva "Imortais" do desastre é em primeiro lugar a linda direção de arte do filme e em segundo a presença sempre muito bem-vinda do ator Mickey Rourke. O filme é o que gosto de chamar de produção de luxo. Claro que praticamente todo ele foi gerado digitalmente mas mesmo assim achei tudo de muito bom gosto, sua fotografia em tons dourados, as cores gritantes das capas e uniformes. Até mesmo o figurino, que foi tachado de brega e excessivo em algumas resenhas, acabou me agradando.

Já Mickey Rourke é um capítulo à parte. Esse é o tipo de ator forjado no Actors Studio que consegue sobreviver a (quase) tudo. Não escondo de ninguém que sou admirador de carteirinha dele. Aqui temos o típico caso de ator maior que o filme. Seu personagem, o rei Hyperion, não é nem melhor e nem pior que outros vilões que enchem os blockbusters americanos todos os anos, a diferença é que Rourke declama até os mais simples diálogos com cuidado, capricho, e isso é sem dúvida uma grande diferença com os canastrões de hoje em dia. E por falar em canastrão o tal de Henry Cavill (que faz Teseu) é de uma nulidade gritante. Sem carisma, mono facial e sem graça quase leva tudo a perder. Se não fosse Rourke segurando as pontas o quesito atuação do filme seria simplesmente desastroso. Enfim, gostei de Rourke, da direção de arte e do bom gosto. Desgostei do Cavill, dos deuses (medíocres) e dos Titãs (esses últimos parecem zumbis de quinta categoria). Apesar de tudo no fim das contas vale uma espiadinha.

Imortais (Immortals, Estados Unidos, 2011) Direção de Tarsem Singh / Roteiro: Charley Parlapanides, Vlas Parlapanides / Elenco: Henry Cavill, Mickey Rourke, John Hurt / Sinopse: Teseu é um mortal que é escolhido por Zeus para liderar uma guerra contra o tirânico rei Hyperion que está em busca de uma arma capaz de destruir toda a humanidade.

Pablo Aluísio.