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sábado, 21 de outubro de 2006

Natalie Portman - Jane Got a Gun

Natalie Portman havia dado um tempo na carreira pois ela teve um filho, estava se organizando em sua vida pessoal e por essa razão deixou um pouco o cinema de lado. Também convenhamos depois da chuva de prêmios do consagrado "Cisne Negro" era mesmo de se esperar que algo assim viesse a acontecer. Tirando algumas participações (quase) especiais em filmes e até videoclips (ela está em "My Valentine", clip de Paul McCartney, por exemplo) a atriz não fez nada de muito relevante. Parecia estar numa boa, curtindo merecidas férias, aproveitando todo o dinheiro e prestigio de uma carreira bem sucedida.

Agora em 2016 ela ressurge nesse faroeste! Quando estava assistindo a esse filme chamado "Jane Got a Gun" fiquei pensando que ela nunca havia feito nada parecido na carreira. Havia me esquecido que Natalie participou de outro western, em 2003, chamado "Cold Mountain". O esquecimento foi justificado pois ela ainda era bem jovem e seu papel não era de destaque - na verdade duas outras atrizes estrelaram aquele filme, Nicole Kidman e Renée Zellweger. Pois é, o tempo passou, ela ficou muito marcada como a princesa Padmé da segunda trilogia de "Star Wars" (filmes de que sinceramente nunca gostei muito) e depois de 13 anos voltou ao velho oeste.

Mais do que atuar Portman também produziu esse novo filme ao lado dos irmãos Weinstein, antigos fundadores e donos do estúdio Miramax. O resultado é muito bom. É curioso porque assim que vi Portman no elenco logo pensei que viria algo diferente, um faroeste com toques mais inovadores, indo para o lado do cinema de arte, cult. Estava enganado. Esse roteiro é bem tradicional, na verdade poderia até mesmo ser estrelado por John Wayne em seus bons anos. O tema da vingança é um dos mais caros e usados em faroestes dos anos 50 e 60. A única novidade que realmente vale citar é o fato de que o roteiro não traz a estória mastigada para o espectador. A narrativa foge um pouquinho do estilo mais linear, usando como ferramenta de narração o velho e bom flashback (uso de cenas do passado dos personagens).

Outro aspecto que me chamou a atenção é que a personagem de Portman, chamada Jane, não é uma mocinha tradicional de filmes desse tipo. Ela não é uma garota amedrontada, que não consegue se defender. Pelo contrário. Numa das melhores cenas do filme ela é encurralada em um beco por um pistoleiro, antigo desafeto, que não apenas a ameaça como pensa em estuprá-la. Ao invés de gritar ou ficar em desespero Jane saga seu colt e manda o criminoso para o inferno. Aliás a Jane do filme precisa mesmo ser muito forte e decidida. Com o marido baleado, agonizante em seu rancho, e um grupo de bandoleiros indo até lá para matar os dois ela precisa ser uma mulher mais do que forte. É necessário mostrar confiança e personalidade. Assim deixo a dica desse novo faroeste. Tanto os fãs mais tradicionais do gênero como os admiradores de Portman certamente vão gostar do resultado.

Pablo Aluísio.