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domingo, 16 de dezembro de 2007

Barrabás

Roteiro e Argumento: O roteiro de Barrabás foi escrito baseado no romance do escritor Par Lagervist, vencedor do prêmio Nobel de literatura de 1951. É importante esclarecer que tirando o Novo Testamento não existem fontes históricas sobre quem seria ou o que teria acontecido com Barrabás após a crucificação de Jesus Cristo. Tudo o que se sabe ao certo é que era um rebelde da tribo dos Zelotes que estava preso acusado de assassinato. Assim tudo o que se passa no filme é mera ficção, romance, literatura. De qualquer forma o roteiro, seguindo os passos do livro, é muito bem escrito e lida com vários aspectos da Roma Antiga de forma bem eficiente, sendo mostrados aspectos da escravidão no império, das arenas de gladiadores e do nascimento da nova religião, o cristianismo.

Elenco: Barrabás tem um elenco muito bom a começar por Anthony Quinn no papel título. Sua interpretação é muito adequada. Seu personagem é uma pessoa rude, brutal, fruto do meio, que tenta entender a filosofia do cristianismo em um mundo que até então só lhe exigia violência e força. Outro grande ator em cena é Jack Palance. Ele interpreta um gladiador que treina e depois enfrenta Barrabás na arena (numa ótima cena do filme, muito bem editada e realizada). Palance não aparece muito mas quando surge traz muito ao filme. Outro destaque é a presença da musa italiana Silvana Mangano. Seu papel também é pequeno, geralmente surgindo nas cenas de taberna mas mesmo assim consegue marcar boa presença.

Produção: A produção do filme é do famoso Dino de Laurentis. Esse produtor foi o que mais próximo surgiu na linha deixada por Cecil B. De Mille. Ele não economizava recursos em seus épicos e procurava trazer o melhor, seja em cenários, seja em figurinos luxuosos. O filme foi totalmente rodado na Itália em parceria com a Columbia Pictures. Isso deu uma veracidade maior ao que se passa em cena pois as locações chegaram ao ponto de utilizar antigas construções romanas como as minas no Monte Etna na Sicília e o anfiteatro de Verona. Além disso a experiência dos profissionais de Cinecittà ajudaram muito para melhorar ainda mais esse aspecto do filme. Produção realmente classe A.

Direção: Barrabás foi dirigido por Richard Flescher que já tinha experiência com produções caras e complicadas antes (havia dirigido "20 Mil Léguas Submarinas" cinco anos antes). Seu trabalho é muito bom, algumas cenas lembram até mesmo pinturas da Renascença como a crucificação coletiva na cena final do filme. Também mostrou grande competência na direção de cenas com grande número de extras - como vemos nas cenas de Arena. Ele ainda faria um interessante filme anos depois com Tony Curtis chamado "O Homem que Odiava as Mulheres".

Barrabás (Barabbas, EUA - Itália, 1962) / Diretor: Richard Fleischer / Roteiro: Nigel Balchin, Diego Fabbri, Christopher Fry, Ivo Perelli / Produção: Dino de Laurentis / Roteiro: Nigel Balchin, Diego Fabbri, Christopher Fry, Ivo Perelli / Elenco: Anthony Quinn, Silvana Mangano, Arthur Kennedy, Katy Jurado, Jack Palance, Vittorio Gassman, Harry Andrews, Ernest Borgnine e Valentina Cortese. / Sinopse: Criminoso e assassino judeu chamado Barrabás (Anthony Quinn) é libertado no lugar de um jovem profeta chamado Jesus de Nazaré. Após ser escolhido no lugar do Messias tenta entender a razão de ter sido poupado da morte em detrimento do Nazareno que é crucificado por tropas romanas.

Pablo Aluísio.