segunda-feira, 30 de junho de 2025

Divórcio Dele, Divórcio Dela

Divórcio Dele, Divórcio Dela
Não deixa de ser uma ironia termos a existência de um filme como esse. Explico. Elizabeth Taylor e Richard Burton casaram e se divorciaram tantas vezes em suas vidas que já até perdemos a conta. Então de divórcio eles entendiam bem. E o filme foi realizado quando eles já estavam maduros, coroas mesmo e... nas portas de um novo divórcio! Foi uma espécie de avaliação do que aconteceu com eles próprios ao longo da vida. A razão que leva um casamento à ruína é exposta sob o ponto de vista do marido e depois da esposa. Dando origem a duas partes bem distintas que se unem para formar um todo bem coerente. A mesma história, mas sob pontos de vista bem diferentes. 

O filme foi produzido inicialmente para ser lançado nos cinemas, mas o corte final se revelou longo demais, com três horas de duração! O estúdio achou excessivo. Então os produtores fizeram um acordo com uma emissora de televisão da época e acabou exibindo o filme em duas partes separadas, uma após a outra, em dias distintos. Primeiro, o fim do casamento no olhar do marido, interpretado por Burton, depois a mesma crise sobre o olhar da esposa, na pele de uma ainda bonita Elizabeth Taylor. Eu gostei do resultado. Tem uma edição bem diferente, com idas e vindas entre passado e presente. Por isso o espectador precisa de atenção redobrada em cada detalhe. É uma linha narrativa muito inovadora para aquela época. Penso que algo assim funcionaria melhor no cinema, já que na TV costumamos perder a concentração. De qualquer forma está valendo. Recomendo a versão definitiva que saiu em DVD nos Estados Unidos. Edição completa, sem cortes. É um bom drama sobre relacionamentos perdidos, à beira da falência completa. 

Divórcio Dele, Divórcio Dela (Divorce His - Divorce Hers, Estados Unidos, 1973) Direção: Waris Hussein / Roteiro: John Hopkins / Elenco: Elizabeth Taylor, Richard Burton, Carrie Nye / Sinopse: Um casamento em crise. A esposa se ressente do marido que não lhe dá a devida atenção e negligencia a vida do próprio filho. O marido, por sua vez, encontra no trabalho uma fuga para não ter que lidar com os problemas de seus relacionamentos pessoais. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 29 de junho de 2025

Cleópatra e Marco Antônio

Cleópatra e Marco Antônio
Quando Júlio César foi assassinado no senado romano, nos idos de março, a jovem rainha Cleópatra decidiu ir embora imediatamente de Roma. Ela temia por sua vida e de seu filho, o legítimo herdeiro de Júlio César. Agindo assim estava mais do que certa. Os que almejavam chegar ao poder máximo em Roma estavam decididos a eliminar seus opositores. O mais ambicioso deles era justamente um dos sobrinhos de César, chamado Caio Otávio. Ele iria se tornar o primeiro imperador de Roma, assumindo o título de Augusto (o divino). 

Cleópatra nunca foi bem aceita pela sociedade romana. As matriarcas das grandes famílias romanas a detestavam. Ela era muito à frente de seu tempo, usava maquiagem e roupas elegantes e sensuais. Também era uma mulher muito inteligente que se recusava a ficar à sombra de qualquer homem, mesmo que esse fosse o grande Júlio César. Submissão não era com ela, de jeito nenhum! As matronas da velha casta viam aquilo com ojeriza. E sem dúvida havia uma rede de difamação e injúria contra ela por todo o (curto) tempo em que viveu em Roma. Assim, quando surgiu a oportunidade, ela nem perdeu tempo. Embarcou em sua frota e retornou para Alexandria, sede de seu trono no Egito. 

Só que Cleópatra, mesmo distante, continuaria a chocar Roma. Principalmente quando boatos começaram a circular de que ela agora estaria envolvida com o General Marco Antônio, que havia sido um dos amigos mais próximos de Júlio César, seu braço direito. Quando César foi assassinado, Marco Antônio, com coragem, foi até o senado resgatar o corpo de seu grande amigo. Carregando ele nos braços, com sua toga romana cheia de sangue, discursou ao povo de Roma. Foi tão marcante que imediatamente explodiu uma rebelião popular na cidade, exigindo a morte dos assassinos de César. Sem saída, os senadores que participaram da conspiração da morte de Júlio César fugiram da cidade. 

Marco Antônio foi alçado ao posto de herói do povo romano, mas agora todos estavam surpresos e chocados com a notícia de que havia se tornado o novo amante da rainha Cleópatra. Não poderia haver maior traição ao morto, tanto da parte do militar romano, como também daquela exótica Rainha do Nilo. Caio Otávio, um homem inteligente e sagaz, percebeu que havia chegado sua oportunidade política. Ele queria o poder máximo! Declarou que tanto Marco Antônio como Cleópatra deveriam ser executados pela traição à memória de Júlio César. E não tardou a reunir as legiões que lhe eram fiéis. Uma grande guerra civil começava a surgir no horizonte de Roma e do Egito. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 28 de junho de 2025

A Casa do Dragão - Segunda Temporada

Título no Brasil: A Casa do Dragão
Título Original: House of Dragon Season 2
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO
Direção: Miguel Sapochnik, 
Roteiro: George R.R. Martin, Ryan J. Condal
Elenco: Emma D'Arcy, Matt Smith, Rhys Ifans, Steve Toussaint, Sian Brooke, David Horovitch

Sinopse:
As casas e os clãs seguem seu caminho de disputa do trono de ferro. E o inimigo não está apenas lá fora, mas dentro das próprias dinastias, onde um parente próximo pode ser o próximo assassino do aspirante ao poder máximo. Segunda temporada exibida originalmente entre junho a agosto de 2024. 

Comentários:
Eu fiquei realmente surpreso com a qualidade dos episódios dessa segunda temporada. Se formos comparar com a primeira, tudo melhorou! Os roteiros estão mais bem escritos, os personagens são bem mais desenvolvidos, não se perde mais tempo com situações desnecessárias e não há mais tentativas de se alongar demais as tramas. Tudo está bem encaixado, enxuto, na medida certa. E os efeitos especiais também melhoraram demais. Para uma série de fantasia com dragões, nada melhor do que ter muitos deles em cena, em combate, tentando esconder sua real natureza, destruindo os exércitos inimigos, etc. Para uma série que começou com a sombra enorme de "Game of Thrones" pairando sobre si, as coisas melhoraram demais! Penso até que temos aqui episódios que superam inclusive o que assistimos na série original. Não é pouca coisa! É sem dúvida um ótimo caminho. Torço para que continue assim. E que venha a terceira temporada agora! 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Capitão América: Admirável Mundo Novo

Capitão América: Admirável Mundo Novo 
Eu não sei vocês, mas eu já estou um tanto farto desses filmes de super-heróis da Marvel. É aquele tipo de filme que já saturou demais, entretanto como ainda consegue render boas bilheterias eles vão seguindo em frente, esmigalhando e tirando o último suco desse cana triturada! Aqui temos mais um filme do Capitão América, ou quase isso... Não se trata do personagem original, do Steve Rogers que foi criado por Joe Simon e Jack Kirby na década de 1940 para socar nazistas... nada disso. É outro Capitão América, seu sucessor, um personagem chamado Sam Wilson! Ele tem asas mecânicas e voa... Pois é, temos aqui um Capitão América da cultura Woke! Complicado, mas sigamos em frente...

O filme também traz o Hulk, mas (de novo!) não é o Hulk verde do Stan Lee que estamos acostumados. É o Hulk vermelho, transformação do velho general e agora presidente dos Estados Unidos Thaddeus Ross. Esse personagem é interpretado por um envelhecido e cansado Harrison Ford. Eu sou um espectador de cinema das antigas, que cresceu vendo o Harrison Ford sendo o Han Solo e o Indiana Jones. Aos 82 anos de idade o veterano astro do passado já deveria ter se aposentado. Ele parece muito aborrecido de fazer esse filme, com muita antipatia no rosto. Deveria estar curtindo seus milhões em algum rancho no interior dos Estados Unidos. Chega Ford, vá cuidar dos seus netos nesses anos que lhe restam... você já fez o suficiente na história do cinema. 

Fora isso, nada muito a acrescentar. O roteiro é fraco. O que se salva desse novo e saturado filme da Marvel são os bons efeitos especiais, principalmente quando o Hulk vermelho entra em cena. Aí melhora, mas fique sabendo que tudo termina numa grande pancadaria que parece não ter mais fim. Também pudera, algumas histórias em quadrinhos são exatamente assim. Entre mortos e feridos essa é apenas mais uma produção Marvel de rotina, com tudo de ruim que isso possa significar. 

Capitão América: Admirável Mundo Novo (Captain America: Brave New World, Estados Unidos, 2025) Direção: Julius Onah / Roteiro: Rob Edwards, Malcolm Spellman / Elenco: Anthony Mackie, Harrison Ford, Liv Tyler / Sinopse: Um novo Capitão América precisa enfrentar um novo desafio, nada mais, nada menos do que o Presidente dos Estados Unidos que esconde um grave segredo, ele é na verdade o furioso e perigoso Hulk vermelho! 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 26 de junho de 2025

As Viagens de Gulliver

As Viagens de Gulliver
Esse filme é ruim demais! Pior é que acabei assistindo meio enganado. Estava atrás do clássico original e acabei me deparando, já nos primeiros segundos, com esse filme de jack Black! Dancei bonito, estava vendo o filme errado... Que Deus me proteja! Como já tinha começado o filme resolvi seguir em frente, mesmo sabendo, bem de antemão, que vinha porcaria pela frente.... e não deu outra! Bom, não foi por falta de aviso... Eu não consigo entender como um estúdio de cinema com um material original tão rico em mãos para adaptar produz um roteiro tão pobre como esse! Eles possuem hoje em dia todo o aparato tecnológico para reproduzir o mundo imaginado pelo autor do livro original. Ao mesmo tempo não conseguem fazer nada direito em termos de roteiro. O desse filme é muito ruim! O que era fantasia e lirismo, acabou virando apenas vulgaridade! Que pena, que lástima...

O Jack Black, em minha opinião, não tem graça nenhuma! Nunca consegui gostar de seu humor rasteiro. Agora, incompreensível mesmo, é entender como uma atriz de classe como Emily Blunt faz um filme como esse! Logo ela, que sempre considerei uma das atrizes mais criteriosas de Hollywood, sempre escolhendo com cuidado os filmes em que vai atuar. O que diabos se passava em sua cabeça? Aqui ela errou feito, errou rude! O filme é um de seus maiores constrangimentos na carreira! Quando algum jornalista hoje em dia pergunta sobre o filme para ele, logo desconversa, morta de vergonha... Eu entendo muito bem sua reação! 

As Viagens de Gulliver (Gulliver's Travels, Estados Unidos, 2010) Direção: Rob Letterman / Roteiro: 
Joe Stillman, Nicholas Stoller, Jonathan Swift / Elenco: Jack Black, Emily Blunt, Jason Segel / Sinopse: Ao viajar para realizar uma matéria jornalística sobre turismo para o jornal onde trabalha, Lemuel Gulliver (Jack Black) se dá muito mal, indo parar em um estranho mundo onde as pessoas são minúsculas, vivendo em eterna guerra!

Pablo Aluísio. 

Hotel Transilvânia 3

Hotel Transilvânia 3 
Mantém o mesmo nível das três primeiras animações. O diretor dessa é animação é o russo Genndy Tartakovsky, um craque do ramo, tendo criado personagens inesquecíveis dos desenhos animados como cientista mirim Dexter e as Meninas Super Poderosas. As crianças adoram esses personagens. Então nem vá se preocupar em termos de qualidade. Está tudo aqui, novamente, repetido com talento pela terceira vez. Na estorinha a filha do Drácula está preocupada com ele. Afinal faz séculos que ele tirou suas últimas férias! Então ela faz uma surpresa ao paizão: Um cruzeiro onde ele vai relaxar e descansar de seu velho hotel. E juntos vão todos os monstros da trupe que o cerca desde as animações anteriores. 

E como está há muitos séculos solitário, Drácula também encontra o amor, justamente na capitã do navio, uma balzaquiana loira chamada Erica. Seria uma boa, se apaixonar agora bem mais velho, já com netos e tudo mais. Só que o Drácula está entrando numa cilada. Ela na verdade é bisneta de um inimigo histórico do Drácula, o lendário caçador de vampiros Van Helsing. Desse modo ela não quer namorar o vampirão, mas sim acabar com ele! Então vira um Deus nos acuda, com direito a certas sequências que lembram até mesmo os bons tempos dos filmes de Indiana Jones. Então é isso, boa animação. Essa franquia nunca deixou a bola cair em termos de qualidade. Talvez por isso siga sendo tão bem sucedida comercialmente. Merecido sucesso, é bom salientar. Assista com muita pipoca e guaraná e não se esqueça de chamar a criançada para ver também. A diversão é garantida. 

Hotel Transilvânia 3: Férias Monstruosas (Hotel Transylvania 3: Summer Vacation, Estados Unidos, 2018) Direção: Genndy Tartakovsky / Roteiro: Genndy Tartakovsky, Michael McCullers / Elenco: Adam Sandler, Andy Samberg, Selena Gomez, Fran Drescher, Steve Buscemi, Kevin James, Mel Brooks / Sinopse: Após passar séculos sem curtir umas férias, o Conde Drácula resolve seguir os conselhos de sua filha e embarca em um cruzeiro. Pode ser uma boa, mas ele precisa ter cuidado pois tudo pode se revelar uma grande cilada, uma armadilha! 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 25 de junho de 2025

A Casa dos Mortos

A Casa dos Mortos 
Um grupo de jovens resolve fazer algumas pesquisas e experimentos em uma velha casa onde no passado aconteceu uma tragédia, um massacre, com várias pessoas assassinadas. Então eles se reúnem e partem. No começo as coisas até fluem bem. Alguns pequenos eventos inexplicáveis vão surgindo, mas nada muito fora do comum. Até que eles encontram um círculo devotado ao Diabo no chão da sala. Ao sentarem ali, decidem evocar espíritos presentes na casa. Mal sabem que estão na verdade abrindo as portas do inferno, para que uma velha entidade do Mal finalmente se liberte, causando morte por onde passa! 

OK, já vimos essa história antes em vários filmes. Antes de qualquer coisa, quando vi jovens indo para essa casa mal assombrada, com a intenção de fazer uma sessão de espiritismo, já sabia que tudo iria terminar mal. Até ai, nada de surpresas. O que me irrita nesses filmes novos de terror é que confundem medo e suspense com sustos! Um som absurdamente alto que surge numa cena completamente silenciosa, vai dar um susto no público! É uma reação natural do organismo do ser humano! Não tem nada a ver com desenvolvimento correto de uma história de terror. Essa é apenas uma artimanha um tanto apelativa. Quando vejo muito disso em filmes de terror já desanimo. É um sinal bem óbvio que o diretor não é lá muito bom! 

E segue sendo esse o principal problema do filme. O demônio em si não causa muito medo e nem traz nada de novo. Na maioria das vezes é apenas um dos jovens atores do filme com maquiagem bem mediana, sangrando muito pela boca! Para não falar que não tem mais nada de interessante, pelo menos a "parte policial" da história ainda gera algum interesse, embora não tenha nenhum grande ator em cena. Pelas pequenas surpresas dessa parte deixo pelo menos uma classificação de mediana para boa no filme. Nada mais do que isso. O resto é mesmo prato requentado de outros roteiros do passado (que eram bem melhores do que esse, claro!). 

A Casa dos Mortos (Demonic, Estados Unidos, 2015) Direção: Will Canon / Roteiro: Max La Bella, Will Canon / Elenco: Dustin Milligan, Scott Mechlowicz, Cody Horn / Sinopse: No passado essa velha casa foi palco de um terrível crime. Agora um grupo de jovens interessados no sobrenatural decide ir até lá, fazer uma investigação com base na ciência. Só que eles estão lidando com forças do oculto que desconhecem e nada vai terminar bem após cruzarem suas portas. 

Pablo Aluísio. 

Premonição

Título no Brasil: Premonição
Título Original: Final Destination
Ano de Lançamento: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: James Wong
Roteiro: Glen Morgan, James Wong
Elenco: Devon Sawa, Ali Larter, Kerr Smith

Sinopse:
Jovem adolescente tem o dom da premonição. Ao entrar em um avião comercial no qual viajaria, ela descobre que aquela aeronave iria cair. Então ele tenta alertar a todos, mas no final só consegue fazer confusão, sendo expulsa pela tripulação. O resultado não poderia ser outro... e novas premonições não tardam a acontecer! 

Comentários:
O estúdio contratou James Wong porque gostou de seu trabalho na série "Arquivo X". Agora ele teria que colocar em frente um projeto que ele mesmo criou. Disso resultaria esse filme que faria um invejável sucesso comercial que pegaria muita gente de surpresa. O resultado foi tão bom que acabou dando origem a toda uma longa franquia de filmes com o mesmo tema. Esse primeiro tem seus méritos. Os trinta primeiros minutos do filme realmente são muito bem escritos. Depois decai um pouco. Infelizmente as várias continuações que viriam depois iriam perder gradualmente a qualidade cinematográfica. Algo prevísivel. Se esse primeiro filme já não era grande coisa, imagine suas sequências. De minha parte nunca gostei muito dessa franquia e olha que sou um fã de filmes de terror em geral. Enfim, dá para assistir, mas não é nada memorável. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de junho de 2025

Homem com H

Homem com H 
Conforme tem ocorrido dentro do cinema dos Estados Unidos, aqui no Brasil também estamos vivendo essa moda de cinebiografias de grandes astros da música, seja do passado, como também do presente. E são filmes direcionados para os fãs desses artistas, muitas vezes contando com a aprovação desses mesmos músicos (se ainda vivos) ou de seus familiares (quando eles já se foram). Aqui nesse filme o foco vai para Ney Matogrosso. Uma história realmente bem interessante, mesmo que você não seja fã dele. Na verdade o que vi aqui foi a trajetória de um homem (sim, com H!) que realmente decidiu que iria viver de acordo com seus próprios termos, sem se importar com a opinião dos outros. Ele estava mais do que certo agindo assim. A vida é de cada um e cada um a vive como bem entender. 

E para o Ney foi mesmo complicado. Ele era filho de um militar da força aérea com aquele tipo de mentalidade atrasada que já bem conhecemos desse tipo de pessoa. Um troglodita, vamos colocar nesses termos. Ainda assim o Ney seguiu em frente. Um aspecto curioso é que ele era totalmente fora dos padrões quando surgiu no trio Secos e Molhados. Simplesmente não havia nada parecido com ele no cenário musical. Surgiu em cena pintado, com roupas pra lá de exóticas. Em plena ditadura militar ele quebrou inúmeros tabus de comportamento. Só isso já o colocaria no panteão dos grandes nomes da nossa arte. Mas Ney Matogrosso ia além desse visual ousado e provocador. Ele também era ótimo cantor! Então uniu mesmo esses dois elementos essenciais na carreira de todo artista. Inovação e talento sempre chamam atenção. Eu gostei bastante do filme e recomendo, caso você seja fã do Ney Matogrosso ou não. É um bom filme em seus próprios méritos. 

Homem com H (Brasil, 2025) Direção: Esmir Filho / Roteiro: Esmir Filho / Elenco: Jesuíta Barbosa, Rômulo Braga, Hermila Guedes / Sinopse: Essa cinebiografia musical conta a história do artista Ney Matogrosso. Filho de militar linha dura e intolerante, bem no meio da ditadura militar no Brasil, ele ousou seguir sua liberdade, se tornando um dos cantores mais populares da história da música brasileira. Filme atualmente disponível no catálogo da Netflix. 

Pablo Aluísio. 

Tim Lopes - Histórias de Arcanjo

Tim Lopes - Histórias de Arcanjo 
Tim Lopes foi um jornalista da Globo que foi morto com requintes de crueldade por um traficante chamado Elias Maluco há alguns anos. Esse foi um crime tão bárbaro que chocou o Brasil! Impossível você não se lembrar do que aconteceu. Pois bem, esse documentário procura contar a história do Tim Lopes, mostrando seus principais trabalhos no jornalismo, além de sua coragem de entrar em certas "bocadas" no Rio de Janeiro que nem os policiais entrariam. E esse estilo de fazer um jornalismo tão forte acabou custando a vida desse homem, pai, amigo, filho e principalmente jornalista de primeira grandeza. 

Quem presta depoimentos sobre o Tim Lopes e dirige o documentário é seu próprio filho. Ele inclusive visita o lugar onde o pai foi assassinado, bem no alto do morro, em um lugar conhecido como Pedra do Sapo (ou algo assim). O Tim Lopes foi um jornalista que trouxe o lado mais sórdido da sociedade carioca para os jornais em que trabalhou. Revelou esquemas de corrupção no IML, mostrou o cotidiano das prostitutas exploradas e oprimidas, pegou estrada para mostrar como viviam os caminhoneiros, enfim, um jornalista que deixará saudades. Esse documentário é uma bela homenagem a ele. Que sua história jamais seja esquecida!
 
Tim Lopes - Histórias de Arcanjo (Brasil, 2013) Direção: Guilherme Azevedo / Roteiro: Bruno Quintella / Elenco: Tim Lopes (em arquivos de imagens e fotos) / Sinopse: A história do jornalista investigativo da Rede Globo que foi brutalmente assassinado no Rio de Janeiro durante a realização de uma de suas matérias jornalísticas. 

Pablo Aluísio.