segunda-feira, 17 de junho de 2024

Conspiração Do Silêncio

Construído em cima do roteiro espetacular de Millard Kaufman, o clássico "Conspiração do Silêncio" (Bad Day at Black Rock - 1955) é um filme acima da média e de valores e gêneros agregados, como: western, suspense e drama. O elenco é estelar e encabeçado por nada menos que Spencer Tracy, Robert Ryan, Ernest Borgnine e Lee Marvin. Cabe ao próprio Tracy a tarefa de roubar as cenas (ou quase todas) no papel de John MacReed, um ex-combatente da Segunda Guerra e deficiente físico (ele não tem um dos braços). O longa começa com MacReed desembarcando de trem, na árida, calorenta e praticamente inóspita cidade de Black Rock. Reed, chega com apenas uma mala e uma missão: entregar a um nipo-americano de nome Komako, a Medalha de Mérito que pertenceu a seu filho, morto em batalha na guerra.

Para MacReed, encontrar Komako e devolver-lhe a medalha era uma questão de honra, pois o filho do japonês havia morrido para salvar a sua vida. Mas o que o forasteiro não contava, era com o clima extremamente hostil e criminoso dos habitantes da pequena cidade. Liderados pelo brutamontes, Reno Smith (Robert Ryan) e seu braço direito, Coley Trimble (Ernest Borgnine) a turba de capangas faz de tudo para atrapalhar o ex-combatente em sua busca. O filme vai crescendo em tensão na medida em que MacReed vai ficando mais perto da verdade. Numa cena fantástica e rara para os filmes de Hollywood na época, Reed enfrenta Coley Trimble num bar aplicando-lhe golpes de Jiu-Jitsu. Uma homenagem ao filho japonês de Komako. A busca por Komako se arrasta, e o calor seco e insuportável da cidadezinha se contrapõe ao gelo e a insanidade de Reno e seus capangas. A inquietação crescente de MacReed confronta-se com a violência surda e muda de uma cidade que não ouve e também não lhe dá uma resposta sequer. O silêncio monstruoso dos habitantes é intransponível. É a piscina lamacenta que Reed tem que atravessar para tentar lavar a sua alma agradecida.

O tempo vai passando e o binômio que rege o filme, silêncio-segredo, dá lugar as vicissitudes de um roteiro primoroso que aos poucos vai transformando, o até então desacreditado, Reed num organismo furioso e vingativo empurrando-o para um inexorável confronto, violento e explosivo com Reno e a bandidagem da cidade. O filme, pouco conhecido no Brasil, é uma jóia rara e, com toda a certeza, o maior papel da carreira do excepcional Spencer Tracy e um dos melhores dirigidos pelo ótimo John Sturges. Foi também o primeiro filme da Metro a ser rodado no formato Widescreen. A dupla, Tracy e Sturges, voltaria a fazer sucesso no clássico "O Velho e o Mar" (1958). Outra curiosidade é que o primeiro filme da série Rambo. "Rambo, Programado para Matar" (1982), teve como inspiração, o roteiro de Conspiração do Silêncio. Nota 10

Conspiração do Silêncio (Bad Day at Black Rock, EUA, 1955) Direção: John Sturges / Roteiro: Millard Kaufman, Don McGuire / Elenco: Spencer Tracy, Robert Ryan, Anne Francis, Dean Jagger, Ernest Borgnine, Lee Marvin / Sinopse: Jonh MacReed (Spencer Tracy) é um veterano da II Guerra Mundial que vai até uma distante cidade chamada Black Rock para entregar a medalha do mérito a um pai cujo filho foi morto em combate.

Telmo Vilela Jr.

domingo, 16 de junho de 2024

O Exército Vermelho em Berlim

O Exército Vermelho em Berlim
O final da Segunda Guerra Mundial chegou quando os soldados soviéticos entraram dentro de Berlim, a cidade que era o coração do III Reich de Hitler. Os russos vieram caminhando lá do front oriental, onde destruíram os exércitos da Alemanha, até a capital daquele império que deveria durar 1000 anos - pelo menos na mente deteriorada dos líderes nazistas. O plano dos soviéticos era destruir tudo, não sobrar pedra sobre pedra! A ordem de Stálin era clara: Acabem com a Alemanha! Façam os alemães sofrerem como o povo russo sofreu com a invasão nazista na mãe Rússia!

E a ordem foi cumprida. Para surpresa dos militares vermelhos o que eles encontraram ao entrar em Berlim eram tropas de meninos e garotos que tentavam defender a cidade onde Hitler se escondia. Depois de milhões de mortos não havia mais homens adultos para lutar essa definitiva e última batalha. E os russos não tiveram pena daqueles garotos da Alemanha. Passaram por cima deles com seus tanques sujos de lama. 

Um aspecto interessante é que Hitler só decidiu dar um fim em sua própria vida quando os soviéticos chegaram literalmente na esquina de seu bunker. Hitler há tempos vivia escondido naquele verdadeiro buraco de cimento e aço. Ele estava sofrendo de Mal de Parkinson, estava com a saúde devastada e sabia que se o exército vermelho colocasse as mãos nele as coisas iriam ficar mais do que feias. 

Assim decidiu dar pílulas de cianureto para sua esposa Eva Braun e para sua cadela querida, a Blonde. Depois disso sentou-se ao sofá, com o corpo da mulher morta ao seu lado, mirou a pistola contra sua cabeça e deu um tiro fatal. Havia deixado ordens para que um major do exército alemão jogasse seu corpo numa vala de bomba e o incinerasse com querosene. E assim foi feito. Hitler, o ditador idolatrado pelas multidões, terminou em um buraco, sendo destruído pelas chamas. 

Pouco tempo depois os poucos soldados da Alemanha que ainda lutavam se renderem de forma incondicional. Na frente deles havia milhares de militares soviéticos furiosos e com gosto de sangue. A Alemanha havia sido derrotada mais uma vez. A derrota da Primeira Guerra se repetia. Era o fim da loucura do nazismo. O exército vermelho colocou a bandeira da União Soviética em cima dos prédios da cidade e do portão de Brandemburgo! Nada poderia ser mais simbólico da vitória dos comunistas! O Exército vermelho havia conquistado a maior vitória de sua existência. Em Moscou, Stálin abriu uma garrafa de champanhe para celebrar a vitória esmagadora. A Segunda Guerra Mundial havia chegado ao seu final na Europa. 

Pablo Aluísio. 

Os Diários de Himmler

Ele foi um dos mais nefastos nazistas da história. Considerado o braço direito de Hitler acabou criando as tropas SS, que ficaram conhecidas pela brutalidade com que tratava os judeus nos campos de concentração. Durante muito tempo surgiram historiadores "revisionistas" que procuraram amenizar a culpa de líderes nazistas como Himmler no Holocausto. Pois bem uma série de textos escritos pelo próprio em seu diário foram divulgados recentemente pelo arquivo militar russo.

Em um dos trechos Heinrich Himmler escreveu: "O povo judeu está sendo exterminado. Para os membros do partido isso deve ser considerado como algo claro, pois sempre esteve em nossos planos. De fato estamos exterminando o povo judeu, resolvendo um pequeno assunto em nossa pauta". Depois elogiando o trabalho daqueles que atuavam diretamente no holocausto Himmler ponderou: "Estamos realizando essa difícil tarefa em amor ao nosso povo. E não temos qualquer problema com isso, pois nossa alma e nosso caráter estão intactos".

Essas eram notas escritas por Himmler para serem usadas em seu discurso aos membros da SS situados na Polônia, onde havia os maiores campos de concentração do regime nazista. A forma como Himmler expõe o tema deixa transparecer que era algo que todos sabiam. Ele não demonstra em seus escritos nenhum sentimento de remorso ou tristeza pelo que estava acontecendo, longe disso, para Himmler a destruição de todos os povos não arianos era apenas uma questão objetiva, que deveria ser colocada em prática.

Esses diários referentes aos anos de 1938, 1943 e 1944 foram capturados por forças do exército russo no final da guerra. Muitos trechos descrevem a presença do líder nazista em almoços comemorativos realizados dentro dos próprios campos de concentração de Dachau, Buchenwald e Sachsenhausen. Enquanto milhões de seres humanos eram mortos nas câmaras de gás e depois queimados em fornos industriais, Himmler desfrutava de elegantes banquetes ao lado de outros membros do partido nazista como Joseph Goebbels. Esse infame nazista foi capturado pelos ingleses no dia 21 de maio de 1945 quando o III Reich já estava em ruínas. Antes de ser julgado e condenado à morte em Nuremberg ele se matou com uma cápsula de cianureto em sua cela na prisão. Morreu como sempre viveu, sendo um nazista covarde! 

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de junho de 2024

B-17: A Fortaleza Voadora

B-17: A Fortaleza Voadora
Recentemente tivemos as celebrações do Dia D, a operação militar que virou o jogo na II Guerra Mundial. Tudo muito bom e adequado, inclusive com homenagens aos (poucos) veteranos que ainda estão vivos. Só que eu senti também uma menor presença de documentários de guerra que trouxessem maiores detalhes dessas mesmas batalhas, inclusive as que foram travadas nos céus da Europa. 

Inclusive estou assistindo a uma série muito boa no momento chamada "Mestres do Ar" que mostra o trabalho de militares americanos e ingleses que voavam no famoso bombardeiro de longo alcance B-17. Essa máquina de guerra foi extremamente importante na luta contra a Alemanha nazista. Hitler havia dito em um discurso ao povo alemão que jamais uma bomba aliada iria explodir em uma cidade alemã. Claro que era um mentiroso. Não demorou muito e uma bomba caiu em uma grande cidade da Alemanha e essa bomba foi jogada justamente por esse avião. 

Seu maior segredo era que a Fortaleza Voadora era uma aeronave de médio porte com grande capacidade de autonomia, ou seja, viajava grandes distâncias. Era o avião ideal para voar atrás das linhas inimigas para destruir as cidades da Alemanha, sua infraestrutura industrial, quebrando ao meio a alma do povo alemão. Até porque voavam em bandos, em esquadrilhas com até 30 bombardeiros. Ter essas máquinas de guerra chegando numa cidade durante a Segunda Guerra era um terror. Seus ataques destruíram muitas cidades da Alemanha. Poucas eram as edificações que ficavam de pé depois de uma ataque de longo alcance. 

Igualmente foi alto o número de baixas entre os aviadores. Esse bombardeiro era muito visado pelas baterias antiaéreas do exército alemão que defendia as cidades do III Reich. Milhares de militares morreram. As coisas só melhoraram depois quando passaram a ser escoltados po caças Msstang que enfrentavam os caças alemães da Luftwaffe. 

E se você gosta de cinema há excelentes filmes e séries sobre as tripulações desse avião de guerra. Um dos melhores que assisti se chama Memphis Belle, mostrando a história real de uma tripulação que conseguiu a proeza de realizar 25 missões atacando a Alemanha. Esse era um número a se alcançar pois caso a tripulação conseguisse chegar a 25 missões era dispensada com honras militares para voltar aos Estados Unidos. Era o prêmio máximo para quem conseguisse chegar tão longe na luta contra o nazismo na Europa. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Dia dos Namorados Macabro 3D

Título no Brasil: Dia dos Namorados Macabro 3D
Título Original: My Bloody Valentine
Ano de Lançamento: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate Films
Direção: Patrick Lussier
Roteiro: Todd Farmer, Zane Smith
Elenco: Jensen Ackles, Jaime King, Kerr Smith

Sinopse:
Novas mortes começam a acontecer nas mesmas minas em que um serial killer atuou nos anos 80. A pequena cidade mineradora fica em pânico e os policiais locais não conseguem descobrir a identidade desse novo assassino. Pior do que isso, muitos moradores desconfiam até mesmo dos policiais. Afinal no passado muitos deles estiveram envolvidos com os crimes. 

Comentários:
Outra filme novo de terror de uma velha franquia. Veja bem, o filme original (de que gosto muito) é de 1981. Então depois de muitos anos Hollywood resolveu fazer uma sequência com jeitão de remake. É uma sequência porque a história parte do final do filme anterior. É praticamente um remake porque a história é muito parecida. A única diferença é que no primeiro filme tínhamos o assassino original, aqui tudo se desenrola na base do copycat - pessoas que apenas imitam os assassinos do passado. E para deixar o filme ainda mais "modernoso" lançaram em 3D nos cinemas. Não adiantou muito. O primeiro filme funcionava porque era um slasher dos anos 80. Simples assim. Não adianta gourmetizar esse tipo de produção. Tem que ser sujo, visceral e sanguinário, caso contrário não funciona. É o que aconteceu nesse filme tardio. O que funcionava no primeiro filme não foi repetido por aqui. Quiseram fazer um terror para passar em cinema de shopping. Assim não dá, não ficou bom, apesar de que ainda dá para assistir se você não for um purista. Eu vi com olhos de acomodação. Talvez por isso funcionou um pouquinho melhor no meu caso. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

A Primeira Profecia

Título no Brasil: A Primeira Profecia
Título Original: The First Omen
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Studios
Direção: Arkasha Stevenson
Roteiro: Tim Smith, Arkasha Stevenson
Elenco: Nell Tiger Free, Charles Dance, Bill Nighy, Sônia Braga, Tawfeek Barhom, Maria Caballero

Sinopse:
Uma jovem noviça viaja até um convento onde pretende fazer seus votos definitivos para se tornar uma freira. Só que o lugar tem um clima sinistro e sombrio. Nas mesmas instalações funciona um orfanato e uma garota órfã pode estar na mira de um grupo de fanáticos religiosos que cultuam Satã e o lado negro da fé cristã. 

Comentários:
Mais um filme de origens. Nos Estados Unidos existe uma expressão para denominar esse tipo de filme. Eles chamam de Prequel, que em nossa língua portuguesa fica meio esquisito. De qualquer forma nessa filme se conta as origens do personagem Damien, o menino da franquia original "A Profecia". E aí vejo o principal problema desse filme. Vamos concordar que "A Profecia" é o que podemos chamar de uma velha franquia de terror, algo que começou há muitas décadas. Os jovens de hoje nem conhecem esses filmes. É coisa de cinéfilo veterano. Por essa razão o filme não teve uma grande bilheteria. Não deu prejuízo, mas também não foi um grande sucesso. Dito isso quero dizer que apesar de tudo eu gostei do filme. Afinal eu sou um cinéfilo velho que viu no passado todos os filmes da Profecia. O diretor quis fazer um filme com jeitão de filme velho também, inclusive na fotografia. Uma boa decisão. No saldo geral é um bom filme de terror, acima da média do que se faz por aí. Além do mais, temos que reconhecer que essa mitologia do anticristo sempre chama a atenção. Por isso não ficaria surpreso se novos filmes viessem por aí, nos próximos anos. É uma possibilidade bem plausível. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Os Mercenários 4

Título no Brasil: Os Mercenários 4
Título Original: Expend4bles
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films
Direção: Scott Waugh
Roteiro: Kurt Wimmer, Tad Daggerhart
Elenco: Sylvester Stallone, Jason Statham, Andy Garcia, Megan Fox, Dolph Lundgren, 50 Cent

Sinopse:
O grupo de mercenários é contratado para atuar em um país do Oriente Médio onde uma ditadura brutal ameaça um pequeno país. E pela primeira vez os mercenários vão enfrentar uma grande perda pois o seu líder parece ter sido eliminado enquanto pilotava seu avião em uma operação militar de alto risco. 

Comentários:
Eu nem vou criticar muito esse filme porque ele enfrentou diversos problemas de produção. A pior delas foi o afastamento de Stallone das filmagens. Assim que começaram os trabalhos o ator foi diagnosticado com um grave problema na coluna. Seria necessária a realização de uma cirurgia. Dessa forma o estúdio correu para reescrever o roteiro, sendo que dessa vez o personagem de Stallone ficaria sumido da história por praticamente todo o filme. Isso, claro, prejudicou o resultado final. O filme ficou sem seu maior astro. Jason Statham deve que segurar a onda sozinho. E até que não se saiu mal. O filme tem competentes cenas de ação, muitas delas realizadas dentro de um grande navio cargueiro. Ficou interessante. O elenco de apoio é o menos variado da franquia. Para falar a verdade todos aqueles veteranos dos filmes anteriores estão fora. Sobrou a bela Megan Fox, que só tem beleza e o Andy Garcia interpretando o vilão. Penso que essa franquia chegou em um beco sem saída e nem acredito que haverá um quinto filme. Ser astro de filmes de ação perto dos 80 anos vai ficando cada vez mais complicado para Stallone. O ser humano tem seus limites. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de junho de 2024

Guerra Civil

Título no Brasil: Guerra Civil
Título Original: Civil War
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: A24
Direção: Alex Garland
Roteiro: Alex Garland
Elenco: Wagner Moura, Kirsten Dunst, Cailee Spaeny, Nick Offerman, Jefferson White, Justin James Boykin

Sinopse:
Os Estados Unidos estão em guerra, mas não contra uma nação estrangeira inimiga, mas sim contra os próprios estados de sua federação. Texas, Califórnia, Flórida e outras entidades federativas entram em guerra contra a União. E nesse caos um pequeno grupo de jornalistas independentes decide viajar até a capital do país para registrar a queda do presidente, uma jornada que não vai ser nada fácil dentro de uma nação que está se auto destruindo. 

Comentários:
Imagine um filme estrelado por um ator brasileiro chegando no primeiro lugar das bilheterias nos Estados Unidos em seu mês de estreia! Pois foi justamente isso que aconteceu com esse "Guerra Civil" que tem como um dos seus principais protagonistas um jornalista sagaz interpretado pelo brasileiro Wagner Moura! Esse filme inclusive foi uma das maiores bilheterias do ano! Um filme que me agradou bastante. O tema por si só já é por demais interessante, ainda mais no momento atual da política norte-americana. Entretanto é bom frisar que esse não é um filme de ação como pode parecer à primeira vista. Seu estilo está mais para um road movie que se passa em uma nação destruída pela guerra civil. Há cenas de batalhas entre as forças envolvidas na guerra, mas esse não é o foco principal da história. O enredo gira mesmo em torno desses jornalistas, procurando um sentido para continuar sua viagem até o centro do poder político que está prestes a ser destruído. Interessante notar que apesar de algumas cenas bem violentas, o filme não choca pela violência em si, mas pela anarquia política que se instala na maior democracia do mundo. Acredito inclusive que novos filmes virão, afinal tem mesmo jeito de primeiro filme de uma longa franquia. Vamos aguardar, esperando pelo melhor. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Ripley

Título no Brasil: Ripley
Título Original: Ripley
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Netflix
Direção: Steven Zaillian
Roteiro: Steven Zaillian, Patricia Highsmith
Elenco: Andrew Scott, Dakota Fanning, Johnny Flynn, Margherita Buy, Eliot Sumner, Maurizio Lombardi

Sinopse:
Milionário americano contrata um homem chamado Ripley para encontrar seu filho que mora na Itália e que nunca mais entrou em contato com a família. O sujeito pensa que Ripley seria um grande amigo de seu filho. Ledo engano. Só que Ripley também não vai perder essa oportunidade de ganhar muito dinheiro com toda aquela situação sui generis. 

Comentários:
Eu gostei muito dessa série "Ripley" e isso me surpreendeu bastante. Eu não havia gostado muito do filme original. Só que essa nova versão em forma de minissérie está realmente um primor! E são muitas as decisões acertadas. A começar pela fotografia em preto e branco que ficou belíssima. As cidades italianas e sua arquitetura poucas vezes ficaram tão bonitas na tela! O fato de se ter optado por transpor todo a história para a época certa - seguindo o livro original - foi outro ponto positivo. E o elenco está muito bem dirigido. Destaco o ator Andrew Scott como Ripley. Ele tem aquele olhar que tenta transparecer amizade e empatia com os outros, mas que na verdade esconde uma personalidade fria, manipuladora e calculista. Um verdadeiro camaleão, como todo psicopata que se preze. Um aspecto que vai incomodar a muitos talvez seja o final. Ora, penso diferente. Para uma história tão sórdida, o desfecho da história combina perfeitamente. Até porque, vamos ser sinceros, nem sempre o bem vence o mal. Principalmente no mundo real em que vivemos. Assim deixo minhas melhores impressões sobre essa minissérie. Item obrigatório para espectadores de fino bom gosto. 

Pablo Aluísio.

Versalhes - Terceira Temporada

Título no Brasil: Versalhes 
Título Original: Versailles 
Ano de Lançamento: 2018
País: França, Bélgica
Estúdio: Studio Canal +
Direção: Richard Clark
Roteiro: Simon Mirren, David Wolstencroft
Elenco: George Blagden, Alexander Vlahos, Tygh Runyan

Sinopse:
Série franco-belga que conta a história do Rei Sol, Luís XIV. Nessa terceira temporada ele enfrenta muitos desafios, incluindo o surgimento de uma estranha figura, um prisioneiro com uma máscara de ferro que ameaça sua legitimidade como monarca. Além disso o Vaticano parece disposto e colocar o Rei contra a parede no tabuleiro político da época. Por fim Luís precisa lidar com a morte de sua Rainha, em um momento muito complicado de sua vida. 

Comentários:
Terceira e última temporada da série "Versalhes". Que pena que chegou ao final. Havia tantas histórias a contar sobre a vida desse Rei. De qualquer forma termina mantendo a ótima qualidade que vinha desde o primeiro episódio. Como diz o ditado: "É melhor encerrar a carreira enquanto se está no auge". Então tudo bem. O destaque dessa temporada 3 foi que colocaram na história a conhecida lenda do homem da máscara de ferro. Para muitos ele seria o herdeiro legítimo ao trono sendo Luís XIV apenas um farsante. Para fugir do óbvio o roteiro deu uma guinada sobre a identidade daquele prisioneiro que eu realmente apreciei muito. Fugiu do óbvio e acertou em cheio na escolha, sendo plenamente plausível e racional a escolha dos roteiristas. Também gostei bastante do jogo político muito sórdido envolvendo o Rei e o Vaticano. Cobra comendo cobra, sem santos no ambiente de luta. Enfim, tudo do bom e do melhor. E fica aqui meus protestos pois a Netflix vai tirar a série de sua grade de programação no final desse mês. Deveriam manter sempre pois foi uma das melhores coisas que assisti nessa plataforma. 

Pablo Aluísio.