domingo, 21 de janeiro de 2018
Nunca Deixei de Te Amar
Título Original: Never Say Goodbye
Ano de Produção: 1956
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal International Pictures
Direção: Jerry Hopper, Douglas Sirk
Roteiro: Luigi Pirandello, Bruce Manning
Elenco: Rock Hudson, Cornell Borchers, George Sanders
Sinopse:
O Dr. Michael Parker (Rock Hudson) é um bem sucedido cirurgião que enfrenta uma grave situação em sua vida pessoal, envolvendo sua esposa e um misterioso assassinato. Encurralado por algo que não mais consegue controlar, ele começa então a relembrar como conheceu sua amada e doce mulher, ainda durante a Segunda Guerra Mundial, na bucólica e linda Áustria. Filme baseado na peça teatral escrita pelo autor Luigi Pirandello intitulada originalmente como "Come prima, meglio di prima".
Comentários:
A carreira do ator Rock Hudson pode ser dividido em duas fases. Na primeira ele desempenhava heróis românticos em dramas sofridos e tristes na Universal. Era a época em que Rock virou um dos mais populares astros de Hollywood, geralmente em personagens galãs que procuravam por algum tipo de redenção pessoal após uma grande tragédia acontecer em suas vidas. Depois dessa fase inicial Rock finalmente descobriu a força das comédias românticas e ao lado da atriz e amiga Doris Doy começou a estrelar simpáticos e divertidos filmes cujos roteiros brincavam com as diferenças de agir, pensar e amar entre homens e mulheres. Rock trocou a estampa de galã de romances trágicos para comédias românticas bem humoradas. Esse "Never Say Goodbye" pertence ainda à primeira fase da carreira de Rock. São dramas pesados, complexos e sofridos. Os personagens vivem algum tipo de situação extrema, que os levam ao limite completo de suas forças emocionais, amorosas e psicológicas. O grande cineasta Douglas Sirk dirigiu parte do filme, mas ao final deixou que fosse creditado inteiramente ao diretor Jerry Hopper e por essa razão seu nome não aparece nos créditos. Um ato de generosidade com o colega de estúdio. Considero um dos melhores dramas da carreira de Rock, transitando muito bem entre o amor impossível e a força de uma paixão que supera a tudo e a todos.
Pablo Aluísio.
sábado, 20 de janeiro de 2018
Nas Garras do Ódio
Título Original: The Nanny
Ano de Produção: 1965
País: Inglaterra
Estúdio: Hammer Films
Direção: Seth Holt
Roteiro: Jimmy Sangster
Elenco: Bette Davis, Wendy Craig, Jill Bennett, James Villiers, William Dix, Pamela Franklin
Sinopse:
Baseado na novela de suspense escrita por Marryam Modell, o filme conta a história de antipatia que um garotinho nutre pela mulher que foi babá de sua mãe e que continuou a morar com a família, mesmo após muitos anos. O menino é problemático e acusa a babá de ter matado sua irmã.
Comentários:
Um combinação interessante. A Hammer Films, produtora especializada em filmes de terror como Drácula, etc, contratou a atriz Bette Davis nos anos 1960 para atuar nessa produção de suspense. O roteiro mostra uma família bem disfuncional. A mãe sofre de depressão e não consegue lidar com os problemas do dia a dia. O marido é um sujeito distante que não aguenta passar muito tempo naquela casa e o filho, bem, o filho é o mais problemático de todos. Rebelde, mimado, ofensivo, ele odeia a babá da sua mãe (interpretada por Davis) que continuou morando com ela, mesmo já adulta e casada. O menino afirma que ela matou sua irmã em circunstâncias mal esclarecidas. Assim o roteiro deixa tudo no ar: o garoto seria apenas um moleque mal criado, mentiroso e infernal ou estaria mesmo dizendo a verdade? Bette Davis, já na velhice, como sempre, tem muita dignidade em cena. Com uma maquiagem que lhe deu grossas sobrancelhas ela parece sempre calma, paciente e gentil, mas essa seria sua personalidade verdadeira ou apenas uma máscara para esconder os mais inconfessáveis desejos de cometer crimes? Assista ao filme para descobrir.
Pablo Aluísio.
Anastácia - A Princesa Esquecida
Título Original: Anastasia
Ano de Produção: 1956
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Anatole Litvak
Roteiro: Arthur Laurents, Marcelle Maurette
Elenco: Ingrid Bergman, Yul Brynner, Helen Hayes, Akim Tamiroff, Martita Hunt, Felix Aylmer
Sinopse:
Baseado em fatos reais, o filme conta a história de Anna Koreff (Ingrid Bergman), uma jovem senhorita que surge na Inglaterra afirmando ser na verdade a princesa Anastásia Nikolaevna Romanov, a filha sobrevivente do Czar Nicolau II. Anna diz ter sobrevivido ao massacre de sua família pelos comunistas durante a revolução russa. Sua presença causa transtorno entre os nobres europeus. Seria possível que ela fosse realmente a princesa perdida? Filme vencedor do Oscar e do Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Ingrid Bergman). Também indicado ao Oscar na categoria de Melhor Música (Alfred Newman).
Comentários:
Em 1944 a atriz Ingrid Bergman foi premiada pela primeira vez com um Oscar por sua atuação no filme "À Meia Luz". As premiações porém não terminaram por aí. Em 1956 ela foi novamente premiada por sua atuação em "Anastácia, A Princesa Esquecida". Nessa produção elegante dirigida pelo cineasta Anatole Litvak, ela interpretava Anna Koreff, uma mulher que aparecia na imprensa mundial, muitos anos após a morte da família Romanov, o clã imperial russo, alegando ser a princesa Anastácia, cujo paradeiro desconhecido levantava inúmeras dúvidas e lendas se ainda estava viva ou não. O filme contava no elenco com o excelente Yul Brynner, interpretando o general Sergei Pavlovich Bounine. Afinal, ela era ou não a princesa desaparecida? Com classe e elegância, dignas de uma verdadeira aristocrata de sangue azul, ela realmente deixava todos em dúvida. Curiosamente Ingrid não pôde comparecer na noite de premiação, por questões de saúde. Quando seu nome foi anunciado quem subiu ao palco para receber a estatueta foi seu colega e amigo Cary Grant.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 19 de janeiro de 2018
Quinteto
Título Original: Quintet
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Lion's Gate Films
Direção: Robert Altman
Roteiro: Frank Barhydt, Robert Altman
Elenco: Paul Newman, Vittorio Gassman, Fernando Rey, Bibi Andersson, Brigitte Fossey, Nina van Pallandt
Sinopse:
Em um mundo pós-apocalíptico congelado, o caçador Essex (Paul Newman) chega em uma pequena comunidade de sobreviventes. São pessoas estranhas, frias, que não se importam mais com a violência e a barbárie. Elas passam o dia inteiro jogando "Quinteto", um estranho jogo de tabuleiro. A mulher de Essex está grávida, mas logo ele percebe que entrou em um território perigoso, onde sua vida corre um sério perigo.
Comentários:
É um filme de ficção bem diferente. Como se trata de uma obra assinada pelo diretor Robert Altman, o cinéfilo mais experiente já sabe de antemão de que não é um filme comum. Na verdade temos aqui uma distopia bem estranha, onde os sobreviventes de um mundo congelado passam seus dias envolvidos em um jogo esquisito, que pode inclusive se tornar mortal. Esse tipo de produção nunca foi a praia de Paul Newman. Ator dramático consagrado em tantos clássicos ele surge em cena meio deslocado e nunca encontra o tom certo durante o filme inteiro. A experiência para o astro foi tão negativa que ele nunca mais voltou ao gênero. Nota-se seu desconforto nas cenas. No geral é um filme complicado, difícil, que poucos vão realmente gostar. Some-se a isso o fato de Robert Altman ter inserido uma espécie de fotografia embaçada e você vai entender porque essa produção caiu logo no esquecimento. Poucos a conhecem e o público da época não aprovou. O filme foi mal nas bilheterias.
Pablo Aluísio.
500 Milhas
Título no Brasil: 500 Milhas
Título Original: Winning
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: James Goldstone
Roteiro: John Foreman
Elenco: Paul Newman, Joanne Woodward, Robert Wagner, Richard Thomas Jr, David Sheiner, Karen Arthur
Sinopse:
Frank Capua (Paul Newman) é um piloto de corridas extremamente competitivo. Após se inscrever na famosa 500 Milhas de Indianápolis, ele fará de tudo para se tornar o grande campeão do ano, ao mesmo tempo em que precisa lidar com a bela Elora Simpson (Joanne Woodward) que pode vir a se tornar o grande amor de sua vida.
Comentários:
Esse filme nasceu da paixão do ator Paul Newman em relação ao automobilismo. Todos os seus admiradores sabem muito bem que ele manteve por décadas sua própria equipe de corrida. No final de sua vida mantinha um escudo na Fórmula Indy, a categoria mais popular dos Estados Unidos. Então unir seu amor por carros velozes com o cinema foi mesmo uma questão de tempo. E esse filme mantém seu charme, apesar do roteiro que podemos dizer que é simples. Os personagens humanos não são tão importantes como as máquinas possantes, essa é e verdade. Assim, de acordo com o próprio gosto e desejo de Paul Newman, o filme assim foi feito. Vai agradar a todo mundo? Não, não vai, mas os fãs vão ter uma chance maior de gosto mais sobre esse famoso ator.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 18 de janeiro de 2018
Django
Título no Brasil: Django
Título Original: Django
Ano de Produção: 1966
País: Itália
Estúdio: B.R.C. Produzione, Tecisa Films
Direção: Sergio Corbucci
Roteiro: José Gutiérrez Maesso, Piero Vivarelli
Elenco: Franco Nero, Loredana Nusciak, Eduardo Fajardo, José Bódalo
Sinopse:
Vagando pelo meio do deserto o pistoleiro Django (Franco Nero) acaba salvando a vida de uma mulher que está sendo chicoteada por bandidos. Juntos vão até uma cidade lamacenta e perdida no meio do nada que é disputada por dois grupos armados, o primeiro formado por revolucionários mexicanos e o segundo por confederados sulistas liderados por um corrupto oficial.
Comentários:
Não restam dúvidas que Django é um dos mais famosos faroestes do chamado Western Spaguetti. Na época de seu lançamento causou grande repercussão não apenas por algumas propostas que eram realmente inovadoras como também pela violência explícita. Por causa desse último fator o filme foi lançado em alguns países europeus com a mais rígida classificação etária, sendo proibido para menores de 18 anos. Um exagero obviamente. Django ainda hoje se mantém como um produto bem realizado. Claro que revisto atualmente muitas das sequências vão soar fantasiosas demais ou exageradas, mas isso fazia parte de um estilo de fazer cinema que já não existe mais. Os faroestes macarrônicos eram assim mesmo. De positivo temos uma boa direção de arte – a cidade onde Django chega, por exemplo, é um lamaçal completo, suja, feia e abandonada. Sua imagem carregando um caixão, completamente enlameado, entrou na cultura pop e virou um ícone daquele estilo. O próprio Franco Nero, bronzeado, de olhos azuis, chegou até mesmo a virar símbolo sexual e sua interpretação se tornou um tipo de modelo a ser seguido em centenas e centenas de outros Spaguettis. Seu Django era um sujeito durão, de poucas palavras e capaz de grandes façanhas com seu revólver. O diretor Sergio Corbucci tinha preferências por enredos desse tipo, bem crus, mas nunca se descuidava dos aspectos técnicos em seus filmes. Os cenários eram bem pensados, as tomadas de cena procuravam tirar o melhor proveito do momento e os roteiros, mesmo simples como eram, sempre procuravam fisgar o espectador com cenas marcantes. Django está repleto desses momentos.
Logo na primeira cena o diretor procura mostrar todo o seu estilo. O pistoleiro Django surge bem no meio do nada, carregando um pesado caixão. Esse tipo de coisa fica marcada na mente do espectador, não tem jeito. Outra cena muito interessante é aquela em que Django finalmente revela o que traz dentro desse caixão que sempre o acompanha. É um impacto certamente. O enfrentamento contra os soldados sulistas mais lembram produções de ação dos anos 80 do que qualquer outra coisa. De certa forma Django inspiraria aqueles filmes em que um homem conseguia liquidar todo um exército praticamente sozinho. É claro que é inverossímil, é claro que é exagerado, mas também é o tipo de sequência estilizada que o público da época adorava! Franco Nero se consagrou no papel e praticamente nunca mais se livrou dele. Chegou a realizar alguns outros filmes como Django, com o mesmo Corbucci como roteirista, mas sem o mesmo impacto. Depois disso o personagem Django acabaria trilhando o mesmo caminho de outro personagem popular do cinema italiano, Maciste, aparecendo em dezenas e dezenas de outros filmes, muitos deles de baixíssimo orçamento e de qualidade técnica bem pobre. O excesso de exploração comercial acabou queimando o personagem que virou símbolo de cinema mal feito, vendido de qualquer jeito. O que vale a pena mesmo nesse mar de “Djangos” é realmente esse, o primeiro filme, o original, os demais são meras imitações baratas. Se você gostou de “Django Livre” de Tarantino não deixe de reservar um tempinho para assistir (ou redescobrir) o Django original de Franco Nero e Sergio Corbucci. Provavelmente você vai achar no mínimo bem interessante.
Pablo Aluísio.
Dominados pelo Terror
O lugar é inóspito, localizado no alto das montanhas de Montana, onde há muito neve e perigos em todos os lugares. Há um velho nativo que mora com a família. Ele tem visões sobrenaturais com a pantera, como se essa fosse uma manifestação do mundo espiritual. No fundo o animal funciona dentro do roteiro quase como uma metáfora da própria morte. O resultado é no mínimo estranho. Há um clima sombrio e de trevas que atravessa todo o filme, algo muito surreal e pouco comum em filmes de faroeste. Os mais velhos não são sábios, mas sim pessoas desprovidas de esperança, de boas virtudes. O velho pai do personagem de Mitchum vive atrás de sua garrafa de whisky que esconde em todas as partes do casarão, a mãe é uma mulher dura, com ares de fanatismo religioso. Um clima nada bom, em um filme com um tom tão escuro que em determinados momentos causa até mesmo agonia no espectador.
Dominados pelo Terror (Track of the Cat, Estados Unidos, 1954) Direção: William A. Wellman / Roteiro: A.I. Bezzerides, baseado na novela escrita por Walter Van Tilburg Clark / Elenco: Robert Mitchum, Teresa Wright, Diana Lynn, Tab Hunter / Sinopse: Dois irmãos de uma família de rancheiros sobem às montanhas para caçar uma pantera negra que estaria matando todo o gado de seu rancho. No caminho encontram não apenas um animal comum, mas também uma manifestação sobrenatural da própria morte.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
Dívida de Sangue
Título no Brasil: Dívida de Sangue
Título Original: Cat Ballou
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Elliot Silverstein
Roteiro: Walter Newman, Frank Pierson
Elenco: Jane Fonda, Lee Marvin, Michael Callan, Nat 'King' Cole
Sinopse:
A jovem e educada Catherine Ballou (Jane Fonda) retorna para sua cidade natal, Wolf City, após longos anos estudando fora. Seu pai, um pequeno fazendeiro da região, anda ameaçado por bandidos e pistoleiros. Após sua morte ela decide reunir um grupo para se vingar de seu assassinato. Contrata o famoso pistoleiro Kid Shelleen (Lee Marvin), mas logo descobre que ele não faz jus ao seu nome e nem à sua fama, pois passa os seus dias completamente embriagado, mal se sustentando na sela de seu cavalo. Desesperada, Catherine resolve então assumir a identidade de Cat Ballou, a musa e rainha dos Foras-da-Lei. Filme vencedor do Oscar e do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Lee Marvin). Também indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição, Melhor Música e Melhor Canção Original ("The Ballad of Cat Ballou" de autoria de Jerry Livingston e Mack David).
Comentários:
Passa longe de ser um western convencional. Se trata na realidade de uma comédia musical muito divertida que procura brincar com todo o bom humor com os clichês dos filmes de faroeste. O enredo pode ser descrito até mesmo como cartunesco ou uma peça de teatro bufa. Há inclusive elementos bem teatrais em seu desenvolvimento, como os dois cantores (ou seriam menestréis?) que vão contando a divertida história da pistoleira e fora da lei Cat Ballou. É claro que o espectador não deve levar nada, mas absolutamente nada mesmo, à sério, pois tudo se desenvolve nesse divertido tom de farsa meio maluca. Em termos de elenco temos dois destaques absolutos. O primeiro, como não poderia deixar de ser, vem da preciosa presença da maravilhosa e linda Jane Fonda. Ainda bem jovem, ela demonstra ter um timing incrível para o humor. Sua personagem começa como uma jovem inocente, recém saída de uma escola para moças de fino trato. De volta à fazenda do pai, um sujeito tosco e rude, ela precisa mudar sua forma de ser, principalmente depois que entende que ele anda ameaçado por pessoas inescrupulosas que desejam tomar suas terras. Depois da morte de seu querido pai, não há outra maneira a não ser cair no mundo do crime, assaltando um trem com um belo carregamento de ouro para o pagamento de trabalhadores da estrada de ferro. Jane, na flor da idade, era belíssima. Seu pai, o grande Henry Fonda, provavelmente teve orgulho dessa sua atuação.
O outro grande ponto de destaque desse elenco vem com o fantástico Lee Marvin. O ator, que se notabilizou pelos personagens maus e vilões em filmes de western, deixou a vaidade pessoal de lado a abraçou a comédia escrachada com um brilhantismo digno de aplausos. Ele interpreta dois pistoleiros. Um é o vilão, um sujeito mal encarado e sempre disposto a matar, desde que lhe paguem bem. Todo vestido com um figurino negro, lembra os antigos personagens de Marvin nos filmes de Randolph Scott. O outro é uma lenda das publicações baratas, Shelleen Kid. Se nos pequenos panfletos (que eram bem populares na época) ele surgia como um herói sem máculas, na vida real não passava de um alcoólatra, caindo pelos cantos, implorando por mais uma dose de whisky barato. Lee Marvin transformou seu papel em um pateta e está muito divertido em sua caracterização, a ponto inclusive de ter sido premiado com o Oscar por sua atuação, em um reconhecimento mais do que merecido. Por fim e não menos importante é bom ressaltar a presença da lenda da música americana Nat 'King' Cole, intercalando o divertido enredo com seu talento maravilhoso, cantando as músicas do filme. Em suma, uma comédia divertida, bem humorada, para se assistir com extrema leveza. Se você gosta de faroestes e não se importa que transformem alguns clichês do gênero em uma piada engraçada, certamente vai gostar do resultado. O importante é relaxar e se divertir o máximo possível.
Pablo Aluísio.
A Lei da Coragem
Título Original: Two-Fisted Law
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: D. Ross Lederman
Roteiro: William Colt MacDonald, Kurt Kempler
Elenco: Tim McCoy, John Wayne, Alice Day, Wheeler Oakman, Tully Marshall, Wallace MacDonald
Sinopse:
Tim Clark (Tim McCoy), um pacato e honesto rancheiro do Texas, vê sua paz e tranquilidade acabar quando alguns mineradores encontram prata nas montanhas que circulam sua propriedade rural. Agora todos cobiçam seu rancho e querem liquidá-lo para colocar as mãos no rancho que lhe pertence.
Comentários:
John Wayne se saiu tão bem na fita anterior que foi produzida pela Columbia Pictures que logo foi escalado também para outro bang-bang de Tim McCoy. Esse segundo filme, também rodado e lançado em 1932 se chamava "A Lei da Coragem" (Two-Fisted Law). O roteiro era bem simples, mas movimentado e divertido. No centro da trama tínhamos um pacato rancheiro que acaba se vendo no meio de uma disputa por prata nas montanhas próximas de sua propriedade rural. Curiosamente nesse filme John Wayne usou o nome de Duke, que nomeava seu personagem e que também era o seu apelido pessoal, bem conhecido de todos que frequentavam sua recém comprada casa em Hollywood. O Duke do roteiro foi levado pelo próprio Duke, ou seja, ele mesmo, John Wayne. Algo que soava bem familiar para todos os seus amigos próximos.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 16 de janeiro de 2018
Família e Honra
Título no Brasil: Família e Honra
Título Original: The Timber
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: MediaPro Studios
Direção: Anthony O'Brien
Roteiro: Steve Allrich, Anthony O'Brien
Elenco: James Ransone, Elisa Lasowski, Mark Caven
Sinopse:
Dois jovens, que vivem no rancho deixado pelo pai que há muito desapareceu, são informados que a hipoteca de sua propriedade em breve será executada e eles perderão tudo. Só há um meio de evitar isso: pagando o que devem para o banco. Desesperados, sem ter o dinheiro necessário para pagar as dívidas, eles decidem sair em caçada do próprio pai, um homem que é foragido da lei cuja recompensa foi estimada em mais de vinte mil dólares, um valor que serviria para que eles pagassem ao banco, mantendo seu rancho na família. Refugiado há muitos anos no alto de uma montanha distante e isolada a busca por ele será uma verdadeira jornada de vida ou morte.
Comentários:
Infelizmente não se fazem mais bons filmes de faroeste como antigamente. Veja o caso dessa produção. Lançada diretamente no mercado de venda direta ao consumidor nos Estados Unidos a fita apresenta vários problemas. O enredo é dos mais simples, o que me fez até mesmo lembrar de alguns westerns do passado. O problema central é que o diretor Anthony O'Brien não parece ter tido a habilidade necessária para contar sua história, o que é de se admirar pois não há muito o que contar. Basicamente é a busca de dois jovens ao pai, um sujeito foragido e com a cabeça a prêmio, com vinte mil dólares de recompensa. Passada a apresentação da história eles partem em busca dele em uma montanha nevada. Sinceramente não haveria maiores problemas em se contar algo tão básico. A direção porém consegue complicar até mesmo um enredo simples como esse. Em determinado momento a edição fica confusa, truncada demais. A sensação que temos é que houve um corte brutal nos acontecimentos (provavelmente houve mesmo por causa da pouca duração dessa versão, com pouco mais de oitenta minutos de duração).
Assim os fatos do enredo vão surgindo de forma atropelada, muitas vezes sem maiores explicações. Só para se ter uma ideia do que estou escrevendo em determinado momento eles entram numa caverna para se alojar do clima hostil e lá encontram uma espécie de "homem-urso" que surge do nada e desaparece sem maiores explicações! Depois quando chegam a um acampamento de mineradores no alto da montanha são aprisionados e torturados por um homem que cita passagens bíblicas enquanto os tortura! Por quê? O roteiro não explica! Curiosamente as personagens femininas (as duas mulheres que ficam no rancho) parecem ser mais interessantes do que os dois irmãos em sua caçada, mas o diretor erra novamente ao não desenvolver nenhuma delas de forma minimamente satisfatória. Como o filme em si é mal desenvolvido o espectador começa rapidamente a perder o interesse. O bocejo assim se torna inevitável. Em suma, um filme fraco que se salva apenas pelas bonitas paisagens onde foi filmado, uma região de neve espessa e eterna no arredores de Bucareste, na Romênia. Fora isso "The Timber" deixa muito a desejar em termos de roteiro e edição, sendo essa simplesmente desastrosa.
Pablo Aluísio.